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A cantora Simone ficou conhecida nos últimos tempos por Então é Natal, versão de uma canção do ex-Beatle John Lennon, e que se tornou tão esperada quanto uva passa no final do ano. O sucesso, contudo, tem de estar aliado às inúmeras contribuições da intérprete baiana à MPB – que vão desde o repertório do Clube da Esquina e Chico Buarque à recuperação de Pra Não Dizer que Não Falei das Flores, de Geraldo Vandré. Simone está de volta com Da Gente, seu novo álbum de canções inéditas, no qual se alia à Zélia Duncan (aqui na direção artística) e ao produtor Juliano de Holanda para cantar os novos compositores do Nordeste. Em entrevista para Os Notáveis, a cantora comenta sobre como foi retomar a atividade nos estúdios e de sua ânsia em descobrir novidades.
Os Notáveis é um Original da Pod360
Apresentador: Sérgio Martins
Direção Executiva: Marcos Chehab e Tiago Bianco
Direção de Conteúdo: Felipe Lobão
Produção: Débora Wajnberg Sardelli
Edição e sound design: Doriva Rozek -
O Teatro Mágico está lançando seu novo álbum, Luzente, o primeiro de material inédito em cinco anos. O grupo liderado pelo vocalista Fernando Anitelli é um fenômeno do showbiz nacional. Eles produzem seus próprios discos, bancam suas produções e hoje contam até com um esquema próprio de vendas de ingressos, para que os fãs não sejam lesados. Os espetáculos do conjunto são uma mistura de música e artes circenses, que conquistou fãs de uma fidelidade canina. Em entrevista a Os Notáveis, Anitelli fala da opção do Teatro Mágico pela independência, comenta sobre as influências musicais de Luzente (que lembram o pop inglês dos últimos tempos ao reggae dos anos 70) e de como eles estão se preparando para a próxima turnê, primeira depois da pandemia.
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Puuttuva jakso?
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Um dos maiores nomes da música brasileira, Martinho da Vila está lançando Mistura Homogênea. O álbum é composto quase inteiramente de material inédito – com exceção de Odilê, Odilá, que compôs ao lado de João Bosco – e traz uma mensagem forte contra o racismo e a intolerância religiosa. Martinho traz ainda a participação dos partideiros Zeca Pagodinho e Xande de Pilares em Vocabulário de um Partideiro, Teresa Cristina em Unidos e Misturados, Carlinhos Brown em Oração Alegre e o rapper Djonga em Era de Aquarius. Em Os Notáveis, ele fala não apenas do álbum como também discorre sobre política, o fato de ser tema da Unidos de Vila Isabel de 2022 e da situação atual do país.
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O empresário Luiz Oscar Niemeyer está lançando o livro Memórias do Rock, no qual narra suas aventuras pelo mundo do entretenimento. E que aventuras: ele começou com Frank Sinatra, passou pelo Rock in Rio, criou o Hollywood Rock, trouxe Paul McCartney e Rolling Stones. A trajetória de Niemeyer é contada de forma simples e direta, cheia de causos saborosos. Mas para Os Notáveis, ele vai um pouco mais além e comenta de quais os artistas que deram mais trabalho, como fazia para “blindar” o popstar do assédio da imprensa e qual seus planos para o futuro.
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2022 marca o quadragésimo aniversário de As Aventuras da Blitz, disco de estreia do grupo carioca. Puxado pelo single Você Não Soube Me Amar, o trabalho formatou uma nova linguagem para o pop brasileiro, com gírias e referências culturais mais de acordo com as pessoas daquele período. Evandro Mesquita, o convidado de Os Notáveis, fala de como a Blitz nasceu a partir do grupo teatral Asdrúbal Trouxe o Trombone, narra um encontro bizarro com Chacrinha antes da fama e ainda relembra a turnê do conjunto pela Rússia e pela Ucrânia, muito tempo antes de os dois países entrarem em guerra.
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Leandro Lehart, vocalista e mentor do Art Popular, é um dos maiores nomes do samba. Ele foi um dos artífices do pagode pop, que uniu o tradicional gênero brasileiro com soul music, reggae e reggaeton. Por exemplo: Agamamou, do Art Popular, tinha como inspiração I Got My Mojo Workin’, do tecladista americano Jimmy Smith; Requebrabum tinha como molde Pun Tun Tun, do rapper panamenho El General, um dos pioneiros do reggaeton. A banda experimentou então uma popularidade sem precedentes “Tivemos um sucesso nas rádios que jamais irá se repetir no mundo do samba”, confessa Lehart. Hoje o Art Popular está de volta às raízes do samba. O grupo lançou álbuns dedicados ao cavaquinho, ao pandeiro e ao tantã, com produzidos por lendas do sacolejo. Em entrevista para Os Notáveis, Leandro Lehart fala dessa volta ao passado e de como o samba se tornou pop.
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Baco Exu do Blues, nome artístico do baiano Diogo Álvaro Ferreira Moncorvo, é um dos maiores nomes do rap nacional da atualidade. Dono de letras combativas temperadas com uma sonoridade pop, muito próxima da moderna soul music dos Estados Unidos, ele ganhou respeito do público e da crítica por causa de discos como Esú, de 2017, e Bluesman, de 2018. Baco está de volta à cena com QVVJFA? (sigla para Quantas Vezes Você já foi Amado?), seu terceiro e melhor álbum, no qual casa o gênero americano com Vinicius de Moraes, Gal Costa e Originais do Samba. Em entrevista ao podcast Os Notáveis, o rapper fala do processo de criação do disco – que inclui até um retorno à cidade natal por conta de um início de depressão – e fala da importância do hip hop de características nordestinas.
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Em 2020, a cantora baiana Luedji Luna se embrenhou pelas ruas de Nairóbi, no Quênia, em busca de inspirações musicais para o sucessor de Um Corpo no Mundo (2017). Compôs com o guitarrista queniano Kato, adicionou percussionistas do Burundi e do Madagascar e fundiu jazz com o que havia de mais moderno na música africana. O resultado foi Bom Mesmo é Estar Debaixo D’Água, de 2020, onde mostrou que a música daquele continente tem uma modernidade à prova de estereótipos. A pandemia que tomou conta do mundo impediu que Ludji saísse em turnê com o álbum. Ele será então relançado numa versão deluxe, de olho no mercado americano. Em entrevista ao podcast Os Notáveis, Luedji conta sobre o processo de criação do álbum, das novidades sonoras que tomam conta do pop de seu estado e comenta a morte com requintes de crueldade do imigrante congolês Moise Mugenyi ocorrida no Rio. Mais do que isso, mostra que a África atual está mais para Wakanda (a cidade do filme Pantera Negra) do que o atraso presente nos filmes de Tarzan.
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Samba exaltação é o nome dado a uma composição criada para elogiar uma determinada escola. Cantado momentos antes da agremiação entrar para o desfile na avenida, ele raramente ganha uma gravação. Samba de Exaltação, novo álbum de Dudu Nobre, é justamente sobre essa vertente do mais popular dos gêneros do país. Nobre não apenas fez uma alentada pesquisa de repertório como anda buscou a sonoridade típica de cada agremiação do Rio de Janeiro. Em meio a composições desconhecidas, Nobre traz novas versões para Portela na Avenida, gravada por Clara Nunes, e Estrela de Madureira, integrada ao repertório de Roberto Ribeiro. Ele ainda dá uma aula de história do samba e mostra trechos de seus principais sucessos.
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A baiana – radicada na Paraíba – Agnes Nunes tinha doze anos quando pediu um celular de presente para a mãe. Esta, contudo, preferiu dar à filha um teclado. Agnes se resignou e passou a tirar suas músicas prediletas no mimo dado pela mãe e depois utilizou o YouTube e o Instagram para dar vazão ao seu talento artístico. E que talento: hoje ela possuiu 2,7milhões de seguidores no Instagram e lançou Menina Mulher, disco no qual faz uma soul music de sotaque brasileiro, mais especificamente de linguagem nordestina – com direito a um sotaque delicioso. Na entrevista para Os Notáveis, Agnes fala como venceu o bullying escolar e o preconceito, de sua inspiração na música de Elza.
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O cearense Fernando Catatau ganhou notoriedade à frente do Cidadão Instigado, grupo no qual atuou como guitarrista e vocalista. A música de caráter psicodélico e experimental marcou presença em discos como Fortaleza (2015) e O Método Tudo de Experiências (2005). O Cidadão fez uma parada estratégica e Catatau retornou à sua cidade natal, onde desapegou da guitarra – justo ele, que é uma das referências nesse instrumento – e criou canções baseadas em seus passeios pela cidade. O resultado é Fernando Catatau, seu primeiro disco solo, no qual traz um retrato até que sombrio da capital do Ceará, temperado por estilos que vão da música dos anos 70 ao brega paraense, do tecnopop ao rock. Em entrevista a Os Notáveis, Catatau comenta sobre o seu desapego à guitarra, fala de sua colaboração à cena alternativa e diz como está a situação atual do Cidadão Instigado.
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A cantora e rapper Negra Li é a convidada da semana do podcast Os Notáveis. Natural da Brasilândia, zona norte de São Paulo, ela inicialmente se destacou no grupo de hip hop RZO para depois seguir solo, onde mostrou talentos de intérprete de MPB e soul music. Negra também possui um trabalho destacado no campo da atuação, tendo atuado em filmes como Antônia e no musical Jesus Cristo Superstar, onde interpretou Maria Madalena. Seu último lançamento em disco foi Raízes (os outros trabalhos eram singles), no qual criou letras confessionais e uma variedade maior de estilos musicais. Em entrevista a Os Notáveis, Negra Li fala de militância, da sua importância para o universo do hip hop – e sua influência nos artistas atuais – e nas experiências pelas quais passou, que irão desembocar em seu próximo disco.
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Urias, convidada da semana de Os Notáveis, já foi uma “little monster”. É um apelido dado pela cantora Lady Gaga aos seus fãs, que se identificavam com sua música e postura ousada nos palcos. Hoje a cantora e modelo nascida em Uberlândia, Minas Gerais, é uma das maiores promessas do pop nacional. Ela soltou Fúria, disco que combina dance music com elementos brasileiros. Em Os Notáveis, Urias fala sobre o início de sua carreira, quando integrou a trupe de Pabllo Vittar (era assistente pessoal da cantora), mas principalmente sobre música e preconceito. Comenta as suas principais influências musicais, do processo de criação de Fúria – muitas letras são baseadas em fatos da vida da cantora – e como uma geração de artistas gay, drag queen e trans (caso de Urias) estão dando uma nova cara ao pop nacional, com uma combinação de militância e canções de qualidade. Fala também de sua apresentação vitoriosa no festival Afro Punk, realizado no ano passado em Salvador.
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O uruguaio Augusto Cabrera tem uma carreira peculiar. Artista juvenil e ex- integrante de banda pop gospel, ele saiu de sua terra natal para o Brasil a fim de trabalhar como produtor musical. Caiu no gosto de Zezé di Camargo, que o levou para trabalhar num de seus álbuns e abriu as portas para o universo da bota e do chapelão. Cabrera, contudo, não ficou apenas no sertanejo, tendo auxiliado nas carreiras de Claudia Leitte e Ludmilla e atualmente está por trás dos singles de Livinho e Larissa Manoela. Em entrevista a Os Notáveis, ele fala por que o sertanejo ainda tem uma sobrevida, quais as dificuldades de se lidar com um artista e se existe segredo para criar um sucesso.
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Bruno Gouveia, vocalista do Biquíni Cavadão, é o convidado da semana de Os Notáveis. O assunto principal é Através dos Tempos, novo álbum do grupo, composto de material inédito. Uma raridade num período em que as bandas do pop nacional têm preferido reciclar material gravado anteriormente ao invés de burilar um novo repertório. Produzido por Paul Ralphes, um artesão do universo pop, ele traz faixas palatáveis como Não Vou Recuar. Gouveia também é um estudioso do showbiz. Em 2020 lançou É Impossível Esquecer o que Eu Vivi, autobiografia dele e de seu grupo, onde ele fala dos perrengues que a banda enfrentou ao longo de quatro décadas de carreira. Em Os Notáveis, ele dá conselhos para jovens artistas de como não cair em armadilhas do showbiz e comenta a atualidade de canções como Zé Ninguém e Cai Água, Cai Barraco.
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A obra de Roberto Carlos é uma presença constante na vida do historiador Paulo César de Araújo. Em 2004, lançou Roberto Carlos em Detalhes, biografia do cantor capixaba, que rendeu um processo e posteriormente apreensão de todos os exemplares. O caso mudou a postura da justiça brasileira sobre biografias. Hoje elas não precisam mais autorização do biografado para serem lançadas no mercado. “Ele foi a maldade que só me fez bem”, diz Araújo, citando Outra Vez, sucesso de Carlos. O historiador volta à tona com Roberto Carlos Outra Vez, alentado estudo a respeito das letras do chamado “rei” e com detalhes biográficos atualizados. Em entrevista a Os Notáveis, Paulo César fala da proibição que sofreu, da decisão em retomar o tema e de como as letras do cantor e compositor retratam a sociedade brasileira.
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O sonho do paulistano William Almeida de Araújo era se tornar produtor de funk. Ele chegou a criar algumas faixas, que deu para MC’s da sua região (zona de sul de São Paulo) e elas até ganharam notoriedade. Mas um dia alguém falou que sua voz de “Bob Esponja com gripe” era ótima para cantar versos de funk e ele se tornou MC WM. Foi dessa maneira que ele criou hits como Fuleiragem (do refrão “cheirinho de sucesso”) e Rabetânea. WM é um dos principais nomes do funk de São Paulo, que por um bom tempo superou o batidão carioca em popularidade – vide o furor causado pelos também MCs Kevinho e Kekel. Em Os Notáveis, WM mostra como o pancadão paulista se desenvolveu, caiu no gosto popular e se adaptou em tempos de pandemia – ele, por exemplo, lança um single novo a cada quinze dias. O MC também comenta como o fato de ter uma filha adolescente mudou sua maneira de criar letras para os funks que entoa.
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Mateus Carrilho é um dos mais versáteis artistas do pop nacional da atualidade. Ex-vocalista da Banda Uó, que uniu como poucos a chamada música brega com sons eletrônicos, em 2018 ele saiu em carreira solo, onde explorou diversas vertentes do universo popular: do brega escrachado em canções como Inimigo do Fim e Privê ao funk com dance music de Pancada (ao lado de MC Dricka e TH4I). Mais recentemente, lançou Noite de Caça, um dueto bem azeitado com Gloria Groove. Em entrevista para Os Notáveis, Carrilho comenta sobre o novo álbum, gravado em meio à pandemia, e que deverá ser lançado no início de 2022. É o primeiro lançamento “cheio” do cantor, que até então vinha de singles com diferentes produtores. É importante também porque ele tem mais autonomia sobre o trabalho (basicamente, não fez nenhum tipo de concessão). Mateus ainda comenta sobre sua participação nos movimentos LGBTQIA+ e fala de como passou – e ainda passa – o período de isolamento social.
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Tom Zé é um dos mentores da Tropicália e um dos compositores mais originais surgidos no Brasil nas últimas cinco décadas. Mas há quem o conheça melhor pelas excentricidades do que pela qualidade de sua música. Embora elas também façam parte de sua personalidade artística, não são nem de longe o melhor desse cantor e compositor baiano nascido 85 anos na cidade de Irará. “Tom Zé é um erudito”, afirma a jornalista, radialista e pesquisadora musical Patricia Palumbo. Foi pensando nas colaborações inestimáveis do compositor para a MPB que ela criou Uma Onda para Tom Zé, compilação na qual artistas de várias gerações da música brasileira reinventam o cancioneiro do tropicalista e revelam seu talento para a melodia. O projeto, que inaugura o selo Rádio Vozes, traz participações de gente escolada como Arnaldo Antunes, Zélia Duncan e Fernanda Takai, além dos jovens Vanguart e Luana Carvalho. Em entrevista para Os Notáveis, Patricia fala do álbum – que a princípio será lançado no formato virtual e através de pequenos singles –, realça o poder da canção de Tom Zé e fala de seus possíveis seguidores na MPB.
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Em 2015, a cantora gaúcha Duda Brack ganhou o coração da crítica com É, um disco que tinha MPB com sabor de rock e apresentava uma das cantoras mais viscerais do novo cenário musical brasileiro. Durante os seis anos seguintes, Duda integrou o Primavera nos Dentes, projeto em homenagem ao grupo Secos & Molhados que tinha como integrantes do baterista Charles Gavin e o guitarrista Paulo Rafael, foi acometida por algumas dúvidas profissionais e renasceu de modo exemplar. Caco de Vidro, novo álbum da cantora, é um dos melhores lançamentos do ano. Fala de política sem ser panfletário, traz um combinado de rock e ritmos dançantes, a participação de gente graduada como o grupo BaianaSystem e Ney Matogrosso (o álbum, aliás, está sendo lançado pelo selo do cantor e tem uma releitura psicodélica para Man, da cantora e compositora Alzira Espíndola. Acima, de tudo, traz a interpretação marcante de Duda, uma menina que entoa as letras como se elas estivessem encravadas na própria carne. Em entrevista a Os Notáveis, Duda Brack fala de como surgiu Caco de Vidro e da preocupação em não repetir fórmulas musicais. Uma conversa incrível com uma das artistas de 2021.
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