Episódios
-
Na estante desta semana, Carlos Vaz Marques traz O Último Sonho, de Pedro Almodôvar, João Miguel Tavares está a ler O Mundo Vai Continuar a Não Ser Como Era, 100 anos de design gráfico na coleção Carlos Rocha, Pedro Mexia traz um livro sobre o primeiro ludita, o "Ned Ludd e a Rainha Mab", de Peter Linebaugh, e Ricardo Araújo Pereira traz Mark Twain e o livro chama-se "Cartas da Terra"
See omnystudio.com/listener for privacy information.
-
Impávida e serena, a estátua assistiu a tudo com a maior tranquilidade. Horror: tira. Abaixo-assinado: deixa ficar. No entretanto, o primeiro-ministro anunciou a privatização das “novas caravelas”, perdão, da TAP. Fê-lo durante do debate que o Chega apresentou ao PSD
See omnystudio.com/listener for privacy information.
-
Estão a faltar episódios?
-
A estante desta semana reparte-se junta um clássico extraordinário da língua portuguesa, as ‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’, a três outras propostas mais recentes. Uma delas não tão recente assim: a ‘Longa Jornada para a Noite’, do Nobel Eugene O’Neill. Depois, um romance francês com um título sugestivo - ‘O Sexo das Mulheres’ - e uma radiografia da zona onde decorre o mais antigo estado de guerra do mundo: a península da Coreia.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
-
O mais alto magistrado da nação é o mais recente reforço da equipa de comentadores desportivos da televisão pública. Faremos o devido enquadramento técnico-táctico da questão. O anterior mais alto magistrado da nação escreveu mais um livro sobre “a arte de governar” com bom senso e alfinetadas políticas; veremos como virá a ser acolhida a lição do Macavaquiavel do Possolo. Um antigo professor de Direito admitiu em tribunal ter posto a circular calúnias sobre Pacheco Pereira; mais do que os 10 mil euros que terá de pagar ao ofendido, que seja a vergonha do acto o maior castigo do caluniador. Mas ainda há mais dois alto magistrado das respectivas nações na conversa desta semana; o do Brasil, reclamou firmemente o respeito pela independência do seu país, mas não respeitou, ele próprio, a independência do poder judicial brasileiro. Garantiu que vai convidar Putin e que no Brasil (mesmo sendo o Brasil país signatário do Tribunal Penal Internacional) ninguém há-de prender o mais alto magistrado da nação russa.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
-
Há silêncios e silêncios. E silêncios que dão que falar. Falemos então do silêncio de Costa e do que se disse sobre ele. Como havemos de falar igualmente do género epistolar. Neste caso não há relutância em meter o nariz em correspondência alheia porque o remetente a fez chegar ao destinatário e a quem a tornasse pública. Do que se continua a falar é de presidenciáveis. Pelo menos desta vez – num país em que tão frequentemente se critica o improviso – as coisas estão a ser preparadas com tempo. Há ainda a questão promiscuidade entre futebol e política; por uma vez, uma oportunidade para a política sair valorizada pela comparação.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
-
Na estante, desta vez, o "Teatro" que Manuel António Pina escreveu para o público infanto-juvenil, pela primeira reunido e, livro, o clássico póstumo "Bouvard et Pécuchet", de Gustave Flaubert, a arte da artista visual Joana Mosi em "O Mangusto" e poesia só de mulheres traduzida por um poeta que, como obstetra, as conhece bem: Jorge Sousa Braga.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
-
No regresso depois de um mês de ausência, constatamos que, apesar de nós pararmos, o mundo não abranda. Já que a actualidade cometeu a deselegância de continuar a fornecer material de análise à nossa revelia, passamos em revista, retroactivamente, alguns dos momentos marcantes de Agosto; a apicultura do PS em resposta ao veto presidencial do pacote para a habitação: “tá bem, abelha”; o “índice Pinóquio” com que Moedas respondeu à escassez de notas deixadas pelos peregrinos da Jornada papal no comércio de Lisboa; o modo eficiente como o Kremlin organiza coincidências letais; o “piquito” de um dirigente espanhol do mundo da bola que não sabe comportar-se como o cavalheiro que não é nem na presença da família real; e o extraordinário filme de antecipação política em busca de um inquilino novo para o Palácio de Belém… em 2026.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
-
Depois das férias, tempo para olhar a história a partir do mar com “O Mar e a Civilização - Uma História Marítima do Mundo”, tempo também para olhar para a fé com “Um Cristianismo Sinodal em Construção - a Fé Cristã na Atual Sociedade”, e escutar Roger Scruton, filósofo conservador e, para dormir em paz, “Uma Noite Descansada - Dez Contos Tradicionais Politicamente Correctos”.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
-
Na estante da semana, a última antes de férias, há poesia badalhoca com um clássico de Pierro Aretino, há o Mar Negro numa novela gráfica sobre o fim do verão, há uma deambulação sobre o modo como tudo acaba na acumulação de pequenas histórias do inglês Geoff Dyer e há uma reflexão poética de Voltaire sobre o terramoto de Lisboa.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
-
Os espanhóis vetaram o Vox no governo e deram à direita uma vitória inútil. A incógnita do momento é saber se Sánchez consegue manter-se na Moncloa - e a que preço - ou se ainda este ano terá de haver novas eleições. Apesar de Espanha ainda não ter conseguido assimilar o que aconteceu, será possível extrair ilações da situação espanhola na política portuguesa? E que ilações retirar de mais um desentendimento institucional entre Belém e S. Bento. Uma coisa é certa, a popularidade de Marcelo deve ter aumentado em flecha esta semana entre a classe docente. Em contrapartida, vai ser necessário um estudo aturado para entender aquilo a que já se pode chamar “a maldição de Picoas”. Até há já quem sugira - como vão poder ouvir aqui - que se há ocasião em que é lícito usar o verbo “mamar”, esta é uma delas. E para mamar é preciso uma teta: seja a AlTetice ou a PTeta.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
-
Houve desagrado ou não houve desagrado. O Ministro da Cultura diz que não. A frase do colega de governo demonstra que sim. Um ministro a manifestar desagrado por um conteúdo editorial não é coisa bonita de se ver. Isto numa altura em que se instalou o deixa-dar. As pessoas não gostam do governo? As pessoas querem trocar o governo por outro? Tal como as coisas estão, também não. Está feito o resumo do estado da nação. Falta saber se o diagnóstico deve ser considerado derrotista ou apenas melancólico. E depois há Rio,as buscas ao nascer do sol e os tampões nos ouvidos para dormir. Foi uma semana com muitas decisões sobre decisões.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
-
Nos Livros da Semana do Programa Cujo Nome…, Carlos Vaz Marques traz “Uma História de Repouso”, João Miguel Tavares fala na obra “História Global da Alimentação Portuguesa”, Pedro Mexia divulga “Cultura de Direita” e Ricardo Araújo Pereira refere a obra de Susan Neiman, ainda sem tradução portuguesa, “Left is not Woke”.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
-
Filmes de série b e buscas domiciliárias combinam bem. E, para ajudar ao espectáculo, uma polémica sobre um cartoon. Onde a coisa já começa a tomar outras proporções é quando um ministro liga para a administração da televisão pública a dizer que não gosta da programação. Será que esse membro do Governo tem condições para continuar a exercer funções como se nada fosse? Já é normal um ministro interferir em critérios de programação? Enquanto isso, o país discutia acaloradamente se um outro ministro devia ou não ter criticado, nos termos em que criticou, os deputados da comissão de inquérito à TAP. E um político na reforma foi arrancado à sua tranquilidade por buscas domiciliárias. O espectáculo de ironia que entretanto proporcionou foi a demonstração prática de que quem ler aquilo que vem a público demasiado ao pé da letra pode não entender nada da realidade em que vivemos
See omnystudio.com/listener for privacy information.
-
A comissão de inquérito à TAP, conclui-se do relatório preliminar, não encontrou razões para a realização de uma comissão de inquérito. Como também não terá havido razões para a demissão do ministro da tutela que se demitiu. António Costa, que prometeu tirar ilações no fim dos trabalhos, talvez devesse pedir a Pedro Nuno Santos que reconsidere e regresse ao cargo. Em França, a polícia cometeu um crime, a raiva juvenil partiu montras e incendiou carros e durante uma semana houve um cheirinho a guerra civil. Nos Açores, um chefe de gabinete do governo regional não gostou de um livro e ameaçou um escritor. E o bispo que preside à Jornada Mundial da Juventude achou por bem confessar em público os seus delitos automobilísticos à espera de perdão com a vinda do Papa a Portugal. Que ninguém diga deste moscatel (e deste fortimel) não beberei.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
-
Na estante da semana há uma ciência nova, só para fanáticos da bola, com nome de treinador de futebol: a Schmitologia. Há Proust em registo breve. Há pequenas biografias de grandes figuras por um historiador que oferece melhores serviços do que a Wikipedia. E há a mente tortuosa de uma autora que deixou nos diários pessoais a confissão de que pode ser ténue, por vezes, a fronteira entre o crime e a literatura.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
-
Escoltados pela autoridade do Estado e envergando a farda GNR, sete militares agrediram e humilharam imigrantes estrangeiros em Vila Nova de Milfontes. O tribunal de Beja condenou-os, a relação de Évora reduziu-lhes as penas e considera aceitável que continuem na Guarda. Brincadeiras parvas, disseram eles. E não se estavam a referir à nova sentença. Talvez também tenha sido só uma brincadeira parva, a agressão de um deputado do Chega a um jovem árbitro num jogo dos infantis. Parece que se exaltou por ter um filho em campo. Javardeira no hemiciclo ainda é como o outro, agora ofender assim a dignidade do desporto é que não se aceita. Também se fala, esta semana, de Centeno, Santos Silva e até há espaço para reles uma imitação de Rogeiros e Milhazes.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
-
Duas reedições de textos já consagrados preenchem metade da estante desta semana. A cidade fantasma de “Pedro Páramo” e o modo como encaramos a doenças, analisado pela inteligência fulgurante de Susan Sontag, são leituras ou releitura sempre oportunas. A descoberta dos ensaios gráfico de um expatriado, dividido entre Portugal e a Inglaterra vai surpreender muita gente. E a desesperançada autobiografia de Nadejda Mandelstam, viúva do grande poeta russo Osip Mandelstam, é a prova de que mesmo a mais feroz ditadura nada pode contra a conjugação da memória com a coragem.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
-
O primeiro-ministro foi à bola com Órban, mas não disse nada a ninguém. O Presidente voltou a tomar o papel de porta-voz de Costa e forneceu duas explicações diferentes. Foi este o casinho da semana. Uma semana em que foi desmantelada uma academia de futebol, sob a suspeita de tráfico de seres humanos. E uma semana em que o governo teve falta de comparência na homenagem às vítimas dos incêndios de Pedrógão. Mas por mais palpitante que possa ser a actualidade nacional, os olhos do mundo estão a leste. A insurreição dos mercenários do grupo Wagner é um assunto em desenvolvimento. Russos contra russos - um filme que altera por completo o guião da guerra tal como o conhecemos até agora.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
-
Um livro de fotografia sobre a campeã Patrícia Mamona dá a ver a arte fotográfica de José Pedro Cortes; Voltaire escreveu um “Tratado sobre a tolerância” talvez mais citado do que lido; o escritor negro George Schuyler criou uma distopia que põe em causa as noções de identidade racial em “Negro nunca mais”; e Rui Cardoso Martins reuniu os contos que escreveu nos últimos vinte anos em “Passagem pelo vazio e outros contos” e publicou-os numa pequena editora alentejana, a Filigrana.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
-
A semana começou vitivinícola, mas para os “ramos mortos” a que aludiu o Presidente da República foi necessária exegese. A política está a ficar recheada de figuras de estilo e talvez fosse útil que, por uns tempos, se tornasse meramente literal. Para que se perceba se andamos todos a falar das mesmas coisas. Agora que terminaram os trabalhos da comissão de inquérito à gestão pública da TAP é altura do lavar dos cestos e de começar a pensar na próxima vindima (o 10 de Junho na Régua continua presente a nível metafórico); uma coisa já nos foi garantida: o lavar dos cestos não implica remodelação governamental: João Galamba está de pedra e cal no governo. Tal como Pedro Nuno Santos está de pedra e cal na política. Quem lhe fez um funeral político ainda recentemente estava bem enganado. Talvez seja esta a principal conclusão a retirar das três últimas audições na comissão de inquérito. No meio de tudo isto, uma caricatura grosseira do primeiro-ministro deu azo a uma polémica em que o racismo foi chamado à baila. Também se fala disso, nesta conversa em que ainda passamos pela morte do pioneiro Berlusconi, pelo pedido de intervenção da Interpol na tentativa de sancionar uma piada e pela guerra, em que sobra sofrimento e começa a faltar jornalismo.
See omnystudio.com/listener for privacy information.
- Mostrar mais