Bölümler
-
Nesta segunda parte do podcast com a professora catedrática de Literatura Rosa Maria Martelo, continuamos a conversa sobre alguns dos poemas de que mais gosta, que incluem autores como Luiza Neto Jorge, Fiama Hasse Pais Brandão, Wallace Stevens, Mário Cesariny e Herberto Helder.
Conversamos também longamente sobre o livro Finisterra, de Carlos de Oliveira, autor sobre quem Rosa Maria Martelo fez a tese de doutoramento com a tese Carlos de Oliveira e a Referência em Poesia.
-
Rosa Maria Martelo nasceu em Vila Nova de Gaia, em 1957. É professora catedrática aposentada da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e investigadora integrada do Instituto de Literatura Comparada MargaridaLosa. Doutorada em Literatura Portuguesa com a tese Carlos de Oliveira e a Referência em Poesia, tem-se debruçado particularmente sobre a LiteraturaPortuguesa Moderna e Contemporânea, as Poéticas do Século XX e a Literatura Comparada, como domínios de investigação.
Neste podcast conversamos sobre alguns dos poemas de que mais gosta e um livro de ficção.
Através destas escolhas, ficamos a conhecer melhor a relação da nossa convidada com a palavra, que é precoce, e, por exemplo, a importância que atribui ao estudo das Humanidades no tempo em que vivemos: "Quando as pessoas aprenderam a analisar um poema de Camilo Pessanha bem, e perceberam como é que ele funciona, são muito mais difíceis de enganar, por exemplo pela propaganda política, pela manipulação. As pessoas que sabem como é que se produz sentido, têm sentido crítico e é muito mais difícil manipulá-las. Por isso é que as Humanidades são importantes. No tempo em quevivemos é muito importante que as Humanidades cumpram o seu papel, desempenhem o seu papel na sociedade em que estamos, porque é por aí que nós conseguimos criar espírito crítico."
Poemas primeira parte:
Poetry - Marianne Moore
O céu, a terra, o vento sossegado - Luís de Camões, Rimas
Manhãs Brumosas - Cesário Verde, O Livro de Cesário Verde
Vénus II - Camilo Pessanha, Clepsidra
Ode Marítima - Fernando Pessoa/ Álvaro de Campos
-
Eksik bölüm mü var?
-
A voz dela acompanhou várias geraçõese marcou indelevelmente a história do rock português. Lena D’ Água, 68 anos, está, uma vez mais, de volta com o disco Tropical Glaciar, autoria de Pedro da Silva Martins, assim como o anterior Desalmadamente, de 2019.
Poemas:
Tu sabes- Lena D'Água
Paz poeta e pombas – Zeca Afonso
É ao mar que eu pertenço – José Fanha
O que a vida me deu – Fausto
Essa Mulher – Ana Terra
Eu não me entendo – José Luís Gordo
O Negócio (para Marc Chagall) – José Fanha
Agostinho da Silva – Somente o traço que ficou no céuimporta agora
O Nosso Livro – Florbela Espanca
-
Em 2023, a Maratona de Leitura da Sertã iniciou a actividade Poetas ao Domicílio, organizada pela Associação Cultural Casa de Gigante, de Miguel-Manso, e pel' O Poema Ensina a Cair, de Raquel Marinho.
Ao longo de 3 dias, 9 poetas visitaram vários domicílios, leram poesia, conversaram com quem os quis perto, escutaram histórias deste e doutro tempo.
Estiveram presentes André Tecedeiro, Francisca Camelo, João Paulo Esteves da Silva, Margarida Vale de Gato, Raquel Serejo Martins, Ricardo Marques, Rita Taborda Duarte e Vasco Gato.
-
Maria Antónia Oliveira, biógrafa, autora do livro Alexandre O' Neill, Uma Biografia Literária, segunda edição revista e aumentada, edição Assírio & Alvim, é a convidada de Raquel Marinho para uma conversa sobre a vida e a obra do poeta português que morreu neste dia, 21 de Agosto, em 1986. Nas palavras da biógrafa, O' Neill era fascinado pela banalidade e pelo lugar comum e não gostava de pessoas demasiado conscientes da sua importância. Sobre ele, Baptista Bastos disse "parecia um miúdo com um berlinde na mão".
-
Catarina Gomes nasceu em Lisboa, em 1975. É autorade quatro livros de não-ficção e do romance Terrinhas, vencedor do Prémio Revelação Agustina Bessa-Luís. Foi jornalista do Público durante quase 20 anos, tendo recebido alguns dos prémios nacionais mais importantes da área, como o Gazeta. Foi duas vezes finalista do Prémio de Jornalismo Gabriel García Marquez e recebeu o Prémio Internacional de Jornalismo Rei de Espanha. O seu mais recente livro chama-se “Um Dedo Borrado de Tinta – Histórias de quem não pôde aprender a ler”, edição Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Nele, ficamos a conhecer Horácio Bernardo Rocha, IsabelFortuna, Conceição Cameira, Maria José Ferreira, Emília de Jesus Mota e Olívia do Nascimento Almeida. Homens e mulheres que não puderam aprender a ler, e quenasceram numa aldeia do distrito da Guarda chamada Casteleiro onde, em 2011, mais de 40% dos habitantes com mais de 10 anos eram analfabetos.
O ensino era um privilégio para alguns, poucos, esimultaneamente um lugar de medo. Conhecemos, neste livro, ditados como “pelo sangue entra a letra”, que nos dá uma ideia de como os castigos físicos e psicológicos eram prática comum, ou ainda, um outro, que nos revela como se privilegiava o trabalho em detrimento da aprendizagem: “o saber não dá pão”.
-
Segunda parte da entrevista a Benjamim, músico, compositor, cantautor e produtor musical.
Poemas segunda parte:
- Construção – Chico Buarque
- Moonlight Drive / Passeio ao Luar - Jim Morrison
- Testamento - Ana Luísa Amaral
- Uma vez quiseram-me louca a arder - Cláudia R. Sampaio
- Um caso - Inês Fonseca Santos
- Na hora de pôr a mesa - José Luís Peixoto
Livro além da poesia:
O Retorno, Dulce Maria Cardoso, edição Tinta da China
-
Conhecemo-lo por Benjamim mas chama-se Luís Nunes. Cantautor, escritor de canções, produtor, compositor, músico multi-instrumentista, nasceu em Lisboa em
1986. Estudou Antropologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova, depois rumou a Londres para estudar Engenharia de Som, e foi lá que assinou os primeiros trabalho, em inglês, e como Walter
Benjamin.
De volta a Portugal instalou-se no Alentejo, construiu o estúdio que é hoje a sua principal ferramenta de trabalho, e passou a apresentar-se como Benjamim. É assim que o conhecemos e aos vários trabalhos que assinou em nome próprio ou em colaborações, ou ainda, muito importante faceta do meu convidado, como produtor.
Lançou recentemente um projecto ambicioso chamado Berlengas. É um disco, mas também um filme e um
bailado, que nos propõe uma viagem imaginária às Berlengas ou, diria eu, a qualquer outra ilha para onde quiséssemos fugir. Primeiro criou uma paisagem
musical, depois convidou o realizador Bruno Ferreira a assinar um filme inspirado na música que lhe deu a ouvir. O resultado acaba por ser um filme/bailado, mas também um disco com 20 faixas, onde podemos encontrar ideias, no meio das letras, bonitas assim, e vou citar Eu acerto sempre por acaso/Mas o ocaso sei de cor.
Poemas primeira parte:
- A solução – Bertolt Brecht
- Árvore Envenenada – William Blake
- Pequena ode a um carro eléctrico – David Mourão-Ferreira
- A Morte solitária de Hattie Carrol – Bob Dylan
- Jeremias, O Fora da Lei – Jorge Palma -
Eucanaã Ferraz nasceu no Rio de Janeiro, em 1961. É poeta, professor de Literatura Brasileira na Faculdade de
Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro e consultor de literatura do Instituto Moreira Salles.
Os seus poemas, de 1990 a 2016, estão publicados em Portugal no livro Poesia, editora INCM. Em 2019, a Tinta-da-china, lançou Retratos com Erro, que recebeu o Prémio Oeiras de Poesia e, mais recentemente, no
final de 2023, o livro Raio.
Conheceu alguns dos nomes maiores da poesia portuguesa, como por exemplo Eugénio de Andrade ou Sophia de Mello Breyner Andresen, sobre quem organizou a antologia Coral e outros poemas, editada no Brasil
pela Companhia das Letras. Fez várias outras antologias – Vinicius de Moraes, Caetano Veloso ou Adriana Calcanhoto. -
Segunda parte do podcast com a poeta, editora, letrista, contista Maria do Rosário Pedreira.
Poemas:
Alexandre O´Neill – Gaivota
Ana Luísa Amaral – Passado
José Emílio Pacheco – Uma defesa do anonimato (tradução de António Cabrita)
José Carlos Barros – A Literatura
Livros:
Marguerite Duras, "O Amante" e "Uma Barragem Contra o Pacífico"
-
Maria do Rosário Pedreira nasceu em Lisboa, em 1959. Escritora, poeta, editora, cronista, letrista, começou a escrever cedo, ainda criança, na escola primária, e para isso terá contribuído o facto de ter estudado numa escola cujo patrono era o poeta João de Deus, que incentivava os alunos, por exemplo, a fazer recitais de poesia no final do ano lectivo.
Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa - "não podia ir para mais lado nenhum, não sabia fazer mais nada" -, passou brevemente pelo ensino, veio a tornar-se uma das editoras portuguesas mais respeitadas e reconhecidas.
Escreveu ficção infantil, contos, romance, mas reconhecemo-la sobretudo pela poesia, mais do que uma vez distinguida. Já este mês venceu o Prémio de Poesia de Oeiras com o livro "O Meu Corpo Humano", edição Quetzal.
Assina os e-mails com uma frase de C. S. Lewis: "lemos para sabermos que não estamos sozinhos".
Poemas Primeira Parte:
João de Deus, Boas Noites
Álvaro de Campos, Soneto Já Antigo
Mário Cesariny, De Profundis Amamus
Mário de Sá-Carneiro, Caranguejola
Eugénio de Andrade, Véspera da Água -
Segunda parte do podcast com o músico, compositor, orquestrador, realizador de cinema, autor de banda desenhada Filipe Melo.
Poemas:
Rainer Maria Rilke, Sonetos a Orfeu
Herberto Helder, A manhã começa a bater no meu poema, "A Colher na Boca", edição Assírio & Alvim
António Variações, diz-me que solidão é essa que te põe afalar sozinho
Ana Luísa Amaral, Dois Cavalos: Paisagem, Peixe, "Mundo", edição Assírio & Alvim
Yvette Centeno, Os jovens não pensam e dizem tudo; Teremos de perceber que a vida não é eterna, “Existir”, edição EufemeCharles Bukowski, Não há ajuda para isso, "Os Cães Ladram Facas", tradução de Rosalina Marshall, edição Alfaguara,
Livro:
El Abismo del Olvido, Paco Roca
-
O nosso convidado de hoje recebeu de presente o primeiro piano, um pianinho Casio, aos 12 anos, para conseguir enfrentar melhor a ansiedade e receio de uma cirurgia. Aos 15 anos foi detido por pirataria informática. Estudou jornalismo, mas, nas suas palavras, “não tinha vocação” e acabou por dedicar-se à música, de onde partiria para muitas outras artes.
Músico, compositor, orquestrador, realizador de cinema, autor de banda desenhada, os vários projectos de Filipe Melo movem inúmeras pessoas, mas continua a sentir-se bem em ambientes mais resguardados. Estudou no Hot
Clube de Portugal e no Berklee College of Music, em Boston. Durante muitos anos ensinou na Escola Superior de Música, em Lisboa.
Na área do cinema, foi criador de vários projetos de culto
vencedores de importantes distinções, e na Banda Desenhada também foi reconhecido em Portugal e no estrangeiro. Colabora com Juan Cavia há muitos
anos, têm vários livros publicados, entre os quais “Balada para Sophie”, um livro dedicado a Beatriz Lebre, jovem pianista e estudante universitária de psicologia morta em por um colega da universidade.
Este livro foi vencedor dos prémios Livro do Ano Bertrand, Melhor BD de Autor Português pelo Festival Amadora BD, e vai ser adaptado para série de televisão nos Estados Unidos.
Apesar de ter nascido em Lisboa, em 1977, é para Tondela que se sente rodeado das coisas de infância, e é
para lá que vai quando precisa de entrar num modo mais criativo.
Poemas:
António Gedeão, Poema do fecho eclair
Edgar Allan Poe, Dream Within a Dream
Adília Lopes, "Pardais" e "Bandolim", edição Assírio & Alvim
Ana Hatherly, "Tisanas", Edição Assírio & Alvim
Ryokan, "Tal Como és", tradução de Marta Morais, edição Assírio & Alvim -
Segunda parte do podcast com o poeta e artista plástico André Tecedeiro.
Poemas:
Antón Lopo, Disse-o à minha mãe um dia em que cheguei tarde, “Azul Monforte”
Manoel de Barros, A poesia está guardada nas palavras — é tudo que eu sei, "Poesia Reunida", edição Caminho
Judith Herzberg, Caixas, livro “O que resta do dia” , edição Cavalo de Ferro
Angélica Freitas, Eu durmo comigo, "Um útero é do tamanho de um punho", edição Douda Correria
José Gomes Ferreira, Devia morrer-se de outra maneira
Hellington Vieira, Cafajeste da peste
LIVRO:
"A Lebre de Vatanen", de Arto Paasilinna, edição Relógio D´Água
-
André Tecedeiro nasceu em Santarém, em 1979. É poeta, artista plástico e dramaturgo. É licenciado em pintura, mestre em Artes Visuais, e tem um mestrado integrado em Psicologia. Entre outras publicações, é autor de A Axila de Egon Schiele, Porto Editora, 2020, um livro recomendado pelo Plano Nacional de Leitura. É trans, e activista pela visibilidade da diversidade de género. Poemas primeira parte: María do Cebreiro, Temos, como o leão, a boca cheia de sangueWislawa Szymborska, O ÓdioKobayashi Issa, O Pequeno Caracol, "Os Animais: haikus", edição Assírio & AlvimRon Padgett, Varrer, Poemas Escolhidos, tradução de Rosalina Marshall, edição Assírio & Alvim Ron Padgett, "O Poeta Enquanto Pássaro Imortal, Poemas Escolhidos", tradução de Rosalina Marshall, edição Assírio & Alvim Tal Nitzán, PossibilidadesMatsuo Bashô, No Outono nos separámos, “O caminho estreito para o longínquo norte", edição Fenda
-
Segunda parte da entrevista a Katia Guerreiro.
Poemas:
Verão, Egídio Santos
Poema no Meio do Caminho, Carlos Drummond de Andrade
Felicidade, Clarice Lispector
Os Meus Versos, Florbela Espanca
Cais da Saudade, Pedro Pio
Tempo de Viver, Manuela de Freitas
Livro:
O Principezinho, Antoine de Saint-Exupéry
Tradução: Joana Morais Varela
-
Katia Guerreiro nasceu na África do Sul em 1976mas mudou-se para a Ilha de São Miguel, nos Açores, anda bebé, aos 11 meses, e foi lá que iniciou o seu percurso musical em plena adolescência, a tocar Viola da Terra (instrumento tradicional do arquipélago) no Rancho Folclórico de Santa Cecília.
Rumou a Lisboa para estudar Medicina, mas inicialmente pensou ser médica veterinária, talvez por essa ligação aos animais do campo, com os quais cresceu, nesse lugar chamado Açores, que até hoje continua a considerar o seu chão.
Depois de uma experiência numa banda de rock chamada Os Charruas, acabaria por receber o Fado como vocação e projecto para a vida. Tudo começou no ano 2000, quando se apresentou num concerto de homenagem a Amália Rodrigues, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, onde interpretou “Amor de Mel, Amor de Fel” e “Barco Negro”.
O primeiro disco, Fado Maior, saiu em 2001, e logo na altura, por exemplo, Rui Vieira Nery reconheceu-lhe uma filiação na tradição amaliana.
A carreira é longa e inclui reconhecimento em Portugal e no estrangeiro, e colaborações com muitos nomes da música portuguesa como, por exemplo, José Mário Branco, ou mais recentemente Tiago Bettencourt no disco "Mistura".
Diz que tem de se encontrar naquilo que quer ler a cantar e que aquilo que canta tem de ter um pouco de si.
Poemas:
Recado, António Lobo Antunes
Quando, Sophia de Mello Breyner Andresen
Açores, Sophia de Mello Breyner Andresen
Creio, Natália Correia
Até ao Fim, Vasco Graça Moura
-
Francisca Camelo nasceu no Porto em 1990: é poeta e diseuse.
Tem poemas espalhados em diversas antologias e revistas, sobretudo em Portugal e na América Latina, tendo sido traduzida em espanhol, grego, francês e alemão.
Os seus poemas podem também ser lidos na revistas Enfermaria 6, Pulsar, Tutano, Nervo e PRIMA (Portugal), Círculo de Poesía e Barca de Palabras (México), Palavra Comum (Galiza), Ruído Manifesto e Gueto (Brasil), entre outras.
Autora de “Cassiopeia” (Apuro Edições, 2018); “Photoautomat” (Enfermaria 6, 2019); “O Quarto Rosa” (semi-finalista do Prémio Oceanos 2019, Corsário-Satã (Brasil)), “A Importância do Pequeno-almoço” (Fresca Edições, 2020) e “Quem me comeu a carne” (Nova Mymosa, 2022).
Organiza performances de Spoken Word e conversas mensais com outros poetas, no seu projecto Sin.cera. Gosta de tomar o pequeno-almoço devagar e com calma e de ouvir Chavela Vargas.
Poemas:
1 - Elizabeth Bishop, One Art
2 - Alexandre O’Neill, Um Adeus Português
3 - Adília Lopes, A propósito de estrelas
4 - Frank O’Hara, Poem
5 - Zeca Afonso, Era um redondo vocábulo
6 - Herberto Helder, Poemacto II
7 - Mário Cesariny, de profundis amamus
8 - Maria Teresa Horta, Segredo
9 - Marília Garcia, no dia 7 de março de 2019, Expedição: nebulosa, edição Companhia das Letras
10 - Sharon Olds, Sex Without Love
Livro de não poesia:
“Your silence will not protect you, Essays and Poems” da Audre Lorde (Silver Press, 2017) - Daha fazla göster