Episoder
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Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho convidaram Pedra Sena-Lino, autor de “El Rei Eclipse - Biografia de D. João V”, para conversar sobre este Rei de Portugal.
D. João V, que nasceu em 1689, começou a reinar em 1706 e morreu em 1750, desperta opiniões contraditórias. Ao longo do tempo, foi enaltecido pelos tradicionalistas e criticado por liberais e republicanos.
Quem foi este símbolo do “Antigo regime”? Será que a atenção que deu ao aparato, à construção monumental, como o palácio de Mafra, ou à cultura, compensaram a forma como, gradualmente, Portugal ficou dependente dos britânicos? E a população portuguesa, será que beneficiou por ser governada por um rei apodado de magnânimo? Por fim, e no referente ao Brasil, será que, no reinado de D. João V, os portugueses nada mais fizeram para além de extrair e trazer para a Europa as riquezas deste território?
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Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre Juan Domingo Péron, o político mais controverso da História da Argentina. Oficial de Infantaria, o coronel Péron foi eleito Presidente da Argentina pela primeira vez em 1946. Então, fundou o partido Justicialista e iniciou uma política assente nas ideias de justiça social, soberania política e independência económica da Argentina. Juan Domingo Péron morreu em julho de 1974, poucos meses depois de ter tomado posse como presidente da República, tendo sido sucedido pela sua terceira mulher, Maria Estela Martinez, até então vice presidente. Péron fez escola na Argentina e, já em democracia, inspirou figuras também controversas, como os presidentes Carlos Menem, Nestor e Cristina Kirchner.
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Manglende episoder?
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Desiderius Erasmus nasceu em Roterdão em 1467, filho natural de um sacerdote. Aos 18 anos, professou no mosteiro dos Cónegos Regulares de Santo Agostinho. Contudo, não se adaptou à vida monástica e, graças ao bispo de Cambrai, obteve uma bolsa para estudar teologia na Universidade de Paris. A partir de então, Erasmo iniciou um percurso verdadeiramente autónomo, sem depender de instituições ou de patronos. Viajou pela Europa, correspondeu-se com os principais filósofos e teólogos de então, como Thomas Moore e Martinho Lutero, e desenvolveu um pensamento próprio, baseado no conhecimento dos clássicos e das escrituras, e assente nas ideias de concórdia e tolerância.
A sua passagem por Itália e o contacto com a cúria romana motivou-o a escrever “O elogio da loucura”, uma sátira que constata, com erudição, amargura e realismo, que a estupidez tende a prevalecer sobre a sensatez.
Até à sua morte, em 1536, Erasmo, que nunca rompeu com o catolicismo, manteve-se equidistante no conflito entre a Cúria Romana e Martinho Lutero, o que valeu-lhe críticas e incompreensão dos dois lados. No entanto, Erasmo procurou construir pontes entre católicos e luteranos. Em sua casa, havia sempre lugar para estudantes e humanistas, e para debates livres e tolerantes. Morreu em 1536 em Basileia, cidade que tinha aderido à reforma protestante. Pouco antes de morrer, publicou “A amável concórdia das igrejas”, uma última tentativa para conciliar católicos e protestantes.
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Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho convidaram o historiador João Miguel Almeida, autor do livro “A noite mais sangrenta”, para conversar sobre um dos episódios mais sombrios da História de Portugal: a “noite sangrenta” de 19 de outubro de 1921. Na manhã desse dia, sete mil elementos da Guarda Nacional Republicana comandados pelo coronel Manuel Maria Coelho ocuparam posições na Rotunda, no Parque Eduardo VII e no Terreiro do Paço. Os revoltosos tinham como principal objectivo forçar a demissão do primeiro-ministro António Granjo, um republicano moderado, e inverter a recente relação de forças entre o partido democrático, hegemónico até então, excepto durante o mandato presidencial de Sidónio Pais, e o Partido Liberal Republicano. Em paralelo com a revolução militar, iniciou-se um movimento de carácter difuso, composto por militares e civis, que procurou ajustar contas com o “sidonismo”. Na noite de 19 de outubro, uma “camioneta fantasma” conduzida pelo cabo Abel Olímpio, conhecido por “dente de ouro”, andou pelas ruas de Lisboa a prender e matar de forma sumária e indiscriminada. Entre as vitimas, estavam o primeiro-ministro António Granjo, bem como dois dos principais protagonistas do 5 de Outubro, Machado dos Santos e José Carlos da Maia.
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A 25 de outubro de 1917 (7 de novembro, no calendário juliano. então usado na Rússia), os bolcheviques assumiram o governo da Rússia, na sequência da tomada do Palácio de Inverno. Impuseram o seu poder pela força, eliminando a oposição e estruturando um Estado, a URSS.
Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre um dos episódios marcantes do século XX: a revolução bolchevique de outubro de 1917.
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Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre a história dos mais de mil anos de poder temporal dos papas. Este começou no muito longínquo ano de 756, quando Pepino, o Breve, rei dos francos, derrotou os lombardos e entregou o território conquistado ao papa Estevão II. Então, o Papa era eleito pelos patrícios romanos e estava formalmente sujeito ao imperador bizantino. Em 1929, pelo tratado de Latrão, Itália reconheceu à Santa Sé a soberania sobre a cidade estado do Vaticano, o estado mais pequeno do mundo, que hoje exerce uma diplomacia de “soft power”, herdeira de uma tradição política milenar.
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Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho, convidaram a investigadora e escritora Isabel Rio Novo, autora de “Fortuna, Caso, Tempo e Sorte - biografia de Luís Vaz de Camões”, para uma conversa sobre a vida e obra do poeta. A conversa percorreu a biografia de Camões, partindo das interrogações sobre o seu local de nascimento, à provável frequência da Universidade de Coimbra e depois da Corte, passando pela vida errante que o levou ao Norte de África, à India e a Macau, e terminando no seu regresso a Portugal, à edição de "Os Lusíadas”, e à sua morte na pobreza. Quem foi o homem para além da figura histórica que cedo ganhou contornos de mito?
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Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho convidaram o jornalista Rui Cardoso, autor do livro “Mapa cor de sangue”, para conversar sobre as invasões de Portugal pelos exércitos napoleónicos, que ocorreram entre 1807 e 1811. Em finais de 1806, o imperador Napoleão Bonaparte controlava a Europa continental mas não tinha uma esquadra naval capaz de rivalizar com a britânica. Assim, decidiu o bloqueio dos portos continentais ao comércio britânico. Portugal ficou então perante um dilema de difícil resolução: se fechasse os seus portos ao comércio britânico, arriscava-se a perder o Brasil para o Reino Unido; se não o fizesse, arriscava-se a ser invadido pelo exército napoleónico. Como Portugal não aderiu ao bloqueio continental, o país foi invadido em novembro de 1807 por um exército francês comandado pelo general Junot. Dias antes, a Família Real, a Corte, o governo, e parte da administração, tinham embarcado apressadamente para o Brasil. A partir de junho de 1808, o invasor francês encontrou forte resistência dos portugueses, com a proclamação da "Junta provisória do Supremo Governo do Reino” e a acção das guerrilhas. O fracasso das três invasões napoleónicas não ficou pois a dever-se apenas ao exército britânico, que desembarcou pela primeira vez em Portugal em agosto de 1808, mas também à resistência popular, nas suas múltiplas facetas, e ao exército português, reorganizado então sob comando britânico.
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Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre as décadas mais conturbadas do já de si muito conturbado século XVII inglês. Em 1603, o rei Jaime VI da Escócia tornou-se também rei de Inglaterra, isto após a morte sem herdeiros diretos da rainha Isabel I Tudor. As primeiras décadas da dinastia Stuart ficaram marcadas pela oposição entre rei e parlamento, pelo antagonismo religioso entre anglicanos, puritanos e católicos, e pela tensão entre ingleses, escoceses e irlandeses. Jaime I de Inglaterra (Jaime VI da Escócia), foi um rei hábil que, a custo, conseguiu manter o delicado equilíbrio entre os polos de instabilidade. O mesmo não aconteceu com seu filho e sucessor, Carlos I Stuart (1625-1649). Tal como seu pai, Carlos I acreditava que reinava por direito divino e não estava disponível para partilhar a soberania com o parlamento. Este foi encerrado pelo rei em 1629, que só o voltou a convocar novamente em 1640, isto para obter ajuda para combater as rebeliões na Escócia e Irlanda. No entanto, o parlamento recusou aprovar legislação sem que o rei se comprometesse como a "Petition of Rights" que lhe foi apresentada. A tensão resultou em guerra civil, e esta na prisão e julgamento do rei, que foi decapitado por alta traição em janeiro de 1649. Seguiu-se uma república parlamentar controlada pelos puritanos, que não foi capaz de diminuir a instabilidade política e social (Commonwealth de Inglaterra, Escócia e Irlanda). Por fim, em 1653, o parlamento entregou o poder a Oliver Cromwell, um parlamentar que se tinha destacado na guerra civil. Este assumiu o titulo de “Lord Protector”, governou com o apoio do exército e, a partir de 1655, sem o parlamento. Paradoxalmente, Oliver Cromwell, um opositor da monarquia absoluta, concentrou todo o poder como Lord Protector. Após a sua morte em 1658, o cargo passou para seu filho Richard Cromwell que, de forma sensata e altruísta, renunciou ao poder em 1659. No ano seguinte, o parlamento convidou o filho do rei decapitado em 1649 para voltar a Inglaterra e assumir o trono. Este rei foi Carlos II (1660-1685), o marido da princesa portuguesa D. Catarina de Bragança. A monarquia inglesa foi então restaurada, situação que perdura até aos dias de hoje.
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Em 711, um exército composto maioritariamente por berberes do Norte de África, mas que integrou também árabes e sírios, derrotou as forças de Rodrigo, o ultimo rei Visigodo. Os comandantes do exército invasor estabeleceram então o al-Andalus, estrutura política de matriz muçulmana. Até 750, o al-Andalus esteve na dependência do califado de Damasco, altura em que os abássidas substituíram a dinastia Omiada e transferiram a capital do califado para Bagdad. Seis anos depois, o único sobrevivente da dinastia Omiada deposta em Damasco chegou à península ibérica e proclamou-se emir de um estado independente.
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Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre Leonor, duquesa de Aquitânia, e por casamento, Rainha de França e, depois, Rainha de Inglaterra. Nascida em Poitiers, em 1124, numa corte que cultivava a poesia trovadoresca, Leonor teve uma educação erudita para os padrões da época. Aos 13 anos, tornou-se duquesa de Aquitânia por morte de seu pai, o duque Guilherme X. Nesse mesmo ano, casou-se com o rei de França Luis VII, então com 17 anos. Em 1147, Leonor fez questão de acompanhar o seu marido na segunda cruzada, o que era pouco usual. Quando regressou, obteve a anulação do seu casamento com o Rei de França e casou-se com Henrique Plantageneta, conde de Anjou. Em 1154, este tornou-se o primeiro rei de Inglaterra da sua dinastia. Leonor, duquesa de Aquitânia, tornou-se então Rainha de Inglaterra. O casal teve nove filhos, entre os quais Ricardo, “Coração de Leão” e João, “Sem terra”, popularizados pela saga de Robin Hood. A sua relação com Henrique começou a deteriorar-se a partir da década de 1170, isto por Leonor não se conformar com a relação do marido com Rosamund Clifford. Leonor de Aquitânia apoiou então a rebelião dos seus filhos e dos barões ingleses contra Henrique II. O rei dominou a rebelião e aprisionou Leonor, situação que se manteve por 16 anos. Leonor recuperou a liberdade com a morte de Henrique II, em 1189. Tinha então 65 anos. Nos últimos anos da sua vida, continuou a governar o ducado da Aquitânia, foi regente de Inglaterra em nome de seu filho, Ricardo, "Coração de Leão", ausente na cruzada, e contribuiu para que o seu filho mais novo, João, "Sem Terra", fosse o sucessor de Ricardo. Morreu em 1204, com 80 anos, uma idade muito avançada para a época. A sua vida, e o seu espírito insubmisso, inspiraram romances e estiveram na origem de várias lendas medievais.
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Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre a época da “lei seca” nos Estados Unidos, que durou entre 1920 e 1933. Nos Estados Unidos, o movimento proibicionista do consumo de álcool tem raízes no tempo colonial, quando este era combatido não só por questões de saúde, mas também por ir contra os padrões puritanos de comportamento, que defendiam a austeridade e combatiam os excessos. No século XIX, esta mentalidade puritana chocou com alguns dos costumes de sociabilização dos recém chegados aos Estados Unidos, sobretudo irlandeses, alemães e italianos. Ainda, a expansão para oeste multiplicou o número de “saloons”, espaços de sociabilização, mas muitas vezes também de violência. Em resposta, surgiram vários movimentos de matriz puritana e evangélica que exigiam não apenas a moderação, mas sim a proibição do consumo de álcool, apontado como a principal causa de falta de rendimento no trabalho e, também, de violência pública e doméstica. À segunda tentativa, a emenda que proibiu o comércio e consumo de álcool nos espaços públicos foi aprovada em 1919, tendo entrado em vigor em 1920. De início, a 18ª emenda contou com o apoio de grande parte da população. Contudo, o proibicionismo de um costume enraizado acabou por dar o resultado oposto ao pretendido pelos seus defensores. Em pouco tempo, os gangs organizados das grandes cidades tomaram conta do negócio ilegal de álcool e de tudo o que girava à sua volta. Também, a primeira era mediática popularizou a figura dos gansgsters, das quais a mais célebre será Al Capone. O Crash de 1929 foi um dos pontos de partida para o fim da “lei seca". O estado perdia milhões de dólares em impostos com o comércio ilegal de álcool e, pelo contrário, gastava milhões em recursos para fiscalizar a aplicação da lei. Para além do mais, a corrupção e violência tinham aumentado de forma exponencial. Quando lançou a sua candidatura presidencial, o democrata Franklin D. Roosevelt prometeu que, caso fosse eleito presidente dos Estados Unidos, tomaria a iniciativa de propor ao congresso o fim da "lei seca". Logo em 1933, o Congresso aprovou a 21ª emenda à constituição americana, que revogou a 18ª emenda, o que voltou a permitir o comércio e consumo de álcool.
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Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre D. Dinis, que teve um dos reinados mais longos e importantes da História de Portugal. Dom Dinis nasceu em 1261, antes do casamento dos seus pais ser reconhecido pela Santa Sé. O facto levou o seu irmão mais novo D. Afonso, nascido já depois desse reconhecimento, a contestar o seu direito ao trono, o que originou vários confrontos entre ambos. Este foi um dos confrontos que o rei teve com o poder senhorial e com parentes próximos. A partir de 1314, teve de enfrentar a rebelião de outro D. Afonso, deste vez de seu filho e herdeiro do trono. A disputa foi uma autêntica guerra civil, que só terminou definitivamente com a morte de D. Dinis, em 1325. Para a História deste confronto ficou a intervenção da Rainha Isabel de Aragão, a Rainha Santa, que conseguiu que pai e filho assinassem a paz em 1324. Dom Dinis terá sido o primeiro rei português a receber uma educação erudita, a saber ler e escrever. Compôs várias canções trovadorescas, impôs o galaico-português como língua dos documentos oficiais e trouxe para Lisboa os Estudos Gerais, ou Universidade, depois transferidos para Coimbra. Tal só foi possível porque, em 1290, foi assinada a concordata com a Santa Sé que pôs fim ao interdito a que Portugal estava sujeito desde 1267. Este rei dedicou ainda especial atenção à segurança do território e à definição de fronteiras, fixadas pelo tratado de Alcanizes de 1297. Em 1319, obteve do Papa a bula que fundou a Ordem Militar de Cristo, criada com os bens da extinta Ordem dos Templários. Dom Dinis fez inúmeras inquirições às propriedades do clero e nobreza, outorgou várias cartas de foral e fomentou a realização de feiras. O primeiro tratado comercial com Inglaterra data também do seu reinado (1308). O seu longo reinado contribuiu pois, decisivamente, para a viabilização de Portugal como reino independente no contexto peninsular.
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Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre a Índia britânica, o Raj britânico, que durou de 1858 a 1947. Em 1858, os territórios indianos sob administração da Companhia das Índias Orientais passaram para a administração direta das autoridades britânicas, isto na sequência da “revolta dos cípaios”. Seguiu-se um período de desenvolvimento do sub continente, que beneficiou os britânicos, mas não os indianos. A culminar esta fase, a Rainha Vitória foi proclamada Imperatriz da India, em 1876. As elites indianas, de início colaborantes com os britânicos, começaram a dar mostras de insatisfação com o modelo de colonização. Em 1885, foi criado o Congresso Nacional Indiano que, a partir de princípios do século XX, começou a reivindicar o autogoverno para a Índia. Os protestos tomaram diversas formas, como o boicote a produtos britânicos e outras ações não violentas. Estas foram lideradas a partir da década de 1920 por Gandhi. A independência da Índia era, porém, um processo complexo, pois o Congresso Indiano, de base hindu, defendia a existência de um único estado, enquanto que a Liga Muçulmana defendia a existência de dois estados separados, um para hindus, outro para muçulmanos. A II guerra mundial esgotou o Reino Unido e tornou-se claro que a independência da Índia iria concretizar-se a curto prazo. Em 1946, o primeiro ministro trabalhista Clement Atlee nomeou Lord Montbatten para vice Rei da Índia, com o objectivo de negociar a Independência até 1948. Montebatten conseguiu enquadrar os mais de 500 principados no novo estado da Índia, mas não conseguiu que a Liga Muçulmana aceitasse integrá-lo. A 14 de agosto de 1947, o Paquistão proclamou a sua independência, sendo que a Índia o fez no dia a seguir. O acordo de fronteiras, negociado de forma precipitada e secreta, originou um êxodo de milhões de hindus e muçulmanos, sobretudo na província do Punjab, e o início de um conflito entre Índia e Paquistão pela região de Caxemira.
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Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre o movimento dos cátaros, considerado pela Igreja de Roma como uma “heresia”, e combatido por cruzadas e pela inquisição medieval. Com raízes no cristianismo primitivo, o catarismo foi particularmente popular durante os séculos XII e XIII no Languedoc, região da Occitânia, onde era praticado por cerca de metade da população e protegido pelos condes de Toulouse. Em 1119, o catarismo foi condenado como heresia no concilio de Toulouse e o papa enviou pregadores para o Languedoc com o objectivo de convertê-los. No entanto, esta pregação não produziu resultados. Em 1208, e depois do assassinato em Toulouse do legado papal, Inocêncio III decidiu pregar a cruzada contra os cátaros. No ano seguinte, cerca de 20 000 cavaleiros e 200 000 peões comandados por Simon de Monfort avançaram do norte de França para o Languedoc, onde cometeram as maiores atrocidades. Era o início de um conflito de décadas pelo controlo do Languedoc que, numa fase inicial, também envolveu o rei de Aragão. Como resultado, estas cruzadas fortaleceram o poder da Igreja de Roma e do Rei de França. Pelo contrário, significaram o fim do catarismo, o fim das ambições de Aragão em solidificar um estado transpirinaico, e um golpe nos traços distintivos da região da Occitânia, até então um dos expoentes da cultura medieval.
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Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre a guerra de sucessão de Espanha, que decorreu entre 1701 e 1713. Este conflito teve início após a morte sem descendência de Carlos II, o último rei de Espanha da dinastia Habsburgo. Então, o trono foi disputado entre Felipe de Bourbom, neto de Luis XIV de França e apoiado por este reino, e o arquiduque Carlos de Habsburgo, irmão de Leopoldo I, imperador do Sacro Império, que era apoiado pelo exército imperial, pelos ingleses e os holandeses. De início, Portugal apoiou o candidato francês mas, em 1703, juntou-se à aliança inglesa e holandesa e passou a apoiar o arquiduque Carlos de Austria. Foi neste contexto que, em 1706, um exército aliado, maioritariamente português e comandado pelo marquês das Minas, entrou em Madrid e aclamou o arquiduque austríaco como rei de Espanha. A guerra de sucessão de Espanha só terminou em 1713, com a assinatura da paz de Utrecht e o reconhecimento por quase todas as partes de Felipe V de Bourbom como rei de Espanha. Este desfecho resultou na aproximação de França e Espanha e na afirmação da Inglaterra como grande potência europeia. No caso português. marcou a opção decisiva pelo alinhamento diplomático e económico com a Inglaterra.
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Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre os Templários, a Ordem Militar mais célebre do ocidente medieval. Os Templários foram fundados em 1118 como “Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão”, com o objectivo de defender os peregrinos que se dirigiam à Terra Santa. Nas décadas seguintes, acumularam um património considerável, sobretudo através de doações. Com o fim do Reino cristão de Jerusalém e os sucessivos reveses das cruzadas, a ordem perdeu o seu objectivo original. No início do século XIV, os Templários constituíam uma força militar poderosa e um dos principais credores do Rei de França. Estes foram os motivos que levaram Filipe IV de França a procurar que a Ordem fosse extinta. Tal veio a acontecer por bula do Papa Clemente V, assinada em 1312. Em França, os bens dos Templários foram confiscados pela Coroa. Contudo, em Portugal, reverteram para a Ordem de Cristo, fundada em 1319 por iniciativa do rei D. Dinis. Qual a História dos Templários? Qual a importância desta Ordem na fundação de Portugal? E o que há de verdade e de mito no seu legado?
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Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho convidaram a escritora Isabel Machado para uma conversa sobre a Rainha Vitória do Reino Unido e, em particular, sobre a sua relação com Portugal. Alexandrina Vitória de Saxe Coburgo e Hanover nasceu em 1819. Era filha do duque de Kent, o quarto filho do rei Jorge III. À partida, não estava destinada a reinar, mas a morte sem sucessores de seus tios Jorge IV, Frederico, duque de York, e Guilherme IV, fizeram-na herdar o trono em 1837. Vitória reinou durante 63 anos, um longo reinado apenas ultrapassado por sua bisneta, Isabel II. Ao contrário da ideia feita, e do que a expressão “moral vitoriana” deixaria supor,
Vitória foi uma mulher apaixonada, caprichosa e imatura. Também foi preocupada e leal à família, sobretudo aos Saxe Coburgo. Entre estes, estavam os seus “primos portugueses”, de quem muito gostava, sobretudo de D. Maria II e D. Pedro V. Durante a conversa, Isabel Machado, autora do romance “Vitória de Inglaterra, a Rainha que amou e ameaçou Portugal”, revela mais sobre a vida e personalidade desta Rainha marcante, e sobre a sua ligação a Portugal, desde a amizade com D. Maria II ao Ultimato britânico de 1890.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho convidaram o fotojornalista João Pina, autor do livro “Tarrafal”, para conversar sobre a tristemente célebre prisão do Tarrafal. Esta foi inaugurada em outubro 1936 por 157 presos políticos, a maioria com ligações à greve geral de 1934 e ao PCP ou, então, à “revolta de marinheiros” de setembro de 1936. Recebeu então o nome oficial de “Colónia Penal de Cabo Verde”.
Encerrada em 1954, em parte por pressão da comunidade internacional, a prisão do Tarrafal reabriu em 1961, então como “Campo de Trabalho do Chão Bom”. Entre 1961 e 1974, estiveram presos no Tarrafal vários líderes dos movimentos independentistas africanos. Como era o quotidiano no Tarrafal? Quais os castigos, o trabalho, e a relação entre guardas e prisioneiros? Em que medida contribuiu, embora involuntariamente, para a reorganização do PCP? E que testemunhos de homens privados da liberdade por motivos políticos chegaram até hoje?See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Maximiliano nasceu em Viena e era irmão de Francisco José I, imperador de Austria entre 1848 e 1916. De ideais liberais, foi vice rei da Lombardia e, mais tarde, um acordo entre a França de Napoleão III, Espanha e Reino Unido, colocou-o no trono imperial do México. O novo imperador nunca foi aceite por parte dos mexicanos. Também não foi reconhecido pelos Estados Unidos que, então, estavam em guerra civil. Em 1866, as tropas francesas que garantiam o trono de Maximiliano abandonaram o México. O imperador recusou-se a fazer o mesmo e decidiu ficar. Resistiu aos seus opositores até 1867, quando foi capturado e fuzilado junto com os poucos que lhe permaneceram fiéis. Quais os contornos desta História improvável de um príncipe austríaco posto no trono imperial do México por vontade de França, Espanha e Reino Unido?
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