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  • Nesta quarta-feira (16), a embaixada do Brasil em Buenos Aires começou a receber os pedidos de extradição de 63 cidadãos brasileiros que participaram dos atos golpistas do 8 de janeiro de 2023. Esses brasileiros só serão mandados de volta ao Brasil com o aval da Justiça argentina. Para entender quem são essas pessoas e o futuro do processo de extradição, Natuza Nery conversa com Ariel Palacios, correspondente da Globo em Buenos Aires, e com o advogado criminalista Davi Tangerino. Ariel explica como o caso “está em um limbo”, já que não há certeza sobre quantas dessas pessoas ainda estão em solo argentino. Ele fala ainda sobre o atual status da relação entre o presidente Lula e Javier Milei, e porque neste momento não interessa ao presidente argentino um atrito com o Brasil. Tangerino detalha o processo envolvido na extradição de cidadãos brasileiros – e o que acontece se o governo Milei der asilo político aos investigados. Ele avalia também as consequências jurídicas e diplomáticas do caso.

  • O sistema de transplantes no Brasil é o segundo maior do mundo e salva cerca de 30 mil vidas todos os anos. Em 2024, seis desses pacientes – que dependem disso para superar doenças e viver com qualidade de vida – foram também vítimas. Essas pessoas receberam órgãos infectados com o vírus HIV, que foram retirados de dois doadores no Rio de Janeiro. Foi a primeira vez que uma falha desse tamanho ocorreu dentro do SUS. A polícia entrou na história para investigar o caso, e as primeiras irregularidades já foram encontradas no laboratório responsável pelos exames dos doadores, cujo contrato com o Estado do Rio de Janeiro é de quase R$ 10 milhões. Foram emitidos quatro mandados de prisão para agentes envolvidos com o Laboratório PCS Saleme, entre eles o sócio Walter Vieira, tio do deputado federal e ex-secretário de Saúde do RJ Doutor Luizinho (PP). Neste episódio Natuza Nery entrevista o médico sanitarista José Gomes Temporão, que foi ministro da Saúde entre 2007 e 2010 e é pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz. Temporão explica os detalhes do sistema de transplantes brasileiro e aponta onde estão os erros que levaram a esta tragédia. Participa também Leslie Leitão, repórter da TV Globo, que relata o passo a passo da investigação criminal do caso.

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  • Durante cerca de 40 minutos, um temporal com ventos que passaram dos 100 km/h assustou milhões de moradores da Região Metropolitana de São Paulo, na última sexta-feira (11). A energia elétrica caiu para pelo menos 2 milhões de imóveis nas 24 horas seguintes e até segunda-feira (14) cerca de 400 mil clientes da Enel, empresa responsável, seguiam sem luz. O apagão agitou em especial a disputa pela Prefeitura da capital paulista: os candidatos Guilherme Boulos (Psol) e Ricardo Nunes (MDB e atual prefeito) trocam acusações sobre quem são os responsáveis pelo desastre. E o jogo de empurra subiu para as esferas estadual e federal. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) jogou a responsabilidade para a gestão Lula. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), culpou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de não cumprir seu papel de fiscalizar a Enel – o corpo diretivo da Aneel foi indicado pela gestão Bolsonaro e cumpre mandado. Para analisar a relação do apagão com o 2º turno da eleição em São Paulo e explicar quem é quem no mapa de responsabilidades dessa história, Natuza Nery conversa com Daniela Lima, apresentadora e comentarista da GloboNews e colunista do g1.

  • Dois meses atrás, uma decisão do ministro Flávio Dino definiu novos critérios de transparência para as emendas parlamentares. A medida foi mal-recebida por uma fatia grande do Congresso e se somou a outros incômodos de parte dos parlamentares com o Supremo – sobretudo entre os parlamentares da direita. A reação veio agora: a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, comandada por uma deputada bolsonarista, aprovou o que tem sido de chamado de “pacote anti-STF". Dois projetos de lei aumentam a lista de possíveis crimes de responsabilidade dos ministros da Corte e facilitam a análise de pedidos de impeachment de integrantes do STF. Uma Proposta de Emenda à Constituição limita as decisões monocráticas dos ministros. Outra PEC prevê que o Congresso possa suspender decisões do Supremo – proposta que muitos juristas consideram inconstitucional. Neste episódio, Natuza Nery recebe Conrado Hübner Mendes, professor de Direito Constitucional na USP e autor do livro “O discreto charme da magistocracia: vícios e disfarces do judiciário brasileiro”, que avalia a pertinência e os absurdos das medidas aprovadas na CCJ. Natuza conversa também com Felipe Recondo, sócio fundador da plataforma Jota e autor de três livros sobre o Supremo, que analisa a temperatura política da crise entre os poderes e as chances reais das propostas seguirem adiante.

  • Todos os anos, entre junho e novembro, o Caribe e o sudeste dos Estados Unidos ficam em alerta para a passagem de furacões. Em 2024, pela primeira vez um deles atingiu a categoria 5 (a mais severa) ainda no mês de junho: o furacão Beryl. Depois dele, mais quatro passaram pelos EUA – quantidade maior que as três temporadas anteriores. Há algumas semanas, o furacão Helene causou a morte de duas centenas de pessoas. E, agora, o furacão Milton nasceu com o presságio de ser o mais potente já visto neste século. No estado da Flórida, quase 6 milhões de pessoas foram orientadas pelas autoridades locais para saírem de suas casas diante do risco iminente. Na direção contrária, Raquel Krähenbühl, correspondente da TV Globo no país, foi para Orlando para testemunhar as consequências do desastre. Ela e o produtor Victor Bonini contaram a Natuza Nery o que viram e ouviram in loco na Flórida. Também neste episódio, Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo, explica o que fez do Milton tão temido e porque esta temporada de furacões é a mais assustadora já vista, e avisa que as próximas devem ser cada vez piores.

  • Em Tupanci do Sul, cidade gaúcha com pouco mais de 1.300 habitantes, Celmar Mucke (União Brasil) saiu da eleição com uma das vagas de suplente para a Câmara de vereadores. Ele chegou às urnas com um mandado de prisão aberto, mas com a documentação necessária para que a Justiça Eleitoral aprovasse sua candidatura. O crime: estupro de vulnerável. Uma reportagem do g1 descobriu que, além dele, mais 60 candidatos concorreram às eleições municipais na mesma condição – 14 deles envolvidos em casos criminais (homicídios, roubos e estelionatos, por exemplo) e 47 em casos civis (quase todos por pensão alimentícia). Antes de chegarem às urnas, 2 candidatos foram presos, ambos denunciados pelos atos golpistas de 8 de janeiro e também identificados por uma reportagem do g1. Neste episódio, Natuza Nery recebe as jornalistas Camila da Silva e Judite Cypreste, que assinam as reportagens que chegaram à lista de políticos procurados pela Justiça.

  • Nesta terça-feira (8), o pastor Silas Malafaia, da Igreja Assembleia de Deus Vencer em Cristo, deu declarações que caíram como uma bomba no campo conservador. Em entrevista a Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, Malafaia se referiu a Jair Bolsonaro como “covarde” e “omisso” e questionou “que porcaria de líder é esse”, em referência à participação ambígua do ex-presidente na disputa pela Prefeitura de São Paulo. O pivô de um possível racha entre os dois é Pablo Marçal, candidato que não chegou ao 2º turno, mas que conseguiu votação expressiva e mobilizou parte relevante do eleitorado bolsonarista – entre eles, muitos evangélicos, parcela da população a qual Malafaia tem forte ascendência há décadas. No campo da direita brasileira, está deflagrada a guerra pelas posições de liderança. Para explicar o que está em jogo, Julia Duailibi entrevista Christina Vital da Cunha, pesquisadora e professora do Departamento de Sociologia da UFF e colaboradora do Instituto de Estudos da Religião.

  • Terminada a apuração dos votos no último domingo, a fotografia dos poderes dos partidos ficou clara: as legendas de centro e de direita ganharam espaço nas prefeituras pelo país. O mapa da votação abre, a partir de agora, um jogo de forças de olho na disputa presidencial de 2026, como explica o jornalista Thomas Traumann em conversa com Natuza Nery neste episódio. Juntos, Thomas e Natuza avaliam como o PSD de Gilberto Kassab agora orbita em torno do nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também cortejado pelo PL de Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto. Eles analisam ainda como o PT e o presidente Lula podem se beneficiar de uma “direita rachada”. E, por fim, apontam como os resultados das eleições municipais influenciam na disputa pela sucessão da presidência da Câmara e do Senado já no início de 2025.

  • No primeiro saldo das eleições municipais, quem saiu na frente foram os candidatos que representam a continuidade (nas 26 capitais brasileiras, dez prefeitos já foram reeleitos) e que defendem partidos posicionados à direita – PSD (888), MDB (863) e PP (752) são as legendas que fizeram mais prefeituras. “Na ponta do lápis, a eleição mostra um Brasil conservador”, resume Jairo Nicolau, cientista político e professor da Escola de Ciências Sociais da FGV-RJ. O PL, partido de Jair Bolsonaro, não atingiu a meta de fazer mais de mil prefeitos, mas registrou votação expressiva e tem garantidos pelo menos 523. “É uma eleição que mostra a força de Bolsonaro”, afirma Malu Gaspar, colunista do jornal o Globo e comentarista da rádio CBN. Jairo e Malu são os convidados de Natuza Nery neste episódio especial, gravado na madrugada da segunda-feira, que analisa os resultados das principais cidades brasileiras e projeta o que pode acontecer nas 15 capitais onde haverá 2º turno – caso de São Paulo, onde Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (Psol) sintetizam uma disputa nacional no próximo dia 27.

  • O jornalista Nilson Klava, da TV Globo e da GloboNews, conversou com eleitores de cinco capitais – uma em cada região do país. Para a série “A Cara do Brasil”, falou com brasileiros e brasileiras de diferentes orientações ideológicas, profissões e religiões, e ouviu deles o que querem de seus candidatos para a eleição municipal do próximo domingo (6). Além dele, Natuza Nery entrevista neste episódio Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva. Sob perspectivas diferentes, Nilson e Renato encontraram respostas parecidas: nas urnas, os eleitores devem buscar candidatos que rompam com a lógica da polarização política e devem valorizar aqueles que invistam em propostas para segurança pública, transporte e saúde.

  • Na reta final antes do primeiro turno, as últimas pesquisas de intenção de voto indicam um alto índice de eleitores indecisos na chamada pesquisa espontânea - quando o nome dos candidatos não é apresentado e o eleitor é questionado em quem vai votar. Em Belo Horizonte, por exemplo, a Quaest indica que quase metade dos eleitores não sabe em quem vai votar. Em São Paulo (45%) e no Rio de Janeiro (43%), a taxa de indecisos também é alta, segundo pesquisa do instituto. Neste episódio, Natuza Nery conversa com dois especialistas em pesquisas, que explicam o porquê de uma indecisão tão alta nesta eleição e analisam os movimentos dos candidatos em busca do “voto útil” na reta final de campanha. Felipe Nunes, cientista político e diretor de pesquisa do Instituto Quaest, descreve o perfil que se sobressai entre os eleitores indecisos. Antonio Lavareda, presidente do conselho científico do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), discute a pertinência do voto envergonhado e a relevância das mobilizações nas bases sociais e nas redes sociais.

  • Em Tel Aviv, a noite de terça-feira (1º) começou com o aviso de que a cidade sofreria um ataque aéreo. Conforme parte dos mísseis e foguetes eram detidos pelo sistema Domo de Ferro, outros tantos faziam prédios tremerem. As sirenes tocavam pelas ruas e as pessoas procuraram abrigo – entre elas a correspondente da Globo em Israel, Paola de Orte, que relata como foram esses momentos. Foi o segundo ataque já executado pelo Irã contra o território israelense na história. Trata-se de uma anunciada retaliação aos assassinatos dos chefes dos grupos Hezbollah e Hamas. Não sem reação: o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu que fará o Irã pagar pelo que fez e o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, disse que haverá consequências. Neste episódio, Natuza Nery entrevista Hussein Kalout, cientista político, conselheiro do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e pesquisador da Universidade Harvard, sobre as motivações de Irã e Israel para escalarem os ataques. Ele projeta também quais devem ser os próximos passos de ambos os lados e os riscos reais de uma guerra regional.

  • Em 2018, sob a gestão Michel Temer (MDB), o governo federal legalizou o mercado de apostas no Brasil, depois de mais de 50 anos de proibições. De acordo com a lei, o próprio governo federal estava obrigado a regulamentar a atividade entre 2018 e 2022; o que não aconteceu na gestão Jair Bolsonaro. A regulamentação viria a ser sancionada apenas em dezembro de 2023, por Lula (PT). A estimativa é de que haja cerca de 2 mil empresas atuando no setor, que movimentou R$ 160 bilhões apenas nos oito primeiros meses deste ano. A partir desta terça-feira (1), quem não se cadastrar, vai começar a sair do ar — mais de 170 empresas estão em processo de certificação pelo Ministério da Fazenda e outras centenas delas, que não estão adequadas, devem ser bloqueadas pela Anatel, informa o ministro Fernando Haddad (PT). Para explicar o que muda neste mercado e as expectativas do governo sobre as bets, Natuza Nery conversa com Ana Flor, colunista do g1 e comentarista da GloboNews.

  • De tudo que o Brasil exporta, mais de 30% vai para os chineses – em 2023, a soma das vendas bateu os US$ 100 bilhões, o que deve se repetir em 2024. Para nosso maior parceiro comercial, mandamos, principalmente, minério de ferro, soja e petróleo; e recebemos mais bilhões de dólares, fundamentais para o crescimento do agronegócio e da indústria. Ou seja, qualquer ruído na economia chinesa pode ser muito sentido por aqui. E, por lá, sinais de alerta foram ligados. Depois de meses seguidos com indicadores abaixo do esperado, ficou mais difícil atingir a meta de crescimento estabelecida pelo governo para este ano: 5% – o que já seria um índice tímido em relação às últimas décadas. O governo de Xi Jinping decidiu agir, e lançou um pacote de medidas que envolve corte na taxa de juros, facilitação de crédito e injeção de cerca de US$ 140 bilhões na economia chinesa. Neste episódio, para explicar o que motivou o pacote econômico e como ele irá repercutir, Julia Duailibi conversa com Rodrigo Zeidan, professor da New York University Shanghai e da Fundação Dom Cabral, que fala diretamente de Xangai. Participa também Cláudia Trevisan, diretora-executiva do Conselho Empresarial Brasil-China, que analisa os impactos da medida neste lado do mundo.

  • No vilarejo francês de Mazan, onde vivem apenas 6 mil habitantes, Gisele e Dominique Pelicot viveram mais de 50 anos casados e, juntos, tiveram três filhos e sete netos. Em 2020, a união começou a ruir quando ele foi preso por filmar a funcionária de um supermercado por debaixo da saia com um celular. A partir deste aparelho, a polícia encontrou crimes inacreditáveis: Dominique guardava cerca de 20 mil fotos e vídeos de sua então esposa sendo estuprada por dezenas de homens ao longo de uma década – ela fora drogada e sedada por ele em todas as ocasiões. Desde o início de setembro, Dominique e mais 50 réus estão sob julgamento; parte deles se defende sob as alegações de que estariam apenas participando de uma espécie de “fantasia sexual” do casal e de que a lei francesa não cita a palavra “consentimento” para definir um estupro. O caso levou milhares de pessoas às ruas na França para uma reforma na legislação do país. Para explicar o que significa consentimento e como ele se enquadra em diferentes leis mundo afora, Julia Duailibi entrevista Silvia Chakian, promotora do Ministério Público de São Paulo, co-autora do livro "Precisamos falar de consentimento: Uma conversa descomplicada sobre violência sexual além do sim e do não”.

  • "Não é um conflito qualquer. Já é guerra total”, afirma Gabriel Chaim, fotógrafo e documentarista que fala direto de Beirute. Nesta entrevista a Julia Duailibi, Chaim revive a viagem que fez por terra entre o sul do Líbano e a capital durante as horas nas quais as Forças Armadas de Israel bombardeavam o país tendo como alvo o Hezbollah – quase 600 pessoas morreram, entre elas um brasileiro de 15 anos: “Um trajeto de 25 minutos durou uma eternidade absoluta. O risco, de zero a dez, era dez”. O mesmo deslocamento, de acordo com a ONU, já foi feito por cerca de 100 mil libaneses – o governo local diz que quase meio milhão de pessoas já deixaram suas casas. Chaim, que cobre guerras há mais de 10 anos e esteve na Ucrânia, na Síria, no Iraque e no Iêmen, relata que “sentiu muito medo” nos últimos dias, quando conviveu com “foguetes passando por nossas cabeças” e viu um “bombardeio muito próximo, a menos de 300 metros”. Em Beirute, o repórter comenta o “clima pré-guerra” entre os moradores e elogia as belezas naturais da capital libanesa. “Um brasileiro aqui se sente em casa”.

  • Aconteceu de novo. Poucos dias depois da cadeirada de José Luiz Datena (PSDB) em Pablo Marçal (PRTB), mais um debate para a Prefeitura de São Paulo registrou uma agressão. Desta vez, imediatamente após a expulsão de Marçal por descumprir as regras, um de seus assessores acertou um soco no rosto do marqueteiro da campanha de Ricardo Nunes (MDB) – o golpe quebrou os óculos dele, que teve que tomar 6 pontos. O circo de horrores foi registrado e rapidamente levado às redes sociais, onde virou matéria-prima para conteúdo de campanha. Neste episódio, Julia Duailibi e Bernardo Mello Franco, colunista do jornal O Globo e comentarista da rádio CBN, lembram como embates históricos de debates do passado eram muito mais civilizados que os atuais. A dupla avalia também como a estratégia de xingamentos e agressões está sendo recebida pelo eleitorado.

  • Mísseis e bombas atingiram a capital Beirute, o sul e o leste do território libanês. A ofensiva ordenada pelo governo israelense resultou em cerca de 500 mortes – é o bombardeio mais letal contra o Líbano desde a “Guerra de Julho” de 2006, quando Israel também lançou uma ofensiva contra solo libanês. Os ataques desta segunda-feira (23) acendem todos os alertas para o risco de uma guerra deflagrada entre Israel e o grupo extremista Hezbollah – temor cada vez mais acentuando desde 7 de outubro do ano passado, quando terroristas do Hamas, parceiros do Hezbollah, executaram 1.200 israelenses. Neste episódio, Ibrahim Khalil, autor de um blog sobre a vida no Líbano, conta a Natuza Nery o que viu pelas ruas de Beirute – onde vive há mais de 20 anos – no dia do maior ataque israelense das últimas duas décadas. Ibrahim relata também a relação dos libaneses com o Hezbollah, no dia a dia. Natuza fala também com João Miragaya, mestre em história pela Universidade de Tel Aviv e colaborador do Instituto Brasil-Israel, que explica o que está acontecendo do outro lado da fronteira – onde ele e sua família tiveram que deixar a casa onde moram, no norte do país, para fugir do conflito.

  • A aldeia Piaraçu, na Terra Indígena Jarina, serve de base para um grupo de 38 brigadistas. São agentes que enfrentam o fogo que já destruiu mais de 40 mil hectares (o equivalente ao município de Curitiba) do território onde vive a etnia Kayapó, à margem esquerda do Rio Xingu, perto de onde o Mato Grosso faz divisa com o Pará. Um destes brigadistas é Augusto Dauster, fotógrafo e supervisor federal do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios florestais do Ibama, o PrevFogo. Neste episódio, Guto narra como foram os dias 17, 18, 19 e 20 de setembro no enfrentamento ao incêndio. Ele relata as atividades que se iniciam às 4h da manhã, a organização dos turnos e da logística e as dificuldades em enfrentar a seca, o calor extremo e o vento – que colocam a vida de todos em risco. Sobre sua experiência, Guto resume: “Tem hora que desmotiva. E tem hora quando vejo o pessoal no combate e traz uma crença no futuro”.

  • O processo de um paciente para que o sistema público de saúde fornecesse a ele medicamentos de alto custo, em Santa Catarina, subiu à instância mais alta da Justiça brasileira. No Supremo, o ministro Gilmar Mendes apresentou a proposta que estabelece de vez as regras para o acesso a remédios que estão fora do alcance do Sistema Único de Saúde – seja por falta de aprovação técnica, seja por falta de viabilidade orçamentária. A Corte já formou maioria para aprovar o texto. A expectativa é que, com a decisão sobre a tese de repercussão geral, haja pelo menos dois efeitos diretos: pacificar os processos ligados ao direito à saúde que chegam ao Judiciário (foram mais de 560 mil apenas em 2023) e definir, entre estados e União, quem pagará a conta. Neste episódio, os entrevistados de Natuza Nery para avaliar a medida e apontar a repercussão dela dentro do SUS são José Gomes Temporão, médico, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz e ministro da Saúde entre 2007 e 2010, e Walter Cintra Ferreira Júnior, médico sanitarista e professor do FGVSaúde.