Episodios

  • Conhecer o universo é conhecermo-nos a nós próprios. A compreensão das características da terra em relação a outros planetas, ajuda a contextualizarmo-nos, e ao nosso planeta. Ajuda-nos a perceber que a nossa presença nestes 500 milhões de km2 tem pouco mais de 300 mil anos num total de 4.5 biliões de anos de vida terrestre  e 9.5 biliões de anos após o big bang. Assim considerarmos o ser humano como o elemento principal da terra é de alguma forma relativo. 

    Vendo o mundo em perspetiva conseguimos perceber que a terra é afinal azul, e que tem uma estrutura de delimitação finita, compreendendo dessa forma que os recursos nela existentes são igualmente finitos, ou de renovação através de ciclos completamente diferentes dos ciclos do mundo moderno.  

    Tal como os desafios atuais, ou seja, globais, interdependentes e intrincados, há muito que os astrónomos e astrofísicos desenvolvem soluções inovadoras para problemas complexos. 

    A astronomia é aliás uma das áreas científicas onde que o contributo Português se evidenciou com expressiva incidência ao longo da história. Desde o século treze que a coroa portuguesa se debruçava sobre o tema e, sobretudo no século catorze as campanhas de navegação, obrigaram ao aprofundamento desta ciência, sendo mais tarde consolidada nos sec XVIII e XIX com o aparecimento dos observatórios astronómicos de Coimbra e Lisboa.

    Assim queremos perceber que relações poderão existir entre o estudo da formação e evolução de galáxias e o desenvolvimento sustentável?

    Falamos, pois, com José Manuel Afonso, doutorado em Astrofísica pelo Imperial College de Londres é desde 2004 Investigador Auxiliar no Departamento de Física da Faculdade de Ciências da ULisboa tendo como interesses científicos o estudo da formação e evolução de galáxias. Foi entre 2005 e 2011 representante português no Comité Técnico e Científico e do comité de aconselhmaneto para o ALMA do Observatório Europeu do Sul , o ESO, tendo presidido a esta Comissão entre 2007 e 2009. Foi ainda Coordenador do Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa entre 2011 e 2014, e coordena o Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço desde 2015. Em 2000 foi ainda galardoado com o prémio Valerie Myerscough da Universidade de Londres, e é autor ou co-autor de mais de 50 publicações científicas.

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  • Obrigado por ouvir o episódio 15 do podcastconversas com impacto, o meu nome é Tiago Seixas e estou muito contente por lhe trazer novas entrevistas e ideias para ajudar a criar impacto social positivo.

    Recuperamos um tema do segundo episódio deste podcast com Luís Jerónimo da Gulbenkian, onde abordámos o investimento de impacto. O futuro que já existia em 2019 acelerou-se com o efeito pandémico e o comeback terá que ser muito eficaz, sustentável e sistémico.

    Em sentido contrário, os populismos são o novo assistencialismo, o alienamento aos desafios globais ou a utilização de práticas de identificação de bodes expiatórios, para além de eticamente reprováveis e em muitas circunstâncias, nos limites ou para lá da própria lei, são absolutamente contrários às soluções que necessitamos.

    A era pós-COVID traz assim a Portugal, à Europa e ao resto do mundo uma oportunidade única para cimentar novas ideias, por isso urge encontrar soluções inclusivas, partilhadas e com um foco específico num bem comum ao mesmo tempo que potenciem o lucro individual.

    Nos EUA o R3 record é um projeto ímpar, direcionado para 1/3 da população norte-americana com cadastro criminal e que tem por isso dificuldade em encontrar bons empregos, boas taxas de juro, e até boas habitações e dessa forma vivem a perpetuação das consequências do seu erro. O projeto prevê o financiamento individual e coletivo, fora dos grandes bancos, tendo em conta as expetativas e aspirações de cada individuo e com o objetivo de modificar a pobreza sistémica derivada das condenações.

    Um exemplo ambiental em Portugal é a Cooperativa Coopérnico, onde pessoas individuais ou coletivas investem capital no desenvolvimento de projetos de energia limpa, implementados em instituições do terceiro setor. Através da venda da energia que produzem, estes projetos geram retorno para as entidades beneficiárias e para os seus investidores. O nosso convidado ajudou a fundar este projeto e foi mais além com a GoParity, uma fintech portuguesa, regulada pela CMVM.

    A Goparity é uma plataforma com uma app que permite render até 8% por ano o montante investido em projetos alinhados com os 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. O investidor decide o montante e o dia em que quer fazer a transferência (automática) para a GoParity, e a plataforma trata do resto, garantindo a diversificação do investimento, permitindo aos investidores, verificarem o crescimento da conta poupança e o impacto criado, em CO2 evitado. Em quatro anos a Go Partity já investiu e viu nascer projetos de energia, turismo, mobilidade, e empreendedorismo sustentáveis, indústria do mar, desenvolvimento rural e economia circular em Portugal, no Brasil, na Colômbia, no Perú e no Uganda. Prepara-se também para chegar a Espanha e ao Congo. O objetivo desta fintech é criar um Banco Verde.

    Falamos, pois, com Nuno Brito Jorge, engenheiro ambiental e entusiasta da inovação e sustentabilidade. Viveu no Brasil, Bélgica, Espanha, para além de Portugal e em 2008 deixou o seu trabalho de consultor em política energética e ambiental no Parlamento da EU, para ir de mochila às costas para a América do Sul durante nove meses.

    Foi consultor de inovação e financiamento em Espanha, e geriu projetos de energia renovável em Portugal e é ainda membro da Direção da ANJE - Associação Nacional de Jovens Empresários, tendo ajudado a criar 5 empresas e atualmente é CEO da Gopartity.

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  • O combate às alterações climáticas e a restauração de ecossistemas, resultados de décadas de poluição, a alavancagem da economia azul sustentável e circular, a descarbonização da economia e as energias renováveis, o acesso a água potável, a promoção do bem-estar, o aprofundamento do conhecimento científico, tecnológico e de inovação relacionado com os oceanos e sua literacia, são alguns dos exemplos dos pilares da nova estratégia portuguesa para os mares 2021-2030. Esta estratégia está alinhada com a estratégia de crescimento azul da União Europeia,  a década da ciência do mar para o desenvolvimento sustentável das nações unidas, o The First Global Integrated Marine Assessment promovido também pela ONU, em sentido lato, os objetivos do desenvolvimento sustentável e de alguma forma a pretensão antiga de Portugal de demonstrar o seu potencial geográfico, económico, estratégico, histórico relacionado com os mares e oceanos, agora sob a égide do desenvolvimento sustentável.

    Portugal, já sabemos, é um país oceânico, com uma linha de costa de cerca de 2.500 km, contando com uma das maiores zonas económicas exclusivas do mundo que se estende por 1,7 milhões de km2 que significa 48% da totalidade das águas marinhas sob jurisdição dos estados membros da União Europeia em espaços adjacentes ao continente Europeu. Acresce a importância da extensão da plataforma continental para além das 200 milhas náuticas, cujo processo de delimitação está a decorrer junto das Nações Unidas, e que poderá vir a resultar numa área de mais de 4 milhões km2 alargando assim para além da ZEE direitos de soberania para efeitos de conservação, gestão e exploração de recursos naturais do solo e subsolo marinhos, e que tornará Portugal ainda mais atlântico.

    Em linha com todos estes desafios será lançado em 2022 um programa de aceleração de startups de inovação, tecnologia e sustentabilidade do mar, o “Atlantic Smart Ports Blue Acceleration Network”, liderado pela beta-i e pelo Fórum Oceano, associação que tem como principais objetivos a promoção da economia do mar e a dinamização do Cluster do Mar Português.

    Com tantos desafios e oportunidades queremos perceber que papel poderão os vários agentes desempenhar nesta estratégia e que impacto deveremos projetar e procurar medir.

    Falamos, pois, com Rui Azevedo, licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto. É hoje secretário-geral do Fórum Oceano, foi consultor para a conferência das Regiões Periféricas Marítimas da Europa, e para a comissão de Coordenação da Região do Norte, foi perito para a Elaboração do “First Action Programme for the Implementation of the Territorial Agenda da EU”, diretor da célula de Prospetiva da Conferência das Regiões Periféricas Marítimas da Europa, foi fundador e diretor da Quaternaire Portugal, S.A, Vice-Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte.

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  • Com influências em Saul Alinsky no (Rules for Radicals) e E.F. Schumacher em (Small Is Beautiful) o desenvolvimento comunitário foi a metodologia escolhida pelas NU para a sua atuação e, em certa medida, para a aplicação do Plano Marshall na Europa com vista à recuperação das pessoas e das comunidades devastadas pela II guerra mundial, através de esforços que pressuponham uma cidadania ativa, mobilizada, empreendedora, inclusiva e transformacional.

    Anos volvidos desde esta experiência, aceitamos hoje que a forma mais eficaz de abordar os problemas sociais ou ambientais envolverá inevitavelmente a implementação do mesmo tipo de modelos de empreendedorismo, empowerment, envolvimento e participação comunitária que envolva todos intervenientes e não deixe nenhum para trás “nothing about us without us” termo adaptado do latim "Nihil de nobis, sine nobis" pelos ativistas dos direitos dos deficientes na África do Sul nos anos 90 do século passado. Este modelo é o pressuposto do arrojado plano Marshall apoiado pelas Nações Unidas, em andamento na República da Maurícia na África Austral, que se propõe, nada mais nada menos, do que a erradicar a pobreza extrema no país através de uma abordagem sistémica, inclusiva e assente no empoderamento comunitário, em particular das mulheres e crianças através do apoio e do ativismo da sociedade civil, designadamente, a população mais pobre e carenciada.

    Em Portugal, subsistem ainda projetos e ideias assentes numa perspetiva assistencialista e caritativa, vendo os mais vulneráveis como recetores, espetadores, destinatários, e sem que lhes caiba um papel ativo e transformador, sendo raramente auscultados, envolvidos e chamados a opinar sobre que emprego querem, que estudos almejam, que habitação necessitam e como querem participar nesse processo.

    Estamos perto do Natal e, como habitual, já decorrem múltiplas ações de solidariedade individual e coletiva, desde a recolha de brinquedos para crianças, a alimentação aos sem abrigo na rua, os passeios de animais dos canis ao fim de semana, porém, a crise pandémica não alterou o paradigma da vida real. Mas o movimento transformers altera-o e em permanência. A proposta é simples: mentorar jovens e seniores

    em escolas, hospitais, centros de detenção, centros de acolhimento,

    bairros sociais e centros de ensino especial que escolhem aquilo que querem aprender e como resultado devem apoiar uma solução social através do talento apreendido. O movimento transformers vem trazer uma solução adequada, assertiva e exponencial, isto é, empoderar pessoas para o ativismo,

    possibilitando a cada um e cada uma de serem “agentes efetivos de mudança”.

    Falamos, pois, com Inês Franco Alexandre, jogadora de Hóquei em Patins, de momento não praticante, que utiliza essa sua experiência do desporto, e não só, para atingir a mudança social. Inês é a CEO do Movimento Transformers, formadora no IES, foi Project Manager e Speaker do projeto governamental P80 e mentora na Women in Tech. Tem como formação uma licenciatura em Psicologia do Desporto e mestrado em Desporto Adaptado pela Faculdade de Desporto da Universidade do Porto e está atualmente a frequentar uma formação em Design Thinking pela ISEAD.

    É também um dos nomes que compõem a lista do Projeto 100 Oportunidades.

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  • A nova estratégia da União Europeia 2021-2027 foi recentemente atualizada e representa 1.8 biliões de euros. Esta dotação será o maior pacote alguma vez financiado através do orçamento da União. Numa altura em que a Europa e o mundo estão no vermelho a EU sob a liderança de uma comissão constituída pela primeira vez por metade homens e metade mulheres, decide que a sua Europa pós-COVID-19, será mais verde, mais digital, mais resistente e mais adequada aos desafios atuais e futuros.

    Os objetivos estão traçados, com menos de 1% para a defesa externa e segurança, 60% para a promoção da coesão interna e dos seus valores, 7% para ajuda externa humanitária e apoio aos emigrantes e 30%, a segunda maior fatia, para a conversão digital, recursos naturais e ambiente, este último sob a alçada do Just Transintion Fund, em que a união se compromete a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em pelo menos 55 % até 2030 e a alcançar a neutralidade climática até 2050.

    Uma espécie de “all in” da União Europeia, talvez a lutar pela sua própria sobrevivência.

    Portugal definiu um estratégia de aplicação idêntica e mais do que nunca tem um papel fundamental neste xadrez, com um triangulo marítimo (Continente, Madeira e Açores) que representa 48% da totalidade das águas marinhas sob jurisdição dos estados membros da União Europeia , Portugal tem de conseguir transformar a Europa verde numa Europa também azul.

    Os dados estão lançados, mas há muito que pessoas e instituições tem trabalhado para uma agenda de sustentabilidade. Em Portugal um epicentro da congregação de ideias, projetos e pessoas com uma visão ecológica e sustentável, conta com mais de 10 anos a aproximar o tema da ecologia aos cidadãos, pois não existe futuro sustentável sem a consciencialização e mudança individual. Falamos, pois, com Pedro Norton de Matos, responsável por este epicentro chamado Greenfest e cujo lema poderia muito ser retirado de Harvey Milk. " O meu nome é Pedro e estou aqui para o/a recrutar".

    A primeira edição do festival teve lugar no Estoril em 2008 e desde então, o GREENFEST consolidou-se como uma plataforma de partilha de ideias, experiências intergeracionais e tendências atuais: contribuindo para uma maior visibilidade de projetos e iniciativas de empresas, instituições e cidadãos que se interessam por um futuro mais equilibrado e próspero.

    Pedro Norton de Matos, é Licenciado em Organização e Gestão de Empresas pelo ISCTE, conta no seu currículo académico com diversas formações no INSEAD e na Wharton School.

    Em termos profissionais, passou pela Rank Xerox e pela Unisys e ONI ambas enquanto CEO. Foi também administrador não-executivo da Inapa e sócio fundador da MyChange, Gingko e da INCIRCLE e membro do Advisory Board da Oracle Ibérica. É mentor e organizador deste Festival, organizador do Fórum Expresso XXI, sócio fundador da Verde Movimento, é ainda membro da comissão de remunerações da Brisa, do advisory board da Fábrica de Start-ups, consultor estratégico na área de mudança transformacional e de Coaching e vogal de direção da European Profissional Women’s Network. Foi administrador do CDI Portugal e atualmente faz parte do seu Conselho Consultivo.

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  • Neste podcast temos procurado identificar processos de sustentabilidade quer seja através de projetos concretos, quer através de ferramentas e métodos para a alcançar, exemplo disso, é o financiamento de impacto, a investigação-ação, as aplicações móveis enquanto ferramenta de amplificação e as parcerias de impacto.

    Assim outra metodologia para alcançar projetos éticos e sustentáveis é o design thinking. Através da aplicação de um método de cocriação que eleva o background, e as experiências Soft e hard skils de cada um para o processo.

    O design thinking é um processo usado para construir soluções inovadoras para problemas socias, design de produtos, serviços e negócios que vão do simples ao complexo. Popularizado pelo IDEO, o design thinking enfatiza o uso da empatia para identificar uma solução centrada no ser humano.

    Dado o seu caracter inovador quisemos saber mais sobre ele.

    Falamos pois com Joana Casaca Lemos, designer e investigadora dedicada a questões críticas na era digital. A sua experiência ao longo da última década concentrou-se na interseção da tecnologia, os humanos e as preocupações ambientais. Dirige uma consultora de investigação independente que fornece informações sobre pessoas e locais para apoiar no design de produtos e serviços éticos e sustentáveis. Colaborou com a Daimler AG, a Sustainable Oceans Alliance, a IDEO, o Business Council for Sustainability, Forum for the future, entre outros. Concluiu o doutoramento no Central Saint Martins College of Art & Design London e desde então atuou como académica não tradicional. Foi professora na CODE University of Applied Sciences in Berlin, professora visitante na Hyper Island, Copenhagen Institute of Interaction Design e na NID India and ArtCenter California. Fala e escreve sobre o papel transformador dos designers no mundo e é membra da Royal Society of Arts.

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  • O mote central deste podcast é o desenvolvimento sustentável, por isso temos falado com ativistas, decisores políticos, financiadores, agentes de mudança, empresárias e voluntários, que nos têm ajudado a perspetivar o desenvolvimento sustentável através da educação, participação cívica, inovação social, empreendedorismo, movimentos cívicos e voluntariado. Mas ainda não abordámos diretamente um outro tema chave, a cultura.
    A UNESCO está convencida de que nenhum desenvolvimento pode ser sustentável sem uma forte componente cultural considerando a cultura como uma forma de desenvolvimento centrada no ser humano, baseada no respeito mútuo e no diálogo aberto entre culturas com resultados duradouros, inclusivos e equitativos.”
    Assim têm sido realizados esforços para incluir a cultura como driver mundial para o desenvolvimento, tendo sido inclusivamente proposto, em 2015, a adoção de um ODS isolado para a cultura. Neste seguimento a UNESCO promoveu em novembro de 2019 um fórum mundial com 140 ministros da Cultura, 21 anos após a conferência anterior, o que marca a importância do momento. Deste fórum destacou-se a importância do turismo cultural, tema já abordado neste podcast, e a cultura enquanto fator de integração, numa sociedade, em particular a europeia ocidental, cada vez mais diversa.
    É aliás cada vez mais evidente o papel da expressão cultural, talvez tenha sempre sido, na quebra de estereótipos, divulgador de minorias, promotor de transformação social, a este respeito destaco a “Participant Media” de Jeffrey Skoll, uma produtora cinematográfica com objetivo específico, criar de impacto social, através da sétima arte.
    Reconhecendo então o papel da cultura, quisemos saber mais sobre a importância, a estratégia e o papel social da antena 2 no panorama cultural particularmente musical e erudito em Portugal.
    Conversamos, pois, com João Almeida, Diretor da Estação Antena 2 com um longo currículo enquanto jornalista, particularmente na TSF para a qual fez as reportagens dos massacres do Ruanda, da reunificação da Alemanha, da queda de Presidente romeno Nicolae Ceausescu, tendo ainda feito reportagem de guerra nos Balcãs.
    Em 2000 fez parte da redação da SIC e, em 2005, entrou nos quadros da RDP para se tornar posteriormente diretor da estação. Passou pela Psicologia na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, cursou Solfejo pela Academia de Amadores de Música e também Guitarra na Escola Duarte Costa, tendo trabalhado como autor-intérprete com grupos de teatro, designadamente com o Teatro Ibérico e a Casa da Comédia.
    Em 2017 é distinguido pela SPA com o Prémio Jornalismo Cultural pelo seu programa e hoje também podcast “quinta essência”. Podcast que serve de inspiração ao “Conversas com Impacto”.

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  • O alcance dos objetivos da agenda 2030 pressupõe 4 elementos fundamentais: educação, inclusão, inovação e interdependência. Sendo um dos alicerces dos ODS, por si só, a educação de qualidade leva a benefícios significativos de desenvolvimento sustentável para indivíduos, comunidades e países. Sendo também um meio crítico de apoio e aceleração da capacidade global de implementar a agenda; por outro lado a inclusão, obriga a encontrar formas de promover modelos de diversidade e de incluir os targets no processo de desenvolvimento; a inovação, na medida em que necessitamos de novas abordagens, novos negócios, novas soluções para alcançar os desafios; e a interdependência, na procura soluções globais, através de redes transversais e complementares.

    As universidades, estão assim numa posição crucial para fazer girar esta roda, promovendo a inclusão pela educação, uma educação inclusiva, quer isto dizer, uma educação relevante para múltiplos stakeholders, testando novos modelos, de forma colaborativa e multinível.

    As universidades Portuguesas tem procurado integrar critérios de sustentabilidade através da adoção da agenda 2030, contabilizando até ao momento, 10 as instituições do ensino superior integradas no “University Impact Ranking”, que monitoriza os avanços das universidades e institutos, a nível mundial, em relação aos ODS.
    Desta forma estaremos mais bem preparados para prevenir crises como a de 2008, reintroduzindo o propósito como um driver fundamental para as empresas, as instituições, a sociedade civil e os media.

    Precisamente por isso quisemos saber mais sobre a estratégia da Nova-SBE, uma faculdade renovada com uma visão dos negócios e da economia abrangente e sustentável, com uma grande aposta no walk the talk, através da implementação de projetos de impacto a diversos níveis.

    Para nos falar desta visão, convidámos Luis Veiga Martins, atualmente diretor de sustentabilidade, CSO da Nova SBE e Diretor Geral da CELPA – Associação da Indústria Papeleira sendo ainda consultor de Sustentabilidade, Economia Circular e Gestão de Stakeholders. Luís Veiga Martins liderou enquanto CEO até 2017 a Sociedade Ponto Verde, a entidade nacional portuguesa responsável pelo sistema de recuperação e reciclagem dos resíduos de embalagens. Foi ainda Presidente da Pro Europe, a associação das entidades gestoras de embalagens e resíduos de embalagem, e trabalhou na The Navigator Company em diversas funções. Luís Veiga Martins é Licenciado em Economia pela Católica Lisbon e com MBA com Especialização em Marketing pela Católica Lisbon.

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  • Recupero uma frase da presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen “A igualdade de género é um princípio fundamental da União Europeia, mas não é ainda uma realidade. Nas empresas, na política e na sociedade em geral, só poderemos concretizar plenamente o nosso potencial se utilizarmos todos os nossos talentos e diversidade. Utilizar apenas metade da população, metade das ideias ou metade da energia não é suficiente.” Falamos de igualdade de género. 

    Tendo passado despercebida, pelo focus mundial na resolução dos efeitos da pandemia, a Comissão Europeia lançou em março de 2020 um documento importante "A Estratégia para a Igualdade de Género 2020-2025". Este documento assenta numa abordagem dupla ao tema, por um lado medidas específicas destinadas a alcançar a igualdade de género e por outro o reforço da integração da perspetiva de género. Quer isto dizer que vamos ter políticas discriminadas de género assentes num princípio da interseccionalidade. 

    Este documento marca um esforço mundial, europeu e nacional, pois resulta de outros documentos e compromissos anteriores, nomeadamente da agenda 2030 e o acordo de Istambul, e pretende: combater de forma direta e estruturada, a violência e estereótipos de género, aumentar a prosperidade numa economia assente na igualdade de género, proporcionar equidade na distribuição de cargos de chefia em toda a cadeia de poder, a Integração da perspetiva de género e promoção de uma perspetiva interseccional nas políticas da EU e apoiar a abordagem da igualdade de género e a capacitação das mulheres em todo o mundo. 

    Não sendo um documento da sua presidente, esta estratégia marca um ciclo. O novo gabinete da comissão é constituído em 50% por mulheres, acompanhada da nova presidente da Banco central Europeu, Christine Lagarde e uma recém-criada comissão para igualdade, liderada por outra mulher e que tem como grande objetivo, apoiar no aumento dos 31% atuais dos membros de governos de países da EU constituído por mulheres.

    Não chegámos aqui por acaso e um futuro de desenvolvimento plenamente consagrado entre homens e mulheres está em marcha, marchemos. Precisamente por isso quisemos abordar o tema e para isso convidámos 3 mulheres que serão o futuro da implementação destas ideias. Falamos, pois, com Dussu Djabula, Carolina Silvestre e Raquel Dias, três jovens promissoras, estudantes de direito, ativistas dos direitos humanos e da igualdade de género e representantes do HeForShe um movimento global solidário inclusivo criado por iniciativa UN Women em prol da igualdade de género, que visa convidar expressamente os Homens a juntarem- se às mulheres na luta contra a desigualdade.

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  • Uma ideia recorrentemente levantada neste podcast refere-se ao slogan da Agenda 2030, de não deixar ninguém para trás, e incluir o contributo de todos no processo de desenvolvimento, precisamente por isso quisemos trazer um tema menos óbvio, as pessoas em situação de reclusão.

    Um dos indicadores dos Objetivos 11 e 16 desta agenda, passa por garantir o acesso à justiça e a processos de integração e reabilitação social de pessoas que comentaram crimes, tendo em conta também as especificidades de grupos vulneráveis como os imigrantes, LGBT, as mulheres e os jovens.

    Acerca deste tema, há uns anos enquanto dava uma aula sobre os efeitos negativos da institucionalização, tendo como base o movimento dos doentes mentais, e as ideias de Foucault, um aluno questionou-me: se as prisões são uma forma de institucionalização então como podemos esperar a integração de pessoas que passam até um quarto da sua vida numa prisão. Na altura não tive resposta, mas hoje encontro no nosso convidado e no projeto que ajudou a fundar, pistas sobre um caminho a seguir.

    No site da APAC Portugal encontramos alguns números para centralizar o fenómeno: Em Portugal temos cerca 13 mil pessoas reclusas o que equivale a 127 reclusos por 100 mil habitantes, esta população é composta em 94% por homens, embora esteja a crescer o número de mulheres reclusas nos últimos anos, um pouco por todo o mundo.

    Mas existe outro número demasiado pesado, estima-se que 75% da população reclusa volte a cometer crimes o que torna premente o desenvolvimento de soluções inovadores e que intervenham a vários níveis. A reinserção social é um desses níveis e o projeto desenvolvido pela APAC é uma dessas soluções.

    Falámos, com Duarte Fonseca membro da Global Shapers, foi diretor de estratégia e desenvolvimento na Just a Change, manager de inovação na Beta-i, tendo tirado mestrado em gestão de recursos humanos e bacharelato em terapeuta ocupacional. Duarte tem ainda experiências em voluntariado em Portugal e na India e é atualmente Diretor Executivo da APAC, a associação que cofundou em 2015 e que tem como missão disseminar e implementar novas abordagens que transformem a vida de todos os reclusos, fornecendo-lhes as ferramentas e estímulos necessários à sua efetiva reinserção, promovendo uma sociedade mais coesa e segura, bem como uma maior eficiência para todo o sistema.

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  • Neste episódio convidámos duas organizações que trabalham em parceria - a Just a Change, que se propõe a resolver caso a caso um problema estrutural concreto: a pobreza habitacional.

    Fá-lo por meio do voluntariado e de uma visão assente num modelo de sustentabilidade financeira bastante assertivo; e a EDP que, através de ações de RSE integradas ao seu core business prepara estas casas reabilitadas, para o futuro.

    Este projeto é mais do que uma parceria entre uma empresa e uma ONG, é um compromisso entre a sociedade civil e o setor lucrativo, entre voluntários e acionistas, em prol da habitação sustentável.
    Um compromisso pragmático viável e provavelmente lucrativo.

    Desde a Conferência das Nações Unidas sobre aglomerados urbanos de Vancouver, em 1976, passando pela de Istambul, em 1996, a Agenda 2030 em 2015 e a conferência Habitat III em 2016, constataram-se, segundo relatório da ONU, melhorias significativas na qualidade de vida de milhões de habitantes em áreas urbanas, incluindo de moradores em construções clandestinas e precárias, de bairros de barracas e aglomerados informais. Contudo, a persistência de múltiplas formas de pobreza, de crescentes desigualdades e degradação ambiental, subsistem entre os maiores obstáculos para o desenvolvimento sustentável em todo o mundo, sendo a exclusão socioeconómica e a segregação espacial, realidades frequentemente manifestas em cidades e aglomerados urbanos.

    Em Portugal ainda há pessoas a viver em barracas, ainda há casas onde chove no seu interior, habitações pouco adequadas à dimensão do agregado familiar; ou sem disporem de condições higiénico-sanitárias adequadas, situações pouco admissíveis para um país europeu que consagra o direito à habitação”.

    Contudo, o desafio dos nossos dias é assim resolver não só o problema das habitações nas populações mais pobres, resolver o problema do preços das casas para a classe média, mas também a premissa de uma habitação sustentável com habitações mais eficientes, seguras e saudáveis.

    O projeto que falámos neste episódio aborda dois destes desafios, falámos pois com Hugo Mé, da EDP e Simão OOM da just a change.

    Agradecimentos:
    Carla Barros - EDP

    Fotografia: Marco Santos Marques
    http://marcosantosmarques.com/

    Sonoplastia: Fast Foward
    http://www.ffilmes.pt/

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  • Neste episódio resolvemos agarrar o desafio lançado por Josélia Neves e aprofundamos algumas das ideias do episódio anterior para falarmos sobre acessibilidade, mais concretamente sobre turismo acessível.

    O turismo acessível é um tema cada vez mais relevante estando sob a égide do crescimento sustentável para 2030. A notoriedade do destino “Portugal”; a procura crescente por hábitos saudáveis e, aliados ao envelhecimento da população mundial, os hábitos crescentes pelo gosto de viajar - trazem a necessidade de preparar e comprometer os destinos turísticos para responder a novos desafios. Estes desafios prendem-se com qualidade e a segurança que os clientes, cada vez mais exigentes e cientes dos seus direitos, valorizam.

    Na União Europeia cerca de 80 milhões de cidadãos são, em maior ou menor grau, afetados por uma deficiência. Em virtude do envelhecimento demográfico, prevê-se que este número venha a aumentar. A acessibilidade é assim uma condição prévia para que estas pessoas possam participar e ter um papel ativo na sociedade, podendo ainda contribuir para garantir um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo.

    São razões mais do que suficientes para falarmos sobre um projeto inovador, sustentável e capaz de criar respostas eficazes através do seu modelo de negócio.

    Falamos da Acessible Portugal, uma Associação para a Promoção do Turismo Acessível e Inclusivo em Portugal que desenvolve atividades e o agenciamento do Turismo Acessível, sendo a primeira agência turística especializada neste segmento.

    Em 2018 lançou a TUR4all, uma plataforma e aplicação móvel de informação e divulgação da oferta turística acessível em Portugal, que contribui para captar novos segmentos da procura, melhorar a experiência turística das pessoas com características específicas, para além de concorrer para o desígnio de Portugal como destino turístico: “receber bem” todas as pessoas.

    Falamos hoje com Ana Garcia, Mestre em “Accesibilidad Universal y Diseño para Todos” pela Universidade de Jaén – Espanha, licenciada em Organização e Gestão de Empresas, pelo (ISCTE-UL), , pós-graduada em Gestão Financeira pelo (ISG) e em Gestão Avançada, pela Universidade Católica Portuguesa. Foi auditora na KPMG, exerceu análise empresarial de projetos de investimento no IAPMEI, e hoje dedica-se à promoção do Turismo Acessível em Portugal, como forma de alavancar os direitos das Pessoas com Deficiência e suas Famílias, através do desenvolvimento da marca Acessible Portugal. É ainda consultora e formadora nestas matérias, tendo recebido a medalha de mérito turistico em 2018 e membra da Direção da European Network for acessible tourism.

    Desde 2008 até Setembro de 2012 desenvolve a marca Accessible Portugal, criando a primeira empresa em Portugal que trabalha na operação, agenciamento e animação turística, especialmente dedicados ao público com necessidades especiais. http://www.accessibleportugal.com/

    Fotografia: Marco Santos Marques
    http://marcosantosmarques.com/

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  • Neste episódio falamos sobre inclusão e falar de inclusão implica falar de desenvolvimento, e falar de desenvolvimento significa não só não deixarmos para trás 15% da população mundial, cerca de um bilião de pessoas com algum grau de deficiência segundo dados da UNDP, mas contar com todAs e todOs nas diversas fases do processo do desenvolvimento sustentável, isto é, a inclusão deve significar inovação, empreendedorismo, educação, cidade sustentáveis, cultura, entre outros.
    Em Portugal, um milhão e setecentas pessoas têm pelo menos uma incapacidade, quase meio milhão não consegue de todo executar uma ação como ver, ouvir, andar,
    compreender os outros ou fazer-se compreender.
    Temos números animadores na área da educação. com 99% dAs e dOs alunos com deficiência a frequentarem o ensino regular. Contudo se o desemprego desceu 18,8% para a população em geral, aumentou 26,7% na população com deficiência, segundo o observatório da deficiência e direitos humanos num relatório de 2017.
    O risco de pobreza e exclusão é assim experienciado sobretudo em agregados com pessoas com deficiências graves.
    Com tantas frases de coaching que surgem no linkedin a dizer que o céu é o limite, esse objetivo continua a depender e muito de onde nascemos, como nascemos.
    Tanto estás por fazer e tando está a ser feito. E a nossa convidada é um exemplo do desenvolvimento de soluções concretas para questões reais, do papel das universidades e da investigação nos processos de inclusão e na promoção do desenvolvimento sustentável.
    Conversamos pois com, Josélia Neves. licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, Mestre em Estudos Ingleses, desenvolveu a sua tese em Legendagem para Surdos, pela Universidade de SORREY ROI EMPTON em Londres e na Universidade de Aveiro.
    Enquanto Professora do Ensino Superior e investigadora, tem liderado vários projetos de investigação-ação em áreas como a televisão, cinema, turismo e educação, com o objetivo de criar condições de acesso a pessoas com deficiência, tornando-se, assim, especialista em Legendagem para surdos, Audiodescrição, Transcriação áudio-táctil e Comunicação multi sensorial.

    Fotografia: Marco Santos Marques
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  • No episódio 1 deste podcast conversámos sobre movimentos cívicos e a sua capacidade de influenciar políticas públicas e mudanças sociais diretas.

    Um estudo de abril de 2019 identifica um conjunto de circunstâncias pelas quais, o empobrecimento da sociedade civil, dos quais os movimentos cívicos fazem parte, poderá impedir o alcance dos objetivos do desenvolvimento sustentável.

    A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável compromete-se a "não deixar ninguém para trás" e a “chegar aos mais vulneráveis primeiro” e são estes que são mais suscetíveis de serem afetados por um espaço cívico diminuído. Sabemos e o estudo vem confirmar que uma sociedade civil fraca gera políticas e práticas de desenvolvimento mais desiguais e excludentes, com um risco significativo de deixar não só os mais vulneráveis para trás, mas também de promover a sua desapropriação, perda de direitos e voz. fundamentais em relação ao processo de desenvolvimento.

    Uma recomendação global fundamental para os governos que esperam obter legitimidade de desempenho, alcançando os ODS, é assim, aceitar que não existem alternativas realistas à construção de parcerias construtivas com a sociedade civil, e que é do seu interesse faze-lo, particularmente nos objetivos que se focam nas questões sociais e ambientais (1, 2, 5, 8, 10, 11 e 15) pois estes não assentam, à partida, em modelos diretos de geração de riqueza, embora esse paradigma tende a mudar, como falámos no episódio anterior.

    Para nos ajudar a refletir sobre este tema convidámos Mário Parra da Silva, empreendedor, gestor, consultor, formador e ativista, Mário é fundador e presidente da Associação Portuguesa de Ética Empresarial, liderou a delegação portuguesa que participou no grupo de trabalho que elaborou a norma internacional ISO 26000, é Presidente da UN Global Compact Network Portugal e da Aliança para os ODS Portugal. Empresário na área da Saúde e Turismo, é também membro dos Corpos Sociais da CCP - Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, Consul Honorário da República da Croácia e ainda autor e co-autor de diversas obras relacionas com a ética empresarial.

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  • Para nos ajudar a refletir sobre "Investimento de Impacto", convidámos Luís Jerónimo.

    Licenciado em Filosofia e Diretor do Programa Gulbenkian Coesão e Integração Social desde janeiro de 2019. Luís integra a Fundação Calouste Gulbenkian desde 2006, tendo trabalhado entre 2009 e 2010 na Delegação do Reino Unido desta Fundação.

    Foi gestor de projetos e Diretor Adjunto do Programa Gulbenkian Desenvolvimento Humano, coordenando iniciativas na área da inovação social e do investimento de impacto. É atualmente membro do Board of Directors da European Venture Philanthropy Association e Administrador não executivo da MAZE, uma startup dedicada ao investimento de impacto criada pela Fundação Calouste Gulbenkian.

    Atualmente começamos a ouvir falar de investimentos de impacto:

    o G8 criou a Social Impact Investment Task Force para potenciar o desenvolvimento do mercado de investimentos de impacto social;
    o banco JP Morgan identificou o investimento de impacto como uma nova classe de ativos que representa uma oportunidade mundial de investimentos na ordem dos 400 biliões a 1 trilião de dólares, particularmente nos setores da habitação, saúde, educação e serviços financeiros.
    Em Portugal, o recém-criado FIS (Fundo para a Inovação Social) prevê um investimento público de 55 milhões de euros destinado ao investimento social e a facilitar o acesso a financiamento por parte de organizações sociais (como o apoio a crianças ou idosos, a promoção da cultura, do ambiente e o apoio à integração de imigrantes).
    O investimento de impacto tem muitas designações que, independentemente da sua terminologia, é visto como um importante passo para a criação de formas inovadoras de responder às necessidades sociais e ambientais, ao mesmo tempo que gera retorno financeiro.

    Pode assim, incluir resultados double e triple-bottom line; investimentos relacionados com a missão de uma organização ou de um programa; o financiamento social (Emerson e Bonini 2003; Godeke e Pmares 2009; Monitor Report 2009) e o blended value.

    O “blended value”, articulado pela primeira vez por Jed Emerson, no início do ano 2000, declara ‘que todas as organizações, com ou sem fins lucrativos, criam valor económico, social e ambiental – e que os investidores (no mercado normal, no mercado controlado ou um mix dos dois) geram simultaneamente as três formas de valor através do fornecimento de capital para as organizações’ (Emerson e Bonini 2003). Compreender o conceito de blended value é a chave para entender as implicações do investimento de impacto para os investidores de capital e os seus destinatários.

    Sonoplastia: Fast Foward
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  • Tânia Mesquita, consultora empresarial em sustentabilidade e ativista dos direitos dos animais. É fundadora deste movimento. Vanessa Arrobas, advogada e pós graduada em direito animal, membro do Quebra a Corrente. 
     
    O quebra a corrente é um movimento cívico comprometido em acabar com o acorrentamento de cães. Desde 2018 que mobiliza dezenas de pessoas em Portugal para quebrar as correntes. É um projeto simples, de mudança sistémica e de alcance nacional.
    Para libertar cães acorrentados, a solução é simples: vedar espaços com a ajuda de voluntários e em colaboração com os tutores dos animais.
     
    Através de campanhas de fundraising compra-se o material de vedação e delimita-se uma área exterior para libertar o animal. De tão simples que este projeto é, consegue expandir-se numa miríade de teias interligadas não aparentes à vista desarmada.
     
    Num país pouco habituado à acção de uma sociedade civil não formal, a la toqueville, este movimento é diferente.
     
    O quebra a corrente muda a vida de cada cão acorrentado, mas muda muito mais do que isso. Oferece a oportunidade a quem detém um animal de companhia de lhe proporcionar uma vida digna, de promover novos laços que a própria noção de liberdade proporciona, de oferecer aos voluntários a possibilidade de participarem num processo transformativo. Ao movimento, sobretudo animal, de perceber que todos, até os mais imprevisíveis, podem fazer parte da solução, e mais importante que tudo, o quebra a corrente oferece uma solução eficaz e tangível para um problema.
     
    Precisamente por isso quisemos começar com elas, para aprendermos e compreendermos que traços podemos transpor para questões mais profundas e genericamente mais difíceis de resolver.

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  • Conversas com impacto é o primeiro podcast português dedicado à inovação e ao impacto social.

    Quando decidimos dedicar-nos exclusivamente à responsabilidade social em 2011, queríamos alterar a realidade disponível na altura.
    Por um lado inserir as empresas enquanto players na mudança social, e por outro tornar as organizações integráveis no tecido empresarial português.

    A tarefa hoje está mais facilitada com o boom da responsabilidade social. Através de novos enquadramentos legais, certificações na matéria e especialmente com a definição de métricas mundiais: os Objetivos do desenvolvimento sustentável das Nações Unidas,

    que pressupõem a construção de parcerias entre organizações, empresas, instituições do estado e a sociedade civil.

    Hoje sentamo-nos com empresas numa sala de reuniões de um vigésimo andar e discutimos sobre educação, energia limpa, igualdade de género e desenvolvimento comunitário.

    Contudo sentimos que faltam definir métricas, aumentar o impacto, prever o futuro ...

    Assim nasce as conversas com impacto.

    Mensalmente conversamos com decisores políticos, agentes de mudança, practicioners, empreendedores e líderes comunitários, que partilham connosco ideias e experiências sobre a criação de mudanças sociais e ambientais positivas.

    Oiça-nos no itunes, soundcloud, google cast ou spotify e apoie este projeto através de patrion.com/conversascomimpacto ou https://conversascomimpacto.pt

    Subscreva este podcast, e maximize o seu impacto!

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