Episodios
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Antes da inauguração da Ponte Rio-Niterói, em março de 1974, o transporte entre as duas cidades era feito em barcas pouco eficientes, sempre atrasadas e malconservadas, da empresa Cantareira. “Mambo da Cantareira” é uma crítica àquele tipo de transporte. De autoria da dupla Eloide Warthon e Barbosa da Silva, foi gravada em 1960 por Gordurinha. Responsável por clássicos que comentam o sofrimento do povo nordestino com a seca, como “Súplica Cearense”, em “Mambo da Cantareira” Gordurinha mantém com humor o tom de crítica, agora solidário ao trabalhador das grandes metrópoles.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
Edição: Filipe Di Castro -
O Clube de Regatas do Flamengo tem um hino oficial, de Lamartine Babo, mas há outros que, também pela qualidade, se aproximam do mesmo status. O “Samba rubro-negro”, de Wilson Batista e Jorge de Castro, é um desses casos. Foi gravado por Roberto Silva em 1955. A propósito, o Flamengo é o clube mais homenageado na música brasileira. O site Discografia Brasileira tem 31 músicas com o seu nome no título.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
Edição: Filipe Di Castro -
¿Faltan episodios?
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“Bat Masterson” foi um dos primeiros seriados da televisão brasileira, ainda no tempo das válvulas, e a sua música-tema era uma balada de Bart Corwin e Havens Wray, cantada na versão de Edson Borges por Carlos Gonzaga. Mineiro, radicado em São Paulo, Gonzaga foi, ao lado dos
irmãos Tony e Cely Campello, um dos pioneiros do rock no país.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
Edição: Filipe Di Castro -
O partido alto, na definição de um de seus mestres, o compositor Nei Lopes, é a modalidade de samba cantada em desafio por dois ou mais sambistas. Tem um refrão e improvisos. “O samba é bom assim”, de Norival Reis e Hélio Nascimento, que Jamelão gravou em 1959, é um dos primeiros registros do gênero em disco. O cantor Risadinha participa no duelo de improvisos.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
Edição: Filipe Di Castro -
A maranhense Dilu Melo foi uma das estrelas da onda de cantoras folclóricas dos anos 1940. Deixou pelo menos um clássico, o xote romântico “Fiz a cama na varanda”, de 1944, composto em parceria com Ovídio Nunes. O acordeom no acompanhamento é da própria Dilu. Mais tarde, em 1955 e 1960, ela regravaria a música, mas em ritmo de tango e samba. Cantoras sofisticadas, como Nara Leão e Dóris Monteiro, atualizaram “Fiz a cama” para as gerações seguintes.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
Edição: Filipe Di Castro -
O concurso Miss Brasil foi um dos grandes eventos do calendário nacional entre as décadas de 1950 e 1960. “Canção das misses”, de 1963, tem a assinatura de Lourival Faissal e recebeu uma gravação em tom solene, com Ellen de Lima à frente de um coral de vozes femininas. Deu sorte, porque a Miss Brasil 1963, a gaúcha Ieda Maria Vargas, ganhou pela primeira vez para o país o Miss Universo. A propósito: Ellen de Lima, morena, corpo violão, era uma espécie de Miss Brasil das cantoras.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
Edição: Filipe Di Castro -
Gravar música para o Dia das Crianças era uma tradição do mercado fonográfico. A mais clássica de todas talvez seja “Canção da Criança”, na voz de Francisco Alves, que também era seu autor ao lado de René Bittencourt. A faixa foi gravada em 3 de setembro de 1952 e acabara de ser lançada quando o cantor morreu, em 27 de setembro, num desastre na estrada Rio-São Paulo.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
Edição: Filipe Di Castro -
A intenção era homenagear as que estavam naquela faixa etária, mas elas não aprovaram “Mulher de trinta”, o sambalanço de Luiz Antônio que Miltinho gravou em 1960. Acharam indevido apresentá-las como sofredoras amorosas. A gravação fez enorme sucesso. Miltinho, com seu balanço irresistível, começava a carreira solo, depois de se desligar da posição de crooner e pandeirista do conjunto Milionários do Ritmo, que Djalma Ferreira comandava na boate Drink, em Copacabana.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
Edição: Filipe Di Castro -
O conjunto Anjos do Inferno tinha esse nome engraçado para pegar carona no sucesso do Diabos do céu, o conjunto de Pixinguinha. Era mais do que engraçado, porém. Seus arranjos vocais eram modernos, antenados com os dos grupos americanos de jazz. O samba “Helena, Helena”, de Antônio Almeida e Secundino, foi sucesso no carnaval de 1941.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
Edição: Filipe Di Castro -
Gilberto Alves foi um dos grandes cantores da época de ouro do rádio, um período que o Brasil viveu entre as décadas de 1930 e 1950. É dele a primeira gravação de “Violão amigo”, de Bide e Marçal. Há críticos que escutam semelhanças entre as melodias de “Violão amigo” e “Desafinado”, de Tom Jobim e Newton Mendonça.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
Edição: Filipe Di Castro -
“Rei do gado” é uma moda de viola de Teddy Vieira gravada por Tonico e Tinoco em 1959. Narra o encontro de dois oponentes rurais, o que dá título à canção e o rei do café. As duas culturas se enfrentam entre goles de cachaça, do rei do gado, e champanhe, do adversário, num causo típico da moda de viola.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
Edição: Filipe Di Castro -
“Hino ao amor”, a canção que Edith Piaf e Marguerite Monnot compuseram em 1950, voltou à cena na festa de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, cantada por Céline Dion. No Brasil, ela recebeu uma versão de Odair Marsano e foi gravada com sucesso pela cantora paulista Wilma Bentivegna, em 1959. O site Discografia Brasileira tem outros sete registros da canção.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
Edição: Filipe Di Castro -
“O rei do gatilho”, de Miguel Gustavo, conta em ritmo de samba de breque a história de Kid Morengueira em luta contra um bandoleiro transviado. Kid Morengueira é Moreira da Silva. A gravação é de 1961. Em formato divertido, cheia de sonoplastias cinematográficas, cavalos em disparada, tiros para todos os lados, ela atualiza o cantor, em cartaz desde a década de 1930, para as novas audiências.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
Edição: Filipe Di Castro -
Criado para o carnaval de 1944, o samba “Não vou pra casa”, de Antônio Almeida e Roberto Roberti, não aconteceu. Permaneceu ignorado até 1999, quando ganhou a gravação balançada e elegante de João Gilberto. Desde então, “Não vou pra casa” já teve outros quatro registros.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
Edição: Filipe Di Castro -
O baião “Último pau de arara”, de José Guimarães, Venâncio e Corumba, de 1956, fala da seca, do orgulho do nordestino em não migrar para o Sul maravilha, de enfrentar a natureza – pois “quem foge à terra natal em outro canto não para”. Venâncio e Corumba são os intérpretes.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
Edição: Filipe Di Castro -
Em ritmo afro-cubano, “Babalu”, com Angela Maria acompanhada pelo conjunto do tecladista Waldir Calmon, é um convite à pista de dança. A autoria é da cubana Margarita Lecuona. A gravação, de 1958, mostra Angela, aos 28 anos, no auge da carreira.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
Edição: Filipe Di Castro -
“Lealdade”, gravada por Orlando Silva para o carnaval de 1943, seria mais um samba bonito da dupla Wilson Batista e Jorge de Castro, se não fosse um detalhe provocante da letra. Ao tratar da dificuldade dos relacionamentos amorosos, Orlando canta que, quando um cansar dos beijos do outro, deve bater a porta sem olhar para trás – e essa liberdade de dar o fora cabia também à mulher. Foi um sucesso.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
Edição: Filipe Di Castro -
A primeira gravação de “Chuvas de verão”, o samba-canção que viria a se tornar um clássico mais tarde, com Caetano Veloso, é de Francisco Alves. Foi realizada em 1948, com discreto sucesso ao ser lançada em 1949. É de autoria do pernambucano Fernando Lobo, também jornalista, e conta, com a mesma leveza que ele empregava nas crônicas sobre a vida noturna do Rio, o fim de um relacionamento amoroso.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
Edição: Filipe Di Castro -
A marchinha Cidade Maravilhosa foi composta inicialmente para uma festa de primavera, mas acabou chegando ao carnaval e, consagração final, ao posto de hino oficial do Rio de Janeiro. A gravação é de setembro de 1933, com o próprio autor, André Filho, e Aurora Miranda, a bela irmã de Carmen e também precursora nos avanços femininos. Naquele momento, gravar música de carnaval também não era coisa de meninas.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
Edição: Filipe Di Castro -
Além de renovador das marchinhas, João Roberto Kelly participou, no início dos anos 1960, do sambalanço, que levou a bossa nova para a pista de dança. Um dos seus sucessos no gênero foi “Boato”, gravado em outubro de 1960 por outra iniciante e que também, com estilo diferente na maneira de cantar, modernizaria o samba. Era Elza Soares.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
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