Episodit
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Quem são os santos e os pecadores, na Santa Casa? O caso será apenas de gestão, será uma questão de ordem política ou pode vir a assumir contornos judiciais? As mesmas dúvidas se colocam relativamente ao legado orçamental do governo anterior: Medina maquilhou as contas ou Sarmento está à procura de uma narrativa que permita a Montenegro escapar às promessas eleitorais? E a nível táctico: a vitimização do governo perante as votações conjuntas de PS e Chega será uma boa arma política ou uma confissão de impotência? Já agora: quando é que Pinto da Costa entrega as chaves? E quando é que Ventura admite que a acusação de traição ao Presidente da República era a gozar? E quando é que celebramos o nosso genial zarolho?
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Esta semana, temos na estante uma “História do Mundo” por um prisma ambiental, assinada por Peter Frankopan; Camões relido por Jorge de Sena; as invasões francesas em banda desenhada, num álbum de Ricardo Henriques e André Letria intitulado “Jean, John, João”; e as fotografias de Carlos Gil em mais um documento comemorativo dos 50 anos do 25 de Abril
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Puuttuva jakso?
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Objeto em formato digital, a agenda do banqueiro apenas me chegou e pronto. Não veio embalada em nenhum compromisso, em nenhuma troca, em nenhuma cedência da minha parte.
Mas a agenda não era só a agenda. Ela vinha no topo de um pacote virtual com mais de 3 mil ficheiros, alguns com centenas de páginas. Estavam ali 2268 dias da vida do velho banqueiro Ricardo Salgado, mais e-mails, relatórios, pareceres, rascunhos, apelos, descrições de estados de alma…
Jamais poderia pegar em todo aquele pacote de informação sozinho. Precisava de navegar por tudo aquilo, mas precisava, sobretudo, de filtrar, verificar, criar um fio condutor. Fizemo-lo em dez meses. Eu - Pedro Coelho, o Filipe Teles, o Micael Pereira e o Paulo Barriga.
Oiça aqui o primeiro episódio da Agenda de Ricardo Salgado, um podcast sobre 2268 dias de vida do velho banqueiro.
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As finanças vão de vento em popa ou estão um desastre? Sarmento e Medina desentenderam-se. Nós, os leigos, ainda estamos a tentar perceber a diferença entre contabilidade pública e contabilidade nacional. Outro desentendimento - este, na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa - levou a ministra do Trabalho a despedir a provedora, considerando-a incompetente para o cargo. Apesar disso, obriga-a a manter-se em funções, provavelmente para continuar a assegurar, com igual incompetência, a gestão corrente. Ao mesmo tempo que o Chega se junta aos partidos de esquerda para acabar com as portagens das antigas SCUT. O Governo está isolado no seu labirinto. E até quando um governante decide apostar numa ideia nova a coisa corre mal. O ministro da Defesa quis inovar por duas vezes, esta semana: propondo a reinserção de jovens institucionalizados por pequenos delitos, integrando-os no Exército, e dando um novo significado à sigla NATO (em português, OTAN): Organização do Tratado do Atlético (!!!) Norte. Ambos os esforços de imaginação de Nuno Melo foram mal recebidos.
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A estante desta semana embarca na aventura de O Ladrão de Arte, a história real do cleptomaníaco francês que tinha a casa cheia de objectos artísticos roubados em museus de toda a Europa, contada com um apurado sentido dramático por Michael Finkel. Também folheamos a correspondência trocada entre José Afonso e o jornalista Rocha Pato, reunida no livro Os Primeiros Anos. Acompanhamos, em Pais Vazios, a investigação de Philip Rothwell sobre a imagem da figura paterna na literatura portuguesa. E terminamos surrealmente em beleza com um livro já antigo de António José Forte especialmente recomendado por Herberto Helder: o autor de A Colher na Boca era um entusiasta de Uma Faca nos Dentes.
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A Agenda de Ricardo Salgado é uma espécie de manual de influência política.
Os alicerces da história são construídos ainda na década de 80, quando Mário Soares convida a família Espírito Santo a regressar a Portugal. Em 1986, os Espírito Santo criam um pequeno banco, o Banco Internacional de Crédito. Em 1991, sob a égide de Cavaco Silva e depois da alteração legislativa que permite as reprivatizações, a família recompra, sem oposição, o banco nacionalizado em 1975. Ricardo Salgado assume o comando do BES.
Neste podcast, para lá do relato fiel do objeto 'agenda' e das suas causas e consequências, trazemos-lhe pedaços da extraordinária meta-história que foi esta investigação jornalística.
Em seis episódios vamos desbravar, igualmente, os sinais que dão contornos ao oculto que fomos encontrar nas trevas de Ricardo Salgado.
Oiça aqui a Agenda de Ricardo Salgado, um podcast sobre 2 268 dias de vida do velho banqueiro. O primeiro episódio será publicado a 7 de maio na SIC Notícias, no Expresso e em todas as plataformas de podcast.
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O povo saiu à rua para honrar a coragem dos capitães da liberdade. Mas no Parlamento, na sessão solene do cinquentenário da Revolução, houve quem optasse por discursos sobre a espuma dos dias. E quem se dedicasse a trocadilhos com a gaivota de uma das canções mais desinteressantes do cancioneiro do 25 de Abril. Mas a semana, no que diz respeito à política quotidiana, teve esta semana dois protagonistas: o agora ex-comentador Sebastião Bugalho e o comentador vitalício Marcelo Rebelo de Sousa. Bugalho trocou o jornalismo pela política e aceitou o convite para cabeça de lista da AD às eleições europeias. Marcelo regressou ao comentário, mas desta vez para estrangeiros. Abriu o livro perante a imprensa internacional e traçou o perfil psicológico do “oriental” António Costa e do “urbano-rural” Luís Montenegro. De caminho, exonerou o Dr. Nuno do estatuto de seu filho; por coisas “chatas”.
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Há muitas formas de contar a história dos últimos 50 anos. O escritor Alexandre Andrade escolheu contá-la por intermédio de vozes anónimas, numa multiplicidade de histórias reunidas no romance “Democracia”. De há 50 anos vem um debate interessante agora revisitado num pequeno livro intitulado “Cristianismo e Marxismo - em debate nos anos 70”, um diálogo entre o padre João Resina e o filósofo Sottomayor Cardia. Quase a chegar em tradução portuguesa, já circula em Portugal “Knife” (Faca), a memória auto-biográfica em que Salman Rushdie nos confronta com o atentado de que foi vítima e que quase o matou em 2022. Finalmente, em vez de mais um livro, uma exposição: no Fundão, reúnem-se até ao final de junho, na Biblioteca Municipal Eugénio de Andrade, trabalhos do cartunista José Vilhena sob o lema “Crónica de uma Revolução”.
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Caiu um governo de maioria absoluta, mas afinal parece que não era nada. A montanha pariu um rato. A operação Influencer já influenciou decisivamente a política portuguesa. Entretanto, conlcui-se que as promessas de Montenegro precisam de melhor escrutínio. Afinal, o apregoado choque fiscal foi desencadeado pelo governo de Costa. O novo governo limitou-se a acrescentar-lhe mais uns pózinhos. Tal como acontecera com as promessas relativas aos pensionistas na pré-campanha eleitoral, o que Montengro promete precisa de tradução. Enquanto isso, Passos Coelho trocou a reserva pela loquacidade. Soltou-se-lhe a língua e já não esconde um certo ressentimento em relação a dois antigos aliados: Portas e Montenegro. À suivre.
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Na estante desta semana, há uma explicação para o crescimento da direita radical na Europa: chama-se O Fim da Vergonha e o autor é o cientista político português de Oxford, Vicente Valentim; lemos também A Estrada, romance notável de Cormac McCarthy, mas na versão de banda desenhada do talentoso Manu Larcenet; atiramo-nos aos Contos Completos de Machado de Assis, no primeiro de quatro volumes que reunir a ficção curta de um dos mais notáveis autores de língua portuguesa; e a menos de uma semana da comemoração dos 50 anos do 25 de Abril, registamos as memórias de dois protagonistas políticos de antes e de depois de Abril: Carlos Antunes e Manuel Alegre.
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Na estante do programa a que ainda há quem chame Governo Sombra (nós não, evidememnte, abrenúncio!), temos um alemão que já se tornou português, Thomas Fischer, a anotar os hábitos dos portugueses “Entre Cravos e Cardos”; a reedição de entrevistas de Maria João Avillez com alguns dos protagonistas da Revolução; uma iniciativa do Público dando a conhecer livros outrora proibidos pela censura; e, também em reedição, revista e aumentada, a biografia literária que Maria Antónia dedicou ao poeta Alexandre O’Neill.
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Saudemos a importância do livro. Não é todos os dias que a publicação de um infólio abala a vida pública. As “forças vivas” do combate ao “não é não” reuniram-se sob a égide do seu timoneiro, Passos Coelho. Ventura rejubilou, Montenegro terá ficado com as orelhas a arder. Nada pode ter sido por acaso, evidentemente, na semana em que o governo da AD derrotou duas moções de rejeição e em que entrou plenamente em funções, depois da discussão do seu programa de acção. Um programa para quanto tempo, é coisa que ninguém se atreve a vaticinar. Mas as coisas andam tão depressa que já há um ministro acabado de empossar sob suspeita judicial. Também se fala da necessidade de um regresso ao serviço militar obrigatório, por falta de magalas; e de uma condecoração clandestina.
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Montenegro chegou ao palacete de São Bento, depois dos 3049 dias de poder socialista, e a primeira coisa que fiz foi imitar Costa. Levou a cabo, de imediato, uma reversão. O logotipo do Governo voltou a ser o do tempo de Passos, com as quinas e os castelos. Apesar de Marcelo ter aconselhado o novo primeiro-ministro a partir os problemas aos bocadinhos, Montenegro entrou com tudo. Quis colocar os socialistas entre a espada e a parede. Quem não esteve lá para ouvir foi o secretário-geral do PS. Acompanhado, na ausência, pelos restantes líderes da esquerda parlamentar. Há quem diga que não gostam de vernissages. O caminho do governo é tão estreito que anda no ar um cheirinho a pré-campanha. E talvez já não seja só a das europeias, marcadas para Junho.
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Na estante desta semana, as memórias do capitão de Abril Carlos de Matos Gomes são o retrato da "Geração D", a que trouxe Portugal da ditadura à democracia; a nostalgia da infância leva o conservador Roger Scruton - em "Inglaterra - Uma Elegia" - a traçar um retrato sombrio do seu país; a BD está ao serviço da cinefilia em “Quentin por Tarantino"; e o fotógrafo João Pina encontrou no espólio da família um testemunho pungente do sofrimento no campo de concentração do "Tarrafal".
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Já há governo e agora é esperar para ver. PSD e PS estão convencidos de que vai durar quatro anos. Até se entenderam para uma partilha do lugar destinado à segunda figura do Estado. Se não se tivessem entendido, talvez os deputados ainda continuassem agora em sucessivas rondas de votação. Houve votos em branco e houve votos em Branco. E uma birra do Chega que paralisou a Assembleia por causa do significado da palavra ‘acordo’. Entretanto, Marcelo, o dissolvente, voltou a dissolver. Costa despediu-se de forma “inchiunal”. E a TAP registou o maior lucro de sempre. A semana pascal foi animadíssima.
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Na estante desta semana, em ano de centenário de Kafka, surge a prosa curta reunida do autor de ‘O Processo’ no volume ‘Contos, Parábolas, Fragmentos’; folheamos ‘Razões e Paixões’ uma entrevista de vida a Manuel Maria Carrilho; detemo-nos na obra de um dos autores do cânone poético chinês, Su Dongpo; e lemos o mais recente romance de Frederico Pedreira, ‘Sonata para Surdos’.
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Contados os votos da emigração, confirmou-se a vitória da AD e o Presidente da República encarregou Luís Montenegro de formar governo. Que governo será, ainda ninguém sabe. Sabe-se, no entanto, que Ventura - apesar da insistência com que tem pedido para ter lugar à mesa do conselho de ministros - não fará parte da solução do líder do PSD. O Chega ganhou entre os emigrantes e Augusto Santos Silva foi o primeiro presidente do parlamento a não conseguir a reeleição. Debatemos as ilações a retirar desse facto. Também se fala esta semana de uma frase de António Costa em Bruxelas, da jogada de antecipação de Pedro Nuno Santos, das acusações que recaem sobre Boaventura Sousa Santos e das vantagens e inconvenientes de viver num hotel. Sobretudo se a PJ quiser saber quem paga.
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Na estante da semana, temos reedição das magistrais lições de George Steiner em ‘As Lições dos Mestres’, um estudo sobre ‘Bandidos’ que desafiam a ordem estabelecida sob o olhar aprovador do historiador marxista Eric Hobsbawm, a investigação de Victor Costa sobre a arte tipográfica em ‘Letras, história, arte e engenho’ e a ‘Nova Era do Kitsch’ descrita e analisada por Gilles Lipovetsky e Jean Serroy.
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Os resultados eleitorais viraram a política portuguesa de pantanas. A AD ganhou à tangente, o PS perdeu mais de 40 deputados e o Chega quadruplicou a representação parlamentar. André Ventura, com os 18% que obteve, foi declarado o grande vencedor e foi rápido a exigir ter uma voz activa no que aí vem. Esquece, no entanto, que 82% do eleitorado não só não votou nele como explicitamente o rejeita. Luís Montenegro mantém-se fiel ao “não é não” e vê-se obrigado a encontrar uma solução de governo, mesmo antes de contados todos os votos. Até porque Pedro Nuno Santos, numa espécie de jogo do quem perde-ganha, teve pressa em declarar-se derrotado. Os próximos tempos vão ser animados.
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Na estante do programa a que ainda há quem chame Governo Sombra, mas nós não, claro, jamais, evidentemente, encontramos desta vez um ensaio de história intitulado Porcos Fascistas, mas porcos mesmo, não é insulto; temos também um livro de divulgação científica em banda desenhada: O Mundo Sem Fim; há ainda uma recolha de slogans e frases do tempo em que as paredes falavam, no período revolucionário, com o título No Princípio Era o Verbo; e por fim uma velha edição de um poema de T.S. Eliot, A Canção de Amor de J. Alfred Prufrock, em homenagem ao tradutor Jorge Almeida Flor, falecido esta semana.
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