Episodit
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Alta após alta, o dólar escalou nas últimas semanas. Um movimento que acelerou a partir de 27 de novembro, quando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi à TV aberta para apresentar o pacote fiscal do governo para fazer o Orçamento caber na meta - o texto enviado ao Congresso previa uma economia de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos O anúncio do pacote foi eclipsado pela proposta de isenção de salários de até R$ 5 mil no Imposto de Renda - para os agentes do mercado financeiro, sinalizou falta de compromisso com as contas públicas. "Foi o maior erro do governo até aqui”, afirma Thomas Traumann, jornalista de consultor de risco político. Thomas e Daniel Sousa são os convidados de Natuza Nery neste Assunto a 3. Juntos, eles analisam as turbulências enfrentadas pelo governo na economia e na relação com o Congresso. Daniel, que é comentarista da GloboNews, criador do podcast Petit Journal e professor de Economia do Ibmec, explica os fatores que levaram à deterioração do cenário econômico e como as reações dos agentes financeiros refletem a piora das perspectivas futuras. Thomas descreve as responsabilidades do Congresso e do Judiciário nesta crise e avalia como esta tempestade pode refletir na governabilidade e na popularidade do presidente Lula.
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Liderado pelo Brasil, grupo de pesquisadores de todo o mundo todo partiu em viagem para estudar os impactos das mudanças climáticas e como o aumento da temperatura do planeta afeta as geleiras. Uma expedição internacional ao redor da Antártica está atrás de respostas sobre o futuro do planeta. Desde o fim de novembro, cientistas de diversos países embarcaram em um navio que consegue avançar sobre o gelo. Por dois meses, o grupo vai colher materiais e dados para entender os impactos das mudanças climáticas no oceano Austral, que banha o continente gelado, e como o aumento da temperatura do planeta está afetando as geleiras. Quem lidera essa empreitada é o Brasil. E é direto da Antártica, de dentro do navio quebra-gelo Akademik Tryoshnikov, que Jefferson Cardia Simões, professor de glaciologia e geografia polar da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, conversa com Natuza Nery. O coordenador da expedição, que já esteve 28 vezes na Antártica, conta como tem sido a viagem, as impressões após pararem em estações de pesquisa e as mudanças que ele já observou em quase três décadas viajando ao local.
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Puuttuva jakso?
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O Parlamento da Alemanha aprovou a dissolução do governo do primeiro-ministro Olaf Scholz, após a aliança partidária que o apoiava se desfazer por divergências sobre como revitalizar a economia. Abriu-se caminho, então, para uma nova eleição, que deve acontecer em fevereiro de 2025. Era uma questão de tempo desde que o partido liberal democrata deixou a coalização do governo e Scholz ficou sem maioria parlamentar, no início de novembro. Enquanto isso, na vizinha França, o primeiro-ministro, Michel Barnier, pediu demissão horas depois de uma votação na Assembleia Nacional o afastar do cargo — ele tinha apenas três meses na função. Barnier foi alvo de uma moção de censura — quando deputados podem retirar um primeiro-ministro do cargo. Por trás do mecanismo, algo inédito: uma improvável aliança de esquerda e direita, ambas insatisfeitas. Do outro lado do continente Europeu, é o Canadá, igualmente um país desenvolvido, que dá sinais de crise com seu primeiro-ministro, Justin Trudeau. Parlamentares pediram a sua renúncia, pouco após a vice-premiê e ministra das Finanças, Chrystia Freeland, pedir demissão, mergulhando o Canadá em uma crise política, na qual a situação econômica também pesou. Quem explica como esses cenários se convergem é Thomás Zicman de Barros, pesquisador do Instituto de Estudos Políticos de Paris, Sciences Po. Na conversa com Natuza Nery, ele também fala sobre o peso da economia por trás das quedas e da impopularidade desses líderes e como essas mudanças podem refletir ao redor do mundo.
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Citando o filme "Ainda Estou Aqui", o ministro do STF Flávio Dino considerou que o Supremo deve discutir se é possível ou não aplicar a Lei de Anistia a crimes que tiveram início na ditadura, mas cujos efeitos ainda se consumam no presente — os chamados "crimes permanentes". "Quem oculta e mantém oculto algo, prolonga a ação até que o fato se torne conhecido", diz o ministro em decisão publicada no domingo. Este é o caso de desaparecidos na ditadura e cujo paradeiro ainda é desconhecido – quase quatro décadas depois do fim do período de repressão. O engenheiro e deputado Rubens Paiva foi torturado e morto pela ditadura em 1971. Seus restos mortais nunca foram encontrados. Eunice Paiva, viúva de Rubens Paiva, esperou 25 anos até conseguir a certidão de óbito do marido. O documento só foi emitido em 1996, um ano depois de o então presidente Fernando Henrique Cardoso assinar a lei 9.140, garantindo a emissão do atestado de óbito de desaparecidos durante o regime militar. Agora, três décadas depois, o Conselho Nacional de Justiça aprovou, por unanimidade, uma resolução determinando que os cartórios do país reconheçam as mortes ocorridas durante a ditadura militar – e retificando as certidões para apontar que a causa real das mortes não foi natural, e sim, o Estado brasileiro. Para falar sobre como essas discussões ganharam espaço enquanto o filme 'Ainda Estou Aqui’ leva milhões de pessoas aos cinemas, Natuza Nery conversa com Eugênia Gonzaga, Procuradora Regional da República e presidente da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Também participa do episódio Rogério Sottili diretor do Instituto Vladmir Herzog.
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Antes das 7h do sábado (14), a Polícia Federal cumpriu o mandado de prisão preventiva contra o general Walter Souza Braga Netto, alvo do inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado. A notícia foi divulgada primeiro pela jornalista Andréia Sadi, convidada de Natuza Nery neste episódio extra gravado horas depois de Braga Netto ser preso pela PF. Segundo a PF, o general tentou obter dados sigilosos do acordo de colaboração de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. E chegou até a enviar dinheiro aos "kids pretos" — grupo de militares de "forças especiais" — em uma sacola de vinho para financiar a execução do plano de golpe. Depois da prisão, a defesa de Braga Netto afirmou que comprovará que o general não atuou para obstruir as investigações do inquérito. Nesta conversa com Natuza Nery, Andréia Sadi narra por que a prisão - decretada ainda no início da semana – foi cumprida na manhã de sábado. Analisa como as investigações apontam Braga Netto como figura importante da trama do golpe fracassado. E avalia os significados do silêncio e “sumiços” de ex-aliados do general.
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Na última reunião do Copom com Roberto Campos Neto na presidência do Banco Central – ele será substituído por Gabriel Galípolo, indicado por Lula –, o Conselho decidiu elevar a taxa básica de juros para 12,25% ao ano. A alta de 1 ponto percentual já foi acima do que o mercado esperava, mas a orientação futura foi ainda mais dura: dois novos aumentos, também de 1 p.p. cada, em janeiro e em março de 2025. Diante de um cenário de pleno emprego, consumo em alta e inflação acima do teto da meta, a decisão do Copom busca conter a alta dos preços. Mas, também, reflete o clima generalizado de incertezas com a instabilidade do cenário externo e com a capacidade do governo em cumprir a meta fiscal e controlar a dívida pública. Para entender o que levou o Banco Central a adotar uma postura mais agressiva, Natuza Nery conversa com a economista Zeina Latif, sócia da Gibraltar Consulting e colunista do jornal O Globo. Zeina analisa a escolha do Copom pelo “tratamento de choque” aos juros e a resposta do mercado a isso. Ela também avalia se a alta da Selic será suficiente no esforço de devolver a inflação para dentro da meta e as perspectivas do ciclo monetário para economia real em 2025.
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Na noite da terça-feira (10), o governo publicou uma portaria para viabilizar o pagamento de emendas parlamentares até o fim do ano. O texto visa atender às exigências do Supremo em relação às emendas, sem desagradar parlamentares. A execução das emendas está no centro da queda de braço entre os Três Poderes – e agora o governo federal se vê diante de um Congresso que espera a liberação do dinheiro das emendas para aprovar o pacote de corte de gastos. Para entender o que querem Executivo e Legislativo, e como o Judiciário entra na história, Natuza Nery conversa com Maria Cristina Fernandes. Colunista do jornal Valor Econômico e comentarista da GloboNews e da CBN, Maria Cristina detalha os impasses em torno das emendas e como o governo corre contra o tempo para aprovar projetos e o Orçamento do ano que vem antes do recesso parlamentar.
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Durante uma segunda-feira (9) de agenda atribulada, na qual teve até reunião com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para negociar a votação das pautas prioritárias do governo para este fim de ano, o presidente Lula sentiu um mal-estar. O desconforto cresceu e, devido às dores de cabeça, o presidente foi levado para fazer exames no Hospital Sírio Libanês de Brasília. Foi identificada uma hemorragia intracraniana, reflexo do acidente que Lula sofreu em outubro deste ano, quando caiu e bateu a nuca dentro banheiro do Palácio da Alvorada – a queda foi tão forte que obrigou o presidente a cancelar sua viagem para a Cúpula dos Brics, na Rússia. Levado às pressas para o Sírio Libanês de São Paulo, Lula foi submetido a um procedimento chamado trepanação ainda durante a madrugada. Segundo a equipe médica, a cirurgia correu bem e Lula se recupera da forma esperada: conversando normalmente, se alimentando e com todas as funções neurológicas preservadas. Neste episódio, Natuza Nery conversa com Daniela Lima, apresentadora e comentarista da GloboNews e colunista do g1. Juntas, elas explicam a relação entre o acidente doméstico de dois meses atrás e a operação de emergência. E analisam a agenda política e as articulações do governo enquanto Lula se recupera.
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Menos de duas semanas após uma ofensiva relâmpago de um grupo rebelde tomar a cidade de Aleppo, o ditador Bashar al-Assad deixou a Síria às pressas e escondido. Desde 27 de novembro, rebeldes do Hayat Tahrir al-Sham (HTS) avançaram pelo território sírio até chegar, sem resistência, à capital Damasco. Assad está asilado em Moscou, país que apoiou seu regime até o último momento. De lá, ele teria ordenado que haja uma "transição pacífica de poder". Em Damasco, Abu Mohammed al-Golani, líder do grupo rebelde HTS, foi aclamado ao fazer o discurso da vitória, na Mesquita de Omíadas – um dos lugares mais sagrados do islamismo. Ele prometeu moderação, mas não deixou claro qual será a composição do novo governo. Neste episódio, Natuza Nery ouve o relato de Germando Assad, jornalista brasileiro especializado em Oriente Médio. Germano, que morou no país entre 2010 e 2011, relembra como era a vida na capital, a dura política de repressão de Bashar al-Assad e os dias em que ficou preso pelo regime. Participa também Guga Chacra comentarista da Globo, da GloboNews e da rádio CBN, e colunista do jornal O Globo, que explica a velocidade da ofensiva dos rebeldes na Síria e faz o perfil do líder al-Golani.
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Pela primeira vez em seus 16 anos de vida, o Bitcoin superou a cotação de US$ 100 mil (cerca de R$ 604 mil). O Bitcoin é a principal moeda digital de um mercado legalizado que movimentou R$ 363 bilhões apenas entre janeiro e setembro de 2024 no Brasil. Mas algumas características destes “dinheiros eletrônicos” despertam o interesse do crime organizado. Com um mercado complexo e cujas operações não precisam passar por instituições financeiras tradicionais, as criptos representam uma facilidade para quem quer usar um sistema lícito para lavar dinheiro sujo. Para entender por que as criptos têm atraído interesse de quadrilhas especializadas e como outros países lidam com esse problema, Natuza Nery conversa com Renato de Mello Jorge Silveira, presidente do Instituto dos Advogados de São Paulo e professor titular da Faculdade de Direito da USP. Neste episódio participa também Isabela Leite, repórter da GloboNews que acompanha de perto operações de PF que miram criminosos que fazem uso de criptomoedas em esquemas bilionários de lavagem de dinheiro.
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Depois de dominar Aleppo, segundo maior cidade síria, rebeldes do grupo Hayat Tahrir al-Sham avançaram contra Hama nesta quinta-feira (5). Tropas do exército se retiraram da cidade, que desde o início da guerra civil (2011) permanecia sob o poder do governo de Bashar al-Assad. A ofensiva do grupo rebelde conhecido como HTS fez ressurgir uma guerra que permanecia adormecida e que matou mais de 500 mil sírios, além de ter provocado o deslocamento de milhões de pessoas. Para entender como Assad se mantém no poder 13 anos depois do início da guerra civil e relembrar o início do conflito, Natuza Nery conversa com Guga Chacra, comentarista da Globo, da GloboNews, da CBN e colunista do jornal O Globo. O jornalista explica quem é Assad e por que mantê-lo no poder interessa aos governos de EUA, Rússia, Israel e Irã, e como a eclosão de novos combates abala ainda mais o Oriente Médio.
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As imagens de um jovem sendo jogado por um PM de uma ponte em São Paulo expõem mais um caso de abuso praticado por alguns agentes de segurança. Um dia antes, outro vídeo mostrou um policial de folga matando, com 11 tiros pelas costas, um homem que havia furtado um mercado. Depois de as imagens virem a público, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que não há espaço para policiais que cometem abusos. Tarcísio prometeu punição aos envolvidos, e, nesta quarta-feira (4), disse que vai manter Guilherme Derrite à frente da Secretaria de Segurança Pública. Para relembrar casos recentes em que policiais praticaram abusos e qual a resposta dada pelo governo de São Paulo e pela cúpula das polícias do Estado, Natuza Nery conversa com Cíntia Acayaba, coordenadora do g1 São Paulo. Cíntia relembra casos como o do menino Rian, de 4 anos, vítima de um tiro em Santos, e do estudante de medicina morto em uma abordagem policial no fim de novembro. Ela expõe o que os números revelam sobre o status da segurança pública em São Paulo. Natuza fala também com Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, para analisar a política de segurança no Estado.
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Num pronunciamento surpresa, o presidente sul-coreano Yook Suk Yeol anunciou a implementação de uma lei marcial de emergência no país – uma lei que restringe o acesso a direitos civis, censura a imprensa, proíbe manifestações políticas e substituí a legislação civil vigente pela militar. Yeol justificou a medida dizendo que buscava acabar com as forças pró Coreia do Norte e reestabelecer a ordem constitucional, mas não convenceu nem rivais e nem aliados: juntos na Assembleia Nacional, os deputados votaram para derrubar o decreto do presidente. Em paralelo a tudo isso, as forças militares colocavam tanques nas ruas e fechavam o prédio parlamentar. Enquanto as atenções do mundo se voltavam para a ameaça de autogolpe na Coreia do Sul, Yook Suk Yeol refugou e mandou as tropas recuarem – e a oposição já se adiantou para dizer que é preciso tirá-lo do poder. Para explicar como a crescente tensão entre as duas Coreias e como desgaste interno de um governo altamente impopular culminaram na crise da democracia sul-coreana, Natuza Nery recebe neste episódio Filipe Figueiredo, historiador pela USP, colunista do jornal O Estado de São Paulo e autor do podcast Xadrez Verbal.
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Por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), toda ação policial no Estado do Rio de Janeiro deve ser gravada por câmeras corporais – uma determinação que entrou em vigor em maio de 2022. A medida tem objetivos claros: proteger os policiais que agem corretamente e constranger aqueles que cometem irregularidades. E foram episódios como esses, de agentes expostos a riscos e de outros cometendo crimes, que os jornalistas da GloboNews Marcelo Bruzzi e Guilherme Ramalho encontraram em quase 800 processos criminais sobre os quais se debruçaram. Para produzir a série de reportagens “Lente de aumento”, sobre o uso de câmeras corporais pela PM do Rio, eles investigaram por seis meses os registros desses processos – e contam o que de mais importante encontraram nesta conversa com Natuza Nery. Ela entrevista também Daniel Edler, pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP e da Universidade de Glasgow, que amplia o debate para o âmbito nacional.
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Desde a década de 1980, a capacidade da economia brasileira de crescer anda de lado – com momentos de pujança, outros de retração. Um problema que cresce à medida que a população envelhece: no Brasil, o envelhecimento avança num ritmo mais rápido que de outros países, e o total de brasileiros deve começar a encolher já a partir dos anos 2040. Com o fim do bônus demográfico (que é quando a população economicamente ativa é maior que outras camadas da sociedade), para continuar crescendo o país precisa de um novo bônus: o da produtividade. Neste episódio, Natuza Nery entrevista o economista Naercio Menezes Filho, colunista do jornal Valor Econômico, professor titular da Cátedra Ruth Cardoso no Insper e professor associado da Faculdade de Economia e Administração da USP. Ele explica por que a produtividade geral por hora trabalhada no Brasil cresceu menos de 1% ao ano desde 2010 – um problema que passa, sobretudo, pelo nível da educação no país. Naercio aponta também outras economias que superaram o gargalo do fim do bônus demográfico com aumento da produtividade.
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Foram meses de expectativa para que o governo federal apresentasse seu programa para fazer caber no arcabouço fiscal o Orçamento dos próximos anos. Nesta quinta-feira (28), o pacote veio a público, e parte das reações demonstra que as medidas não convenceram o mercado de que a dívida pública brasileira ficará sob controle: a bolsa despencou, os juros futuros dispararam e o dólar chegou a R$ 6 pela primeira vez na história. O aspecto mais crítico do anúncio feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi a proposta para isentar salários de até R$ 5 mil do Imposto de Renda sem fonte de receita compensatória crível. Do lado da contenção dos gastos públicos, Haddad prometeu cortes importantes: a meta é entregar uma economia de R$ 70 bilhões entre 2025 e 2026 e de R$ 327 bilhões até 2030. De acordo com a equipe econômica, o esforço fiscal tem como principais fontes uma nova regra para o reajuste do salário-mínimo e do abono salarial, critérios mais rígidos para benefícios sociais, limitações para o crescimento das emendas parlamentares e cortes na previdência dos militares. Todas essas propostas serão submetidas ao Congresso. Para explicar o mau humor do mercado com o pacote fiscal e analisar ponto a ponto o que tem de positivo e negativo nas medidas apresentadas, Natuza Nery entrevista Bráulio Borges, economista sênior da LCA Consultores e pesquisador da FGV-IBRE.
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Mais da metade dos 37 nomes indiciados pela Polícia Federal no inquérito do golpe é de militares. Durante a investigação sobre a trama golpista envolvendo Jair Bolsonaro e o alto escalão das Forças Armadas, a PF obteve áudios que expõem em detalhes o plano para manter o ex-presidente no poder e romper com o Estado Democrático após a eleição de 2022. Conversas que deixam claro como, mais de 30 anos depois do fim do regime militar, o espírito autoritário ainda está presente em parte dos integrantes das Forças Armadas. Para esmiuçar os motivos pelos quais as ideias de ruptura e autoritarismo ainda sobrevivem na caserna, Natuza Nery entrevista Carlos Fico, professor de história do Brasil da UFRJ. E para contextualizar o quanto os áudios obtidos pela PF remetem ao golpe de 1964, Natuza conversa com o advogado José Carlos Dias, fundador da Comissão Arns e ministro da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso. Ele, que durante a ditadura militar foi defensor de presos políticos e atuou diretamente na Justiça Militar, reforça o quanto é preciso ficar vigilante na defesa do Estado Democrático.
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A Polícia Federal apontou detalhes da trama golpista que envolveu Jair Bolsonaro, militares e aliados do ex-presidente. A investigação coloca o ex-presidente no centro do plano para abolir a democracia, diz que Bolsonaro tinha “plena consciência” e “domínio dos atos”, e explicita o papel de cada um dos 37 indiciados. Nesta terça-feira (26), o ministro do STF Alexandre de Moraes retirou o sigilo do documento de quase 900 páginas, e que agora está nas mãos da Procuradoria-Geral da República. Os detalhes da investigação revelam a existência da “Operação 142”, um plano que terminava com a frase “Lula não sobe a rampa”. Para explicar os novos detalhes descobertos a partir do fim do sigilo do inquérito, Natuza Nery conversa com César Tralli. Apresentador da TV Globo e da GloboNews, Tralli esmiuça o conteúdo do relatório da PF e explica as provas que revelam como o plano golpista nasceu em 2019, ainda no primeiro ano do governo Bolsonaro. Ele analisa ainda como a situação do ex-presidente se complica a partir das novas revelações.
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Assim que a conclusão do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia voltou à pauta, produtores rurais tomaram ruas e estradas na França – chegaram até a jogar estrume na fachada de prédios oficiais. Eles protestam contra a entrada de mais produtos agrícolas sul-americanos nos mercados europeus. Quem fez coro à reclamação foi o CEO global da rede francesa Carrefour: em nota, o executivo disse que a carne do Mercosul não atende às exigências e normas francesas e afirmou que o Carrefour não irá mais comercializar as carnes provenientes desses países. A reação veio forte: seis entidades do setor assinaram uma nota de repúdio contra o grupo francês; o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e o presidente da Câmara, Arthur Lira, também criticaram o Carrefour; e a embaixada brasileira na França emitiu nota pedindo retratação. Para explicar o estresse entre frigoríficos brasileiros e a rede francesa, Natuza Nery entrevista Paula Salati, repórter do g1 Agro. E para contextualizar esta crise diante da busca pelo acordo entre Mercosul e UE, quem fala é Leonardo Munhoz, pesquisador do FGV Agro e do Centro de Bioeconomia da FGV.
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Pela primeira vez, o número de brasileiros que não leu nenhum trecho de um livro, dentro do espaço de três meses, supera o número de leitores no país. Quase 7 milhões de brasileiros deixaram de lado a prática nos últimos 4 anos, de acordo com dados da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, feita pelo Instituto Pró-Livro. O levantamento – que considera tanto livros impressos quanto digitais – revela outro dado preocupante: a escola deixou de ser vista como local de referência para a leitura. Para entender os fatores que levaram o Brasil a ter menos leitores e os efeitos desse resultado, Natuza Nery conversa com a socióloga Zoara Failla, coordenadora da pesquisa, e com Caetano Galindo, professor, escritor e tradutor. Zoara explica os fatores que levaram o país a perder leitores: a pandemia e o aumento do uso de redes sociais nos tempos livres. Ela fala também sobre como, ao adotar versões impressas, as pessoas leem mais. Escritor de ‘Lia’ e ‘Latim em Pó’ e tradutor do romance ‘Ulysses’, de James Joyce, Galindo relembra como construiu sua relação com os livros e com o hábito de ler. Ele avalia ainda as consequências para a cultura em um país que lê menos: “Se perde muito, tudo. A leitura permite ir mais longe e possibilita discussões mais aprofundadas, alongadas e complexas”.
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