Episodit
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A realidade dos números é implacável: de janeiro a agosto desse ano, o setor público brasileiro registrou déficit de R$ 86 bilhões e a relação dívida-PIB passou de 78,5% – proporção mais alta que a média dos países em desenvolvimento, da qual o Brasil faz parte. O bom desempenho do PIB – acima do consenso do mercado – e a avaliação positiva da agência de risco de crédito Moody’s sinalizam virtudes da política econômica, mas a curva ascendente nas taxas de juros e o risco de estourar o teto na meta de inflação são alertas que exigem uma resposta do governo. A expectativa era que logo no pós-eleição, a equipe econômica anunciasse um grande corte de gastos que demonstrasse que o arcabouço fiscal – que prevê zerar o déficit público em 2025 – segue de pé. Por enquanto, o pacote não saiu e nem a sinalização do governo Lula de como e onde serão aplicados os cortes. Para analisar a trajetória fiscal das contas públicas brasileiras e comentar as propostas que estão na mesa do presidente, Natuza Nery conversa com Bruno Carazza, colunista do jornal Valor Econômico, comentarista de economia do Jornal da Globo e professor associado da Fundação Dom Cabral.
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No dia 14 de março de 2018, por volta das 21h30, dezenas de tiros foram disparados de uma submetralhadora, de dentro de um carro na rua Joaquim Palhares, Rio de Janeiro. As rajadas tinham um alvo: a vereadora Marielle Franco (PSOL). Ela e seu motorista Anderson Gomes morreram na hora, mas o crime demoraria mais de 6 anos e 7 meses para chegar aos tribunais. Nesta quarta-feira (30), finalmente, os executores Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz vão a júri popular. Nesse espaço de tempo, cinco delegados passaram pela investigação, que só encontrou um caminho com as delações dos assassinos – que reportaram às autoridades os nomes dos mandantes do crime: os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão e o delegado da Polícia Civil Rivaldo Barbosa. Neste episódio, a convidada de Natuza Nery é a irmã de Marielle, Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial. Anielle recorda detalhes do dia da execução, conta como sua família vive o luto de Marielle e o que sente em relação aos assassinos e à morosidade da Justiça. Participa também Marco Antônio Martins, repórter do g1 que é também um dos produtores de “Marielle, o documentário”, disponível no Globoplay. Ele explica tudo sobre o julgamento de Ronnie e Élcio.
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Puuttuva jakso?
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O índice de reeleição de prefeitos ficou em cerca de 80% nesta eleição. E o cabo eleitoral mais determinante foram as emendas parlamentares. Dentro do universo dos 178 municípios que receberam o maior volume de recursos de emendas PIX desde 2020 – um grupo que está sendo analisado com lupa pela Controladoria Geral da União – 93% dos prefeitos que tentaram se reeleger venceram nas urnas. Um dos casos mais emblemáticos é o de Macapá (AP), que somou R$ 129 milhões em recursos e viu Dr. Furlan (MDB) ser reeleito com 85% dos votos, o maior índice entre capitais do país. Para explicar como essa distribuição de verbas do orçamento federal impactou o pleito municipal, Natuza Nery conversa com Dimitrius Dantas, repórter do jornal O Globo que se debruçou sobre esses dados. Participa deste episódio também a cientista política Beatriz Rey, pesquisadora da Universidade de Lisboa e da Fundação Popvox, que analisa ainda o novo texto apresentado no Congresso para tentar regulamentar o festival de emendas.
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Os resultados eleitorais nas 51 cidades com 2° turno neste domingo consolidaram a vitória de dois nomes que sequer estavam nas urnas: Gilberto Kassab (presidente do PSD) e Tarcísio de Freitas (Republicanos). Em uma eleição cuja aposta inicial era a polarização entre o PT, do presidente Lula, e o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, foram os partidos de centro e da direita que saíram vencedores. Para entender o saldo da disputa e como fica o jogo de forças a partir de agora, Natuza Nery recebe a jornalista Vera Magalhães e o cientista político Fernando Abrucio neste episódio especial a três. Colunista do jornal O Globo, comentarista da rádio CBN e apresentadora do programa Roda Viva, Vera explica como o PSD, MDB e União Brasil foram “turbinados” pelas emendas parlamentares e analisa a aposta do governador de São Paulo em Ricardo Nunes (MDB), que se reelegeu na maior capital do país, onde Bolsonaro teve uma atuação envergonhada na campanha. Professor da FGV de São Paulo e colunista da GloboNews e do jornal Valor Econômico, Abrucio aponta como o fato de Kassab ter “descoberto o estilo de política que o país precisa hoje” faz do presidente do PSD o nome desta eleição. Abrucio avalia também como a direita ampliou sua força por todo o país e de que modo o resultado de Fortaleza (CE) redesenha lideranças dentro dos partidos de esquerda.
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Em muitas das 15 capitais onde a eleição municipal vai se definir no próximo domingo (27), as pesquisas mostram resultados longe de uma definição. Em duas delas, Belo Horizonte e Goiânia, a tendência é de os candidatos que ficaram em segundo lugar passem à frente de seus adversários. Em Curitiba e em Manaus, os candidatos mais alinhados ao centro seguem favoritos, mas seguidos muito de perto pelos da direita. Em Cuiabá e em Fortaleza, a polarização entre PT e PL resulta em alta imprevisibilidade. Já em São Paulo, o atual prefeito vê, de longe, um avanço lento, mas progressivo, de seu adversário, posicionado à esquerda. Neste episódio, Natuza Nery recebe Gerson Camarotti, comentarista da TV Globo e da GloboNews e colunista do g1, que analisa cidade a cidade o que pode acontecer nas urnas no 2° turno e projeta como os resultados irão mexer com o cenário da política nacional.
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No total do eleitorado brasileiro, há cerca de 8 milhões a mais de mulheres do que homens. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, o voto feminino define o resultado das eleições em seis de cada dez cidades. E as pesquisas apontam que, apesar de formarem um grupo heterogêneo, elas têm demandas comuns em relação ao que esperam do Estado. E apresentam, também, rejeições específicas: na maior parte do país, as intenções de voto das mulheres despencam diante de candidatos com propostas e discursos extremistas; na contramão do que ocorre com os homens. Para explicar a crescente polarização de gênero nas urnas, Natuza Nery conversa com Felipe Nunes, cientista político e diretor de pesquisa do Instituto Quaest. Participa deste episódio também Andressa Rovani. Ela, que estuda o voto feminino em seu doutorado em ciência política na Unicamp e é pesquisadora do Observatório das Eleições e do Centro de Estudos de Opinião Pública, analisa também o cenário ainda mais polarizado da eleição dos Estados Unidos.
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A ideia apareceu pela primeira vez em 2001: um estudo realizado pelo economista-chefe da Goldman Sachs juntou em um grupo quatro países emergentes que, somados, chegariam a 14% do PIB mundial em 10 anos – antes do fim do período previsto, chegaram a 20%. Eram eles Brasil, Rússia, Índia e China, que se organizaram em um bloco, cuja primeira conferência viria a ser realizada em 2009. Nascera o Bric, que em 2011 ganharia mais uma letra para representar seu novo membro, África do Sul. Sem pautas e objetivos claros, o grupo tentou ganhar relevância em debates econômicos e de governança global durante mais de uma década. No ano passado, cinco novos países foram incluídos; na cúpula deste ano, mais de 10 nações devem ganhar status de parceiros do bloco. Com o novo desenho, o discurso anti-Ocidente ganhou força no Brics ampliado, sob a liderança de russos e chineses. Entre os interesses das potências ocidentais e orientais, o Brasil tem o desafio de encontrar uma via independente. Para contextualizar o novo Brics dentro do tabuleiro da geopolítica e analisar os passos do Brasil diante das mudanças no grupo, Natuza Nery entrevista Rubens Barbosa, presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Iricem), que foi embaixador em Londres (1994 a 1999) e em Washington (1999 a 2004).
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Desde que o atual presidente Joe Biden desistiu de se candidatar à reeleição, Kamala assumiu a liderança do partido democrata para fazer frente a Trump. As pesquisas de intenções de voto imediatamente identificaram que o desempenho dela, de fato, era mais forte que de Biden, e o favoritismo do republicano desapareceu. Ao longo dos últimos três meses, o que se viu foi um quadro de estabilidade e incerteza sobre o que as urnas vão apresentar a partir do próximo dia 5 de novembro, data da eleição americana. Na reta final, o ex-presidente e a vice-presidente disputam voto a voto a preferência dos eleitores nos estados-pêndulo, aqueles cujo resultado segue imprevisível: Michigan, Wisconsin, Nevada, Arizona, Carolina do Norte, Geórgia e, principalmente, Pensilvânia. É justamente nestes estados em que Kamala e Trump focam a campanha a duas semanas do “dia D”. Neste episódio, quem explica o mapa da eleição e descreve as preferências dos americanos por gênero, etnia e classe social é Maurício Moura, doutor em economia e gestão política e professor da Universidade George Washington, nos EUA.
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Às 16 horas e 20 minutos de 5 de novembro de 2015, uma avalanche de lama misturada com rejeitos de minério de ferro passou por cima dos distritos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, na cidade de Mariana (MG) e avançou para o Rio Doce, onde formou um rastro de destruição por mais de 600 km até chegar ao oceano. Uma tragédia que matou 19 pessoas, afetou mais de 2,5 milhões ao longo das margens do rio, entre Minas Gerais e Espírito Santo, e provocou danos ambientais irreparáveis. A origem do desastre foi o rompimento de uma barragem da mineradora Samarco, controlada pelas empresas Vale e BHP Billiton. Desde então, a Samarco já realizou alguns pagamentos e ações compensatórias, mas nada disso chegou perto de atender as vítimas adequadamente. Na Justiça brasileira, as empresas propuseram em abril deste ano um acordo de quase R$ 130 bilhões, que segue em negociação. Em paralelo, 620 mil dessas vítimas entraram também com uma ação de reparação de danos no Reino Unido, país de uma das sedes da BHP, onde o valor das indenizações pode totalizar R$ 230 bilhões – o que faz dela a maior ação coletiva ambiental do planeta, que começa a ser julgada nesta segunda-feira (21). Para contar como estão as pessoas afetadas pelo desastre nove anos depois, Natuza Nery conversa com Rafaela Mansur, repórter do g1 em Minas Gerais. E quem explica todo o imbróglio judicial, no Brasil e no Reino Unido, é Paulo Bessa, professor titular da Unirio, presidente da Comissão Permanente de Direito Ambiental do Instituto dos Advogados Brasileiros e autor de 15 livros sobre legislação ambiental. O escritório de advocacia Pogust Goodhead, que defende vítimas da tragédia de Mariana no processo em Londres, enviou uma nota ao Assunto afirmando que "ao contrário do que afirma o advogado Paulo Bessa, não há duplicidade de ações no Brasil e em Londres". "O processo na Inglaterra é uma ação de reparação coletiva privada, instrumento jurídico que não existe no Brasil. O caso no Brasil não é de autoria das vítimas e busca compensação financeira principalmente para o governo federal brasileiro e estados." De acordo com o escritório, "o processo na Inglaterra é uma oportunidade para que as vítimas sejam finalmente ouvidas e seus danos individuais reparados de forma justa e integral. A ação inglesa abrange a reparação de danos individuais e contempla perdas de sustento, saúde, cultura, e da própria dignidade das vítimas." "É uma oportunidade, portanto, de extrapolar a jurisdição da legislação brasileira e exercer a soberania dessa lei em outras cortes", diz a nota. "Além disso, a ação inglesa não é apenas sobre compensar as vítimas, mas também sobre responsabilizar uma das maiores corporações do mundo e enviar uma mensagem clara para as multinacionais: crimes como o de Mariana não ficarão impunes."
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Seduzidos pela facilidade de acesso, pela variedade de sabores e pelo apelo nas redes sociais, milhares de jovens estão experimentando esse tipo de cigarro, que é proibido pela Anvisa desde 2009 – pesquisas mostram que cerca de 17% de adolescentes entre 13 e 17 anos já o tenham feito; e que entre jovens de 18 a 24 anos, pelo menos um em cada quatro já faz uso recorrente. E conforme cresce a base de usuários dos vapes, cresce também a lista de vítimas de seus efeitos. O impacto de uma tragada no dispositivo pode ser 20 vezes mais nocivo do que os cigarros tradicionais: estudos identificam mais de 120 substâncias diluídas no líquido que se torna vapor, algumas delas cancerígenas, além de resíduos de metais, como cromo, ferro, chumbo e zinco. Para explicar os riscos do cigarro eletrônico e por que ele está se tornando tão popular, Natuza Nery recebe a médica sanitarista Vera Luiza da Costa e Silva. Ela é responsável pela secretaria do Tratado do Tabaco no Brasil, sediada no Instituto Nacional de Câncer (Inca), e foi diretora do Departamento de Controle do Tabagismo da OMS, entre 2001 e 2005, e chefe do Secretariado da organização, entre 2014 e 2020.
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Nesta quarta-feira (16), a embaixada do Brasil em Buenos Aires começou a receber os pedidos de extradição de 63 cidadãos brasileiros que participaram dos atos golpistas do 8 de janeiro de 2023. Esses brasileiros só serão mandados de volta ao Brasil com o aval da Justiça argentina. Para entender quem são essas pessoas e o futuro do processo de extradição, Natuza Nery conversa com Ariel Palacios, correspondente da Globo em Buenos Aires, e com o advogado criminalista Davi Tangerino. Ariel explica como o caso “está em um limbo”, já que não há certeza sobre quantas dessas pessoas ainda estão em solo argentino. Ele fala ainda sobre o atual status da relação entre o presidente Lula e Javier Milei, e porque neste momento não interessa ao presidente argentino um atrito com o Brasil. Tangerino detalha o processo envolvido na extradição de cidadãos brasileiros – e o que acontece se o governo Milei der asilo político aos investigados. Ele avalia também as consequências jurídicas e diplomáticas do caso.
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O sistema de transplantes no Brasil é o segundo maior do mundo e salva cerca de 30 mil vidas todos os anos. Em 2024, seis desses pacientes – que dependem disso para superar doenças e viver com qualidade de vida – foram também vítimas. Essas pessoas receberam órgãos infectados com o vírus HIV, que foram retirados de dois doadores no Rio de Janeiro. Foi a primeira vez que uma falha desse tamanho ocorreu dentro do SUS. A polícia entrou na história para investigar o caso, e as primeiras irregularidades já foram encontradas no laboratório responsável pelos exames dos doadores, cujo contrato com o Estado do Rio de Janeiro é de quase R$ 10 milhões. Foram emitidos quatro mandados de prisão para agentes envolvidos com o Laboratório PCS Saleme, entre eles o sócio Walter Vieira, tio do deputado federal e ex-secretário de Saúde do RJ Doutor Luizinho (PP). Neste episódio Natuza Nery entrevista o médico sanitarista José Gomes Temporão, que foi ministro da Saúde entre 2007 e 2010 e é pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz. Temporão explica os detalhes do sistema de transplantes brasileiro e aponta onde estão os erros que levaram a esta tragédia. Participa também Leslie Leitão, repórter da TV Globo, que relata o passo a passo da investigação criminal do caso.
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Durante cerca de 40 minutos, um temporal com ventos que passaram dos 100 km/h assustou milhões de moradores da Região Metropolitana de São Paulo, na última sexta-feira (11). A energia elétrica caiu para pelo menos 2 milhões de imóveis nas 24 horas seguintes e até segunda-feira (14) cerca de 400 mil clientes da Enel, empresa responsável, seguiam sem luz. O apagão agitou em especial a disputa pela Prefeitura da capital paulista: os candidatos Guilherme Boulos (Psol) e Ricardo Nunes (MDB e atual prefeito) trocam acusações sobre quem são os responsáveis pelo desastre. E o jogo de empurra subiu para as esferas estadual e federal. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) jogou a responsabilidade para a gestão Lula. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), culpou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de não cumprir seu papel de fiscalizar a Enel – o corpo diretivo da Aneel foi indicado pela gestão Bolsonaro e cumpre mandado. Para analisar a relação do apagão com o 2º turno da eleição em São Paulo e explicar quem é quem no mapa de responsabilidades dessa história, Natuza Nery conversa com Daniela Lima, apresentadora e comentarista da GloboNews e colunista do g1.
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Dois meses atrás, uma decisão do ministro Flávio Dino definiu novos critérios de transparência para as emendas parlamentares. A medida foi mal-recebida por uma fatia grande do Congresso e se somou a outros incômodos de parte dos parlamentares com o Supremo – sobretudo entre os parlamentares da direita. A reação veio agora: a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, comandada por uma deputada bolsonarista, aprovou o que tem sido de chamado de “pacote anti-STF". Dois projetos de lei aumentam a lista de possíveis crimes de responsabilidade dos ministros da Corte e facilitam a análise de pedidos de impeachment de integrantes do STF. Uma Proposta de Emenda à Constituição limita as decisões monocráticas dos ministros. Outra PEC prevê que o Congresso possa suspender decisões do Supremo – proposta que muitos juristas consideram inconstitucional. Neste episódio, Natuza Nery recebe Conrado Hübner Mendes, professor de Direito Constitucional na USP e autor do livro “O discreto charme da magistocracia: vícios e disfarces do judiciário brasileiro”, que avalia a pertinência e os absurdos das medidas aprovadas na CCJ. Natuza conversa também com Felipe Recondo, sócio fundador da plataforma Jota e autor de três livros sobre o Supremo, que analisa a temperatura política da crise entre os poderes e as chances reais das propostas seguirem adiante.
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Todos os anos, entre junho e novembro, o Caribe e o sudeste dos Estados Unidos ficam em alerta para a passagem de furacões. Em 2024, pela primeira vez um deles atingiu a categoria 5 (a mais severa) ainda no mês de junho: o furacão Beryl. Depois dele, mais quatro passaram pelos EUA – quantidade maior que as três temporadas anteriores. Há algumas semanas, o furacão Helene causou a morte de duas centenas de pessoas. E, agora, o furacão Milton nasceu com o presságio de ser o mais potente já visto neste século. No estado da Flórida, quase 6 milhões de pessoas foram orientadas pelas autoridades locais para saírem de suas casas diante do risco iminente. Na direção contrária, Raquel Krähenbühl, correspondente da TV Globo no país, foi para Orlando para testemunhar as consequências do desastre. Ela e o produtor Victor Bonini contaram a Natuza Nery o que viram e ouviram in loco na Flórida. Também neste episódio, Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo, explica o que fez do Milton tão temido e porque esta temporada de furacões é a mais assustadora já vista, e avisa que as próximas devem ser cada vez piores.
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Em Tupanci do Sul, cidade gaúcha com pouco mais de 1.300 habitantes, Celmar Mucke (União Brasil) saiu da eleição com uma das vagas de suplente para a Câmara de vereadores. Ele chegou às urnas com um mandado de prisão aberto, mas com a documentação necessária para que a Justiça Eleitoral aprovasse sua candidatura. O crime: estupro de vulnerável. Uma reportagem do g1 descobriu que, além dele, mais 60 candidatos concorreram às eleições municipais na mesma condição – 14 deles envolvidos em casos criminais (homicídios, roubos e estelionatos, por exemplo) e 47 em casos civis (quase todos por pensão alimentícia). Antes de chegarem às urnas, 2 candidatos foram presos, ambos denunciados pelos atos golpistas de 8 de janeiro e também identificados por uma reportagem do g1. Neste episódio, Natuza Nery recebe as jornalistas Camila da Silva e Judite Cypreste, que assinam as reportagens que chegaram à lista de políticos procurados pela Justiça.
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Nesta terça-feira (8), o pastor Silas Malafaia, da Igreja Assembleia de Deus Vencer em Cristo, deu declarações que caíram como uma bomba no campo conservador. Em entrevista a Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, Malafaia se referiu a Jair Bolsonaro como “covarde” e “omisso” e questionou “que porcaria de líder é esse”, em referência à participação ambígua do ex-presidente na disputa pela Prefeitura de São Paulo. O pivô de um possível racha entre os dois é Pablo Marçal, candidato que não chegou ao 2º turno, mas que conseguiu votação expressiva e mobilizou parte relevante do eleitorado bolsonarista – entre eles, muitos evangélicos, parcela da população a qual Malafaia tem forte ascendência há décadas. No campo da direita brasileira, está deflagrada a guerra pelas posições de liderança. Para explicar o que está em jogo, Julia Duailibi entrevista Christina Vital da Cunha, pesquisadora e professora do Departamento de Sociologia da UFF e colaboradora do Instituto de Estudos da Religião.
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Terminada a apuração dos votos no último domingo, a fotografia dos poderes dos partidos ficou clara: as legendas de centro e de direita ganharam espaço nas prefeituras pelo país. O mapa da votação abre, a partir de agora, um jogo de forças de olho na disputa presidencial de 2026, como explica o jornalista Thomas Traumann em conversa com Natuza Nery neste episódio. Juntos, Thomas e Natuza avaliam como o PSD de Gilberto Kassab agora orbita em torno do nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também cortejado pelo PL de Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto. Eles analisam ainda como o PT e o presidente Lula podem se beneficiar de uma “direita rachada”. E, por fim, apontam como os resultados das eleições municipais influenciam na disputa pela sucessão da presidência da Câmara e do Senado já no início de 2025.
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No primeiro saldo das eleições municipais, quem saiu na frente foram os candidatos que representam a continuidade (nas 26 capitais brasileiras, dez prefeitos já foram reeleitos) e que defendem partidos posicionados à direita – PSD (888), MDB (863) e PP (752) são as legendas que fizeram mais prefeituras. “Na ponta do lápis, a eleição mostra um Brasil conservador”, resume Jairo Nicolau, cientista político e professor da Escola de Ciências Sociais da FGV-RJ. O PL, partido de Jair Bolsonaro, não atingiu a meta de fazer mais de mil prefeitos, mas registrou votação expressiva e tem garantidos pelo menos 523. “É uma eleição que mostra a força de Bolsonaro”, afirma Malu Gaspar, colunista do jornal o Globo e comentarista da rádio CBN. Jairo e Malu são os convidados de Natuza Nery neste episódio especial, gravado na madrugada da segunda-feira, que analisa os resultados das principais cidades brasileiras e projeta o que pode acontecer nas 15 capitais onde haverá 2º turno – caso de São Paulo, onde Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (Psol) sintetizam uma disputa nacional no próximo dia 27.
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O jornalista Nilson Klava, da TV Globo e da GloboNews, conversou com eleitores de cinco capitais – uma em cada região do país. Para a série “A Cara do Brasil”, falou com brasileiros e brasileiras de diferentes orientações ideológicas, profissões e religiões, e ouviu deles o que querem de seus candidatos para a eleição municipal do próximo domingo (6). Além dele, Natuza Nery entrevista neste episódio Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva. Sob perspectivas diferentes, Nilson e Renato encontraram respostas parecidas: nas urnas, os eleitores devem buscar candidatos que rompam com a lógica da polarização política e devem valorizar aqueles que invistam em propostas para segurança pública, transporte e saúde.
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