Episodit
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“Tenha pena de mim", sucesso no carnaval de 1938, tem um ritmo animado e letra triste, um dos charmes da tradição do samba. De autoria de Ciro de Souza e Babaú, ganhou a interpretação ao mesmo tempo chorosa e balançada, magistralmente cheia de bossa, de Aracy de Almeida.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
Edição: Filipe Di Castro -
O sucesso das marchas “Florisbela” e “A jardineira” no carnaval de 1939 fez com que a exaltação às flores persistisse em 1940, com “Dama das camélias” e “Malmequer”. Esta última, de Newton Teixeira e Christovão de Alencar, foi gravada por Orlando Silva, aos 24 anos, já reconhecido como o Cantor das Multidões. No concurso oficial, “Dama das camélias”, com voto do jurado Villa-Lobos, ficou em primeiro lugar. “Malmequer”, com voto de Pixinguinha, em terceiro – mas hoje é mais lembrada que a adversária.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
Edição: Filipe Di Castro -
Puuttuva jakso?
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O reconhecimento de Dolores Duran como grande compositora só surgiu após sua morte aos 29 anos, infartada, em 1959. Antes, era apreciada mais como cantora. A letra de “Ternura antiga” foi encontrada numa gaveta do apartamento em que ela morava em Copacabana. Ganhou música do pianista Ribamar, seu parceiro nas boates da Zona Sul do Rio, e, em 1961, a primeira gravação, por Luciene Franco.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
Edição: Filipe Di Castro -
Embora paraense, o compositor Billy Blanco forma ao lado do cantor carioca Jorge Veiga uma dupla de grandes representantes do samba feito no Rio de Janeiro. Em “Estatutos da gafieira”, gravação de 1957, estão a crônica de costumes e o bom humor, dois elementos básicos desses artistas.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
Edição: Filipe Di Castro -
O Bando da Lua fez a primeira gravação de “Samba da minha terra”, de Dorival Caymmi, em 1940. Era um “samba sacudido”, como definia o compositor baiano, e na bossa vocal do grupo carioca, sempre bem-humorada, ficava ainda mais. Na letra, estão alguns dos versos mais conhecidos de Caymmi, como “Quem não gosta de samba/ Bom sujeito não é/ É ruim da cabeça/ Ou doente do pé”.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
Edição: Filipe Di Castro -
Isaurinha Garcia tinha um jeito tão particular de cantar que era chamada de A Personalíssima. O sotaque paulistano não foi empecilho para que ela interpretasse com muita bossa o samba de estilo carioca “De conversa em conversa”, de Haroldo Barbosa e Lúcio Alves, sucesso de 1947. Foi acompanhada na gravação pelos Namorados da Lua, que tinha Lúcio como um dos integrantes.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
Edição: Filipe Di Castro -
A valsa-choro “Rapaziada do Brás” é uma das mais firmes marcas musicais, ao lado de “Sampa” e “Trem das Onze”, da cidade de São Paulo. Ela foi composta em 1917 por Alberto Marino. Em 1960, Carlos Galhardo foi o primeiro a gravá-la com letra, de Álvaro Rodrigues.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
Edição: Filipe Di Castro -
A toada “Maringá” foi gravada por Gastão Formenti em 1932. Ninguém sabe de onde o compositor Joubert de Carvalho tirou o nome para batizar a bela cabocla obrigada a deixar sua cidade para fugir da seca nordestina. Nem antes, nem depois, o nome foi comum em mulheres, mas em 1947 Maringá batizou a cidade ao redor da recém instalada Companhia de Melhoramentos do Norte do Paraná.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
Edição: Filipe Di Castro -
“Sistema nervoso”, gravado em 1953 por Orlando Correia, é um samba bem fora do padrão de Wilson Batista. Conta mais uma vez a história de um solitário, mas com ar de paródia de filme B de terror. No abandono da madrugada, ele ouve passos e sente a presença da amante no frio que o abraça. Para criar um clima fantasmagórico, o recurso possível para a época foi registrar a voz de Orlando Correia ecoando entre os azulejos do banheiro da gravadora. Wilson Batista teve Roberto Roberti e Arlindo Marques na parceria.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
Edição: Filipe Di Castro -
A versão social da bossa nova
A bossa nova estreou em 1958, mas, já nos primeiros anos da década seguinte, seus compositores deixavam de lado a temática do sol-sal-sul e engajavam-se em temas da questão social brasileira. O samba “O morro não tem vez”, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, gravado em 1963 por Jair Rodrigues, que havia estreado no ano anterior, é bom exemplo disso.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
Edição: Filipe Di Castro -
“Mãe preta”, de Caco Velho e Piratini, é uma toada triste, como todas as que contam histórias da escravidão no Brasil. Ficou famosa internacionalmente ao ganhar nova letra de compositores portugueses e se transformar em “Barco negro”, um fado de Amália Rodrigues. Pior: sem crédito para os autores brasileiros. “Mãe preta” foi gravada em 1943 pelo Conjunto Tocantins
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
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O Bafo da Onça, criado em 1956, é uma das inspirações dos megablocos que hoje enchem as ruas do carnaval do Rio de Janeiro. Seu forte era o samba batucado, como “Oba”, que seu compositor, Oswaldo Nunes gravou em 1962 e que continua a ser cantado.Apresentação: Joaquim Ferreira dos SantosEdição: Filipe Di Castro
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A melodia de “Carinhoso” foi criada por Pixinguinha em torno do ano de 1920 e gravada, apenas instrumental, em 1928 pela orquestra típica Pixinguinha-Donga. A letra, de João de Barro, só apareceria em 1937, numa gravação de Orlando Silva. Tornou-se imediatamente uma espécie de Hino Nacional Romântico.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
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Raul Sampaio nasceu em Cachoeiro de Itapemirim e é o autor de “Meu pequeno Cachoeiro”, imortalizado pelo conterrâneo Roberto Carlos. Como cantor, chegou a participar de uma das formações do Trio de Ouro. Em 1961, no auge da bossa nova elegante, ele fez sucesso gravando o bolero “Quem eu quero não me quer”, parceria com Ivo Santos.
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A dupla paulista Alvarenga e Ranchinho cantava o Brasil rural da primeira metade do século XX. Sempre com bom humor. “Drama da Angélica”, de M.G. Barreto, gravada em 1942, é toda rimada em proparoxítonas, do mesmo jeito que, em 1971, Chico Buarque faria na letra de “Construção”. Exímios também no humor político, Alvarenga e Ranchinho chegaram a ser presos no Estado Novo de Getúlio Vargas.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
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Há quem considere a toada “Luar do sertão”, de João Pernambuco e Catulo da Paixão Cearense, uma espécie de “hino afetivo brasileiro”. Ela apareceu em 1914, em meio a muita discussão sobre sua autoria, com alguns defendendo que a música era adaptação de um tema folclórico. Vicente Celestino foi um de seus intérpretes notáveis, numa gravação de 1952.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
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“Marcianita”, uma versão de Fernando César, era considerada em 1960 um fox-trot, mas entrou para a história como um dos primeiros rocks nacionais. A gravação é de Sérgio Murilo, estudante de Direito. Tudo muito delicado, de palavras fofas, como era o espírito da música jovem. Rita Lee disse que roqueiro brasileiro tinha cara de bandido, mas isso foi bem mais tarde.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
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Em sua obra de mais de 300 músicas, Tom Jobim deixou apenas um frevo, de nome “Frevo”, com letra de Vinicius de Moraes. A primeira gravação é de 1959. “Frevo” faz parte da trilha sonora do premiadíssimo “Orfeu negro”, dirigido por Marcel Camus, ganhador em 1959 da Palma de Ouro do Festival de Cannes e em 1960 do Oscar de melhor filme estrangeiro.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
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Os compositores Klécius Caldas e Armando Cavalcanti eram militares, generais do Exército, e prestaram bons serviços à música brasileira, como no samba-canção “Neste mesmo lugar”. Gravado em 1955, com elegância dramática por Dalva de Oliveira, conta a história de um fim de caso no cenário clássico da dor de cotovelo, o bar. O arranjo é do ainda novato Antonio Carlos Jobim.
Apresentação: Joaquim Ferreira dos Santos
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O mineiro Mário de Souza Marques Filho, o Noite Ilustrada, foi grande intérprete do paulista Paulo Vanzolini. “Volta por cima”, samba elegante gravado em 1962, é o mais perfeito exemplo de afinação e sucesso da dupla.
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