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Seres de todos reinos, o episódio de hoje é especialíssimo. Por intermédio da querida Andrea Meng e da sanga do Ligmincha – e já fica aqui nosso agradecimento – tivemos a honra e a alegria de poder conversar com o extraordinário Tenzin Wangyal Rinpoche, mestre da tradição Bön que esteve no Brasil para uma série de ensinamentos e atividades no início de 2024. Rinpoche foi um dos primeiros a trazer os preciosos ensinamentos Bön para o Ocidente, no final dos anos 80, é fundador e diretor espiritual do Instituto Ligmincha, um aclamado autor, bem como um professor altamente respeitado e amado por estudantes nos Estados Unidos, México, Europa e América do Sul. Em sua vinda, o Rinpoche também participou do lançamento de uma nova edição da tradução de seu livro “Os yogas tibetanos dos sonhos e do sono: Práticas para despertar”. Foi o tema principal de nossa entrevista. Mas falamos também sobre a relação entre ciência e as tradições antigas, respiração, saúde e sobre como “ser ninguém”, entre muitas outras coisas. Pra acompanhar esse episódio, você tem duas escolhas: assistir à gravação em vídeo, com legendas, que está disponível no YouTube (https://www.youtube.com/watch?v=bNwm9_TNSUU), ou então ouvir em sua plataforma de áudio favorita, como já está acostumado, mas com o áudio original em inglês, sem tradução. A escolha é sua. Desfrute!
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Seres de todos os reinos, qual divertidamente tem estado mais no controle aí? Se você fez ou ouviu essa pergunta nos últimos meses e se teve seu Instagram dominado por memes da Alegria, Raiva, Nojinho e companhia, você está no lugar certo. Puxa uma cadeira, uma almofada, coloca a ansiedade para tomar um chá e vem escutar esse nosso papo. Como fizemos com Dias Perfeitos, enchemos mais uma vez a sala da nossa lavanderia virtual para falar sobre um outro filme a partir de como ele reverberou para cada um de nós e o que nos fez contemplar. Agora, nos reunimos para falar de Divertidamente 2, o mais recente filme da Pixar e que mexeu bastante com todo mundo por aqui.Falamos sobre como cada emoção tem o seu papel, mesmo aquelas dolorosas (como a ansiedade); o problema de tentarmos suprimir nossas emoções; a complexidade do nosso mundo emocional e a importância de cultivarmos espaço para sentir o que precisarmos sentir; como tentar elaborar a impermanência que enfrentamos em menores ou maiores graus ao longo da vida; o papel das crenças que temos sobre nós mesmos, os outros e o mundo na forma como pensamos, falamos e agimos; dentre vários outros assuntos. Não esgotamos nem tivemos a pretensão de esgotar tudo o que é possível falar a partir do filme. Mas, foi uma delícia o papo. Esperamos que o que trouxemos aqui ecoe por aí e abra novas leituras sobre o filme. No final, como no último episódio, deixamos algumas indicações para quem quiser seguir aprofundando nos temas que levantamos. Estiveram na mesa desse episódio @guixikeda93, @madsondemoraes, @kalynevieira, @monica.szyszko.pita e Alisson Granja. Aproveitem a conversa, gente! Um bom episódio!
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Episodes manquant?
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Seres de todos os reinos, como seria um dia perfeito pra você? Nesse episódio a gente vai discutir o contemplativo, poético e extraordinário no filme Dias Perfeitos, do diretor alemão Win Wenders. Nesse filme, somos convidados pelo diretor a pegar carona na vida simples de Hirayama, um faxineiro dos banheiros públicos de Tóquio que vive em solitude, mora em uma singela casa e sua riqueza está nos livros, músicas e fotografias e não no celular e na pressa pregada pelo mundo capitalista. Acompanhando a rotina diária de Hirayama, acabamos mergulhando em sua intimidade e na vivência do aqui e agora. Arrebatados pela atmosfera de dias perfeitos, decidimos juntar alguns amigos para bater um papo sobre o filme e entender porque ele mexeu tanto com a gente. O papo contou com a participação de Madson de Moraes, Guilherme Ikeda, Paulo Carvalho, Rafaela Moreira e Alisson Granja.
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Seres de todos os reinos, Neste episódio do Coemergência temos dois convidados especiais: Madson de Moraes, anfitrião da conversa, e Vítor Barreto, o homem por trás da Lúcida Letra, sobre a qual papeamos: uma editora fundada por ele há mais de dez anos e que publica livros budistas e livros de transformação pessoal que tem o budismo como base. Se você é budista ou trilha algum outro caminho de transformação pessoal, certamente deve ter um livro da lúcida letra aí na sua estante. Graças ao trabalho conduzido por ele, um grande número de pessoas tem tido a oportunidade de entrar em contato com o darma no Brasil. No papo a seguir, que conta também com a participação do Alisson Granja, Vítor divide com a gente um pouco dos bastidores da publicação desses livros. Ele também conta pra gente como a Lúcida Letra nasceu, a sua aspiração em publicar livros budistas, o cuidado na hora de selecionar aqueles que serão traduzidos e ressalta a importância do apoio da rede de amigos para que o livro chegue até o leitor. Bora pra esse papo lúcido?
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Seres de todos os reinos, Nós tivemos a honra de receber a Venerável Tenzin Namdro, do Centro Shiwa Lha, ligado à Fundação para a Preservação da Tradição Mahayana (FPMT), para fazer perguntas para ela sobre um par de temas que aparece nas exposições das etapas do caminho do budismo Mahayana: as vantagens do apreço e do cuidado pelos outros, bem como as desvantagens do egoísmo e do autocentramento. Afinal, se não contemplarmos as verdadeiras causas da felicidade e do sofrimento, como teríamos a motivação de cultivá-las? Além disso, como a monja nos lembra, podemos reconhecer que todos os seres desejam ser felizes e não sofrerem, tanto quanto nós. Por que isso é tão importante? Essa é uma conversa muito, muito rica, e que também esbarra em muitas diferenças culturais (e traduzir um pouco dessas diferenças foi uma das motivações para ouvirmos a monja). Por exemplo, o que chamamos de eu, de autocuidado, o quão amplos são nossa mente e nosso coração quando livres de obscurecimentos, tudo isso assume formas diferentes em diversos contextos. Talvez valha a pena investigar a hipótese de que somos muito mais amplos do que os estados contraídos em que vivemos usualmente. Após ouvir a conversa, caso se interesse em aprofundar no que a Venerável Tenzin Namdro falou, é só procurar espaços como o Centro Shiwa Lha, no Rio, e a FPMT. Um fim de semana com o coração muito aberto para todes!
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Seres de todos os reinos, Foi recentemente publicado no Brasil o livro Zen e a Arte de Salvar o Planeta, que reúne textos compostos pelo mestre Thich Nhat Hanh e organizados pela irmã True Dedication. O título é um pouco brincalhão (não há salvadores!), e o que encontramos no livro é muito profundo: um conjunto de reflexões e diretrizes que nos ajudam a atuar em prol do planeta, que também somos nós. Elas incluem um conjunto de ensinamentos sobre a importância de um insight radical, de mudarmos nossa visão sobre o mundo para que nossa ação seja eficaz, que recorrem bastante ao clássico e precioso Sutra do Diamante; bem como ensinamentos sobre como viver de maneira ética, benéfica, não-violenta, amorosa, e sobre como formar e nutrir "comunidades de resistência". Para conversar sobre o livro, recebemos as queridas Giselle Sato, Maíra Fernandes e Tamira Rocha, da Comunidade Guardiã da Terra e praticantes na tradição de Plum Village, fundada pelo Thay. Elas, juntamente com um grupo, concluíram recentemente uma rodada de estudos do livro, que foi inspiradora e transformadora para muitas pessoas. Nesta conversa, elas dividiram os insights ainda fresquinhos resultantes dele. Dois lembretes: Seguimos no apoia.se/coemergencia. E nosso querido Alisson Granja está oferecendo práticas de meditação toda quarta-feira pela manhã (ver links na bio). Um ótimo finzinho de ano pra todo mundo!
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Seres de todos os reinos, Neste podcast que trata da intersecção entre dentro e fora, frequentemente falamos da formação de comunidades e o tecimento de redes como um aspecto imprescindível do bem-estar em qualquer nível, do individual ao social e ecológico. No atual episódio da coluna Interser, um elemento muito fundamental desses processos é trazido ao primeiro plano: a importância da terra e do território. O convidado é alguém que, em seus textos e práticas, frequentemente nos lembra deste aspecto. Trata-se de Erahsto Felício, educador do IFBA, mestre em história pela UFBA, co-autor do livro "Por Terra e Território: caminhos da revolução dos povos no Brasil" com o mestre Joelson Ferreira, e outrora também atuante na comunicação da Teia dos Povos. O livro foi o fio condutor da conversa, mas ela cresceu para além dele também. Falamos sobre a Teia dos Povos, as diferentes temporalidades emancipatórias (eles distinguem entre jornada, caminhada e passos), os vários tipos de soberania a serem produzidos pelos povos (hídrica, alimentar, pedagógica etc.), sobre as visões de Erahsto sobre o álcool (e outro intoxicante, o circuito de redes sociais), mas também sobre a importância da espiritualidade e do amor, com o Erahsto compartilhando sobre sua conexão com a tradição sufi. A conversa foi gravada em dois momentos, com um intervalo longo entre eles: a primeira parte em abril de 2023, a segunda em outubro. Para mais informações sobre a Teia dos Povos:
https://teiadospovos.org/ Um grande abraço para todes! -
Para o episódio #79 do Coemergência, o querido Alex Terzi falou sobre como as práticas meditativas podem favorecer uma educação libertadora. Já desde o início pode ser útil demarcar no que isto não consiste: uma apologia neoliberal de docilização socioemocional entendida em termos individualistas; nem um conjunto de práticas místicas ou alheias à educação de algum forma. Há uma enorme importância de educarmos nossas crianças e adolescentes na familiaridade com o que poderíamos chamar de seu mundo interno e propiciarmos o cultivo do que o nosso convidado chama de estados mentais positivos. Talvez tanto quanto a higiene ou a alfabetização em outros momentos, algo que envolve uma dimensão fundamental de nossa existência talvez ainda aguarde para chegar a um número muito maior de pessoas como algo inteiramente natural e não polêmico, religioso ou místico. O Alex Terzi é professor do Instituto Federal de do Sudeste de Minas Gerais, instrutor de Mindfulness e de Kindfulness, e tem uma longa carreira de ensino e pesquisa na interface entre Linguística, Educação e práticas meditativas. Na entrevista, falamos das potencialidades e dos desafios ligados à inserção da meditação no campo educacional, inclusive para professores; a inovação com um potencial imenso proposta por pesquisadores como o Terzi em seus protocolos, de inserir neles o diálogo entre os participantes; sua visão de que as práticas meditativas podem contribuir para, e dialogar com, a proposta educativa de Paulo Freire; dentre muitas outras coisas. Que esta conversa contribua muito para a sua reflexão e para sua ação!
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Seres de todos os reinos, Talvez pensemos que o conceito de vício se aplique apenas àqueles que perderam completamente o leme de sua vida para o álcool, o cigarro e as drogas ilegais. Mas ele pode ser pensado de maneira um pouco mais ampla, incluindo tudo aquilo que continuamos a fazer mesmo tendo consequências prejudiciais. E aí pode entrar o celular, o Big Brother, o Chandele de chocolate e aquela velha ruminação que só te põe pra baixo. Uma interessante discussão do tema, em intenso diálogo com tradições contemplativas e suas ferramentas, se encontra no livro do psiquiatra Judson Brewer, The Craving Mind (em tradução livre, A Mente Compulsiva). Para falar sobre a abordagem de Brewer e outras coisinhas mais, convidamos Fabiana Gaspar, fundadora da Via Integrativa, que conduziu recentemente um grupo de estudo e apoio baseado no livro de Brewer, e já estudou o tema academicamente. Pelo Via Integrativa, a Fabiana oferece atividades ligadas a yoga, mindfulness e habilidades socioemocionais, incluindo o Insight Dialogue. Também tivemos a honra de contar com nosso querido amigo, o psicólogo e professor Rondinelli Mariano, na mesa. O papo está viciante e esperamos que tenha consequências agradáveis em todes. Bom programa!
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Martin Luther King e Thich Nhat Hanh são duas importantes figuras na promoção da transformação social por meios não-violentos. O primeiro atuou no movimento dos direitos civis nos Estados Unidos; o segundo se opôs à Guerra do Vietnã, fundou a Escola de Jovens para o Serviço Social e promoveu o budismo engajado durante décadas. O encontro deles é superficialmente conhecido nos meios budistas, mas a profundidade dessa conexão foi menos explorada até o momento. Marc Andrus, bispo anglicano da Diocese Episcopal da Califórnia intensamente engajado em questões de justiça social e climática, nos fornece um livro que modifica esse cenário: trata-se de Brothers in the Beloved Community: The Friendship of Thich Nhat Hanh and Martin Luther King, Jr. (Irmãos da Comunidade Amada: A Amizade de Thich Nhat Hanh e Martin Luther King Jr.). No livro, Andrus leva a sério duas afirmações feitas por Thich Nhat Hanh em 2014: a de, quando soube do assassinato de Luther King, ter feito o voto de continuar construindo a "Comunidade Amada" aspirada por King; e a de sempre ter sentido o seu apoio. O livro reflete sobre e elucida a natureza destas afirmações. O resultado é uma bela meditação sobre como e por que nutrir a "Comunidade Amada". Foi esse o tema da entrevista com o bispo Marc. E a falta de comunidade, sobretudo comunidades unidas pelo laço do amor, tanto na vida cotidiana quanto na capacidade dos nossos sistemas de pensamento de reconhecer interdependência, não está na raiz de tantos problemas da contemporaneidade?
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Seres de todos os reinos, Seguindo a nossa exploração da intersecção entre os mundos ditos interno e externo, a presente conversa explora uma importante tradição de transformação social que trabalha nos dois polos, e com a qual temos muito a aprender: a da desobediência civil. O entrevistado da vez foi Eraldo Souza dos Santos, que é filósofo e historiador do pensamento político. Atualmente ele está concluindo doutorado na Panthéon-Sorbonne, com uma pesquisa precisamente sobre desobediência civil, e já pesquisou e ensinou em várias universidades europeias; ele também vai publicar em breve um livro sobre a abordagem de Hannah Arendt sobre o tema. O Eraldo explorou episódios importantes da história e da filosofia do conceito, bem como sua intersecção com temas como a função das narrativas, o papel da mídia, da polícia, da presença ou ausência de um horizonte de reconciliação. Eu gostaria de destacar também como, em diversos momentos, o Eraldo também desenvolveu reflexões que me parecem particularmente importantes sobre o quão centrada no estado e nas instituições liberais contemporâneas tem sido nossa imaginação. Dois recados rápidos: seguimos fazendo o grupo de estudos que, neste momento, trata de transformação social da perspectiva da não-violência e da formação da "Comunidade Amada". Estamos lendo A Dádiva do Amor, de Martin Luther King, e Paz é Cada Passo, de Thich Nhat Hanh. E se você quer nos apoiar, estamos no apoia.se/coemergencia. Cogite também divulgar nossos episódios em suas redes, caso eles te toquem ou pareçam benéficos de alguma maneira. Um grande abraço e ótima conversa!
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Seres de todos os reinos, Vocês que nos ouvem provavelmente têm, ou tentam ter, algum trabalho interno de familiarização com a própria consciência e com as emoções, de reconhecimento da interdependência, de abertura do coração. E se é o caso, em algum momento você com certeza já pensou que muito sofrimento teria sido evitado se você tivesse tido acesso a algum referencial de como fazer esse trabalho algumas décadas antes. Quantas vezes espera-se que as crianças lidem com suas emoções de maneiras que nem os adultos conseguem lidar, mas sem de fato apoiá-las no processo? Ou quantas vezes, nas escolas, é pedido às crianças e adolescentes que prestem atenção, sem que ensinemos métodos e referenciais sobre como realmente cultivar essa habilidade? Pois bem, a nossa convidada de hoje, Rachel Melo, criou e tem executado o Crescendo Zen, um projeto que nos dá esperança de que as próximas gerações cresçam equipadas com ferramentas para lidar com suas mentes e suas emoções; para serem pessoas que escutam, que buscam entender, que respeitam. Pessoas que, enfim, sabem regar e ter regadas, em si e em todas as demais, as sementes de felicidade, sabedoria, amor e compaixão que têm já presentes em si. Espero não apenas que você ache a conversa interessante, mas inspiradora. Que projetos como os da Rachel e outros semelhantes, nessa área e em muitas outras, possam se manifestar em cada canto da nossa rede de vida interdependente, e contribuam para melhorias muito profundas na vida de todos os seres. É inteiramente possível! O presente episódio conta com a participação especial da querida Izabelle Lopes. Dois recadinhos rápidos: a segunda rodada do Grupo de Estudos sobre os Mundos segue rolando, com a leitura conjunta de A Dádiva do Amor, de Martin Luther King, e Paz é Cada Passo, de Thich Nhat Hanh. É sempre uma alegria a gente se juntar e contemplar juntos textos tão profundos! Mais informações no link da bio do nosso instagram. E se você quiser apoiar nosso podcast, estamos em apoia.se/coemergencia. O apoio é muito bem vindo! Um grande abraço para todo mundo!
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Seres de todos os reinos, A coluna Mudita é um convite a exercitarmos uma comunicação mais consciente em nossas vidas individuais e coletivas. É certamente correto que precisamos falar sobre o sofrimento, preferencialmente de maneiras que nos ajudem a ultrapassá-lo. Mas é também importante seguirmos uma direção afirmativa, positiva, propositiva, e falarmos daquilo que desejamos nutrir no mundo. A convidada pra essa rodada de fala apreciativa é a psicóloga Caroline Bertolino, especialista em autocompaixão. Quer saber o que ela tinha a dividir? É só dar o play e vir se alegrar com a gente!
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Seres de todos os reinos, somos o Coemergência, seu podcast sazonal, e estamos de volta para dividir com vocês uma gravação recente que adoramos fazer. Tivemos a alegria de conversar com Lama Jigme Lhawang, professor brasileiro do Dharma, ordenado pela linhagem Drukpa, e que está envolvido em uma série de iniciativas que admiramos. Entre elas, é o idealizador do Instituto de Ciências Contemplativas do Brasil, por meio do qual oferece o programa Kindfulness. O Lama Lhawang falou bastante sobre essas iniciativas com a gente, além de contar um pouco mais sobre o podcast que iniciou em 2022 para falar sobre temas sensíveis não estamos tão acostumados a ouvir de professores budistas.
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Seres de todos os reinos, O Coemergência #74 se situa em várias travessias: entre a fala e o silêncio, entre a experiência e a linguagem, entre as violências estruturais e a agência de pessoas que anseiam, sonham, criam. Esses são alguns dos aspectos das belíssimas reflexões trazidas pela pesquisadora Fernanda Sousa. Ela tem investigado a literatura, e especificamente os diários, de Carolina Maria de Jesus e Lima Barreto, "à luz de uma tradição literária e musical afrodiaspórica" em seu doutorado no Programa de Teoria Literária e Literatura Comparada da Universidade de São Paulo. A Fernanda, dentre outras coisas, também publicou várias resenhas na Folha de São Paulo, traduziu intelectuais da diáspora negra e escreveu o posfácio de Perder a Mãe: uma jornada pela rota atlântica da escravidão, a edição brasileira de Lose Your Mother, de Saidiya Hartman, publicada pela Bazar do Tempo. Para além do interesse que poderíamos ter mais específico por literatura ou pelo diário desses autores, é muito digno de nota o quanto aspectos da sociedade brasileira, e da história dessa sociedade tão estruturada pelo racismo, se permite ver nesse microcosmos. Mas textos e pessoas nunca são apenas um reflexo das estruturas. Ao abordar os diários e sua autoria, a Fernanda nos convida também a reflexões éticas: o que seria ler com uma ética do cuidado? Como os silêncios, mas também os silenciamentos, se manifestam na literatura? Se eu a entendo corretamente, parece que um ponto relevante é o respeito à complexidade das pessoas e suas experiências, que nunca podem ser inteiramente capturadas na linguagem, nem tornadas superficiais em vez de profundas. São pessoas que, por exemplo, resistem, mas que também fazem muito mais que resistência.
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Seres de todos os reinos, estamos de volta com mais um episódio do Coemergência. Desta vez para tratar de um tema urgente e pouco discutido: a crise da sensibilidade e seus efeitos nas nossas vidas. Convidamos para nosso papo o artista, educador e pesquisador do corpo Danilo Patzdorf (@danilopatzdorf). Danilo é uma daquelas pessoas raras que entra com corpo-alma-mente em investigações teórico-práticas motivadas pelo desejo de entender as causas do nosso sofrimento. Este ano ele defendeu a tese “A somatopolítica neoliberal e a crise da sensibilidade do corpo ocidental“, em arte-educação, na ECA/USP. Se ficou difícil de entender, não se preocupe. Danilo foi super generoso e explicou tudo pra gente! Sua hipótese é que sofremos em grande medida por conta do distanciamento com nossa dimensão estética, sensível e sensorial, o que fragiliza nossa capacidade de perceber e enfrentar aquilo que nos tira energia e que nos impede de dar sentido à existência. O papo foi muito provocante. Esperamos que apreciem tanto quanto apreciamos.
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Seres de todos os reinos, Muitas vezes nesse podcast falamos, e com razão, sobre como não basta tratarmos apenas da dimensão individual de nosso bem-estar e sofrimento; afinal, existimos de maneira interdependente. Mas pode ser muito importante concretizarmos um pouco mais essa afirmação. Em nossos sociedades contemporâneas, o que significa pensar também sobre as dimensões sistêmicas de nossas vidas? Certamente o tema das políticas públicas é de grande importância. Tendo isso em mente, a coluna Interser teve a honra de receber Lorena Barberia, professora do Departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora científica da Rede de Pesquisa Solidária em Políticas Públicas e Sociedade, dentre muitas outras coisas. A professora Lorena falou detalhadamente sobre o tema da pandemia, uma área que deixa particularmente clara a insuficiência de abordagens meramente individuais para problemas coletivos, bem como do combate à fome no Brasil e questões mais amplas sobre saúde pública. Para quem quiser nos apoiar, estamos em apoia.se/coemergencia. Cada apoio faz muita diferença! Que nosso voto amanhã reflita nosso compromisso mais profundo com a teia de seres vivos. Que seja um passo rumo a um mundo sem fome, sem exploração, se destruição da natureza, sem genocídio indígena e do povo negro, sem violências de raça e gênero. Nada disso se resolve inteiramente nas urnas, nem perto disso, mas a construção é facilitada ou enormemente impossibilitada por meio delas.
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Durante um evento em São Paulo, o nosso amigo Valentin Conde, que já foi entrevistado por aqui, nos apresentou a Flavia Kolchraiber. Ele contou que a Flavia está fazendo um trabalho lindo com meditação e práticas contemplativas em Parelheiros, no extremo sul de São Paulo, e achou que seria legal um programa com ela no Coemergência. Nós achamos também, muito. E depois de uma breve conversa, achamos que uma outra boa ideia seria trazer com ela dois jovens que estão participando dessas iniciativas lá em Parelheiros. E assim foi. A Thais Aparecida e o Wender Gomes de Campos toparam nosso convite e deixaram essa conversa muitíssimo mais rica, falando sobre como tem sido esse processo a partir de suas próprias experiências. Essa edição foi tão importante pra gente porque é um tema sempre presente nas nossas reflexões. A ausência de diversidade nos ambientes ligados à meditação e às práticas contemplativas no Brasil é clara, notória e algo que sempre nos gerou incômodos e questionamentos. Ainda que essas barreiras não estejam colocadas de maneira explícita, parece que as práticas de meditação e os ensinamentos associados a elas não são pra todo mundo. Afinal, quando olhamos pras pessoas interessadas ou que integram esses grupos, o cenário é sempre um pouco parecido. Pessoas brancas, de classes sociais privilegiadas e com alta escolarização. As excessões sempre existiram também, é claro, mas a paisagem geral soa pouco convidativa para quem não se enxerga representado por esses esteriótipos. Chacoalhar essa realidade é urgente, e iniciativas como a da Flavia podem nos oferecer um horizonte pra isso. Nossa aspiração é de que esse episódio possa ajudar a inspirar esse movimento.
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Tudo que percebemos como inadequação só pode existir à luz de uma norma do que seja o adequado. E há áreas da vida em que, de fato, precisamos de referenciais: na ética, por exemplo, referenciais lúcidos e maleáveis, acompanhados da atenção às situações em sua concretude, são muito úteis, e sua ausência pode ser perigosa. Mas a comparação da nossa experiência com uma “segunda coisa” pode também nos colocar em luta contra a vida como ela é, nesse momento, e produzir um senso de inadequação e de insuficiência muito injusto para seres com tanto a oferecer ao mundo, como todos, sem exceção, somos. O episódio #71 apresenta a primeira de duas partes de uma conversa sobre o cultivo da atitude de “aceitação radical” em relação à nossa experiência, exemplificada nos domínios do corpo, das sensações, da mente e dos fenômenos. Há muito o que explorar no assunto, desde a distinção entre aceitação e passividade até as dificuldades e potencialidades de uma maior abertura à vida, e é evidente que mal arranhamos a superfície. Mas como a honestidade com nós mesmos e uns com os outros é a base de bons relacionamentos, mesmo essa abordagem exploratória pode render alguns bons frutos. Onde quer que você esteja, qualquer que seja a sua experiência agora, que esse papo possa ser uma boa companhia para você!
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Mudita, ou alegria empática, é uma das "quatro qualidades incomensuráveis" na tradição budista, junto com amor, compaixão e equanimidade. Ela é a expressão de nossa capacidade de nos alegrarmos com as alegrias dos outros - dos seres que pensamos ser "outros" - e, especialmente no budismo tibetano, a apreciação pelas virtudes que geram a felicidade e suas causas. O objetivo dessa coluna é falar sobre virtudes, ações no mundo e artefatos culturais que apreciamos. Mudita não é apenas para budistas, pois é uma potencialidade da consciência de todos. Também não é frivolidade nem "positividade tóxica": as quatro qualidades se combinam e se fortalecem mutuamente, evitando que as demais tomem uma direção errada. Assim, é importante falarmos do sofrimento e suas causas com o intuito de ultrapassá-los (isto é compaixão), mas nossa capacidade de agir no mundo de maneira compassiva, bem como amorosa e inclusiva, é ampliada pela nossa apreciação por tudo que é digno de apreciação. Basta investigar: quantos livros, movimentos sociais, teorias, filmes, exemplos positivos você não conheceu porque alguém falou apreciativamente a respeito? Quantas qualidades em nós mesmos não foram fortalecidas pela fala apreciativa de outra pessoa? A primeira convidada dessa coluna é a querida Denise Kato. Denise é professora e praticante de meditação e mindfulness, inclusive na linhagem de Plum Village, a comunidade fundada por seu professor Thich Nhat Hanh. Ela nos trouxe lindas contemplações e exemplos de mudita com sua fala gentil e atenta. Alegria!
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