エピソード

  • Uma casa organizada é um espaço em que as coisas estão dispostas em lugares que fazem sentido, agrupadas em categorias que nos ajudam a achar mais fácil e a manter tudo no lugar. Pra isso existe técnica, algo que a entrevistada deste episódio, a profissional da organização Cora Fernandes, conhece bem. "O processo de organização consiste em trazer sentido à vida", diz em entrevista ao Podcast da Semana. E é por isso que, pra ela, um quartinho da bagunça deve ser repensado, porque ali não há qualquer categorização.

    Cora é autora do livro "Lições de uma Personal Organizer" (Latitude, 2021), colunista da revista Casa Vogue Brasil e coapresentadora do "Menos é Demais", da Discovery, que acaba de ganhar uma nova temporada. Na conversa com Gama, ela fala da necessidade de personalizar cada espaço da casa para quem o ocupa, da organização como um processo contínuo, traz dicas para encontrar o seu jeito de organizar a casa e ressalta a necessidade de identificar quando estamos com coisas demais. "É muito importante você ter apenas o que cabe no seu espaço", diz.

    Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic

  • Estamos vivendo uma transformação no jeito de encarar as relações sexuais, de acordo com o antropólogo Michel Alcoforado. E essa é uma questão geracional: são os jovens que dão uma importância diferente ao sexo. “Os mais jovens estão dizendo que sexo é igual tomar banho e escovar dente. Você faz se tiver com vontade”, afirma ao Podcast da Semana sobre sexo e relacionamento. O antropólogo acredita que o resultado dessa mudança de perspectiva é que as pessoas vão ficar mais à vontade para afirmar que têm pouco desejo sexual.

    Alcoforado, que acaba de lançar o livro “De Tédio Ninguém Morre: Pistas para entender os nossos tempos” (Ed. Telha) e é comentarista da rádio CBN, tem se dedicado ao tema na atual temporada de seu podcast, o “É Tudo Culpa da Cultura”. Lá, ele entrevista outros antropólogos sobre diversos aspectos do sexo, desde sex shops em comunidades evangélicas até as festas de orgia em saunas gays.

    Ao Podcast da Semana, Alcoforado fala sobre as transformações que vivemos desde o aparecimento dos apps de namoro. Ele aposta que até 2030, 3% da população vai se declarar assexuada. Acredita também que o sexo ficou mais difícil porque “vamos para a cama com muitas bandeiras”. “É muita satisfação que temos que dar conta: do teu prazer, do meu prazer. Eu tenho que dar conta do prazer dos homens e das feministas. Eu tenho que dar conta da igualdade de gênero. Eu tenho que dar conta de tanta pauta para além da minha vontade de gozar, que transforma uma relação sexual em algo infinitamente penoso”, afirma.

    O antropólogo comenta ainda fenômenos como o detox de homem e essa mania que o brasileiro tem que dizer que transa demais.

    Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

  • A pressão e a velocidade do mercado de trabalho de hoje fazem o ambiente perfeito para problemas de saúde mental como o burnout e a depressão. E, mais, para que não sejam notados. “Às vezes a depressão é invisível. Ela fica num estado interno em que a pessoa que tem o problema o recusa”, afirma a psicóloga Bianca Solléro, que trabalha com foco no mercado de trabalho e é a entrevistada do Podcast da Semana sobre depressão no trabalho.

    Solléro, que faz mentorias e também atende na clínica e em empresas, explica as diferenças entre depressão e síndrome do burnout. “Os sinais mais óbvios da depressão é o desinteresse, a procrastinação excessiva, a não entrega. Às vezes, quando uma pessoa que está encrencando muito com questões simples, ela pode estar escondendo uma depressão. Já a pessoa com estresse e em burnout tem uma aceleração dos pensamentos. É uma pessoa que não dá conta de parar de pensar nas coisas e que está fazendo”, afirma.

    Ao Podcast da Semana, Solléro fala sobre o impacto devastador dos problemas de saúde mental para a produtividade e o que é preciso saber e fazer para cuidar melhor da saúde mental. "Precisamos parar de achar que uma pessoa depressiva está com mimimi, é um problema coletivo. Uma pessoa em equilíbrio emocional é muito mais produtiva e criativa", afirma. "A depressão pode denunciar um sintoma que é da empresa"

    Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

  • A maneira com que crianças e adolescentes jogam videogame mudou demais na última década. Mas uma coisa não mudou: a disputa entre pais e filhos para controlar o tempo em que se passa jogando.

    Hoje, existem jogos mais educativos, disputas online em que é possível jogar com pessoas diferentes, gente do mundo todo. E, até por isso, mais do que nunca é importante que pais e cuidadores estejam por perto, jogando junto, participando, entendendo esse universo onde os filhos também habitam.

    A convidada desde episódio, a psicóloga Andréa Jotta, traz as mudanças pelas quais passaram os videogames e a maneira como crianças e adolescentes se relacionam com eles hoje e desde a pandemia. "Com o isolamento, os comportamentos ficaram mais online e se perdeu o controle do uso de games e da tecnologia", diz.

    Jotta, que é especialista em ciberpsicologia e pesquisadora da Pontifícia Universidade de São Paulo (Puc), traz diferentes caminhos para auxiliar – e convencer – os mais jovens a dosarem o uso da tecnologia. Discute também algumas habilidades sociais que são essenciais para a formação emocional e psíquica das crianças e adolescentes. “Se a interação humana não é atrativa para a criança, quanto mais velha ela for, mais difícil vai ser lidar com isso", diz a Gama.

    Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic

  • O que significa ser pai? O que é preciso fazer pra ser um bom pai? Nesta edição do Podcast da Semana, o tema é parentalidade e a conversa é com Thiago Queiroz, pai de quatro filhos, criador do blog Paizinho, Vírgula! e que lança "O Poder do Afeto" (Fontanar, 2024), livro em que propõe uma jornada de 21 dias com exercícios práticos para alcançar uma relação mais equilibrada e prazerosa entre pais e filhos.

    Na entrevista, ele conta que em suas redes sociais são as mulheres que comentam e perguntam mais. "Sempre foi muito difícil trazer o homem para essa conversa. Isso é um sintoma da própria sociedade em que a gente vive", afirma. Ele cita a licença-paternidade como o início do problema. "Não dá para falar sobre como a paternidade é importante se o Estado coloca que esse período. Qual é, então, a mensagem que a sociedade recebe sobre paternidade se você tem um filho e tem cinco dias corridos?"

    Outra dificuldade citada por Queiroz é a falta de preparo para o cuidado desde cedo, enquanto as meninas são estimuladas desde cedo a brincar de bonecas, os meninos não são ensinados a cuidar. "Divisão de tarefa passa por entender que você tem que cuidar do todo, não é só 50%", afirma.

    No Podcast da Semana, Thiago Queiroz fala também sobre como cuidar de filhos destampa memórias esquecidas da nossa infância e de como traumas esquecidos podem voltar à tona. Ele aponta caminhos para uma paternidade mais feliz, justa e amorosa.

    Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

  • "Por que as categorias são separadas em feminino e masculino, de acordo com o órgão genital?" O questionamento acima é de Lucas Kumahara, medalhista brasileiro do tênis de mesa com três Olimpíadas no currículo. Kumahara, que competia na modalidade feminina, agora atua na masculina e vai a Paris como comentarista da TV Globo. É ele o entrevistado do Podcast da Semana da edição especial sobre os jogos.

    Na entrevista, Kumahara fala sobre um dos pontos mais polêmicos do esporte hoje, a situação dos atletas trans nas modalidades feminino ou masculino. Segundo ele, a situação é complexa e está longe de estar clara ou resolvida, e um dos motivos é que os corpos trans são muito pouco estudados. “Cada esporte tem a sua autonomia para decidir as regras e, no tênis de mesa por exemplo, só começou a ser discutido quando apareceu a minha história”, afirma.

    A Gama, o atleta conta que pensou em declinar do convite para comentar os jogos porque o tênis de mesa oferece pouco tempo para que os comentários sejam feitos. Mas mudou de ideia e disse que pretende levar o lado humano dos atletas para os telespectadores, que não sabem muito sobre o que passam para conseguir treinar e exercer a carreira. “Atleta não é só rendimento, não é máquina”, afirma. “As pessoas não fazem ideia das dificuldades que o atleta passa.”

    Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

  • Como envelhecer de maneira ativa, de modo que se continue colaborando e sendo ouvido? Será que você quer envelhecer como seus avós ou de outro jeito?

    Envelhecer é uma jornada, e a maneira como a gente lida com o passar dos anos, e com as pessoas mais velhas, influenciam demais na nossa própria história. "O pior que pode acontecer na velhice é você ficar num canto, escondido, calado. Às vezes cercado de pessoas e totalmente só", diz o médico gerontólogo Alexandre Kalache, convidado este episódio. "Uma solidão que dói porque é a solidão social, de não lhe darem espaço e voz."

    Aos 78 anos, Kalache trabalha com o tema de gerontologia desde 1975, com formação nas universidades de Londres e Oxford. Nos anos 1990, foi recrutado pela OMS para dirigir o departamento de envelhecimento e saúde e, desde 2008, atua como consultor para políticas públicas para a longevidade. É presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil e um colaborador frequente do jornal Folha de S. Paulo e na rádio CBN.

    Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic

  • Já pensou viver num mundo sem chocolate? Parece difícil de acreditar, mas o preço do cacau no mercado internacional e o aquecimento global têm deixado esse cenário apocalíptico mais próximo e preocupante. É sobre isso que e Tuta Aquino produtor de cacau e de chocolate e o entrevistado desta edição, fala no episódio sobre comida e aquecimento global. "Essa crise se iniciou no cacau e em algum momento vai chegar no chocolate sim", afirma ao Podcast da Semana.

    Na África, países como Gana e Costa do Marfim, que juntos respondem por 80% do cacau commodity, estão com problemas para se adaptar às mudanças climáticas. E, junto a isso, fundos de investimento descobriram o cacau como instrumento para especular nas principais bolsas do mundo. O resultado é o preço do cacau três vezes maior e o chocolate ameaçado. Vice-presidente da Associação Bean to Bar Brasil e sócio da Baianí Chocolates, Tuta Aquino fala sobre essa crise e sobre como o Brasil se coloca nesse cenário.

    Na Bahia, as chuvas já são mais escassas há dois anos e o impacto é muito grande nas plantas, que passam a produzir menos. "São plantas resilientes, mas que são muito sensíveis à falta d'água. Elas se lançam em modo preservação e ficam sem energia para novas flores e frutos", conta. Para mitigar a situação, eles têm usado novos sistemas de irrigação, especialmente nas áreas novas de plantio. "Estamos vendo com muita preocupação as variações climáticas, os impactos podem ser bem devastadores."

    Ainda assim, ele explica um pouco sobre como o Brasil tem potencial para produzir mais, afinal o cacau é um fruto amazônico, mas como realmente o aquecimento já atrapalha a produção por aqui.

  • Crianças e adolescentes estão ansiosos, deprimidos, com dificuldade para dormir e com a saúde mental comprometida em um nível sem precedentes. Esses problemas estão relacionados ao uso excessivo de telas, à falta de tempo dos pais e cuidadores, à ausência de atividades ao ar livre e também a alimentação industrializada, de acordo com o pediatra carioca Daniel Becker, entrevistado deste episódio do Podcast da Semana. "As crianças ficam em casa e não brincam porque elas todas tem um celular na mão", diz a Gama.

    Daniel Becker se considera um ativista pela infância. Com mais de 1 milhão de seguidores no Instagram, seus vídeos tratam da importância de brincar, de uma alimentação saudável, de como proteger as crianças que estão online e outros temas relacionados à saúde integral infantil. Becker é pediatra, sanitarista, médico do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro e colunista do jornal O Globo.

    Na conversa com Gama, ele trata do uso de celulares nas escolas, aponta os problemas da rotina das crianças hoje em dia, dos vícios a que elas estão sucetíveis e como pais e cuidadores podem proporcionar uma infância mais saudável aos pequenos. "O recreio é o último reduto do brincar na nossa sociedade, deveria ser ampliado. Se tem celular, vira um funeral, cada criança no seu aparelho."

    Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic

  • Sabe gente que viaja para comer? Os sócios do restaurante Tuju, de São Paulo, Katherina Cordás, que é responsável pelo serviço e hospitalidade, e Ivan Ralston, que é o chef da cozinha, são exatamente assim. Para reabrir a casa no ano passado depois de fechada na pandemia, os dois passaram dois anos viajando em busca de ingredientes verdadeiramente brasileiros. Foi desbravando o interior de São Paulo, de Goiás e da Bahia, entre outros estados brasileiros, que eles encontraram algumas das preciosidades que servem no restaurante duas estrelas pelo guia Michelin.

    “Eu já estava em um momento da minha carreira que eu queria fugir de códigos que se espera de um restaurante de fine dining, queria fugir e procurar uma identidade própria brasileira. E essas viagens foram essenciais para isso”, afirma Ralston ao Podcast da Semana.

    “Estamos priorizando essas viagens que a gente faz de pesquisa, então o nosso objetivo é viajar por aqui. Agora a gente vai para a Terra Roxa, em São Paulo. Vamos ver o que está ali no entorno, e não pensamos em viajar para algum lugar para cozinhar fora. A gente quer cozinhar dentro”, diz Cordás, no episódio, sobre a opção de receber chefs de fora, mas não viajar para eventos no exterior.

    Foi numa dessas viagens que eles descobriram o boi curraleiro, que hoje é servido em muitos restaurantes de São Paulo, no interior de Goiás. O cacau da Bahia também foi muito explorado pelo casal. Mas talvez o estado de São Paulo tenha sido o destino que mais recebeu a expedição, que foi do mar à montanha, de Ilhabela à Mantiqueira.

    Como bons viajantes, os dois terminam o episódio do Podcast da Semana dando dicas a quem também gosta de viajar e comer. Entre elas está a de não subestimar visitas a lugares mais autênticos, especialmente a mercados públicos locais.

    Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

  • Como criar projetos que tenham um impacto positivo no mundo, que atraiam o interesse do público e que também gerem lucro? A primeira lição, para Monique Evelle, é encontrar a sua voz, um tema que você se identifique. "Outras pessoas também vão se identificar com a sua verdade", diz em entrevista ao Podcast da Semana.

    Aos 29 anos, Evelle é a mais jovem investidora no Shark Tank Brasil, um programa do canal Sony focado em empreendedorismo, que deve lançar uma nova temporada em setembro. Nascida e criada em Salvador, Evelle é fundadora da Inventivos, uma plataforma que oferece formação, mentoria e networking para novos empreendedores. Ela foi reconhecida como uma das 30 jovens mais influentes do Brasil pela Forbes e uma das 50 profissionais mais criativas do país pela Revista Wired. Também atuou como repórter no programa "Profissão Repórter", da Rede Globo.

    Na conversa com Gama, ela fala da importância do dinheiro como uma ferramenta para mudar o mundo -- "Eu consigo ajudar muito mais agora com o dinheiro do que quando eu não tinha" --, dá dicas para quem quer empreender e compartilha o que um projeto precisa para se tornar atraente.

  • Será que estou vivendo ou só trabalhando para pagar boletos? Se essa pergunta já passou pela sua cabeça, você não está só. É uma constante de trabalhadores de diversas áreas na nova configuração do mundo profissional. Agora, o que fazer com essa sensação e a exaustão do trabalho sem fim? É sobre isso que a psicológa e coach Taly Jaya Szwarcfiter fala nesta edição do Podcast da Semana.

    Psicóloga pela Universidad de La República Oriental Del Uruguay e pela Universidade Paulista, e coach pela escola chilena Newfield Network, Szwarcfiter acredita que o ponto de virada para o jeito como encaramos o trabalho foi a pandemia. Para ela, ainda estamos nos ajustando e, se há essa sensação de que a vida é só trabalho, angústia, se está difícil se sentir presente, é preciso impor limites. "Sempre vai ficar algo para amanhã. E tudo bem", afirma.

    Ela fala sobre o volume de trabalho e como fazer para gerenciar tantas obrigações. "Temos grande dificuldade de discernir o que é urgente do importante. Às vezes a diferença está numa respiração que você dá antes de enviar um email."

    A psicóloga, que tem experiência clínica e corporativa, comenta como o mercado de trabalho, cada vez mais exigente, tornou as empresas lugares mais hostis e como é importante lembrar que as corporações são feitas de pessoas e que os trabalhadores são humanos e diferentes. Lembrar disso é entender melhor, por exemplo, o tão comentado conflito de geração. "Todas essas agendas de diversidade nos colocam frente ao espelho", diz. "Aprender a se relacionar é fundamental para uma carreira. Sempre foi, mas hoje cada vez mais."

    A entrevista com Taly Jaya Szwarcfiter debate ainda o acúmulo de trabalhos para que as pessoas dêem conta do custo de vida das cidades, como fazer escolhas e, portanto, como é importante ter um propósito como norte de planejamento de carreira, sabendo que não estamos livres do erro. "O importante é saber levantar", conclui.

    Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

  • O que está acontecendo com o flerte, com a maneira que a gente tenta se relacionar? Será que as pessoas estão cansadas dos apps de relacionamento, das infinitas mensagens online que muitas vezes não viram nada ou, no máximo, rendem um date ruim?

    A convidada desde episódio, Camila Fremder, 42, é podcaster, roteirista, escritora e trata desse tema com a experiência de quem coleciona histórias de seus ouvintes; e que, vira e mexe, discute relacionamento com os convidados de seus programas.

    Com mais de 400 mil seguidores somando TikTok e Instagram, além do podcast "É nóia minha?", que completou 5 anos, Fremder comanda também o "Rapidinhas", uma versão curta que traz, entre outras coisas, histórias de dates ruins. E, mais recentemente, lançou "E os Namoradinhos?", com Pedro Pacífico, o bookster.

    Na conversa com Gama, Camila fala sobre as suas próprias experiências e sobre o que, afinal, as pessoas buscam hoje num relacionamento: “Todo mundo quer uma companhia, essa idealização de ver série junto”, diz no episódio.

    Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic

  • Atleta amador apaixonado por corrida, Danrley Ferreira, 25, virou um criador de conteúdo do assunto após ficar conhecido pela sua participação no “BBB 19”. Agora, ele se prepara para participar da maratona olímpica de Paris, que pela primeira vez será aberta para corredores amadores. Ferreira é o convidado desta edição do Podcast da Semana.

    Carioca, morador da Rocinha, no Rio de Janeiro, ele corre há dez anos. Em seu Instagram, Ferreira mostra a rotina de corredor, explica estratégias, fala como se prepara para as corridas e dá detalhes sobre o que é participar de uma maratona. Essa atividade, ele equilibra com o estudo de pedagogia: sonha em alfabetizar jovens adultos.

    Neste episódio do podcast, Danrley Ferreira fala como faz pra encontrar o equilíbrio entre trabalho, estudo e esporte e o que significa correr uma maratona: são 42 km que exigem muito do corpo e da mente. Ferreira conta como foi sua primeira vez numa prova longa, uma experiência cheia de emoção e epifanias. "Só quem faz de uma maratona para ter noção do que é. A partir de certo momento, na maratona, o esforço é muito mais mental do que físico", afirma no episódio. "É uma prova que te leva ao extremo."

    Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

  • Se você segue Luciana Paes no Instagram sabe que ela tem a incrível capacidade de fazer rir com um único post sobre fatos cotidianos -- como a sua prática de hot yoga ou as infinitas obras do bairro paulistano em que ela morava, Pinheiros. Mas a atriz e comediante, entrevistada do novo episódio do Podcast da Semana, faz muito mas do que postagens geniais nas redes.

    Aos 43 anos, ela tem em seu currículo inúmeras séries como "Notícias Populares" (2023), "Encantado's" (2022), "B.O" (2023) e "Férias Trocadas" (2024), além da participação em filmes e novelas como "Fina Estampa", da Globo, e "Sintonia da Necrópole" (2014), de Juliana Rojas. Em breve, Paes estreia na Star+ a série "Jogos Cruzados", dirigida por Pedro Amorim. E, ao longo do mês de agosto, uma nova temporada da peça "Portátil," da qual ela participa ao lado de Gregório Duvivier e grande elenco, estará no Teatro Adolpho Bloch, no Rio.

    Na conversa com Gama, a atriz fala do desafio de fazer humor quando o mundo está acabando, dos comentários maldosos e julgamentos que ela ainda tem que enfrentar por ser uma comediante mulher e das crises e prazeres de sua profissão. "É o perigo da mulher engraçada. Socialmente foi dado aos homens um lugar de despudor. "Uma mulher engraçada é aterrorizante", diz.

    Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic

  • Políticas públicas são fundamentais para que um homem negro consiga exercer sua paternidade. Para que essas políticas existam, é preciso de uma mentalidade antirracista, que entenda a importância de proteger e oferecer à comunidade negra acesso à saúde e à educação.

    “Esse homem negro, quando protegido, consegue paternar. Quando ele está exposto, nas grandes periferias, está exposto também à morte, porque há uma necropolítica. Se ele não tem proteção do estado, ele não se sente protegido para cuidar”, afirma o historiador Luciano Ramos, estudioso da masculinidade e da paternidade negra. É ele o entrevistado deste episódio do Podcast da Semana.

    Ramos coordenou um relatório produzido pelo Instituto Promundo que mostrou os desafios dos homens negros que são pais no Brasil hoje e entre os destaques está a ideia de que eles não são afetuosos. Hoje, Ramos tem viajado por vários estados brasileiros para visitar quilombos e aprender com a experiência nessas comunidades. Uma das conclusões, segundo ele, diz que quando o homem negro tem apoio, vive numa comunidade mais solidária, quando a provisão de recursos não é o único foco, a relação com os filhos muda pra muito melhor. Mas, numa sociedade racista, isso é muito, mas muito difícil.

    Ao Podcast da Semana, Ramos falou sobre o desafio de explicar para uma criança o que é o racismo e dá dicas de como e quando fazê-lo, e afirma que há uma diferença geracional positiva sobre o papel e a presença do pai que é negro, hoje mais ligado aos cuidados dos filhos em muitas situações e cenários.

    Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

  • A vida digital dos adolescentes virou um assunto emergencial. Isso porque problemas de saúde mental como ansiedade e depressão estão cada vez mais comuns e presentes nas vidas dos jovens e são vistos por muitos especialistas como efeitos do uso do celular. O médico hebiatra, especialidade focada em adolescentes, Felipe Fortes afirma ao Podcast da Semana que vê esse como o grande desafio da parentalidade contemporânea.

    “Telas é algo muito recente e esse é um dos grandes problemas também. Temos que trocar o pneu do carro com ele andando e principalmente depois do momento pandêmico. Fomos obrigados, para poder sobreviver, a mergulhar de cabeça dentro do mundo conectado”, disse em entrevista a Gama. “Demos o doce na boca da criança e agora temos que tirar. (…) E esse tem que ser um esforço coletivo, precisamos estar juntos enquanto sociedade: o poder público, escolas, ciência, big techs”, afirma o hebiatra.

    Fortes, que há 22 anos se especializou na saúde do adolescente na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, hoje faz parte do Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente da instituição e atende adolescentes em consultórios no Rio de Janeiro e em Porto Alegre, além de fazer vídeos para conscientizar pais e jovens sobre saúde física e mental nessa fase da vida. Em suas duas décadas como hebiatra, ele diz notar uma diferença no jeito que o adolescente se porta, hoje com muito mais dificuldade para se expressar e entender o que está acontecendo com ele mesmo, quase como se o raciocínio tivesse dificuldade de seguir.

    Neste episódio, o entrevistado aponta caminhos e fala da importância de se aproximar dos filhos. Ele fala da importância de regular o uso do celular e das redes sociais pelos jovens e dá dicas de como fazê-lo.

    Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

  • Durante 40 anos, as mulheres não podiam jogar futebol, a prática foi proibida por um decreto assinado pelo então presidente Getúlio Vargas, em 1941. Se ser jogadora profissional era algo impensável, a carreira de narradora de futebol em uma grande emissora era algo impossível de acontecer.

    Só em 2022, o Brasil presenciou a primeira mulher a narrar um jogo de futebol de Copa do Mundo na TV aberta. Era Renata Silveira, 34, entrevistada deste episódio do Podcast da Semana.

    Ela, que irá narrar os jogos das Olimpíadas de Paris, não cobre apenas futebol, mas definitivamente é quando Silveira grita "gooool" que sua voz parece incomodar os ouvidos de quem não está acostumado com uma mulher ocupando esse posto.

    Principalmente nas redes, a narradora precisa lidar com xingamentos e comentários maldosos que debocham de seu trabalho. "Às vezes, a pessoa nunca nem ouviu uma transmissão minha, nunca acompanhou um jogo, mas se é uma mulher que está narrando o cara troca de canal, fala mal, abaixa o volume", diz a Gama.

    Ja seu filho, Bernardo, de dez anos, joga bola com amigas e amigos da escola e não vê problema em ter uma mãe trabalhando nessa área. Pelo contrário. "Para ele e para a geração dos amigos, é normal menina jogar bola, eles jogam com as meninas da turma dele no recreio da escola", diz a Gama.

    Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic