エピソード
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Confira um dos melhores papos que rolaram durante este ano enquanto preparamos mais episódios inéditos para 2024 Durante o período de férias de verão, nossa equipe selecionou alguns dos melhores papos do ano de 2024. Se você ainda não ouviu (ou que rever a conversa), aqui está uma das escolhidas.Prestes a colocar a sua peça “Ficções” de volta em cartaz em São Paulo, a atriz Vera Holtz bateu um papo com Paulo Lima no Trip FM sobre amor, morte e como conquistou a internet sem precisar expor a sua vida pessoal (o que lhe rendeu o apelido de Vera Viral).“Eu não conseguia pensar na hipótese de ter uma rede social. Até que um dia fiz uma foto com um saquinho na cabeça e pensei ‘vamos trabalhar com isso nas redes sociais’. Quando começamos a desenvolver essa ideia de tirar foto de frente, lado e costas, aí expandiu e não parei mais”, conta ela. “Hoje eu até tenho a ideia, mas como voltei ao teatro não tive mais tanto tempo para produzir. Mas eu gosto do espaço das redes sociais. Só que precisam entender que a Vera Viral é temperamental, só aparece na hora que ela quer. É uma entidade livre.” Diferente da maioria das jovens que nasceram no interior de São Paulo na década de 50, a atriz nunca sonhou em ter marido e filhos. Criada em uma família muito amorosa – e numerosa –, ela ouvia do pai: primeiro você se forma, depois se casa. “Ele dizia: ‘você precisa ter liberdade econômica e não depender do seu parceiro’. Era uma família diferente nesse sentido”. Ainda criança, ela anunciou que não queria ter filhos. “Eu não sei o que deu na cabeça daquela menina jovenzinha de decidir: ‘Ó, não esperem netos de mim. Eu não vou ter filhos’. E foi um escândalo. Minha mãe falou: ‘Ah, lá vem mais uma da Vera”, lembra. A atriz não mudou de ideia nas décadas seguintes e teve que aprender a não escutar os questionamentos e cobranças alheias. “Eu não me preocupava muito com isso, talvez porque eu tivesse a minha escolha bem embasada”, conta.Essa conversa fica disponível no Spotify e no play aqui em cima.
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Líder da banda Mundo Livre S/A e um dos criadores do movimento manguebeat fala sobre a efervescência cultural do Recife "A pressão por estar sempre conectado é tão opressiva que se torna um trabalho em tempo integral. Você não usa o aplicativo, você é o aplicado. Um empregado das redes sociais. A música perde o sentido de criação e reflexão e o objetivo vira o seguidor", afirma Fred Zero Quatro em um bate-papo com Paulo Lima no Trip FM.Cantor, jornalista, guitarrista e compositor, Fred é líder da banda Mundo Livre S/A e um dos nomes mais importantes do movimento manguebeat, que revolucionou a cultura brasileira nos anos 1990, ao lado de Chico Science. No programa, Fred fala sobre a decisão de permanecer no Nordeste, a efervescência cultural do Recife, reflexões sobre o Brasil, música e muito mais. O programa fica disponível no Spotify e no play aqui em cima.[IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2024/12/67570fc55fc28/fred-zero-quatro-mundo-livre-sa-trip-fm-mh.jpg; CREDITS=Rafael Botas; LEGEND=Fred Zero Quatro, líder da banda Mundo Livre S/A; ALT_TEXT=Fred Zero Quatro, líder da banda Mundo Livre S/A, no palco cantando]Trip. Quais condições você acha que permitiram o surgimento do manguebeat?Fred Zero Quatro. A gente cresceu em um estado com uma riqueza cultural absurda. Tinha o legado de Josué de Castro, Gilberto Freyre, Ariano Suassuna, João Cabral de Melo Neto, Manuel Bandeira... Sem falar no Carnaval, no maracatu. Chega a ser opressiva a efervescência da cultura de raiz em Pernambuco. Mas, em um certo momento, o Nordeste teve sua economia sufocada pela ascensão da indústria no Sudeste. E aí a gente botou na cabeça: “Ou a gente muda de lugar, ou muda esse lugar.”Com você acha que está a música hoje? Mais assustador que o poder da grana é o poder do algoritmo. Como essa geração conhece a música? A primeira coisa que o jovem escuta já o prende no sofá para sempre, porque são 300 mil algoritmos enchendo a sua bolha, cada vez mais limitada. O nível de competição por likes em todo o setor cultural é algo assustador. Discute-se hoje a jornada 6x1, mas o artista ainda está no 24x7. É tão opressiva essa pressão por estar conectado que vira algo full time. Você não usa o aplicativo; você é o aplicado. Você é um empregado das redes sociais. A música perde o objetivo da criação, da reflexão. O objetivo passa a ser somente o seguidor.
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Ator de "Bacurau" reflete sobre a arte como resistência e conta sua trajetória do teatro de rua à TV e ao cinema "Quando você diz que é artista, as pessoas te chamam de vagabundo, como se você não fosse nada, alguém sem valor. Mas é exatamente o contrário: também somos parte da construção social. Uma música, uma poesia – tudo isso estimula a mente e nos faz pensar além", diz Thomás Aquino.Parte de uma nova geração de artistas que emergiram nos palcos do Recife, o ator de "Bacurau" e da série "Os Outros" (Globoplay) começou a carreira no teatro. Foi em sua estreia na capital pernambucana, numa montagem da peça "O Grande Circo Místico", que ele aprendeu habilidades que garantiram seu sustento nos primeiros anos de carreira. "Quando eu estava sem trabalho, usava as ferramentas que aprendi no circo pra fazer uma grana na rua. Eu lembro que me contrataram pra fazer eventos no Carnaval e aí pode cuspir fogo. Foi o que me salvou no aluguel. E me trouxe maturidade e humildade", contou ao Trip FM.Em um bate-papo com Paulo Lima, Thomás reflete sobre as diferenças culturais entre São Paulo e Recife, explora o impacto transformador do teatro e do cinema na sociedade e conta seus planos para o futuro – spoiler: em 2025, ele estará na novela "Guerreiros do Sol" e no filme "O Agente Secreto".Você pode ouvir essa conversa no Spotify ou no play aqui em cima.[IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2024/11/674a3146c1874/thomas-aquino-ator-trip-fm-mh.jpg; CREDITS=Rayssa Zago (@fotografia.dela); LEGEND=Thomás Aquino; ALT_TEXT=Thomás Aquino]Trip. Como foi o início da sua trajetória no teatro?Thomás Aquino. A minha primeira peça foi "O Grande Circo Místico", de Chico Buarque. Eu fiz lá em Recife e aprendi muita coisa de circo. Enquanto eu não tinha uma peça para fazer ou algum trabalho, usava as ferramentas que aprendi no circo pra fazer uma grana, uma boquinha na rua. Eu lembro que me contrataram pra fazer eventos no Carnaval e, aí, pude cuspir fogo. Se acendesse um fósforo perto de mim, era capaz de eu explodir depois, porque era o tempo inteiro fazendo. Foi o que me salvou no aluguel, sabe? Eu digo que foi um aprendizado e dou graças a Deus que passei por aquilo, porque me trouxe maturidade, humildade, atenção ao trabalho, dedicação e me faz saber que o dinheiro é importante, mas até quando, né?Qual o papel de Recife na sua formação como artista? Recife é uma região muito rica de cultura, uma cultura que nos alimenta pra entender o quão forte você pode ser. Recife foi minha escola de teatro pra estar aqui em São Paulo e construir minha vida, minha história de teatro, de improviso e de cinema. Então, pra mim, Recife é um coração. O fato de eu estar morando em São Paulo realmente foi a vida que me trouxe. E aí eu vi que aqui é outro tipo de cultura, que poderia somar com a cultura que eu já tinha de Recife.Como você lidou com as primeiras críticas na carreira? Depois da minha primeira temporada, saiu uma crítica no jornal falando que eu era a pior coisa da peça. Ao invés de me abalar, eu pensei: "Pô, faz sentido essa crítica?". Eu quero ser ator, porque eu senti que eu queria ser ator. Quando eu senti os primeiros aplausos, quando eu estava naquela peça, mesmo sendo ruim na atuação, eu disse: "Nossa, as pessoas vieram de casa prestigiar o teatro, eu apresentei um personagem e estão aplaudindo". Eu me senti muito vivo.O que Bacurau representou na sua trajetória? Bacurau com certeza foi um divisor de águas pra mim. Não digo que eu estou tranquilo pra que meu corpo não amoleça, porque a batalha da vida ainda é muito grande. Como eu sou um lutador de teatro, eu quero estar com o meu corpo sempre pronto. Eu não sei fazer outra coisa. Eu sou muito insistente, eu sou teimoso.Como você lidou com os padrões estéticos impostos pela sociedade? Em vários momentos eu me sentia o patinho feio. Todo mundo tem sua beleza específica, particular. Só que foi determinado que apenas olhos claros, loiros e loiras, e brancos eram os padrões. Isso, com certeza, vem dessa construção racial, social.
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Série comemorativa dos 40 anos de Trip FM traz dois neurocientistas para discutir maconha, sono e o estado de saúde do Brasil Para comemorar 40 anos no ar, o Trip FM lança uma série de programas com os entrevistados que marcaram a trajetória do programa. No terceiro episódio, os neurocientistas Eduardo Schenberg, fundador do Instituto Phaneros, e Sidarta Ribeiro, professor e fundador do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), falam sobre um assunto que segue sendo tabu: o uso medicinal de substâncias psicoativas. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2024/11/6740e20c027bd/sidarta-ribeiro-eduardo-schenberg-neurocientista-psicodelicos-medicina-cannabis-mdma-trip-fm-mh.jpg; CREDITS=Acervo Trip Transformadores; LEGEND=Sidarta Ribeiro; ALT_TEXT=Sidarta Ribeiro]No episódio que reúne dois dos maiores especialistas brasileiros no assunto, a conversa é sobre cannabis, MDMA, mas não só. Eles discutem o sono, o contato com a natureza para uma mente mais saudável, assim como a relação entre ciência e culturas ancestrais. Você pode ouvir no Spotify ou no play aqui em cima.[IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2024/11/6740e2308719d/sidarta-ribeiro-eduardo-schenberg-neurocientista-psicodelicos-medicina-cannabis-mdma-trip-fm-mh1.jpg; CREDITS=Acervo Trip Transformadores; LEGEND=Eduardo Schenberg; ALT_TEXT=Eduardo Schenberg]
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Diretor de "A Metade de Nós" transportou para a ficção a experiência real de luto vivida por ele e sua família após a morte de sua irmã No filme “A Metade de Nós”, Flavio Botelho transportou para a ficção a experiência real de luto vivida por ele e sua família após a morte de sua irmã, em 2007, aos 36 anos. Dirigido por ele, o longa conta a história de Francisca e Carlos, que perdem o único filho por suicídio. Enquanto a mãe, assombrada pela culpa, se dedica a desvendar os porquês, o pai se aliena na vida do filho morto e se muda para sua casa. Transportar para o cinema uma experiência pessoal tão dolorosa foi uma jornada difícil, mas necessária. Ao abordar o suicídio de forma sensível e delicada, Flávio encara a importância de falar abertamente sobre o luto, ainda tão cercado de tabus. Para ele, foi também uma forma de cura e reconexão com a memória da irmã. “Eu consegui, eu acho, ficar perto da minha irmã, saber e entender mais esse processo dela, mergulhar na nossa história. Ela era companheirona, super amorosa, carinhosa. Então quando eu falo dela, sinto que ela está perto”, contou em entrevista ao Trip FM.No programa desta semana, o cineasta compartilhou com Paulo Lima os bastidores e os sentimentos que guiaram a criação de seu novo filme. O episódio, disponível no play aqui em cima e no Spotify, é um convite à reflexão sobre como honrar a memória daqueles que se foram e transformar a dor em aprendizado e acolhimento.[IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2024/11/672e57682d45e/flavio-botelho-cineasta-diretor-roteirista-filme-longa-a-metade-de-nos-trip-fm-mh.jpg; CREDITS=Divulgação; LEGEND=A Metade de Nós, longa metragem do cineasta, diretor e roteirista Flávio Botelho; ALT_TEXT=A Metade de Nós, longa metragem do cineasta, diretor e roteirista Flávio Botelho]
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Atriz se consolida como um dos principais talentos do audiovisual em ano repleto de estreias importantes
“Não acredito em ‘auge’, porque é como se você subisse e depois descesse. É muito relativo, a gente se realiza de formas diferentes. Me sinto no auge agora porque consigo ter qualidade de vida, conciliar meu trabalho com a família e os amigos. Mas sei que o auge também vai vir daqui pra frente”, diz Alice Wegmann.
Dois dias antes de completar 29 anos, a atriz falou ao Trip FM sobre o ano em que consolida seu espaço nas telas brasileiras. Em cartaz nos cinemas com o filme “A Vilã das 9” e na expectativa da estreia da série “Senna” (Netflix) no fim do mês, Alice se mostra uma figura essencial da nova geração de atores.
“A gente não pode pautar talentos e profissões por seguidores de redes sociais. Isso é muito perigoso. O que está acontecendo no mercado do audiovisual é que esses números estão sendo exigidos dos atores na hora da escalação”, afirma. “Isso significa deixar de dar oportunidade para artistas brilhantes que não têm tantos seguidores, e que talvez nunca vão ter”.
A atriz bateu um papo com Paulo Lima sobre corpo, fama, mudanças, e lembra a época em que era atleta da ginástica artística. O papo completo está disponível no play aqui em cima e no Spotify.
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A saga do manauara de 22 anos que conquistou 10 milhões de seguidores nas redes sociais com vídeos de limpeza Vídeos de limpeza não são exatamente uma novidade na internet – e os influenciadores que surfam essa onda têm um rótulo só para eles: cleanfluencers. O manauara Guilherme Gomes é um deles, mas é também muito mais do que isso. “As faxinas foram um propósito, um começo para transformar a vida de outras pessoas”, diz.Ele chegou a ter uma empresa com vinte funcionários, mas largou o empreendimento e passou a usar sua força na internet para limpar, de graça, a casa de acumuladores compulsivos. As empreitadas, que chegam a ter mais de dez voluntários, devolvem a dignidade a pessoas que vivem em meio ao lixo e pilhas de objetos que há muito perderam o sentido.No Trip FM, o jovem de 22 anos bate um papo com Paulo Lima sobre a sua trajetória, o preconceito contra a profissão, dinheiro, saúde mental e muito mais. O programa fica disponível no Spotify e no play aqui em cima. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2024/10/671bef436ed30/guilherme-gomes-faxineiro-limpeza-acumuladores-manaus-trip-fm-mh.jpg; CREDITS=Divulgação; LEGEND=Guilherme Gomes; ALT_TEXT=Guilherme Gomes]Como foi a transição de empreendedor da faxina para os atendimentos a acumuladores?Guilherme Gomes. A minha transição de empreendedor para influenciador não foi eu quem fiz, foi a internet. Sendo um menino jovem, fazendo limpeza, comecei a tirar das pessoas essa visão de que faxina é uma profissão ruim. A faxina mudou a minha vida financeiramente e a força da internet mudou a minha vida da água para o vinho. Atender os acumuladores foi uma forma de agradecer tudo o que a faxina fez por mim. Hoje, eu não cobro um centavo para fazer esse serviço. É uma forma de gratidão por tudo o que eu já conquistei.E o que você mostra com esse trabalho? Era comum falar que a depressão era falta do que fazer, falta de Deus, seja lá o que for. Eu mostro pessoas que vivem em situação de acumulação, no meio do lixo, em situações difíceis de acreditar. Mas eu mostro também que elas são pessoas com uma história que precisa ser ouvida, como foi que elas chegaram ali. É a vida real.E isso geralmente traz um resultado positivo? Limpar a casa de um acumulador faz com que a pessoa volte ao seu passado, a como ela era antes. A nossa casa é um reflexo de nós mesmos: um lar bagunçado mostra, muitas vezes, uma vida bagunçada. O que eu faço é tirar a pessoa daquela vida – e é uma responsabilidade muito grande. No começo eu queria fazer tudo e ajudar todo mundo. Isso me custou um pouco da minha saúde, com muita ansiedade. Aquele comentário ruim no meio de mil coisas boas me destruía.Você sente um preconceito em relação à profissão de faxineiro? O preconceito contra o faxineiro tem diminuído. A internet trouxe essa oportunidade, mas eu sei que ali é também um mundo sem lei, com muito conteúdo que não agrega à vida de ninguém, pessoas ficando ricas, com muito dinheiro, enquanto os fãs ficam ali só assistindo elas esbanjando. Se não fosse a internet, minha vida não teria mudado. Abri mão de muita coisa, sofri, cheguei a passar tempo doente, com milhões de pessoas colocando o meu caráter em xeque, mas a internet mudou a minha vida. É só saber usar.
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Para homenagear o legado do publicitário, o Trip FM resgata seus relatos sobre sucessos, fracassos e os detalhes do sequestro em 2001 Um dos grandes nomes da cultura pop brasileira, o publicitário Washington Olivetto faleceu no último domingo, aos 73 anos, deixando dezenas de campanhas publicitárias que não só fizeram história, mas também conquistaram o imaginário popular – quem não lembra do Garoto Bombril ou do cachorro da Cofap? Para homenagear esse legado, o Trip FM reúne duas conversas gravadas com Olivetto, em 2002 e 2008. Nas entrevistas, ele conta sobre a criação da icônica campanha "Meu Primeiro Sutiã", para a Valisere, e compartilha reflexões sobre envelhecimento, fracasso, mercado publicitário e o sequestro que o manteve em cativeiro por mais de cinquenta dias em 2001 — um episódio sobre o qual ele raramente falava, mas que topou relatar à Trip. Em sua primeira participação no programa, estava ao seu lado no estúdio a estudante de medicina Aline Dota, que descobriu o paradeiro de Olivetto usando um estetoscópio e revelou sua localização à polícia.Você pode ouvir essa e outras histórias no Spotify ou no play aqui na página![IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2024/10/6712bff6519be/washington-olivetto-publicitario-w-brasil-propaganda-trip-fm-mh.jpg; CREDITS=Jairo Goldfus (@jairogoldflusestudio); LEGEND=Washington Olivetto, publicitário que criou a propaganda do primeiro sutiã, da Valisère, vencedora de vários prêmios internacionais; ALT_TEXT=Washington Olivetto]
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Ídolo de Gabriel Medina, Ítalo Ferreira e Chumbinho, Bruno Santos é especialista em desafiar por dentro as ondas mais perigosas do planeta Muito antes de Gabriel Medina e Tatiana Weston-Webb brilharem em Teahupo'o durante a Olimpíada de Paris, outro brasileiro já havia feito história nessa onda, considerada uma das mais perigosas e icônicas do mundo. Em 2008, Bruno Santos, então com 25 anos e se recuperando dos quinze pontos que levara na perna, derrotou os melhores atletas do planeta para conquistar uma das vitórias mais inesperadas da etapa no mundial de surf.Hoje, aos 41 anos e consagrado como um dos maiores surfistas de tubo do mundo, Bruninho bateu um papo com Paulo Lima no Trip FM. Ele falou sobre sua carreira, estilo de vida, o cotidiano na Indonésia, paternidade, pesca submarina e muito mais. Você pode ouvir o programa no Spotify e no site da Trip.[IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2024/10/67097d45ecba8/bruno-santos-surf-big-waves-trip-mh.jpg; CREDITS=@bali_shots / reprodução / instagram; LEGEND=Bruno Santos; ALT_TEXT=]Trip. Você acha que os surfistas estão esquecendo de um lado menos competitivo do surf?Bruno Santos. O surf hoje é muito grande. Tem quem leve para o lado mais competitivo, outros que vivem como uma religião, e também aqueles que trabalham para poder surfar no tempo livre. Eu sou da parte mais romântica. Depois de ter surfado sei lá quantas horas de tubo na minha vida, ainda continuo viciado, apaixonado por essa busca, essas missões: barco, moto, voa, tudo procurando essa paixão.O que você aprendeu sobre surfar tubo depois de todos esses anos? Quanto o fator perigo influencia? O tubo é um mix de técnica, claro, conhecimento e timming. Mais da metade do trabalho é o posicionamento antes. Os melhores tubos são em ondas perigosas, de bancada rasa, então o risco está sempre presente. O fator perigo está presente. É o que torna especial. Três segundos dentro dele parecem uma eternidade.Você já imagina o que vai fazer quando o corpo não permitir mais pegar essas ondas? Brinco que não gosto de surfar, gosta de pegar tubo. O que me move é a adrenalina, é o coração bater forte. No momento em que o meu corpo não estiver bem o suficiente para pegar essas ondas maiores, fico com medo se eu vou ter o tesão de surfar ou se vou partir pra outra coisa.
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Dona de um extenso currículo no cinema e na televisão, atriz colhe os frutos de seu primeiro filme como diretora “Comecei a perceber que tenho uma representatividade como amazônida, mas sou de uma brasilidade que alcança esse país inteiro. São 42 longas-metragens plurais. Agora, quando se fala em TV, só a partir de 2022 o olhar do protagonismo começou a ser ampliado dessa beleza importada que a gente vê por aí”, diz Dira Paes. Dona de um extenso currículo no cinema e na televisão, a convidada do Trip FM vive a emoção de colher os frutos de seu primeiro filme como diretora, que também é roteirizado e protagonizado por ela.Em cartaz nos cinemas brasileiros, “Pasárgada” acompanha o dilema de Irene, uma solitária ornitóloga, profissional dedicada ao estudo de aves, que, durante uma viagem de pesquisa numa floresta remota, passa a questionar sua ligação com o tráfico internacional de animais.“Eu queria abordar o absurdo do Brasil ser esse grande fornecedor de animais silvestres e pássaros para o tráfico internacional. É um fetiche até hoje. A gente convive com gaiolas e não se admira”, afirma a atriz. “Essa personagem me trouxe outro movimento, algo que não sou muito convidada a fazer. Eu queria essa vilania.”Dira também está no elenco de “Manas”, longa-metragem premiado no Festival de Veneza que fará sua estreia nacional no Festival do Rio neste final de semana. Gravado na região amazônica, o filme acompanha uma jovem em meio ao cenário de violência na Ilha do Marajó, no Pará.Na conversa com Paulo Lima, Dira também falou sobre seu ativismo, que precede a carreira artística. “Como vamos dar conta das demandas do Brasil se ficarmos passivos às demandas governamentais? Como vamos transformar alguma coisa se não somos ativistas capazes de criar demandas? O que eu vejo hoje é que a Amazônia precisa ser ouvida através dos amazônidas: artistas, cientistas, todas as excelências do mundo. Não dá pras pessoas irem lá pra falar o que a gente precisa fazer.” Você pode ouvir esse papo no Spotify e no play aqui em cima.Trip. Porque decidiu partir agora para a direção?Dira Paes. Eu queria estar presente em todas as etapas da feitura de um filme. Encarei essa minha primeira aventura cinematográfica como uma graduação, quando é preciso estar a par de toda a artesania do processo. Eu estou muito realizada: colocar um filme na praça é um grande desafio. É um trabalho de uma apropriação do seu desejo ao ponto de você contaminar todos que estão à sua volta.Como foi desenvolver uma personagem para você mesma interpretar? Eu estava pensando um lado meu mais lunar – justo eu que sou uma pessoa extrovertida, fui buscando meus avessos. Essa personagem me trouxe outro movimento, algo que não sou muito convidada pra fazer. Eu queria essa vilania.Com o tempo, sua beleza virou um ativo muito forte, mas imagino que no começo, quando o padrão de beleza era muito mais europeu, você tenha tido mais dificuldade. No começo da carreira eu achei que esse meu lado Amazônia era algo que me deixaria em um nicho. Hoje me orgulho de ser um farol para muita gente. Nós não éramos um padrão de beleza, era uma coisa exótica. Mas eu sempre tive minha autoestima muito bem resolvida, e sempre me achei muito especial. Comecei a perceber que tenho uma representatividade como amazônida, mas sou de uma brasilidade que alcança esse país inteiro. São 42 longa-metragens plurais. Agora, quando se fala em TV, só agora a partir de 2022 o olhar do protagonismo começou a ser ampliado dessa beleza importada que a gente vê por aí.O quanto você mergulhou nesse mundo do estudo dos passarinhos para fazer esse filme? Eu queria abordar com esse filme o absurdo que é o Brasil ser esse grande fornecedor de animais silvestres e pássaros para o tráfico internacional. É um fetiche até hoje. A gente convive com gaiolas e não se admira. Não acha um absurdo que eles se autodenominem passarinheiros. Eles são gaioleiros. Os pássaros não nasceram para ficarem na gaiola e nem sozinhos. São animais que vivem em dupla a vida inteira. Dentro de uma gaiola eles não estão cantando, eles estão chorando, sofrendo. Imagine um bicho que nasceu para voar sobre uma floresta, ficar preso. Como nós vamos monitorar a Amazônia se não for com a ajuda do terceiro setor? Como vamos dar conta das demandas do Brasil se a gente ficar passivo às demandas governamentais? Como vamos transformar se não somos ativistas capazes de fazer demandas? Hoje o que eu vejo é que a Amazônia precisa ser ouvida através dos amazônidas: artistas, cientistas, todas as excelências desse mundo.
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Série comemorativa “2 de Ouro” traz dois arranjadores fundamentais para a evolução da MPB Em comemoração aos 40 anos de história, o Trip FM preparou a série especial 2 de Ouro, reunindo entrevistados que marcaram a trajetória do programa. São sempre duas conversas distintas, gravadas em épocas diferentes, mas conectadas por coincidências marcantes. No segundo episódio, você ouve o papo com o exímio compositor, letrista, violonista, cantor, arranjador e produtor Lenine ao lado do violoncelista Jaques Morelembaum, uma potência da MPB com mais de 800 discos gravados. Eles falam de fama, dos segredos para uma boa parceria, de infância, das dificuldades no início da carreira e muito mais. O episódio já está disponível no Spotify e no play aqui em cima.
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Figura central no rap brasileiro, DJ Zegon conta sua história do início no Largo São Bento ao encontro com o Dr. Dre Moldado pelo skate e pelos encontros no Largo São Bento no início dos anos 1980 – berço do hip-hop paulistano, que também revelou nomes como Os Gêmeos e o rapper Thaíde – o DJ Zegon é uma figura importante na história do rap brasileiro. Ele já produziu grandes artistas, como os Racionais e Sabotage, e integrou o Planet Hemp quando a banda estourou. "No começo dos anos 1980, o skate era influenciado pelo new wave, pós-punk, hardcore, mas depois, tanto no Brasil quanto nos EUA, começou a se aproximar do hip-hop. Os primeiros discos foram produzidos pelo pessoal do Ira!, Dudu Marote, pelos new waves e pós-punks. Houve uma identificação entre o punk e o hip-hop, um verdadeiro encontro de tribos. O skate se tornou muito eclético, com skatistas ouvindo de Madonna a Run-D.M.C., e eu sempre me identifiquei com isso", relembra Zegon.Toda essa trajetória é abordada na conversa com Paulo Lima, no Trip FM desta semana. Zé também fala sobre seu trabalho com o Tropkillaz, dupla formada com o beatmaker e compositor Laudz, e compartilha histórias de estúdio com grandes nomes como Dr. Dre, Kanye West, Tom Waits, entre outros. O episódio está disponível no Spotify e aqui no site da Trip.[IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2024/09/66edbbb548b55/dj-zegon-planet-hemp-produtor-trip-fm-mh.jpg; CREDITS=Igaronovich / Divulgação; LEGEND=Dj Zegon; ALT_TEXT=Dj Zegon]Trip. A gente pode começar pelo estopim da sua carreira. Como foi viajar com o Planet Hemp na época em que a banda era mais perseguida?Quando o Planet hemp cresceu começaram as perseguições, até com polícia esperando em aeroporto. A gente viajava com advogado e habeas corpos pronto. Isso até o grande incidente de Brasília que deixou a gente uma semana preso. A intenção do Planet sempre foi essa, a mensagem era muito importante. Ainda a gente precisa falar sobre isso, melhorou um pouco, mas está longe do ideal. A quantidade de pessoa que é presa injustamente é grande. Os jovens não sabem que não podia falar de qualquer coisa naquela época. Não era comercial, era uma missão na qual a gente acreditava.E como foi a sua entrada no rap e principalmente o trabalho com o Sabotage? O Mano Brown foi um padrinho da sua carreira, não foi?Eu aprendi muito com o Mano Brown, de simplicidade, do menos é mais, de como suingar. E ele me testou antes de me aceitar, primeiro me pedindo para produzir o 509-E, depois o Sabotage, pra só então trabalhar com o Racionais. O Sabotage era muito para frente do seu tempo, reunia influencias de chorinho a rock. Ele não era nada duro, não tinha nada de gangster, que era a tendência da época. Ele era metáfora, abstração. Muito para frente em levada e musicalidade. Gravou com o Sepultura, era fã da Sandy e não ligava.O que exatamente faz um produtor?Existem várias escolas de produção, do psicólogo que tira o melhor do músico ao beatmaker e ao maestro que cria uma determinada sonoridade de uma banda. A minha escola é a de criar os beats.Quando caiu a ficha do tamanho dos trabalhos que você estava fazendo?No Planet Hemp caiu a minha ficha de que estava realizando um sonho de moleque, de fazer um som como Cypress Hill ou Beastie Boys, como meus ídolos, e do lado de amigos. Quando eu vi que estava vivendo disso, eu percebi que tinha cumprido uma etapa. Depois, gravando com Talking Heads, George Clinton, Tom Waits e ter meu nome junto com esses caras... Eu nunca pude sonhar com isso. Mas gosto de ficar com esse friozinho na barriga , com 55 anos, ainda achando que vou fazer coisas que eu nunca fiz.Que conselhos você acha que pode dar aos jovens que estão começando nesse caminho?O que eu tento falar para os beatmakers mais novos é pra não seguir tendência: você vai chegar atrás de todo mundo que já foi. Encontre a sua assinatura. Faz parte aprender olhando os outros, mas encontrar o seu caminho é a dica de ouro.
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Série comemorativa estreia com a primeira mulher negra latino-americana a escalar o Everest e um dos maiores ícones das artes marciais Em comemoração aos 40 anos de história, o Trip FM preparou uma série de episódios especiais, reunindo duplas de entrevistados que marcaram a trajetória do programa. São sempre duas conversas distintas, gravadas em épocas diferentes, mas conectadas por coincidências marcantes.No episódio de estreia, você ouve o papo com Aretha Duarte, a primeira mulher negra latino-americana a escalar o Everest, ao lado de Rickson Gracie, um dos maiores ícones das artes marciais. Eles compartilham algo em comum: transformaram suas vidas e a maneira como se relacionam com o mundo por meio do esporte.No programa, eles falam sobre temas como família, treinamento, superação do medo e a importância da natureza. O episódio fica disponível no Spotify e no play aqui em cima.
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Conheça Antonio Saboia, o ator que vive Marcelo Rubens Paiva no aclamado filme “Ainda Estou Aqui”, com Fernanda Montenegro e Fernanda Torres Depois de ser aplaudido por dez minutos no Festival de Cinema de Veneza, na Itália, o filme "Ainda Estou Aqui" se tornou um dos assuntos mais comentados da semana – especialmente por marcar o retorno do diretor Walter Salles após mais de uma década sem novos lançamentos. As atrizes Fernanda Torres e Fernanda Montenegro dão vida à Eunice Paiva, que enfrentou a violência do período da ditadura militar no Brasil depois do desaparecimento do marido, o deputado Rubens Paiva, preso em 1971 e assassinado pelos torturadores no Rio de Janeiro. O livro homônimo, escrito por seu filho, Marcelo Rubens Paiva, inspirou o longa que ainda não tem data de estreia no Brasil.O ator Antonio Saboia, que interpreta o escritor, falou ao Trip FM sobre a importância de essa história ser contada nos cinemas. "É essencial relembrarmos esses momentos dramáticos da nossa história para educar e evitar que se repitam. No entanto, o filme não é panfletário; o foco está na trajetória daquela família. Trata-se de memória", afirma. Destaque no cinema nacional, com papéis em produções aclamadas como "Bacurau" e "Deserto Particular", ele bateu um papo com Paulo Lima sobre o novo trabalho, além de relembrar sua infância e falar de Fernanda Montenegro. O programa está disponível no Spotify e aqui no site da Trip.[IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2024/09/66db4b2b8fbdb/antonio-saboia-walter-salles-cinema-veneza-filme-trip-fm-mh.jpg; CREDITS=Fabio Audi (@fabioaudi) / Divulgação; LEGEND=Antonio Saboia; ALT_TEXT=Antonio Saboia]Trip. A procura cada vez maior por atores com grande número de seguidores nas redes sociais é algo que o preocupa?Antonio Saboia. É um equívoco achar que um vídeo de uma dancinha ou algo engraçado vai atrair pessoas para o cinema. As pessoas dão like porque consomem isso nas redes sociais, mas o que elas querem é uma boa história. A gente tem tantos exemplos na nossa filmografia de longas com elenco desconhecido, como "Cidade de Deus" ou o próprio "Bacurau". As pessoas querem ser mexidas."Ainda Estou Aqui" fez um barulho imenso no Festival de Veneza. Já dá pra dizer que é a sua obra mais importante? Como foi contracenar com a Fernanda Montenegro? Eu tenho muito orgulho desse filme, de poder ter chamado a Fernanda Montenegro de mãe e de interpretar o Marcelo Rubens Paiva. A Fernanda é extremamente interessada, humilde. Depois de gravar com ela eu nunca mais vou reclamar de nada. Fizemos diárias de horas com moletom, no calor, e ela nunca reclamou. Esteve ao meu lado até em cenas em que não precisava estar. Por muito, muito menos eu já vi atores reclamarem. E o Walter Salles é muito preciso, sutil, pode estar tudo desmoronando e ele mantém a calma. A gente se sente muito seguro.Como você enxerga a importância desse filme, principalmente pensando que estamos há poucos dias do 7 de setembro, uma data que tem se tornando uma desculpa para alguns irem às ruas pedindo a volta da ditadura militar? É fundamental a gente contar sobre esses momentos dramáticos da nossa história. Tentar educar para que isso não aconteça mais. Por outro lado, "Ainda Estou Aqui" não é panfletário. Em primeiro plano está a história daquela família, que não pediu nada para ninguém, e é impactada por aquela violência. É um filme também sobre memória.
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De Eder Jofre a Elza Soares, de Lama Michel a Renato Russo, programa faz sobrevoo por algumas de suas entrevistas mais marcantes
No dia 28 de agosto de 1984 entrava no ar o Trip FM. O programa, que completa 40 anos sob o comando de Paulo Lima, chamava-se Surf Report quando estreou na rádio 97 FM em Santo André. Transmitido há 20 anos pela Rádio Eldorado, já recebeu convidados como Elza Soares, Contardo Calligaris, Renato Russo, Sócrates, Lama Michel e outras centenas de pessoas que têm algo a dizer e se destacam nas mais diversas áreas da sociedade brasileira para conversas que misturam a profundidade do jornalismo com a leveza e o humor de uma conversa entre amigos íntimos.
Para celebrar essa trajetória, o relembramos algumas de suas entrevistas mais marcantes, selecionadas de um acervo de quase 2 mil arquivos. São personalidades do esporte, da música, da saúde e das artes em papos que refletem o desejo do programa de explorar a natureza humana em suas diversas expressões.
Confira abaixo uma amostra do programa ou ouça o episódio completo no Spotify e aqui no play aqui em cima.
“A felicidade é uma piada fundamentalmente desinteressante. O que é interessante é ter uma vida animada, com momentos de grande alegria e outros de tristeza. Isso é viver”Contardo Calligaris, psicanalista, em entrevista ao Trip FM em 2009
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“Eu cheguei no Ary Barroso e a plateia riu muito. Eu muito magrela, com a roupa da minha mãe, parecia um ET. Quando estava cantando, o Ary me abraçou e disse: 'Senhoras e senhores, neste momento nasce mais uma estrela'”Elza Soares, cantora, em entrevista ao Trip FM em 2007
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“Dinheiro é um sofrimento. No budismo nós chamamos de 'os três sofrimentos do dinheiro': o sofrimento de acumular, de manter e de aumentar”Lama Michel, mestre budista, em entrevista ao Trip FM em 2007
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“Eu não acredito que alguém pode dizer que quem faz esporte é alienado. Com a sociedade do jeito que está, com o corre-corre dos centros urbanos e o consumismo desenfreado, se dedicar a uma coisa saudável, principalmente a um esporte de ação, não pode ser considerado algo alienante”Renato Russo, músico, em entrevista ao Trip FM em 1988
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“Medo todo mundo tem, controlar é que é difícil"Rickson Gracie, lutador, em entrevista ao Trip FM em 2008
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“O jogador de futebol é tratado como criança. A concentração é um exemplo bem claro disso. Por que você isola um profissional pra ele produzir naquilo que lhe diz respeito? Se fosse assim, um cirurgião cardíaco, que opera todo dia, não poderia ter família”Sócrates, jogador de futebol, em entrevista ao Trip FM em 2008
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"Falar sobre grana sendo artista é um tabu. A gente precisa dizer que é rico. Tem muita gente linda na música que não ganha dinheiro"Rodrigo Amarante, músico, em entrevista ao Trip FM em 2021
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"A morte não me assusta. Viva e deixe para pensar na morte depois de enterrado, quando for sobrar tempo. Esse paredão da finitude só serve pra gente olhar para trás e perceber a vida que levou. E aí que história eu vou contar?"Ana Michelle Soares, fundadora da Casa Paliativa, em entrevista ao Trip FM em 2022
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"A aposentadoria foi o momento infinitamente mais difícil da minha carreira. Dá um vazio muito grande enterrar algo em que você foi o melhor do mundo, que trouxe muita alegria. Eu vejo as competições e ainda quero ganhar, mas já não quero pagar o preço para chegar até lá"Cesar Cielo, nadador, em entrevista ao Trip FM em 2023
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"A fama foi algo muito maluco. Ainda bem que o sertão me ensinou muita coisa. A seca me ensinou a separar a realidade da mentira. Não tivesse tomado cuidado, eu poderia ter achado que era aquilo tudo que se escrevia nas revistas"Jackson Antunes, ator, em entrevista ao Trip FM em 2024
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William Ury conta sobre os bastidores de algumas das negociações mais famosas do mundo O fantasma da guerra nuclear, que assombrou uma geração, sempre esteve presente na mente de William Ury. A ansiedade gerada por eventos como a crise dos mísseis em Cuba foi uma das razões que o levaram a se dedicar à resolução de conflitos. Antropólogo de formação, ele passou os últimos 40 anos envolvido em negociações tão complexas quanto o conflito entre a Rússia e a Chechênia, a guerra civil que desintegrou a ex-Iugoslávia, o apartheid na África do Sul, a crise entre o presidente venezuelano Hugo Chávez e a oposição, entre muitos outros. Fora do cenário político internacional, Ury também ganhou prestígio ao mediar conflitos no mundo dos negócios, como no notório caso de Abilio Diniz contra Jean-Charles Naouri.Autor do livro “Sim, é possível: Sobreviver e prosperar em uma era de conflitos”, que acaba de ser lançado no Brasil, Ury é o convidado do Trip FM. No papo com Paulo Lima, ele compartilha suas experiências em negociações famosas e fala sobre tecnologia, Ucrânia, Faixa de Gaza, Kim Jong-un e os conflitos atuais. “Nesse momento estamos em crise, são muitas mudanças tecnológicas, geopolíticas. É muito para a mente e o coração humano. Estamos olhando para uma tempestade, com ondas gigantes. Como vamos surfar? As ondas não vão diminuir, mas podemos aprender a nadar”, diz. O programa está disponível no play aqui em cima e no Spotify.[IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2024/08/66c8eca21eb58/william-ury-escritor-antropoligo-mediador-conflitos-trip-fm-mh.jpg; CREDITS=Divulgação; LEGEND=William Ury; ALT_TEXT=William Ury]Trip. Você, que prega muito o ouvir, como vê essa valorização crescente do falar, se expor e gritar nas redes sociais?William Ury. Nesse momento estamos em crise, são muitas mudanças para a humanidade, tecnológicas e geopolíticas. É muito para a mente e o coração humano. Estamos olhando para uma tempestade com ondas gigantes. Como vamos surfar? As ondas não vão diminuir, mas podemos aprender a nadar. É preciso respirar um pouco para saber para onde queremos ir. O mundo está muito reativo. As mídias sociais querem que a gente fale mais, entre mais em conflito. É o momento para nós, na família, no emprego, pararmos um pouco para enxergar novas possibilidades. Como neste momento, por exemplo, aqui nos EUA. Dois meses atrás, não havia esse sentimento de esperança, de possibilidade, que agora temos com a vice-presidente Kamala Harris. Há dois meses estávamos todos deprimidos. Isso mostra que em pouco tempo pode mudar tudo.Quanto mais próximo ao interlocutor, mais difícil negociar? A negociação, quanto mais interna, mais difícil. Negociar com o banco é muito mais fácil do que com a família, são muitas emoções envolvidas. Essas discussões são mais difíceis subjetivamente, mas ao mesmo tempo o ouvir se torna ainda mais eficaz. Ouvir com empatia, sem julgar, com paciência, com calma interior. Escutar é um gesto recebido como forma de respeito. Escutar é a concessão mais barata que existe.Existem pessoas que são inegociáveis? Ninguém é inegociável. Todos somos humanos, todos temos nossos interesses e você pode influir esses interesses. Mas em algum momento é muito difícil negociar, então é preciso ter um plano B. Como proteger seus interesses frente ao Putin, por exemplo? O que ele entende é o poder, somente. Há possibilidades ali para proteger a Ucrânia através da negociação, assim como há na Faixa de Gaza. Mas é preciso trabalhar, usar todos os recursos para a negociação que nós trazemos para a guerra.
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A jornalista, empresária e consultora fala de sua trajetória, que inspira as pessoas que não querem discursos prontos e rasos “Não dá pra romantizar o empreendedorismo. Para algumas pessoas, ter a própria empresa é o maior sonho, é a vida dela que está em jogo, então tem que dar certo. Existe outro lado, não tão falado, que é a precarização do empreendedorismo. As pessoas não estão ganhando nem um salário mínimo”, afirma Monique Evelle. Baiana da periferia de Salvador, ela é tantas coisas que fica difícil defini-la. Jornalista, empresária, mentora, investidora, consultora e dona de uma cadeira no programa Shark Tank Brasil, ela tinha 16 anos quando transformou uma chapa estudantil, a Desabafo Social, em uma organização em favor dos direitos humanos. De lá pra cá, ganhou prêmios, fundou empresas e foi eleita prodígio por um punhado de instituições – título que a acompanha desde a infância, às vezes mais como um peso do que um reconhecimento. “Temos que parar com isso. Porque o ‘prodígio’, as pessoas um pouco mais fora da curva, também têm a possibilidade e o desejo de pausar, descansar, e não performar conforme a expectativa do mundo”, diz. “Sempre foi muito exaustivo ter que ser a melhor da turma. Porque era a única coisa que restou pra mim, como uma menina negra e periférica num colégio de um bairro de elite. Foi a minha saída pra ser vista de algum jeito, no lugar de potência. Hoje entendo que isso foi um efeito do racismo”.No Trip FM, Monique Evelle bateu um papo com Paulo Lima sobre o seu papel como Shark, autoestima, infância, empreendedorismo, dinheiro e muito mais. Você pode ouvir o programa completo no play aqui em cima ou no Spotify.
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Presidente da Dream Factory fala sobre os Jogos de Paris, os esforços para atrair o público jovem e a recessão no mercado de entretenimento Depois de um período de frenesi pós-pandemia, em que a ânsia por entretenimento ao vivo gerou um crescimento gigantesco na procura por shows e eventos esportivos, a esperada recessão chegou – o que se comprova com os recentes cancelamentos, como das megaturnês de Ivete Sangalo e Ludmilla. Para Duda Magalhães, presidente da Dream Factory, plataforma especializada em fazer eventos ao vivo, esse movimento é apenas um freio de arrumação em um mercado que se torna cada vez mais importante, já que vivemos presos às telas dos celulares e redes sociais. “O cardápio para o consumidor de shows e eventos vai ser cada vez mais diversificado, e isso é positivo”, diz.Diante da Olimpíada de Paris, que se tornou um acontecimento midiático e movimentou milhões de pessoas para assistir às competições, o empresário, que começou a produzir de eventos esportivos aos 18 anos, enxerga de maneira otimista a transformação desse tipo de evento. "Eu vejo uma evolução dos Jogos Olímpicos, a capacidade de se rejuvenescer, se abrindo para modalidades que falam com o público jovem e novos formatos de transmissão. Foram incorporadas mudanças importantes que estão sendo mostradas em Paris", afirmou.No Trip FM, Duda conversou com Paulo Lima sobre Olimpíada, CazéTV, tecnologia, gestão e muito mais. Você pode ouvir a conversa na íntegra no play aqui em cima ou no Spotify.[IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2024/08/66b6792af088e/duda-magalhaes-dream-factory-trip-fm-mh.jpg; CREDITS=Arquivo pessoal; LEGEND=Duda Magalhães; ALT_TEXT=Duda Magalhães]Ano passado parecia que o novo normal do mercado de shows seriam as megaturnês, estádios lotados, mas em 2024 aconteceram diversos cancelamentos. Já dá para falar em crise?Duda Magalhães. Com o pós-pandemia, estimulado pelo mecanismo de isenção de impostos, o setor de eventos aproveitou a vontade do consumidor de recuperar o tempo perdido. Isso gerou uma inflação artística, houve uma hipervalorização dos cachês e dos insumos de produção muito acima da inflação. E gerou esse freio de arrumação em 2024, que era esperado. Dois festivais e três shows no mesmo fim de semana, na mesma cidade, não tem como ficar de pé. No âmbito global, há uma dificuldade no agendamento de grandes nomes, porque artistas como Bruno Mars e Taylor Swift acabam preferindo e ganhando muito mais dinheiro com as suas turnês solos.Você acha que o futuro é dos eventos grandiosos e cheios de tecnologias ou a tendência é que a gente volte para algo mais intimista? O cardápio para o consumidor de shows e eventos vai ser cada vez mais diversificado e isso é positivo. As pessoas são livres. Vai ter 70 mil pessoas para ver o mesmo show que o Bruno Mars fez na semana anterior em outra cidade e tá tudo bem. Assim como vai ter 300 pessoas para ver a peça do Pedro Cardoso e da Fernanda Montenegro. Muitas das vezes são as mesmas pessoas, são necessidades diferentes em momentos diferentes. O ser humano não é monotemático, ele é multi-fantasia. E a tecnologia veio possibilitar novos formatos. Não fosse a tecnologia, não teria o streaming da Olimpíada.
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Bob Burnquist, dez vezes campeão mundial, fala sobre os prós e contras da modalidade na maior vitrine do esporte no planeta Um dos maiores nomes do skate brasileiro, Bob Burnquist pavimentou com muito suor a estrada que transformou o país numa das principais potências do esporte. Aos 47 anos – e 48 ossos quebrados na conta –, está sempre em busca de alguma novidade. “Eu preciso viver inspirado, interessado e aprendendo”, diz. Ele aprendeu a pilotar helicóptero, avião, paraquedas, se envolveu no mercado de NFTs e, agora, está prestes a ganhar uma série documental sobre sua vida. “Bob Burnquist: A Lenda do Skate” estreia na Max no dia 13 de agosto.Convidado do Trip FM, ele bateu um papo com Paulo Lima sobre a evolução do skate dentro e fora do cenário olímpico, Rayssa Leal e muito mais. Essa conversa fica disponível no Spotify e aqui no site da Trip.[IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2024/08/66ad41fd79896/bob-burnquist-skatista-olimpiadas-trip-fm-mh.jpg; CREDITS=Divulgação / Bob Burnquist: A Lenda do Skate; LEGEND=Bob Burnquist; ALT_TEXT=Bob Burnquist]Trip. Com 48 ossos quebrados, você é um especialista em dor. Mas tem um tipo dor que deve ser ainda mais difícil para o atleta, que é a da aposentadoria. Como você, que já saiu de alguns circuitos competitivos, encara como essa fase?Não existe finalizar a carreira de um skatista. Existe você se desligar de certas situações, como a pressão das competições. Eu não necessariamente parei, diminuí o ritmo um pouco, mas estou me sentindo feliz, bem, em cima do skate, não tenho uma pressão performática, eu vou lá e ando, faço projetos, vídeos, filmes. O skate tem esse lado cultural, de criação de conteúdo que não é igual você ser um atleta de natação, que você tem que estar sempre super condicionado para estar ativo. Chega um momento que o ganhar já não é o que te move, porque você já está ganhando. Você tem que achar outras maneiras e outras formas de se inspirar. E isso se cria, se constrói, é como uma 'obra de arte skatável' e uma visão que eu tenho, uma expressão do skate, como skatista, para o mundo. As pessoas meio que me inspiram. Isso não acaba nunca. E o skate é interessante por causa disso.[IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2024/08/66ad42130f396/bob-burnquist-skatista-olimpiadas-trip-fm-mh2.jpg; CREDITS=Divulgação / Bob Burnquist: A Lenda do Skate; LEGEND=Bob Burnquist; ALT_TEXT=Bob Burnquist]A exposição que o skate ganha com as Olimpíadas acaba mostrando apenas um lado de um esporte que é multifacetado. Isso te incomoda? O importante é a gente aumentar o número de skatistas, não por uma questão de mercado, mas porque skatistas são pessoas mais resilientes, criativas, e que têm essa pegada contracultural, que é importante para a evolução de qualquer coisa, é importante você ter uma rebeldia para inovar. A criação requer coragem. Eu era um dos que era contra o skate nas Olimpíadas, e hoje, pra mim ainda parece que a gente não se encaixa lá. Mas eu entendia que era parte do trabalho, e entrei como presidente da Confederação Brasileira de Skate (CBSK) para construir a seleção brasileira. Mesmo com o desgaste que isso me causou, foi importante. Na primeira Olimpíada do skate, eu sentia que cada medalha que nossos atletas ganhavam entrando no meu pescoço. Toda vez que acontecia, eu ficava tão feliz como se eu tivesse recebendo as medalhas.[IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2024/08/66ad421d1fca4/bob-burnquist-skatista-olimpiadas-trip-fm-mh3.jpg; CREDITS=Divulgação / Bob Burnquist: A Lenda do Skate; LEGEND=Bob Burnquist; ALT_TEXT=Bob Burnquist]Hoje a distribuição da grana entre os esportes é mais justa? A Olimpíada levou o skate pra outro patamar, é legal de ver tudo o foi feito a partir disso, como mais pistas sendo construídas, os skatistas ganhando a bolsa atleta e mais suporte. Mas nem todo mundo precisa ser olímpico. O skate tem um tamanho que independe de Olimpíada, é uma família enorme que tem várias personalidades. Tudo bem se ele deixar de ser modalidade olímpica, se for para manter a nossa integridade. O inspirador é a Rayssa Leal fazendo o que ela faz, os skatistas indo lá, interagindo, trazendo de volta o espírito olímpico, que o espírito do skate é mais olímpico que o olímpico. Porque no skate não tem essas brigas todas, é uma cultura completamente nova. Isso é um orgulho pra gente.[IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2024/08/66ad42279ff82/bob-burnquist-skatista-olimpiadas-trip-fm-mh4.jpg; CREDITS=Divulgação / Bob Burnquist: A Lenda do Skate; LEGEND=Bob Burnquist; ALT_TEXT=Bob Burnquist]
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O pediatra Daniel Becker explica os três vilões de uma infância saudável: o vício em telas, a alimentação ultraprocessada e o confinamento Quem tem filhos sabe que as redes sociais podem se transformar em um emaranhado de conselhos parentais que, na maioria das vezes, têm muito pouco a ver com ciência e servem mais para confundir do que ajudar. Por isso, ao trazer informação de qualidade e explicações bem didáticas, o pediatra Daniel Becker se tornou um dos médicos mais influentes do Instagram, somando mais de um milhão de seguidores. Mas as redes sociais não são poupadas de suas críticas, especialmente quando falamos da relação das crianças com as telas. "Não há argumento que fique de pé sobre a permanência do celular na escola. Na sala ele destrói o aprendizado, cria situações de bullying e assédio ao professor. O celular transforma o recreio, que é o último reduto do brincar – porque em casa tem celular, não tem mais pracinha ou encontro com os amigos –, em um funeral", afirma. "É preciso regulamentar as redes sociais. Cerca de 70% das crianças de nove e dez anos têm conta pessoal no TikTok, quando os termos de uso só admitem pessoas acima de 13 anos. Precisamos de uma legislação que coíba a falta de verificação da idade do usuário e também crimes como pedofilia, golpes, racismo e intolerâncias".Em entrevista ao Trip FM, o médico compartilhou sua trajetória, marcada por uma forte atuação humanitária, e explicou os três grandes vilões de uma infância mais saudável: o vício precoce em telas, a alimentação ultraprocessada e a diminuição do espaço da criança no mundo, que vai das praças e parques ao confinamento do quarto. Você pode conferir o papo completo no play acima ou no Spotify. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2024/07/66a40984481dc/dbecker-interna.jpg; CREDITS=Arquivo pessoal; LEGEND=; ALT_TEXT=]Trip. Como a gente resolve o problema do vício das crianças nas telas quando nós mesmos estamos doentes?Daniel Becker. A primeira coisa que precisamos entender é que não são as famílias, individualmente, que vão resolver o problema do vício nas telas. Nós estamos enfrentando as empresas mais poderosas do mundo, que investem bilhões em neurociência e programação para nos viciar. Isso resultou na maior crise de negacionismo científico, vacinal, climático da história – e que ameaça a nossa sobrevivência como espécie. Aí você olha para as crianças. Além de os pais estarem viciados, a vida moderna não favorece o contato e o vínculo fundamental no desenvolvimento da criança. Isso porque se chega tarde em casa, é preciso fazer tarefa e cozinhar. A criança se sente cada vez mais desvalorizada. Claro que a solução pra gente descansar um pouco é deixar os pequenos na tela e então eles passam cinco, seis horas, no TikTok, sendo formados por esse bando de imbecis, idiotas, golpistas, pedófilos e influenciadores de toda a sorte de malefícios, exposta a riscos incalculáveis, sem proteção ou supervisão. A infância está cada vez mais encolhida. O território que antes era o bairro, virou um quartinho e aquela plaquinha de metal e plástico, o celular. Com isso você encolhe as experiências fundamentais da infância que são aquelas que vão definir a sua vida adulta, com saúde física e mental. A vivência infantil é a base da saúde mental do ser humano.E o celular nas escolas? Não há argumento que fique de pé sobre a permanência do celular na escola. É fundamental deixar o celular quando entra e pegar quando sai. Na sala ele destrói o aprendizado, cria situações de bullying e assédio ao professor. O celular transforma o recreio – que é o último reduto do brincar, porque em casa tem celular, não tem mais pracinha, não encontra mais os amigos – em um funeral.Quais são algumas das soluções? A gente precisa regulamentar as redes sociais, o que muita gente não quer para continuar a construir essas muralhas de fake news. É preciso passar uma legislação que regulamente os crimes cometidos, entre eles o crime de não verificar idade de usuário. Cerca de 70% das crianças de nove e dez anos têm conta pessoal no TikTok, quando os termos de uso só admitem pessoas acima de 13 anos. Precisamos de uma lei que coíba pedofilia, golpes, racismo e intolerâncias.
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