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E é essa atmosfera do gótico e do fantástico sombrio que Andrio Santos traz no seu primeiro livro, O réquiem do pássaro da morte. Pra gente começar a falar do romance, tu sabe o que é “réquiem”, essa palavra que aparece no título? Réquiem é uma palavra com origem religiosa, na igreja católica é uma missa oferecida pelo descanso de uma alma, mas também pode ser uma composição, uma música relacionada a um texto litúrgico da missa dos mortos, que sempre inicia com as palavras latinas para “repouso eterno”.
Só por essa palavra do título, e por ser o réquiem que é do pássaro da morte, só pelo título, a gente pode presumir qual é a atmosfera dessa narrativa, porque tanto réquiem quanto a presença de “pássaro da morte” remete à passagem, a transitoriedade da vida pra morte.
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Hoje vou ler um ensaio meu, publicado em fevereiro, no site Paralelo29, sobre os 100 anos da publicação de Ulisses, de James Joyce.
Este ano é o centenário também do Estado Livre Irlandês, um processo que começa em 1919 e é legitimado em 1922, em que a Inglaterra reconhece a independência do Estado Livre Irlandês ou Estado Moderno Irlandês. Nesse ano, 1922, também ocorre a divisão política da Irlanda, entre sul e norte, com o norte vinculado à Grã-Bretanha, como é até hoje. Até então era um domínio dentro do Império Britânico. Mas é somente a partir de 1949 que a Irlanda é reconhecida como República, pelo Ato da República da Irlanda.
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“Seminário dos ratos” é o décimo terceiro conto do livro homônimo de Lygia Fagundes Telles, publicado em 1977, durante a ditadura civil/militar brasileira, portanto. A gente já viu que a escritora foi engajada e participou de um ato contra a censura um ano antes dessa publicação. O conto é em terceira pessoa, tem um narrador nos contando tudo, mas tem bastante diálogo também.
A narrativa se desenrola em um sítio, onde vai acontecer o VII seminário dos ratos. Estão ali as autoridades convidadas a participar do seminário e as personagens principais, o RP, relações públicas, e o secretário. Além dos funcionários, cozinheiros.
As personagens principais não têm nomes, são referidos pelos seus cargos. São o chefe das relações públicas e o secretário do bem-estar público e privado. Com isso, há uma despersonalização dessas personagens, que ficam representadas pelas suas funções, e não pela sua humanidade.
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Por aqui, estamos no final da leitura comentada de O crime do padre Amaro, de Eça de Queiroz, obra lançada em 1875, em Portugal.
No último episódio, vimos que Amélia está confinada no sítio, com a madrinha Josefa, escondida da mãe e da sociedade de Leiria. Ela está sendo orientada pelo abade Ferrão a esquecer Amaro e casar com João Eduardo. Essa leitura mostrou um aspecto bem naturalista do romance de Queiroz. O narrador fala que Amélia está mudando em relação a Amaro porque se afastou do ambiente onde a paixão pelo padre foi estimulada, numa referência ao meio que contamina e influencia a conduta das personagens, tal como o Naturalismo preconizava.
João Eduardo tá morando ali perto, como preceptor dos filhos do morgado, ou seja, professor particular do proprietário da fazendo ali ao lado. Josefa detesta Amélia por ela ter engravidado e Amaro torce pra que a criança nasça morta.
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O crime do padre Amaro é uma crítica aos setores conservadores da sociedade portuguesa, descreve os efeitos destrutivos do celibato em um padre de caráter fraco, e mostra os perigos do fanatismo em uma sociedade provinciana portuguesa. Esse livro abre o período realista em Portugal e faz uma sátira sobre o ideal romântico da paixão, dos enlaces idealizados. Queiroz volta a fazer sátira sobre os romances românticos em dois outros grandes títulos seus: O primo Basílio (1878) e Os maias (1888). Em todos eles, o autor está interessado em descrever grupos da classe média alta portuguesa, clerical ou aristocrática, e sua degeneração, corrupção e decadência. Ao ficcionalizar a realidade de seu tempo, Queiroz critica um idealismo romântico em que o desejo alienado impede a percepção de sinais denunciadores do que está inadequado.
Já nos últimos romances que escreveu, Queiroz optou por mais sentimentalismo, como é o caso do A cidade e as serras (1901). Geramente é ao contrário, né? A pessoa mais jovem escreve mais sentimentalmente, e conforme amadurece escreve de forma mais realista. Mas Eça de Queiroz foi fora da curva.
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Na leitura de hoje, vimos que Totó não anda, mas enxerga, escuta e fala muito bem. Só que Amaro e Amélia, usando o quarto do pai dela pra se encontrar, não pensaram que a doente fosse contar para alguém dos encontros secretos.
Amélia está totalmente sob o domínio de Amaro. Ele não deixa que ela leia romances e poesias. Havia, na época em que O crime do padre Amaro foi escrito, que é final do Romantismo e início do Realismo, a crença por parte de algumas pessoas que ler literatura deixava as mulheres enlouquecidas, estimulava ideias inadequadas nas mulheres. O que a gente sabe que... é a mais pura verdade, né? Não só nas mulheres, todos que leem passam a interpretar e ler o mundo melhor. E aí são tidos como subversivos, porque passam a questionar, a conseguir argumentar melhor, a organizar os pensamentos de forma a se expressar mais claramente. Tudo isso é efeito da leitura e é muito bom. Mas não é visto com bons olhos por quem quer subjugar outras pessoas. É por esse motivo que governos autoritários querem mudar a grade curricular de forma a diminuir a carga horária de disciplinas que estimulam a criticidade, por intermédio da leitura. Então querem mais ensino profissionalizante, com disciplinas técnicas, e menos horários de literatura, língua portuguesa, filosofia, sociologia, artes. É importante que a sociedade se posicione contra esse tipo de mudança, porque quem não desenvolve criticidade por meio dessas disciplinas, fica mais vulnerável a ser explorado por empresários e por governos. E no século XIX alguns homens tinham esse receio de que mulheres leitoras pudessem se revoltar contra sua condição de servidoras dos homens.
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Ainda no capítulo 14, numa parte que eu não li, o padre Natário encontra um livro de João Eduardo na casa de Joaneira, e avisa as beatas que por ter batido num padre, João está excomungado. E assim todos os objetos dele estão excomungados. Aí as velhas perguntam a Amélia por todos os objetos que o rapaz tivesse esquecido na casa, para queimar, num fanatismo beato. Reviram as gavetas de Amélia em busca de alguma outra coisa dele. Pegam os objetos com as pontas do xale pra não encostar e se contaminar. E todo esse fanatismo estimulado e assistido pelos padres, Dias, Natário e Amaro, que riam enquanto as mulheres atiravam os objetos ao fogo.
A empregada de Amaro adoece e quem assume é a irmã dela, Dionísia, uma personagem que tinha sido citada como a devassa de Leiria, que no passado teve amantes e que agora é considerada pelas beatas como uma perdida, porque não frequenta igreja. O nome das personagens não é por acaso. Dionísia lembra Dioniso, deus grego do vinho, das festas, do teatro, protetor dos que não pertencem à sociedade convencional, exatamente como é essa personagem, que não segue os costumes das outras de frequentar igreja. Dionísia é livre em relação ao seu corpo e seus desejos, não se submete ao discurso da igreja e consequentemente é menosprezada na cidade. Ela é considerada um antro de pecados pelas beatas, mas quem de fato é Dionísia? Uma mulher bem mais livre que as outras. Diante do fato de estar com ela como criada, surge a ideia de Amaro voltar a morar na casa de Joaneira.
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João Eduardo recebe a carta de Amélia, desfazendo o noivado. Ele vai pedir ajudar para aqueles que ele chama de doutores, que são o advogado e o médico da cidade. O advogado é o dono do jornal, Godinho, que escorraça e proíbe que ele escreva outros artigos. Quando precisou do escrevente para publicar algo que alfinetasse o clero, achou bom, mas agora não quer se indispor com os padres. Agora que João pede para escrever novamente, Godinho diz que o jornal é de ideias, não pode ser transformado em jornal de difamações. Quando era do interesse dele difamar os padres, o escrevente veio a calhar. O advogado diz que o sacerdócio é indispensável numa sociedade bem constituída, mesmo ele não gostando da religião, como declarou num capítulo anterior, quando disse que era conveniente ter a igreja para ocupar as mulheres. A força da igreja vinha em parte desse comodismo das pessoas em achar que as coisas eram como eram e de temer mudanças, de temer pensar criticamente o papel do catolicismo naquela sociedade. João Eduardo se sente usado, faz uma leitura correta de que está nessa situação porque é pobre, mas ainda não enxerga que Amélia também quer o padre, e acha que precisaram convencer ela de desistir do casamento.
O médico, Gouveia, é um representante da ciência, do racionalismo. Ele tem na sala um retrato da coroação da Rainha Vitória, da Inglaterra, representante do anglicanismo. Cita a lei do mais forte para resumir a contenda entre João e o padre pela atenção da moça. Vê tudo em termos racionais e científicos, não se surpreende nem se assombra pelo fato de um padre roubar a noiva do outro.
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Por aqui no LO, estou lendo o romance que iniciou o período do Realismo em Portugal. É O crime do padre Amaro, de 1875, do escritor Eça de Queiroz. Queiroz foi escritor de dezenas de romances, mas poucos ele viu serem publicados em vida. O crime do padre Amaro ele publicou, mas a maioria de sua obra foi publicação póstuma.
No último episódio, João Eduardo, noivo de Amélia, escreve um comunicado anônimo pro jornal de Leiria, falando os podres dos padres que frequentam a casa da Joaneira. Amaro fica todo errado de ver o namorico dele exposto no jornal. O padre Natário tenta fechar o jornal com ajuda da autoridade local, mas o homem no cargo representa o ideal do Iluminismo, da razão sobre a religião. Nenhum deles percebe que o comunicado só podia ter sido escrito por alguém que também frequenta a casa. O João Eduardo é quem se deu bem no capítulo 10, fica orgulhoso da sua publicação, afasta Amaro da casa da Joaneira, recebe a promessa da promoção no emprego e, com isso, pode pedir a mão de Amélia.
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Estou lendo o romance O crime do padre Amaro, de Eça de Queiroz, publicado pela primeira vez em 1875. No último episódio, vimos que Amaro saiu da casa da Joaneira, culpado por ter dado uma beijoca em Amélia. Quer dizer, não muito culpado, mais com medo de se dar mal, caso ela contasse. Foi morar numa espelunca e passou um tempo sem ver Amélia, muito revoltado pela solidão a que os padres são condenados. Ele tem esse entendimento de que a forma como a profissão é organizada, proibindo casamento, condena os padres à solidão. Depois ele volta a frequentar a casa da Joaneira nas noites de jogos e mantém um clima de namoro com Amélia. O noivo, João Eduardo, percebe.
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No último episódio, vimos que Amaro flagrou Joaneira e o cônego Dias no quarto e que Amaro deu um beijo em Amélia. Quando isso aconteceu, ele tinha acabado de sair de um almoço de aniversário, em que um padre chamado Natário falava que padres não tem o poder da absolvição, que isso só cabe a Deus. Ele lembra os colegas que são humanos, às vezes estão ouvindo as confissões empanturrados de tanto comer, às vezes com dor de barriga. Isso tudo vai fazendo com que Amaro ande mais pro lado de fazer o que lhe dita o instinto mesmo, e menos pro lado de ser um padre muito convicto. Todas as ações dos padres daquela comunidade são no sentido contrário do que deveriam agir. Falam mal dos pobres, admitem casos com mulheres, comem e bebem demais, usam a confissão pra manipular as mulheres e tomam partido na política, chegando a mentir que têm cartas assinadas por Maria, mandando que votem em determinado candidato.
Com isso, colocando esse discurso mundano na voz de uma personagem que é padre, o padre Natário, Eça de Queiroz está colocando as duas mãos nos ombros do leitor, sacudindo o leitor e falando “pensa, criatura!”. Pensa se é certo que a religião, que os padres controlem tanto assim a tua vida. Pensa se precisa demasiadamente da confissão, escutada afinal de contas por pecadores como tu! Sejam críticos, leitores! Não sejam adulões desse ou daquele, não chamem político de mito, por exemplo!
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No último episódio, uma reunião de carolas na casa de Joaneira dá o tom de como é aquela comunidade. Muita influência da igreja, uma fé meio exagerada das beatas e a convivência de padres na casa da Joaneira e da Amélia. Amélia cresce no meio de padres e no ambiente da igreja. Mas é tudo temperado de uma certa perniciosidade e um pseudomoralismo.
A gente viu sobre o passado de Amélia, que não lembra do pai, só de padres frequentando a casa dela até altas horas. Ela sofreu uma decepção amorosa e pensou em ser freira, até porque tem muita intimidade com o ambiente religioso. Está noiva de João Eduardo, que é uma personagem que destoa por ser a voz da ciência dentro do romance.
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No último episódio, vimos como foi a infância e a juventude de Amaro. Ele fica órfão cedo, é criado pela marquesa, na casa em que os pais trabalhavam, e não recebe afeto de ninguém. Também não é questionado sobre o que quer fazer da vida. Aos 15 anos é enviado ao seminário, porque foi a decisão da marquesa. E vai de bom grado, pra fugir da vida árida que levava na casa do tio. No seminário, ele só pensa em fugir, em terminar logo os estudos e ser livre. Ele demonstra curiosidade sobre mulheres e chega a pensar que ser padre não é uma boa, porque não vai poder casar, mas como também não tem outra alternativa, termina o curso e é ordenado. Amaro fica confuso quanto à imagem da mulher difundida no seminário, ora santa, ora demoníaca.
Mais uma vez, o romance de Queiroz nos indica envolvimento da religião com a política, sendo que os padres exerciam muito poder junto às comunidades e podiam influenciar os votos. Assim, as nomeações para as paróquias atendiam a interesses políticos. Mas Amaro consegue nomeação para Leiria, onde a gente viu que ele chegou e encontrou o mestre de moral, o cônego Dias.
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No último episódio eu comecei a leitura comentada de O crime do padre Amaro, romance de Eça de Queiroz, publicado em 1875. Aqui no Literatura Oral já teve a obra que abre o período literário conhecido como Realismo no Brasil, que foi Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. Foram os primeiros episódios do LO. E agora to fazendo a leitura comentada do livro que inicia o Realismo em Portugal, que foi O crime do padre Amaro.
O livro inicia com um panorama do quanto a cidade de Leiria, e Portugal em geral, é católica e cheia de membros do clero. Vaga uma paróquia e Amaro, recém ordenado, consegue ir pra lá. Ele encontra o mestre de moral do seminário, o cônego Dias, que arranjou um quarto pra ele alugar na casa da Joaneira. Dias e Joaneira são bem próximos, ele mesmo diz que visita todos os dias, recebe doces feitos por ela e ajuda nas contas da casa da mulher. Ela tem uma filha, Ameliazinha, de 23 anos, cujo quarto fica exatamente em cima do quarto ocupado por Amaro. É um tempo sem luz elétrica, numa cidade muito silenciosa, até porque tem um toque de recolher às 9h30. Então Amaro inevitavelmente escuta os movimentos da menina no quarto acima.
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Hoje vou iniciar a leitura comentada de um romance, que faz tempo que não faço. Vai ser O crime do padre Amaro, de Eça de Queiroz. Quem acompanha o podcast já sabe como é, e pra quem é novo por aqui, funciona assim: quando eu faço a leitura de um romance, são vários episódios de leitura, com comentários e análises da narrativa no início e no final de cada episódio. A cada novo episódio, eu retomo brevemente o que foi lido no anterior, e no final, chamo atenção para o que foi lido no dia. Marcando o início e o fim da leitura, vocês ouvem a vinheta do Literatura Oral. Entre uma vinheta e outra é a leitura da obra tal e qual o autor escreveu, nada do que é dito ali é opinião minha.
Só que com O crime do padre Amaro eu vou fazer uma coisa diferente. Como Eça de Queiroz era muito detalhista em descrições e o livro é grande, para que a gente não tenha uns 20 episódios do mesmo livro, vou suprimir algumas das descrições. Mas a essência da narrativa e as descrições principais serão mantidas. E aí eu vou lendo e fazendo comentários, sem pressa, postando quando der, e fazendo quantos episódios esse livro render. Então te inscreve no canal, deixa teu like, teus comentários pra eu saber o que tu está achando, e bora começar!
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Dicas sobre Arcadismo.
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Dicas sobre Barroco :)
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Então vamos saber um pouco sobre o tema deste episódio: “todas iguais” está em A mulher submersa, primeiro livro de poesias de Marceli Andresa Becker, a Mar Becker, que nasceu em Passo Fundo, no RS, e atualmente mora em São Paulo. Ela tem formação em Filosofia e especialização em Metafísica e Epistemologia, que é um ramo da Filosofia, que pesquisa o conhecimento científico.
A mulher submersa saiu pela editora Urutau. Para os ouvintes de Portugal do Literatura Oral, o livro está disponível também por aí! Eu conheci o trabalho da Mar Becker pela indicação da Roberta Santurio, escritora do A educação vitoriana sob a ótica de Charles Dickens, que eu comentei no episódio #67.
Dia 4 de novembro, semana passada, A mulher submersa foi premiado com o Minuano de Literatura, na categoria poesia.
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Oi, este é o Literatura Oral, podcast de leitura comentada e de sugestões literárias. Esta é a faixa bônus 8, com leitura de “Uma crônica de Halloween”, publicada no site Paralelo29.com, em 31 de outubro.
Eu conto sobre a tradição irlandesa do Halloween com origem na festa celta Samhain e de uma visita que fiz a uma igreja, em Dublin, que tem múmias de 800 anos na cripta. Fui pesquisar sobre as datas de construção da St. Michan’s Church e encontrei uma notícia que, em 2019, vândalos invadiram a cripta, decapitaram dois corpos mumificados, viraram um outro de bruços e levaram uma cabeça. Que doideira, hein! A cabeça foi recuperada.
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"Descansa em paz", em latim, é a frase que encerra o conto "O barril de Amontillado", de Edgar Allan Poe. É a história de uma vingança, muito bem articulada, esperada, planejada e executada com frieza, em uma noite de carnaval. O tempo da narrativa dista 50 anos da ação narrada. O “o quê” do conto está escrito logo na primeira frase. É uma vingança! Então não é o que vai acontecer nesse conto que é o mistério. Quando o escritor nos entrega de bandeja o que acontece na narrativa, ele quer que a gente preste atenção no “como” que essa coisa vai acontecer. Depois que gravei o final, me dei conta que, no brasão, Montresor é representado pela serpente, sempre nos calcanhares do nobre pé de ouro que Fortunato simboliza.
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