Episoder

  • Olá, pessoal! Este #podcast sai com atraso de um ano. Uma homenagem tardia a este que nos deixou um ano e alguns meses atrás e deixou um legado inestimável à música erudita contemporânea, ao #synthpop dos anos 80 e a toda a #musicaeletronica que veio depois com sua #YellowMagicOrchestra.

    ‌No episódio a gente passeia pela fase dos anos 80; pelos discos só de pianos - mais eruditos, mais minimalistas -; pelas suas últimas obras; por "Merry Christmas, Mr. Lawrence", filme de Nagisa Oshima para o qual ele compõe a trilha e atua; por suas incursões bossa novísticas, enfim, um pequeno traçado do grande Sakamoto.

    ‌Se teve alguém que fez “música do mundo”, esse alguém foi Sakamoto. Mas o rótulo é muito caricato e pequeno para o tamanho e a grandeza do artista. Aperta o play no destaque "Podcast" e depois comenta!

    Músicas

    FirecrackerTechnopolisComputer GameThousand Knives Island of WoodsGrasshoppersDas neue Japanische Eletroknische Volksied Plastic BambooThe End of Asia differenciariot in lagos the end of europeMerry Christmas, Mr LawrenceMerry Christmas, Mr Lawrence (piano)Forbiden ColoursFotografiaAmoreandataasync20220207

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    Produção: Baioque Conteúdo
    Roteiro e apresentação: Pedro Schwarcz
    Direção: Newman Costa
    Edição: Felipe Caldo
    Redação: Luiz Fujita e Paulo Borgia
    Arte: CRIO.LAH

  • Olá, pessoal, neste episódio número 25 a gente apresenta um formato novo: o podcaster inaugura uma sessão de entrevistas do “Um Papo sobre Som”.
    E começamos com ninguém mesmo que Kiko Dinucci.

    Kiko do Metá Metá, Passo Torto, Bando Afromacarrônico, Kiko de Cortes Curtos, do
    punk, noise e cinema, Kiko do samba, do afro, Kiko artista sensacional. Parceiro de
    Juçara Marçal, Douglas Germano, Ná Ozetti, Tulipa Ruiz, Suzana Salles, Ava Rocha.

    Bora apertar o play na entrevista!

    Músicas

    VHSPadêAgendaA música da mulher mortaDadáPadê OnãPapel SulfiteObá InáLogunFear of PopFebre do Rato

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    Produção: Baioque Conteúdo
    Roteiro e apresentação: Pedro Schwarcz
    Direção: Newman Costa
    Edição: Felipe Caldo
    Redação: Luiz Fujita e Paulo Borgia
    Arte: CRIO.LAH

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  • Olá, pessoal!

    Segue nosso primeiro podcast do ano. É sobre ninguém mais, ninguém menos que Gilberto Gil e seu álbum “Cérebro Eletrônico” (1969).

    Analisamos a relação entre o álbum e seu momento conflituoso. Três faixas foram compostas durante sua primeira prisão, ele e Caetano já sabiam que seus destinos eram a Inglaterra, e nesse meio tempo entre a prisão e o exílio, Gil grava esse que é um dos seus discos mais radicais e vanguardistas, tanto em termos musicais quanto em termos estéticos/poéticos/conceituais.

    Gilberto Gil deixa um pouco de lado a influência dos Beatles do disco de 68 com os Mutantes e cai de cara no Jimi Hendrix. Nesse disco – soma-se a tudo isso – Gil começa sua trajetória de olhar crítico, político sobre a tecnologia, a ciência e suas relações com a vida e a cultura. Nesse álbum está o Gil músico, ministro, brasileiro, antropófago, rockeiro e... astronauta.

    Músicas

    17 Léguas e MeiaCérebro EletrônicoAquele AbraçoVolks Volkswagen BluesFruturívelDois Mil e UmA Voz do Vivo

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    Produção: Baioque Conteúdo
    Roteiro e apresentação: Pedro Schwarcz
    Direção: Newman Costa
    Edição: Felipe Caldo
    Redação: Luiz Fujita e Paulo Borgia
    Arte: CRIO.LAH

  • Olá, pessoal! Neste episódio vamos falar de um disco muito querido do podcaster: Entertainment (1979)!

    ‌Em 1976, formava-se uma das bandas que, em meio ao cenário punk, iriam definir a sonoridade - ou uma das muitas sonoridades - do universo do pós-punk. O Gang of Four lançou seu primeiro álbum, Entertainment, em 79, já dois ou três anos depois das estreias de Sex Pistols, The Clash, Ramones e do Blank Generation de Richard Hell and the Voivoids. Também mais de 5 ou 6 anos depois de New York Dolls e do Glam, alguns anos depois de Horses da Patti Smith e mais de 10 anos depois das bandas do proto-punk, como The Stooges, Velvet Underground e MC5 sacudirem o mundo do #rock e nublarem o mundo colorido dos anos 60.‌

    Mesmo anos depois de tudo isso, junto com Fear of Music (do Talking Heads de David Byrne), Metal Box PiL (de Johnny Rotten, ex-Sex Pistols), ou mesmo Y (do The Pop Group, banda experimental representante inglesa da chamada No Wave), Entertainmen revolucionou o rock e o punk, colocando outros estilos como funk, disco, dub e dance no caldo do punk. Foi um dos discos definidores de uma das muitas sonoridades do pós-punk subsequente.

    Influenciou muitas cenas posteriores, de Red Hot Chilli Peppers a U2, Nirvana, Fugazi a INXX, Franz Ferdinand, Rage Against the Machine. No Brasil, Titãs, Paralamas, Legião ou mesmo bandas do cenário mais underground do pós-punk, como Smack. Muitas bandas bem diferentes em seus estilos manifestaram essa influência.

    O caldo, o creme do podcast está na análise das letras e da poética fina da banda. Fina e punk, sofisticada e punk. Gang of Four mostrou que isso é possível. Suas letras eram politizadas, mas não recheadas de citações a história e invocações à luta como o The Clash, nem cuspindo impropérios contra a monarquia e o status quo, como o Sex Pistols e sua fúria anarquista. O Gang of Four sempre esteve mais interessado em colocar a política sob um verniz menos direto, mas ao mesmo tempo escancarado em uma poética que refletia uma sociedade do espetáculo doente, em que o fetichismo exacerbado da indústria cultural e do entretenimento criavam uma espécie de disfuncionalidade nas relações afetivas, pessoais e amorosas.

    Bora dar o play!

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    Produção: Baioque Conteúdo
    Roteiro e apresentação: Pedro Schwarcz
    Direção: Newman Costa
    Edição: Felipe Caldo
    Redação: Luiz Fujita e Paulo Borgia
    Arte: CRIO.LAH

  • Na voz de Billie Holiday em 1939, essa icônica canção e poema de três estrofes de Abel Merpool, um professor judeu americano e compositor filiado ao partido comunista, ganhou destaque como uma das maiores bofetadas contra o racismo, a canção modelo que praticamente inspirou boa parte das canções de protesto americanas que vieram depois.

    A primeira versão foi na voz da também cantora de jazz Laura Duncan, mas foi Holiday que de fato a fez virar uma canção símbolo da luta antirracista. A canção se tornou tão significativa que mereceu uma bela biografia do jornalista David Margolick, “Strange Fruit: Billie Holiday e a biografia de uma canção”.

    Os versos descrevem através da dura e bela metáfora “fruto estranho” as práticas de linchamento e assassinato de corpos negros que eram pendurados em árvores. Leonard Feather, crítico importante de jazz, considera a primeira canção de protesto relevante na história da música, "o primeiro clamor não emudecido contra o racismo”.

    Margolick, autor do livro, cita como a música vivia em uma espécie de “quarentena artística”. Não era seguro cantá-la e mesmo nos lugares onde conseguiam executá-la ela podia ser recebida negativamente . Ele fala do contraste entre uma cantora negra que cantava com profundo sentimento uma canção trágica de protesto sobre linchamentos e uma plateia branca que saía para se divertir, dar umas risadas, encher a cara e, no fim, ficava em choque.

    Aperta o play!

    Músicas

    Strange Fruit (Billie Holliday)Strange Fruit (Nina Simone)Strange Fruit (Mal Waldrom)Strange Fruit (Sidney Bechet)Strange Fruit (Wynthon Marsalis quinte & Richard Galliano)Strange Fruit (Sting e Gill Evans)Strange Fruit (Cocteau Twins)Strange Fruit (Siouxie and the Banshes)

    Produção: Baioque Conteúdo
    Roteiro e apresentação: Pedro Schwarcz
    Direção: Newman Costa
    Edição: Felipe Caldo
    Redação: Luiz Fujita e Paulo Borgia
    Arte: CRIO.LAH

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    Produção: Baioque Conteúdo
    Roteiro e apresentação: Pedro Schwarcz
    Direção: Newman Costa
    Edição: Felipe Caldo
    Redação: Luiz Fujita e Paulo Borgia
    Arte: CRIO.LAH

  • Hoje a gente fala aqui de Smokey Robinson, grande cantor, compositor de soul, líder do grupo vocal icônico da Motown Smokey Robinson and the Miracles. Foi vice-presidente da gravadora e lá nos anos 70 vai batizar um gênero de soul romântico e easy listening: A Quiet Storm. A gente fala hoje de quando isso acontece, que foi em 1975, no lançamento do álbum “A Quiet Storm”.

    O Quiet Storm foi um estilo de soul que vai embaralhar no mesmo saco o jazz, smooth jazz, soul, funk, R&B, easy listening e Burt Bacharach nos ingredientes. Ele não só vai fazer isso como vai formar o que vira o easy listening, a música de elevador, ou como queira chamar dos meio dos anos 70 para os anos 80 e pra frente.

    Esse episódio está em um formato de programa de rádio, já que o Quiet Storm foi batizado pelo disco justamente porque dois disc jóqueis (Melvin Lindsay e Jack Schuler) formaram um programa com esse nome pela rádio WHUR.

    O podcaster segue esse formato com uma curadoria própria e sofisticada, que inclui Smokey Robinson (óbvio), Marvin Gaye, Sade, The Commodores, Curtis Mayfield, George Benson, Anita Baker, Luther Vandross, Earth, Wind and Fire, Grover Washington Jr, Wes Montgomery, Bill Withers e por aí vai. A maioria eu toco, alguns eu só cito e outros eu canto (rsrs), não dá pra tocar tudo. Mas esse é o programa com mais aproveitamento de som até aqui. Aliás, se você curtir a trilha, fizemos uma playlist com todas as músicas. Só clicar aqui.

    Aperta o play!

    Músicas

    The Track of my TearsI'll Try Something NewYou Really Got a Hold On MeQuiet StormBaby That's BackatchaThe Agony and the EcstasyWedding SongA Day In The Life (Wes Montgomery)Never Can´t Say Goodbye (Isaac Hayes)In Love, In Love, In LoveKilling me soflyThe Sweetest TabooSweet

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    Produção: Baioque Conteúdo
    Roteiro e apresentação: Pedro Schwarcz
    Direção: Newman Costa
    Edição: Felipe Caldo
    Redação: Luiz Fujita e Paulo Borgia
    Arte: CRIO.LAH

  • João Donato foi um dos maiores gênios da nossa música. Começou ainda no período formador da Bossa Nova e sendo um dos personagens da própria cena, mas mesmo assim nunca se pensou parte do movimento, desde o começo Donato misturava muitos estilos e ritmos regionais variados. Se tinha o samba, jazz, bossa, samba-canção, tinha também, choro, forró, baião. Não é por acaso que Donato primeiro de tudo foi um acordeonista, depois pianista e multi-intstrumentista.

    João viaja pros Eua nos anos 60 e entra em contato com o jazz latino de Mongo Santamria, Carl Tjader, Joohny Martines, Tito Puente, volta pro Brasil e grava dois discos de bossa com seu trio. Bossa, mas com esses ingredientes calientes caribenhos, “Muito à vontade” e “A bossa muito moderna de João Donato”. Depois volta pros Eua e toca com Bud Shank, Herbie Mann, Ron Carter, Eumir Deodato, Rosinha Valencia. Volta pro Brasil nos em 72, dois anos depois de gravar o disco fusion psicodélico “A bad Donato” nos EUA ainda, e grava “Quem é Quem” e “Lugar Comum”, e é principalmente desse disco que vamos falar.

    Nessa fase, principalmente em “Lugar Comum”, João entra forte em um universo afro brasileiro, de ancestralidade e ritmos africanos. Tudo isso junto com bossa, funk, baião e etc. Isso tudo se deve muito ao fato de Gilberto Gil ser parceiro da maioria das composições . Nessa época João se antenou com o pós-tropicalismo e foi tocar e arranjar, compor com os Baianos Caetano e Gil. O disco Cantar da Gal é arranjado inteiro por João, mas a gente fala principalmente aqui de
    “Lugar Comum”, de 1975.

    Bora lá, aperta o play!

    Músicas

    Baião da GaroaSe Acaso Você ChegasseBluchangaThe FrogChorou ChorouBananeiraEmoriô A Bruxa de MentiraÊ meninaNaturalmenteTudo TemXangô é de BaêPatumbalacundê

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    Produção: Baioque Conteúdo
    Roteiro e apresentação: Pedro Schwarcz
    Direção: Newman Costa
    Edição: Felipe Caldo
    Redação: Luiz Fujita e Paulo Borgia
    Arte: CRIO.LAH

  • Em 1968, Dave Mason compôs um hit icônico no segundo disco do Traffic. A música fez um certo sucesso com o Traffic, mas explodiu com Joe Cocker e depois teve várias gravações. A gente nesse podcast disseca 4 delas: a original do Traffic, a do Joe Cocker, a Jackson Five e a do Grand Funk Railroad.

    Por que essa canção é tão emblemática? A quem essa pergunta se direciona? A um amor, a uma geração, a Bob Dylan? Essa música reflete muito um mal estar de Dave Mason com a própria banda. Nesse mesmo disco ele já havia sido mandado embora da banda. O caminho mais jazzy que o Traffic seguia não era exatamente a praia do Mason, mas ele ainda participa em metade desse disco e tem algumas belas composições, e uma delas é essa bela composição que virou um hit .

    Bora lá, aperta o play!

    Músicas

    Feelin' Alright? (Traffic)Feelin' Alright (Joe Cocker)Feelin' Alright (Jacksons 5)Feelin' Alright (Grand Funk Railroad)

    Roteiro e apresentação: Pedro Schwarcz
    Direção: Newman Costa
    Edição: Felipe Caldo
    Redação: Luiz Fujita e Paulo Borgia
    Arte: CRIO.LAH

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    Produção: Baioque Conteúdo
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  • Hoje vamos falar desse trio de trovadores contraculturais, falamos do disco "Crosby Stills and Nash" de 1969, ainda sem o Young, que entraria logo depois para gravar o disco "Deja vu" e compor a formação como quarteto, não mais trio. "Deja vu" é um disco também estupendo e Neil Young talvez seja o mais completo e denso entre os quatro artistas, mas o podcaster ainda acha esse disco do trio superior.

    Pena afiada dos três. Por exemplo, David Crosby na psicodélica "Guinnevere”, faixa em que a caneta de Crosby nos arremessa a uma poesia de amor e liberdade e mistério, colocando o libelo libertário, existencial e contracultural de Dylan em "Like a rolling stone" outros ingredientes.

    Crosby inseria nessa liberdade em se perder e nessa alta carga existencial e beatnik dos anos 60 do eu lírico dylanesco um certo enigma alegórico em forma de mulher. Guinnevere é a famosa mulher dividida entre Lancelot e Rei Arthur, mas segundo uma entrevista era para Crosby outras duas: Joni Mitchel ou possivelmente uma namorada de Crosby da época ou uma terceira mulher que ele não revelou. Mas de todo jeito parece uma porta, um caminho que se segue sem que se saiba onde seus passos o levam, que se abre ao horizonte incógnito e insondável.

    A recusa à forma de vida dominado pelo status quo americano e sua luta beligerante representada nos horrores da guerra do Vietnã era uma força motriz para esses rapazes doidões em seus baseados e LSDs e de tudo um pouco foi rolando ao longo da carreira de todos.

    Stephen Stills arrasa no blues groovesado, psicodélico e um tico jazzy de “Wooden Ships”. Na letra a gente consegue bem entender o momento, a guerra do Vietnã, a aflição que envolvia a cena contrcultural para além da utopia, e compreendemos também a própria utopia hippie. Não é por acaso que Crosby, Nash, Young e Stills fizeram campanha para Bernie Sanders.

    "Helplessly hoping", de Stephen Stills, exala graciosidade e lirismo hippie; "Lady of the island", de Graham Nash, é uma faixa belíssima e densa também, o disco inteiro é uma obra-prima. Toda a mistura e alquimia musical desse folk rock que pavimenta um caminho para o soft rock – de quebra para o Adult Contemporary –, Steely Dan, Doobie Borthers e toda uma geração dos anos 70 que foi influenciada pelo CSN (alguns dizem que até o rock progressivo). Sobre o rock progressivo não sei, talvez na complexidade ousada das quebras rítmicas e viradas em "Suite: Judy Blue Eyes".

    O que todos nós lamentamos é que esses ícones da cena flower power não eram muito amorosos uns com os outros. Pegaram a fama de hippies brigões, que abusavam de todas as drogas full time e disputavam holofotes em brigas de ego. E o trio se desmantelou. Na verdade se desmantelou já como quarteto, embora a formação de trio tenha tido uma bela volta em 1977 no clássico disco intitulado "CSN", conhecido como “o disco do barco” por causa da capa. Mas mesmo assim, que brisa deliciosa esse álbum, que trip boa!

    Bora dar o play! E segue o @umpaposobresom no Instagram!

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    GuinnevereWooden ships

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    Produção: Baioque Conteúdo
    Roteiro e apresentação: Pedro Schwarcz
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  • Olá, meus caríssimos ouvintes. Este episódio apresenta uma novidade: não dissecamos um álbum, e sim 3 músicas ou a trilogia do Charles, do Jorge Ben. Falamos sobre Take it easy my brother Charles (Jorge Ben 1969), Charles, anjo 45 (Jorge Ben, 1969) e Charles Jr. (Força Bruta, 1970).

    A primeira faixa é um convite a um Charles jovem e confuso. Jorge Ben convida Charles a formar uma frátria dos irmãos de cor, um jovem negro prestes a perder o rumo e a fé. A continuação retrata um bandido dono de ponto de jogo do bicho e boca de fumo e portador de uma 45. Robin Hood dos morros, um Charles baseado em um companheiro de bola do bairro do Rio Comprido, protetor dos fracos e oprimidos de férias em uma colônia penal, o Charles, anjo 45. Já em Charles Jr., Charles toma voz, é a primeira pessoa.

    Se o Charles, anjo 45 era um conto breve, Charles Jr é um manifesto de um pregador. Charles afirma e se coloca, "Nasci de um ventre livre no século 20, eu tenho o pé e o amor e a fé no século 21", "eu também sou um anjo". Este podcast reproduz com a minha linguagem e texto um conteúdo finíssimo que não está mais no ar.

    A minha fonte vem de um podcast documentário sensacional chamado “Imbatível ao extremo”, da Rádio Batuta, do Instituto Moreira Salles, que é dirigido e apresentado por Paulo da Costa e Silva. O podcaster achou válido trazer de volta um material riquíssimo lá dos anos 2000 e que não está mais no ar. Eu insiro coisas minhas também, reflexões minhas. Devo dizer que se trata de um podcast referencial, mas também há elementos e inserções bastante autorais, já que eu dou voz a algumas reflexões e referências minhas. A gente parte do Charles Jr., do Jorge, para Vivão e Vivendo, dos Racionais Mcs, e volta para o Ben.

    Bora dar o play!

    Músicas

    CriolaPaís tropicalTake it easy my brother CharlesCharles, anjo 45Vivão e vivendoCharles Jr.

    Roteiro e apresentação: Pedro Schwarcz
    Direção: Newman Costa
    Edição: Felipe Caldo
    Redação: Luiz Fujita e Paulo Borgia
    Arte: CRIO.LAH

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    Produção: Baioque Conteúdo
    Roteiro e apresentação: Pedro Schwarcz
    Direção: Newman Costa
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    Redação: Luiz Fujita e Paulo Borgia
    Arte: CRIO.LAH

  • Ser mulher, negra, favelada e talentosa é uma tarefa difícil em um país como o Brasil. Elza Soares é um exemplo de uma mulher que peitou o Brasil, cantou o Brasil, contrariou as estatísticas, compreendeu o Brasil como ninguém. Essa grande cantora matou muitos leões e veio no embalo da bossa nova, mais especificamente da bossa negra, colocou uma voz arranhada a la Louis Armstrong no meio e lançou dois discos de peso como “Se acaso você chegasse” e “A bossa negra” em 1960, pelo selo da Odeon. Depois vai seguir o trilho junto com Jorge Ben na euforia do Black is beautiful e o disco “Elza Pede Passagem” (1972), álbum que é o foco nesse podcast, é o ápice disso. Um som calcado em samba-funk, que conta com o pianista e arranjador mais significativo desse estilo, Dom Salvador e sua trupe Abolição.

    A cantora abalou o Brasil recentemente, logo antes de partir, com “A mulher do fim do mundo”, fazendo um samba distorcido e pesado acompanhada de Rômulo Fróes (compositor da faixa título com letra de Alice Coutinho) e Kiko Dinucci e toda uma nova vanguarda paulista. Rasgou a própria vida na avenida e deixou pro Brasil esse presente lindo, aquilo que Elza sempre fez muito bem, compreender o samba, o Brasil, os muitos lugares do samba, entre eles esse lugar de dor e livramento, catarse e protesto. Nesse podcast falamos mais do disco “Elza pede passagem”, de 1972, um disco animado e vitaminado por esse samba-groove, mas nesse álbum mesmo, enxergo todos esses elementos da artista que vinham desde antes do lançamento dessa obra, bem como aquilo que vai explodir em “Mulher do fim do mundo”. Bora aperatar o play!

    Músicas:

    Rio Carnaval Dos CarnavaisTenha Pena De MimMack The KnifeEu Sou A OutraMais Do Que EuPulo, PuloMaria Vai Com As OutrasCheguendengoSaltei De BandaMulher Do Fim Do MundoO Meu Guri

    Roteiro e apresentação: Pedro Schwarcz
    Direção: Newman Costa
    Edição: Felipe Caldo
    Redação: Luiz Fujita e Paulo Borgia
    Arte: CRIO.LAH


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  • Sonny Rollins, "Freedom Suite", é um dos álbuns de protestos mais icônicos, porém pouco lembrado, já que o protesto sempre esteve mais associado ao canto. Depois desse álbum vieram outros também na linha do free jazz, como alguns trabalhos do Archie Sheep.

    Sim, "Freedom Suite" é um dos álbuns introdutórios do free jazz, sim senhor. Ainda não completamente free jazz, ainda com muita melodia, uma estrutura no meio, mas uma certa crueza, liberdade, quebras melódicas, a primeira parte compõe todo um “caos”.

    O protesto do Rollins no caso do disco difere do protesto de Archie ou de outros, pois esses são mais diretos na “mensagem” (não gosto da palavra), no nome das faixas, nas referências, mas Rollins quis ser direto, sim, e ele consegue. O feeling é político, e tão político foi o projeto do álbum que Riverside, quando lançou, mudou o nome para Shadow Waltz, fazendo referência a um dos Standards que o Rollins toca no lado B.

    Um disco lindo com um trio de sax (Sonny Rollins), bateria (Max Roach) e baixo (Oscar Pettiford). Jazz sem piano, como nos primeiros discos do Ornette Coleman.

    Bora lá dar o play?

    Músicas

    King Oliver's Creole Jazz Band (Canal Street Blues)Original Dixieland Jass Band (Livery Stable Blues)Duke Ellington - CaravanSalt Peanuts Dizzy (Gillespie e Charille Parker)St. Thomas (Sonny Rollins)You Don´t Know What Love Is (Sonny Rollins)The Freedom SuiteSomeday I'll Find YouWill You Still Be MineTill There Was You

    Roteiro e apresentação: Pedro Schwarcz
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  • Brian Eno sempre foi um artista que colocou na sua música muito da sua formação em artes visuais na Belas Artes. Desde o Roxy Music, onde todos os integrantes eram formados em artes, até o desenvolvimento da ambient. Partindo do glam rock, desenvolvendo depois a melhor estirpe da música de elevador, a gente vai falar justamente desse momento de transição de um artista, que para esse que vos escreve são sempre os mais interessantes.

    A gente vai falar de "Before and After Science", de 1977. Esse disco reúne toda a alquimia musical de Eno: Funk com Krautrock alemão, ecos bem leves ainda glam, pós-punk e new wave (estilos novatos em 77) e ambient music.

    Diferente do anterior que quebrava com o glam para mergulhar muitíssimo na ambient, esse parece que retrocede nesse sentido um pouco, pois a ambient music está lá mas não é o centro. O centro é uma alquimia rica, um todo acessível e experimental ao mesmo tempo. Disseco no podcast também por que Eno se classificava como um “non-musician”.

    Esse episódio disseca algumas referências fundamentais para Eno e para a Ambient music e algumas referências-livre-associações fruto da interpretação do podcaster. Falamos de Erik Satie, Kurt Schwitters, William Burroughs, Byron Gysin etc. Falamos um pouco do Roxy Music, mencionamos a relevância de Eno como produtor, engenheiro de som etc. Um cara que produz bandas que se inserem no cenário mais pop como U2 e Coldplay, mas também obras como "No New York", que revelou todo o cenário do punk mais underground/conceitual/ da No Wave reunindo bandas como DNA do Arto Lindsay, James Chance and the Contortions, Teenage Jesus and The Jerks da Lydia Lunch.

    Músicas

    No One ReceivingLadytron (Roxy Music)Music for AirportsKurt's RejoinderKing's Lead HatBy This RiverHere He ComesBackwaterEnergy Fools the MagicianJulie WithThrough Hollow LandsSpider And I

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  • Erasmo Carlos foi outro compositor e artista que - recém falecido - deixa um legado inquestionável na música brasileira. Tremendão criou muito e viveu muito, criou muito justamente porque viveu muito.

    Nos anos 50, ao lado de Tim Maia e o parceiro Roberto Carlos viveu o boom do início do rock´n roll, depois a Jovem Guarda com Roberto e Wanderléa e toda a trupe. Na entrada dos anos 70 se envereda pelo samba-rock com “Coqueiro Verde”, faixa do disco "Erasmo e os tremendões", com parcerias inusitadas com o parceiro da vida Roberto Carlos. Com "Carlos, Erasmo" claramente se insere no cenário hippie, pós-tropicalista, no soul, na psicodelia.

    Em "Sonhos e Memórias 1941.1972", Erasmo pega todos esses ingredientes do discos anteriores, como a black music, o samba-rock, adicona mais psicodelia, um certo folk e eu diria que até pequenos ecos e pitadas sutis de rock progressivo. A cereja do bolo que faz desse álbum um clássico muito interessante (o nome remete a um período que vai do seu nascimento até o lançamento do disco).

    Além disso, Tremendão foi um letrista afiado, sim senhor, um cara de origem pobre que não conheceu o pai, filho de uma auxiliar de enfermagem. Ele afirmava não gostar de política, mas sim de futebol, mas em algumas de suas faixas a gente pode enxergar essa realidade social que ele viveu e que é a de muitos brasileiros. A memória é pessoal, mas como sempre um material de criação de alta voltagem. Essa “ilha desconhecida” drummondiana, essa Itabira, é também a Tijuca de Erasmo, como podemos ver em “Largo da segunda feira”. Esse álbum tem todo esse caldo muito afetivo, o afeto de quem viveu muito e queria viver tudo de novo e muito mais e é disso que a gente vai falar.

    Bora dar o play!

    Músicas:

    GrilosTurma da TijucaFesta de ArrombaLargo da segunda-feiraMané JoãoSábado MortoÉ proibido fumarMeu MarMinha GenteVida AntigaMundo CãoGente Aberta

    Produção: Baioque Conteúdo
    Roteiro e apresentação: Pedro Schwarcz
    Direção: Newman Costa

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  • Gal Costa nos deixou na manhã do dia 9 de novembro de 2022. E o que ela deixou para o Brasil, o que ela produziu de Brasil em sua arte e o que ela cantou de Brasil é inestimável. Esse Brasil da alegoria e da indefinição, do encanto e desencanto e rencantamento do mundo, da dialética entre o profano e o sagrado, de contrastes, contradições e do Tropicalismo.

    Gal Costa partiu da bossa nova na escola mais João Gilbertiniana possível em "Domingo", disco em parceria com Caetano Veloso, para o Tropicalismo, e podemos dizer que dentre todos os tropicalistas, Gal Costa foi a mais visceralmente tropicalista. Nenhuma intérprete usou tanta guitarra pesada, tanta distorção, ninguém colocou tanto Jimi Hendrix na salada brazuca. Gal foi a primeira cantora no Brasil que passou a usar o corpo de forma estética, política e provocativa.

    Dona de uma voz que podia ir do registro baixo ao alto, esganiçado, arranhado. Ela cantava bossa, rock'n'roll, forró, Caymmi, Gil, Luiz Gonzaga, Melodia, Ismael Silva, Roberto e Erasmo.

    Gal cantou muito desse vasto Brasil.

    Álbuns

    Domingo (1967)Gal Costa (1969)Gal (1969)Legal (1970)Gal a todo vapor (1971)Índia (1973)

    Produção: Baioque Conteúdo
    Roteiro e apresentação: Pedro Schwarcz
    Direção: Newman Costa
    Edição: Felipe Caldo
    Redação: Luiz Fujita e Paulo Borgia
    Arte: CRIO.LAH

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    Produção: Baioque Conteúdo
    Roteiro e apresentação: Pedro Schwarcz
    Direção: Newman Costa
    Edição: Felipe Caldo
    Redação: Luiz Fujita e Paulo Borgia
    Arte: CRIO.LAH

  • Raros artistas do pop que fizeram vastas produções que marcaram a década de 70 conseguiram a proeza de acompanhar a mudança dos tempos e suas relações com a música, com o tempo, com a política e com a indústria nos anos 80. Gabriel é um exemplo dessa raridade. Um músico, compositor e cantor sofisticado que liderou a banda de rock progressivo Genesis e que - já nos anos 70 - era um letrista refinado, um artista conceitual e engajado.

    Quando chegaram os tais anos 80, Peter Gabriel, que já tinha uma carreira solo desde 1977 com um som que não poderia mais ser chamado de progressivo, mesmo contendo vários ecos ainda progressivos, vai ouvir e entender muito bem o punk e a new wave. Vai ouvir, compreender, incorporar com ritmos afro, brasileiros, latinos, fazer uma canção icônica anti-apartheid (Biko, dico "Melt", 1980) e - com o álbum "Security" - radicalizar na explosão desses ritmos e da World Music oitentista.

    Além disso, Gabriel vai transformar em poesia com uma sensibilidade ímpar o clima que a guerra fria, o thatcherismo, o reagnismo e o apartheid traziam pro mundo. Sensibilidade, crítica e ironia. O clima de espionagem, a KGB, a Cia, Yuri Andropov, Thacher e Reagan, as ditaduras latino-americanas e uma música que através de letras metafóricas e alegóricas - às vezes meio surrealistas, outras vezes cronísticas, urbanas e epifânicas - se entusiasmava e evocava outras narrativas não hegemônicas, outros ritmos, outras epistemes estéticas e folclóricas.

    Gabriel estava interessado principalmente em fundir o pop a um som de outros sotaques, outras histórias neste álbum de hoje, o Peter Gabriel 4: "Security".

    Músicas

    Sebastiana (Gal Costa)Kiss of lifeRhythm of the heatLay your hands on meI have the touchWallflower

    Produção: Baioque Conteúdo
    Roteiro e apresentação: Pedro Schwarcz
    Direção: Newman Costa
    Edição: Felipe Caldo
    Redação: Luiz Fujita e Paulo Borgia
    Arte: Juliana Barbosa

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    Produção: Baioque Conteúdo
    Roteiro e apresentação: Pedro Schwarcz
    Direção: Newman Costa
    Edição: Felipe Caldo
    Redação: Luiz Fujita e Paulo Borgia
    Arte: CRIO.LAH

  • Há alguns artista que se inserem em alguma medida em um universo pop, influenciam artistas dentro do mundo pop, criam linguagens referentes dentro de um universo que podemos enquadrar como parte de uma música brasileira pop, porém seu som muito refinado e elegante não deixam de o colocar à margem desse mesmo mundo e dessa indústria.

    Cassiano foi um dos pais da música black e soul brasileira e é referência maior para figuras como Ed Motta. No seu disco "Cedo ou Tarde" traz versões novas de clássicos seus com parcerias com figuras como Marisa Monte, Luiz Melodia, Djavan, Claudio Zoli, Sandra de Sá, Ed Motta etc. Disco que faz alusão no título ao nome de uma das músicas clássicas do Cassiano e desse álbum que falo aqui.

    Neste podcast a gente fala do seu segundo disco, o maravilhoso “Apresentamos nosso Cassiano”, um disco de pegada soul, funk, menos conhecido, talvez por ser considerado mais difícil que o "Cuban Soul: 18 Kilates".

    Neste episódio também falamos dos discos com sua banda Os Diagonais, dessa trajetória de referências do artista que passa pela bossa negra, samba, soul e funk americano, jazz e - além disso - mostramos todo um percurso posterior dessa música brasileira preta em que Cassiano é uma influência e protagonista. Eu falo do Rap nacional.

    Bora dar o play no maravilhoso "Cassiano: Apresentamos nosso Cassiano"!

    Músicas

    A lua e euPrimavera (vai chuva) (Tim Maia)Eu amo você - Tim MaiaClarimunda (Os Diagonais)Não vou chorarO meu CaririTerezinha de Jesus/Cala a boca Etelvina (Os Diagonais)Trem das onze/Bat Macumba (Os Diagonais)CastiçalChuva de cristalO sloganA casa de pedraMe chame atençãoMelissaOnda

    Produção: Baioque Conteúdo
    Roteiro e apresentação: Pedro Schwarcz
    Direção: Newman Costa
    Edição: Felipe Caldo
    Redação: Luiz Fujita e Paulo Borgia
    Arte: Juliana Barbosa

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    Arte: CRIO.LAH

  • Poucos artistas do pop balançaram mais as estruturas das possibilidades estéticas, musicais, comportamentais etc. como David Bowie. Um artista embebido das leituras de Nietzsche, literatura Beat, Brecht, Orwell, da arte pop de Warhol e do cinema de Stanley Kubrick. Um artista nutrido pela risada ácida de Andy Warhol, pelo lirismo de Lou Reed, Dylan e Syd Barrett e que - como ele mesmo diz - podia ser todos eles ao mesmo tempo, esses que já eram bastante diferentes entre si.

    À época do Hunky Dory, David Bowie afirmou poder ser Lou Reed, Dylan e Syd Barret ao mesmo tempo, já emulava uma Marlene Dietrich na capa do álbum em serigrafia, já se vestia de forma andrógina, já tinha feito declarações sobre sua sexualidade livre, mas nessa época o interessante é que Bowie ainda era uma maquete de tudo que ainda estava por vir e nessa maquete constrói um compêndio às vezes lírico, às vezes sombrio de suas muitas facetas, personas/personagens, seus futuros. Um disco de folk, orquestração, voz, proto-glam rock, ecos psicodélicos e música de cabaret muito bem feito musicalmente falando, também.

    Bora dar o play? Bora falar sobre o "Hunky Dory", do David Bowie, disco de 1971.

    Músicas

    ChangesSpace oddityKooksFill your heartQuicksandLife on marsAndy WarholSong for Bob DylanThe Bewlay BrothersOh! Pretty things (David Bowie)

    Produção: Baioque Conteúdo
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    Direção: Newman Costa
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    Redação: Luiz Fujita e Paulo Borgia
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  • Quando um álbum fala tanto ao coração, quando embala tantas melancolias, tantas solidões a um, a dois, a três, quando um álbum de 1971 de uma canadense que poetizou tão bem seu país, seus desamores, seu Canadá de origem, a contracultura no país em que residia (EUA), os desencontros e reencontros armazenados nessa memória tão anárquica que fazem da poesia da Joni essa dialética entre passagem e retorno dolorida, quando reúne tanta coisa junto, é difícil transpor em palavras a força de uma obra assim.

    Eu digo que esse álbum é como o "Kind of Blue" do Miles Davis, mas é um disco cem por cento preso ao folk. Mas de certa forma está tudo dentro do lugar, é um sussurro, um pequeno gosto amargo e doce ao mesmo tempo que fica na voz de Joni, no violão, na melodia e, principalmente, nas letras.

    Eu falo aqui de uma poeta que transformou sua vida em matéria-prima de sua obra e vice-versa. Bora, lá, vamos falar de "Blue/Joni Mitchell/1971".

    Músicas

    A case of You CaliforniaRiverAll I WantThe LastTtime I Saw RichardBlueCarey

    Produção: Baioque Conteúdo
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    Redação: Luiz Fujita e Paulo Borgia
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  • Existem duas músicas brasileiras, uma antes e outra depois de João.

    O violão que incorporava em si mesmo uma batida própria, uma voz sem vibrato nenhum, uma sofisticação musical enorme corporificada em um som que fazia uma síntese tão perfeita que - embebida do cool jazz - transformava toda a tradição do samba-canção em um compêndio perfeito cujo o efeito era uma falsa e aparente simplicidade.

    A Bossa Nova não é uma criação única do João, do João e outros gênios mencionados nesse podcast, mas João criou a batida e a alma da bossa e mudou para todos os violonistas brasileiros a forma de se entender o violão. A Bossa Nova não apenas se inspirou no jazz, mas mudou o jazz.

    Com vocês, "Amoroso" de João Gilberto.

    Músicas

    Chega de Saudade (Elizeth Cardoso)Chega de SaudadeQuando Você Recordar (Garotos da Lua)Quando Ela SaiJoão nos Tribunais (Tom Zé)Besame mucho'S WonderfulEstateZingaro

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