Episódios
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2021 foi um ano dedicado à acessibilidade cultural. À garantia de direitos: é isso que está em causa, conferir direitos humanos universais a pessoas com deficiência para que participem com equidade na cultura. Aprendi muito sobre a importância da pluralidade, publiquei artigos no Público, no Shifter e destaco os do Setenta e Quatro e da Gerador. Trabalhei ao lado da Acesso Cultura e da It’s About Impact. Falei, muito, com a Raquel Banha que assina a Carta publicada esta semana em culturanuclear.pt sob o título “A deficiência cultural”. O episódio #27, o último de 2021, ergue-se sobre a necessidade de garantir mais direitos para pessoas com deficiência numa banda-sonora de pop descarada e pirosa que, quer gostem ou não, vai fazer-vos dançar. As canções de Jennifer Lopez, Destiny’s Child, D’Alva, Dua Lipa, Donna Summer, Kelis e Whitney Houston são um rasgo de prazer e espero que, além de dançar, vos façam ter vontade de ser voz activa nesta luta por direitos humanos.
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“Num segmento de imagens, vemos cadáveres a flutuar na água ou no tecto de carros. São projectadas em sequências de tempo suficiente para registarmos o horror do abandono (...)”. Esta citação faz parte da crítica da New Yorker ao documentário de Spike Lee - “When The Levee’s Broke” - sobre a devastação do Katrina. É um registo avassalador do sofrimento humano, após uma catástrofe natural, que teve, politica e socialmente, uma resposta desumana. Neste episódio, mergulha-se no cancioneiro tradicional de Nova Orleães, nas bandas de metais, com versões de clássicos incontornáveis pela Treme Brass Band ou a Rebirth Brass Band. Nina Simone e Beyoncé também fazem parte desta banda-sonora, dando a glória e dimensão dos seus palcos à cultura negra americana.
Foto capa: Roy Guste
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Estão a faltar episódios?
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“Ele, o nada, no seu nadificar, remete-nos justamente para o ente.” É com a citação acima, de Heidegger, que degelo descreve o tema “Nada”, que integra esta edição e também lhe dá título: “Do nada descobre-se tudo”. degelo é o projecto musical de Pedro Ruela Berga, artista e estudante de mestrado em filosofia, que assina a carta publicada no site de NUCLEAR. Foi a partir das reflexões estimuladas por Pedro Ruela Berga, tanto na música como na escrita, que surgiram as canções a integrar o episódio. A banda-sonora divide-se entre a pop, dura e intemporal, com canções de Beyoncé, Depeche Mode e Eurythmics, o ambient post-rock de degelo, e o indie rock de Radiohead e Bon Iver. Fiquem connosco!
Foto capa: The Lovers, René Magritte’s (1928)
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Que relevância damos em 2021 a clássicos da Broadway das décadas de 60 e 70 e da era dourada de Hollywood? Pode dizer-se que são documentos cristalizados no tempo, para um nicho aficionado. Esta edição explora a sua relevância cultural, mas também social e humana: falando tanto no impacto de Judy Garland na comunidade LGBT (até na criação da sua bandeira); como na figura arrebatadora de Barbra Streisand; ou ainda a mensagem sublime que Nat King Cole nos transmitiu na sua arte. Há espaço para a transgressão de Amália Rodrigues e o portento kitsch de Moulin Rouge. Fiquem connosco!
Capa: Barbra Streiseand por Steven Meisel (1993)
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Quantas vezes nos desafia a vida a emancipar-nos? Quão apaixonada é a nossa emancipação? Este episódio nasce do confronto e da complementaridade destes dois conceitos: o da emancipação e o da paixão. Tem na base uma carta dedicada à obra de Björk, assinada por Dora Santos Silva, professora na FCSH da Universidade Nova de Lisboa. Foi a partir dessa Carta, da paixão impressa nela, que escolhi a canção de Björk e de Madonna que integram esta edição. Também há músicas de emancipação: com a dor de Arca, na profunda transgressão que o seu trabalho nos transmite, mas também na singularidade de Grace Jones e David Bowie, assim como o novo rumo criativo de Ana Moura.
Foto capa: Ana Moura por Wide Boy
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A Mulher tem uma imensidão colossal inscrita em si. O documentário “Woman” (2019), entrevistou mais de 2000 mulheres de 50 países diferentes. Leva-nos numa viagem pelo espectro da experiência humana, nas mais distintas culturas, com realidades dilacerantes, brutais, e, muitas outras, comoventes. Nas reflexões inspiradas pelo filme selecionaram-se os temas desta edição. Abrimos com Patti Smith, que rejeita a ideia do pecado original. Passamos por Savages, Sade, Chavela Vargas, Gisela João e ANOHNI. Todas cantam sobre sentimentos, questões e ímpetos que não podem continuar a ser reprimidos.
Capa: Sade, Love Deluxe (1992)
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Abre-se hoje um novo ciclo de mais sete episódios de NUCLEAR. Esta edição foi construída entre dois pólos: Nick Cave e Madonna. Viaja pelo luto e pela dor até chegar à liberdade, com toda a perseverança necessária pelo meio. É central a carta assinada pela jornalista Ana Ventura, publicada em www.culturanuclear.pt e que versa sobre a sua relação com Madonna. Existem ainda canções de Rita Vian, The National, Christine and The Queens e George Michael. Fiquem connosco!
Capa: Ben Smith
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A nossa percepção do que foi a escravatura é uma miragem. No século XIX, nos EUA, criou-se o Underground Railroad. Um movimento formado por abolicionistas e escravizados para libertar pessoas da escravatura. Colson Whitehead escreveu um romance com o mesmo nome, adaptado numa série por Barry Jenkins, em 2021. Em “The Underground Railroad” retrata-se o caminho para a liberdade de uma mulher escravizada e a procura da individualidade. O direito a ela. Seja há dois séculos atrás, seja hoje em dia. Faz-nos pensar no legado deixado por estas pessoas às gerações seguintes. É por isso que se inclui neste episódio Oprah Winfrey a recitar uma passagem de “Song of Solomon”, de Toni Morrison. No alinhamento de canções desta edição há um paralelo entre Marvin Gaye e Childish Gambino; Mahalia Jackson com a música interpretada em Washington no mesmo dia que Martin Luther King Jr. proferiu “I Have a Dream”; Michael Jackson, Mayra Andrade e Kendrick Lamar - este com “i” materializando a ideia e importância da individualidade. Fiquem connosco!
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Tina Turner é inquebrável. Este statement torna-se ainda mais claro na forma como a sua vida é abraçada no documentário biográfico “Tina” em que assume, logo nos primeiros minutos, que nunca foi feliz. É a figura central deste episódio, que tenta contextualizar e celebrar o seu legado enquanto mulher incontornável do rock & roll, que se reergueu após a relação com Ike Turner, reclamando o seu próprio nome e identidade num estóico acto de propriedade e inversão da história. Jamila Woods, Rufus e Chaka Khan, Stevie Wonder, Alicia Keys e Jessie Ware são os outros artistas a compor o alinhamento deste NUCLEAR em torno de figuras e ideias inquebráveis no contexto cultural das últimas décadas.
Foto: Tina Turner por Jack Robinson
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A cultura suburbana do ballroom voltou ao circuito mediático com a série Pose. Mas como surgiu este movimento? A comunidade nasceu em Nova Iorque, na década de 70, entre pessoas LGBT, afro-americanas e latinas que, nas ruas, entre a pobreza extrema, a prostituição e o abandono criaram as suas próprias famílias e lares. “À procura da visibilidade” é a carta assinada por Bernardo Gonçalves em www.culturanuclear.pt. No seu texto, faz uma viagem por uma série de referências que trouxeram visibilidade, através da cultura, não só a pessoas trans como a todos os misfits ao longo dos últimos 40 anos. É nesta viagem que o episódio se inspira para ouvir e dançar com temas de Róisín Murphy, Malcolm McLaren, Aretha Franklin, Whitney Houston e Diana Ross.
Foto Capa: Octavia St. Laurent, Paris is Burning (1990)
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Portugal continua a alimentar uma sociedade segregadora das pessoas com deficiência. “Crip Camp” é um documentário que nos mostra uma cenário idílico, para, a partir dele, embarcar na luta por uma sociedade com menos obstáculos. Também na cultura podemos fazer mais e melhor. O sector português começa a despertar para a questão mas ainda é feita uma proposta cultural segregadora. Destaca-se o trabalho da Acesso Cultura e da Terra Amarela, num convite ao vosso activismo. Maria Vlachou é directora executiva da Acesso Cultura e assina a Carta desta semana publicada em culturanuclear.pt. Remar” é o nome deste episódio, enquanto verbo e mote para a acção, emprestado por um verso de Silva. Agir, tomar partido, tentar compreender a vida, na sua dualidade, solidão e superação, são as motivações para ouvir temas de Joni Mitchell, Lana Del Rey, Stevie Nicks e Elton John. Fiquem connosco!
Foto capa: Norman Lomax “Sue in the Blue”
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O abuso sexual tem ganho exposição mediática nos últimos anos mas precisa de continuar a ser falado. A série “I May Destroy You”, escrita, realizada e protagonizada por Michaela Coel é uma excelente janela para pensarmos este flagelo. Este episódio chama-se “with love and care”, um verso emprestado por Diana Ross, do icónico tema “It’s My House”. Existem várias canções sobre o carinho e o amor, além de Ross, há Aretha Franklin, Celeste e FKA Twigs. Na fronteira entre o amor e o activismo encontra-se Nina Simone, e, para lá dela, estão os britânicos Sons of Kemet com puro activismo para celebrar a diáspora negra. Fiquem connosco!
Foto capa: Harry Langdon, Getty Images
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Inspirado no movimento do jornalismo comunitário, NUCLEAR inicia uma nova rubrica chamada “Cartas” em www.culturanuclear.pt. São textos de diferentes autores dedicados à transformação pessoal que a cultura é capaz de empreender na nossa vida. A primeira é sobre Beyoncé e foi assinada pelo médico Sérgio Bronze. As canções deste “Diamond Life” são a melhor tentativa possível para colocar em 30 minutos a banda-sonora da amizade de Tiago Fortuna e Sérgio Bronze (que podia ter 24 horas!). Há por isso canções de The Carters, Sinéad O’Connor, Janelle Monáe, Sade, Robyn, Jessie Ware e Bateu Matou. Visitem o site para ler a primeira carta e fiquem connosco!
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“Foi Deus / Que me pôs no peito / Um rosário de penas / Que vou desfiando / E choro a cantar” - Amália gravou “Foi Deus” em 1952, em Abbey Road, em Londres. É um clássico intemporal, sem limites religiosos, num fluido registo da sua alma e espiritualidade. A soul é um género singular, ganha contornos de epicidade quando fundida ao gospel. É entre essas fronteiras que vive este episódio. No centro está Aretha Franklin, com o seu álbum seminal - “Amazing Grace” - gravado ao vivo numa igreja em 1972. São canções de adoração, fé e abandono que compõem o evangelho desta edição do podcast. Além de Amália e Aretha, também cantam Beyoncé, numa interpretação do clássico “Take My Hand, Precious Lord”, Nina Simone, Prince e Kanye West com o seu Sunday Service Choir. A partir desta semana está disponível o site NUCLEAR em www.culturanuclear.pt. Fiquem connosco!
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O suicídio em massa de Igbo Landing ganhou uma dimensão mitológica, a sua força penetrou a cultura popular e continuam a ser criadas obras que referenciam este acontecimento, como é o caso de “Love Drought”, de Beyoncé. Billie Holiday editou “Strange Fruit” mais de uma década antes do movimento pelos direitos civis afro-americanos, a canção tornou-se um acto de resistência e contribuiu para a mudança do tecido cultural americano. James Baldwin continua, hoje, a ter uma mensagem tão urgente como tinha na década de 60. São três fragmentos artísticos e culturais aprofundados neste episódio. Além de Billie Holiday e Beyoncé, esta edição do podcast tem canções de Sam Cooke, Lauryn Hill, Blood Orange e Sara Tavares com Plutónio e Branko, num remix de “Ter Peito e Espaço”. É precisamente esta canção que empresta o título ao NUCLEAR #13, porque é importante habitar um espaço de compaixão quando somos confrontados com realidades dilacerantes. Fiquem connosco!
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Este episódio reflecte sobre a importância de adoptarmos no nosso pensamento o modelo social da deficiência. Esta reflexão surge a propósito do filme “Sound of Metal” que faz uma representação de alguém que perde a audição e aprende Língua Gestual. Que bom é ver estes temas no cinema mainstream! Este NUCLEAR chama-se “Shattered Ground”, numa referência ao tema de Nick Cave e Warren Ellis, por compilar canções que transmitem noções, ideias e sentimentos disruptivos. Ouve-se Deolinda, Kate Bush, Phoebe Bridgers, Billie Eilish e Anohni.
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“Tudo ou nada” canta Gisela João em “Louca”. Esta edição parte das emoções despertadas pela canção, ancorando-se no estoico acto de resistir. Viver a vida com todas as intermitências. Ouvem-se temas de Etta James, Janelle Monáe, Beyoncé e Florence + The Machine. Num episódio sobretudo feminino, incluir a versão de Nina Simone de “Lilac Wine” arrasta consigo a inevitabilidade de ouvir a mesma música interpretada por Jeff Buckley. Fala-se ainda em Viola Davis, num louvor à sua capacidade de representar a humanidade com um atrevimento desconcertante. Fiquem connosco!
Foto: Janelle Monáe, Pynk.
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A epidemia da SIDA foi um dos maiores flagelos sociais das últimas décadas. Nesta edição do NUCLEAR ouvimos e pensamos expressões artísticas que reflectem o impacto do HIV na sociedade, tendo a brilhante mini-série de Russell T. Davies, “It’s A Sin”, no centro. Importa celebrar também, e, por isso, dança-se com a transgressão de Sylvester, a contemporaneidade de Christine and The Queens e a euforia de Years & Years. Há ainda canções para escutar de Bronski Beat, R.E.M. e Joy Division. Fiquem connosco!
Foto Capa: Evan Agostini / Liaison, Getty Images
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Que sociedade seria a nossa sem a partilha e a vida em comunidade? “Tudo, tudo, tudo, tudo que nóiz tem é nóiz”, canta Emicida em “Principia”. Este NUCLEAR inspira-se no mote dado pelo artista brasileiro, mas além da música, mergulha também no seu documentário - “AmarElo”. Ouve-se ainda Jay-Z a desconstruir o seu ego e tentar criar um novo legado, Elza Soares, Capicua com Lena D’Água, Sampha, e Moullinex com Sara Tavares. Trata-se de um episódio dedicado à consciência da vida em comunidade, das relações e da natural interdependência que temos uns com os outros. Fiquem connosco!
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Um episódio sobre a emancipação do desejo feminino, que começa com “Nasty”, de Janet Jackson, a abrir caminho para a geração seguinte. Há um legado de Miss Jackson quando ouvimos canções como “Partition”, de Beyoncé, e “Kiss It Better”, de Rihanna. Esta edição do NUCLEAR tem ainda músicas de Vanity 6, Róisín Murphy e Jessie Ware. Fala-se em “Fever”, original de Little Willie John, com múltiplas versões, incluindo a de Madonna. Destaque ainda para o projecto jornalístico da Time Magazine para celebrar o Black History Month - “The Renaissance is Black”. Fiquem connosco!
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