Episódios
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Geni Guimarães nasceu em 8 de setembro de 1947, em São Manuel, interior de São Paulo. Foi a única entre seus irmãos que pôde estudar ao invés de trabalhar na lavoura. Começou a fazer versos antes mesmo de aprender a escrever, acompanhando sua mãe em cantorias ao redor de fogueiras. Mais velha, cursou o magistério e continuou a escrever poemas e contos. Conseguiu publicar seu primeiro livro, Terceiro filho, em 1979, tendo vendido um fusca para pagar os custos. Suas obras, todas independentes, influenciaram gerações inteiras de escritoras negras e lhe renderam um prêmio Jabuti. Por conta de uma depressão profunda, Geni ficou 15 anos sem escrever. Atualmente, aos 73 anos, a poeta, escritora e ativista continua trabalhando em novos livros, tendo sido a autora homenageada da Balada Literária de 2020.
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Tião Carvalho, nome artístico de José Antonio Pires de Carvalho, nasceu Cururupu, Maranhão, no dia 23 de janeiro de 1955. Na infância, trabalhava na roça e gostava de acompanhar seu pai, o cantador e compositor Feliciano P.P., em festividades populares como o bumba-meu-boi, e o tambor de crioula. Quando adolescente, trabalhava e estudava à noite e, mesmo sem ter pretensão de seguir carreira artística, acabou se envolvendo com grupos teatrais e de dança. Primeiro no Maranhão, depois no Rio de Janeiro. Em 1979, mudou-se para São Paulo e, em 1986, fundou o Grupo Cupuaçu Centro de Estudos de Danças Populares Brasileiras, passando a promover festas comunitárias anuais do bumba-meu-boi no Morro do Querosene, localizado no bairro do Butantã, na Zona Oeste da cidade. Tião é cantor, compositor, ator, dançarino, produtor cultural e mestre de capoeira Angola.
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Estão a faltar episódios?
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Bel Santos Mayer, nasceu no dia 26 de julho de 1967. Foi a primeira pessoa de sua família a fazer um curso superior: Matemática. Antes da faculdade, Bel fez magistério com o objetivo de alfabetizar. Na época, ela morava com os pais em Sapopemba, periferia leste de São Paulo, e teve a experiência de alfabetizar moradores das favelas do Madalena e do Jardim Elba. Este trabalho lhe rendeu uma bolsa de estudos na Itália e uma especialização em Pedagogia Social. Como educadora social, se envolveu com projetos de equidade racial e de gênero na educação, capacitação em direitos humanos, formação de jovens, entre outros. Passou a trabalhar também com a criação de bibliotecas comunitárias em bairros periféricos, utilizando a literatura como uma ferramenta de combate às desigualdades sociais. Atualmente, é Coordenadora do Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário, co-gestora da LiteraSampa, docente do Instituto Vera Cruz e mestranda na EACH/USP.
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Emanoel Alves de Araújo nasceu no dia 15 de novembro de 1940 em Santo Amaro da Purificação, Bahia. De uma família de ourives, ajudou a mãe a cuidar de seus 11 irmãos. Com 19 anos se mudou para Salvador, onde ingressou na escola de Belas Artes da Bahia. Trabalhou como cartazista, foi ilustrador e gravurista. Fez sua primeira exposição em 1959. Mudou-se para São Paulo em 1971. Foi diretor do Museu de Arte da Bahia, da Pinacoteca do Estado de São Paulo e fundou, em 2004, o Museu Afro Brasil, do qual é Diretor Curador.
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Aparecida Sueli Carneiro nasceu em 24 de junho de 1950, em São Paulo. A mais velha de sete irmãos, é filha de um ferroviário e de uma dona de casa, costureira de mão cheia, que dizia às filhas que elas não deviam depender de homem algum. Sueli seguiu o exemplo e, em 1971 prestou concurso público e entrou na Secretaria da Fazenda como escriturária. Um ano depois, ingressou no curso de Filosofia da USP. A partir de então entrou em contato com movimentos sociais, o movimento negro e o movimento feminista. Na década de 1970, casou-se e teve uma filha desse casamento, Luanda. Sua jornada como feminista negra se intensificou na década de 1980, com participação no Coletivo de mulheres negras e no Conselho Estadual da Condição Feminina. Em 1988, junto com mais dez companheiras, criou o Geledés, Instituto da Mulher Negra, da qual ainda é diretora. Sueli é escritora e filósofa, sendo considerada uma das principais autoras do feminismo negro no Brasil.
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Hélio Santos Menezes Neto nasceu em Salvador, no dia 30 de setembro de 1986. Sua família, numerosa e festeira, acreditava na educação como estratégia de autonomização e ascensão social. Formou-se em Relações internacionais e, aos 22 anos, era coordenador internacional do Fórum Social Mundial. Foi nessa época que, em uma viagem a Dakar, no Senegal, viu uma imagem de Xangô, a mesma que havia no quintal da casa de sua avó em Salvador. Daí veio a vontade de mudar de área, aprofundar seus estudos na produção artística negra e em Antropologia. Hoje atua como curador, crítico e pesquisador. É curador de arte contemporânea do Centro Cultural São Paulo.
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Rosane da Silva Borges nasceu em São Luís do Maranhão no dia 22 de junho de 1974. O gosto pela leitura e pelos estudos veio desde cedo. Quando criança, aproveitava as férias para ler muito. Foi a primeira de seus 5 irmãos a ingressar em uma universidade e acabou por seguir a carreira acadêmica. Hoje é doutora em Ciências da Comunicação, autora e articulista. Se especializou em pesquisas sobre o imaginário e a representação da mulher negra.
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Neon dos Afonso Cunha nasceu em 24 de janeiro de 1970, em Belo Horizonte. Sua família mudou-se para São Bernardo do Campo, ABC de São Paulo, quando tinha cerca de 2 anos. Terceira de dez filhos, desde cedo foi vítima de surras do pai, metalúrgico, e dos irmãos por parecer afeminada. Começou a trabalhar aos 11 anos, para ajudar na renda familiar, como mensageira na prefeitura de São Bernardo. Na mesma época conheceu a realidade das travestis no centro de São Paulo. Após anos sofrendo ameaças, espancamentos e estupros, Neon decidiu que precisava resolver duas coisas: o "direito à morte digna e o direito a ter nome e gênero”. Hoje é ativista, questionadora da branquitude e cisgeneridade tóxicas.
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Edite Marques da Silva nasceu em 16 de setembro de 1942, em Pirapora, Minas Gerais. Filha de um carpinteiro e uma dona de casa, teve uma infância feliz, até que tudo mudou com a morte de seu pai. Mudou-se para São Paulo, estudando e trabalhando em uma empresa de peças de rádio e tv para ajudar a sustentar a família. Ao longo dos anos, a perda gradativa da visão em decorrência da diabetes obrigou-a se aposentar. Dona Edite passou então a ver a vida de outra forma e se encontrou na poesia. Atualmente, é intérprete de poesia e frequentadora assídua do Sarau da Cooperifa, na zona sul de São Paulo.