Эпизоды
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Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho convidaram a escritora e jornalista Isabel Stilwell, autora de “Estefânia, A rainha virgem”, para conversar sobre a curta vida desta rainha de Portugal. Nascida em Sigmarinen, Alemanha, em 1837, Estefânia era filha do príncipe Carlos António de Hohenzolern Sigmarinen e de sua mulher, Josefina Frederica de Baden.
De perfil austero e personalidade sensível, Estefânia chegou a Portugal em maio de 1858 para casar-se com o Rei D. Pedro V. A jovem rainha, que dedicou especial atenção a obras de assistência aos desfavorecidos, teve dificuldade em adaptar-se a Portugal, ao seu clima, à sua paisagem e à sociedade portuguesa. Em paralelo, viveu um amor ao que tudo indica apenas platónico com D. Pedro V, um rei austero, exigente e introspectivo. A rainha D. Estefânia morreu precocemente, a 17 de julho de 1859, em consequência de uma difteria. Tinha apenas 22 anos. A sua morte deixou D. Pedro V devastado e um sentimento de tristeza por todo o país. D. Estefânia foi, possivelmente, a ultima rainha verdadeiramente amada pelos portugueses.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Neste sexto debate, os investigadores Luís Sá Fardilha e Micaela Ramon exploram os caminhos da tradição manuscrita e impressa da poesia camoniana, revelando os desafios da fixação do cânone, da autenticidade dos textos e da organização editorial das edições quinhentistas. A conversa, moderada por Zulmira Santos, percorre temas como a circulação manuscrita da poesia no século XVI, os critérios para a atribuição de autoria e a importância dos cancioneiros na preservação e transmissão da obra. É possível reconhecer o estilo de escrita de Camões? Oiça aqui o debate gravado na Biblioteca Nacional de Portugal.
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Пропущенные эпизоды?
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Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre o tempo em que os “holandeses” (como os habitantes das Províncias Unidas eram conhecidos) permaneceram no nordeste do Brasil, sobretudo em Pernambuco.
Em 1624, três anos depois do fim das tréguas entre as Províncias Unidas e Espanha, os holandeses tomaram a cidade de Salvador da Baía, então capital do Brasil português. Esta foi retomada no ano seguinte por uma armada vinda da Península Ibérica. No entanto, os holandeses não desistiram de concorrer com os portugueses pelo negócio do açúcar no Brasil e pelo comércio de escravos.
Em 1630, os holandeses tomaram Olinda e Recife, em Pernambuco, onde fundaram a Nova Holanda.
Poucos anos depois, em 1636, a Companhia Holandesa das Indias Ocidentais nomeou João Mauricio de Nassau para governar este território. O seu governo (1637-1644) resultou no período áureo da Nova Holanda.
Depois da sua partida, os portugueses (alguns já de segunda e terceira geração no Brasil), com escravos libertos e índios, conseguiram derrotar os holandeses (batalhas dos Guararapes de 1648 e 1649) e, por fim, reconquistar o Recife.
Foi o ponto final do Brasil holandês, sendo que, no Índico e na Ásia, os holandeses levaram a melhor sobre os portugueses na sua disputa pelo controlo das rotas comerciais.
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No quinto episódio do podcast 'Camões: 500 anos de História e de Lenda', gravado ao vivo na Biblioteca Nacional, a encenadora Silvina Pereira e o investigador José Camões debatem o teatro camoniano, frequentemente esquecido face à épica e à lírica. Moderado por Vanda Anastácio, o encontro destacou a atualidade das três peças atribuídas a Camões — “Filodemo”, “Os Anfitriões” e “El-Rei Seleuco” — e defende a sua relevância estética e dramatúrgica.
Entre reflexões sobre amor, melancolia e crítica social, os intervenientes sublinham a urgência de recuperar este repertório para os palcos contemporâneos, desafiando preconceitos e promovendo uma dramaturgia nacional mais rica e vibrante.
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Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre a vida e a “causa” de D. António, prior do Crato. Filho do Infante D. Luís, duque de Beja, e de Violante Gomes, apelidada de “A Pelicana”, D. António foi candidato à sucessão de D. Sebastião depois da morte deste rei na Batalha de Alcácer Quibir. Então, argumentou que os seus pais tinham-se casado em segredo, o que lhe dava precedência na linha de sucessão sobre o cardeal D. Henrique, que efetivamente herdou o trono. Dois anos depois, aquando da morte do Cardeal-Rei (janeiro de 1580)voltou a reclamar os seus direitos à coroa portuguesa, sendo então derrotado pelo exército comandado pelo duque de Alba que Felipe II de Espanha mandou para Portugal.
Entre 1582 e 1583, a causa de D. António manteve-se viva nos Açores, sendo então reconhecido como Rei na Ilha Terceira. No entanto, as forças de D. António foram vencidas pelas do marquês de Santa Cruz em 1583. A partir de então, e até à sua morte em 1595, D. António viveu entre França e Inglaterra, onde procurou manter viva a sua “causa”, apoiada sobretudo pela comunidade cristã-nova. Quem foi D. António, prior do Crato? Qual a validade das suas pretensões ao trono de Portugal? E será que chegou a ser Rei de Portugal, mesmo que por tempo breve?See omnystudio.com/listener for privacy information.
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A partir da pergunta “Que Oriente é que encontramos nos Lusíadas?”, o professor e ensaísta António Vasconcelos de Saldanha e a investigadora Cristina Costa Gomes exploram as representações do Oriente na obra de Camões, entre a experiência vivida e a construção ideológica do Império.
Moderada por Rui Loureiro, a conversa percorre temas como a presença de Camões na Ásia e a imagem da China como império modelo. O debate destaca ainda a forma como Camões equilibra aquilo que leu nos livros e o que observou diretamente. O episódio foi gravado no auditório da Biblioteca Nacional de Portugal.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre o Emirado de Granada, o último estado muçulmano da Península Ibérica. Fundado em 1238, depois da desintegração do poder dos Almóadas na Península Ibérica, o Emirado de Granada permaneceu durante mais de 250 anos como o único reduto muçulmano na Península Ibérica, herdeiro de uma presença secular que remonta ao século VIII. Durante este tempo, Granada “comprou" a paz com os reinos cristãos mediante o pagamento de párias (tributos), comerciou com estes mesmos reinos, com o Magreb e com os genoveses, e semeou um legado cultural florescente, cujo principal símbolo é o conjunto arquitectónico civil e militar da Alhambra. Nas últimas décadas do século XV, os “reis católicos”, Isabel e Fernando de Castela e Aragão, iniciaram uma campanha militar que culminaria com a conquista de Granada, no ano de 1492. Qual a História do Emirado de Granada? Como conseguiu manter a sua independência durante mais de dois séculos e meio? Como foi conquistado, qual o seu legado e o que sucedeu à população muçulmana que o habitava?
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A partir da pergunta “Como ensinar Camões hoje e com que objetivo?”, os professores José Augusto Cardoso Bernardes e Rui Mateus refletem sobre os desafios e as possibilidades do ensino do poeta nas escolas e abordam questões como a interpretação literária e a necessidade de atualizar os programas escolares. Moderada por Cristina Costa Gomes, a conversa percorre temas como a formação de professores, a presença de Camões nos manuais escolares, o papel da literatura como educação artística e a importância de adaptar os conteúdos às novas realidades culturais e sociais dos alunos.
Subscreva o podcast "Camões: 500 anos de História e de Lenda", gravado na Biblioteca Nacional de Portugal, no âmbito das Comemorações do V Centenário do Nascimento de Luís de Camões.
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Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre a História recente da Pérsia (Irão desde 1934), que teve o petróleo e a relação com o Ocidente como pontos de tensão fundamentais. Porque razão apoiou o Ocidente a subida ao poder de Reza Xá? E porque motivo contribuiu depois para o seu afastamento? O que foi a “revolução branca” do seu filho Reza Pahlavi? E como passou o país de império secular a teocracia islâmica?
Episódio originalmente lançado em 8 de novembro de 2023.
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Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre a longa e intrigante vida de D. Jorge da Costa, mais conhecido por Cardeal de Alpedrinha. A sua biografia apresenta muitas interrogações. O futuro cardeal nasceu em Alpedrinha, concelho do Fundão, provavelmente em 1416. Ainda muito novo, deu mostras de grande inteligência e sagacidade, qualidades que o fizeram rumar a Lisboa, onde estudou sob a proteção do padre João Rodrigues. Mais tarde, foi nomeado confessor e capelão do rei D. Afonso V e mestre das infantas suas irmãs. Depois, ascendeu aos mais altos cargos eclesiásticos portugueses, tendo, entre outros, sido nomeado bispo de Évora, arcebispo de Lisboa e arcebispo de Braga. Em 1476, foi nomeado cardeal pelo papa Sisto IV, tendo partido para Roma por volta de 1480 e nunca mais regressado a Portugal. Terá sido para escapar à ira do príncipe D. João (futuro D. João II) ou, pelo contrário, para ser um seu agente diplomático, com intervenção em processos tão importantes quanto a negociação do tratado de Tordesilhas?
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Neste episódio, falamos dos mistérios e desafios que envolvem a vida de Luís de Camões. A partir desta pergunta central - como se constrói uma biografia? - reunimos especialistas para discutir os limites entre a história e a lenda que cercam o poeta maior da língua portuguesa.
Com moderação do historiador João Alves Dias, a conversa conta com a professora Vanda Anastácio e o livreiro e biógrafo Carlos Bobone, autor de uma recente obra sobre Camões. Gravado no auditório da Biblioteca Nacional de Portugal, o episódio explora a escassez de documentos, as dificuldades em estabelecer dados biográficos seguros e a forma como a imagem de Camões foi sendo moldada ao longo dos séculos.
Subscreva o podcast "Camões: 500 anos de História e de Lenda", gravado na Biblioteca Nacional de Portugal, no âmbito das Comemorações do V Centenário do Nascimento de Luís de Camões.
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Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre Joana d”Arc e a sua época, quando Valois e Plantagenetas (estes, reis de Inglaterra e duques da Aquitania) disputavam o trono de França. Conhecida por “donzela de Orleans”, Joana d‘Arc nasceu por volta de 1412 numa família de pequenos proprietários rurais. A partir dos treze anos, começou a ter “visões” que lhe indicaram que Carlos de Valois deveria ser coroado Rei de França na Catedral de Reims. Depois de ter presenciado a libertação de Orleans do cerco montado pelos ingleses e outras operações militares, e de ter assistido à coroação de Carlos de Valois (Rei Carlos VII), Joana d’Arc foi capturada pelos aliados dos ingleses, julgada e condenada à morte por heresia (1431). A “donzela de Orleans” tinha então 19 anos. Anos depois, o seu processo foi reaberto e, em 1920, o papa Bento XV canonizou-a, sendo hoje uma das padroeiras de França. Qual o contexto da “guerra dos 100 anos? De que foi acusada Joana d”Arc? Qual o seu contributo para o desfecho da “guerra dos 100 anos”?
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Neste episódio inaugural, João Pedro George e Diogo Ramada Curto lançam o debate sobre os sentidos e os usos da celebração de Camões. Entre o culto cívico e a apropriação política, discutem como o poeta se tornou símbolo nacional, mártir literário e figura disputada entre instituições e o povo. Um olhar crítico e atual sobre a memória camoniana.
Subscreva o podcast "Camões: 500 anos de História e de Lenda", gravado na Biblioteca Nacional de Portugal, no âmbito das Comemorações do V Centenário do Nascimento de Luís de Camões.
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Neste episódio especial, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho convidaram a aluna Bianca de Carvalho Gonçalves, que no ano letivo passado frequentava o Agrupamento de Escolas Fernão do Pó, no Bombarral, e foi vencedora do prémio Alexandre Herculano, para o melhor aluno de História do ensino secundário, distinção atribuída pela Academia das Ciências de Lisboa, com o apoio da Fundação Amélia de Mello. Qual a opinião desta jovem sobre o ensino de História no secundário? Como foi que começou a interessar-se por História? Quais os seus temas e épocas preferidos? E será que estudou muito para obter a melhor classificação nos exames nacionais de História em 2023/24?
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Cinco séculos depois do nascimento de Luís de Camões, o Expresso convida-o a redescobrir o maior poeta da língua portuguesa. Quem foi, afinal, Camões? Um génio literário, um aventureiro incansável ou uma figura mitificada ao longo dos séculos?
Neste podcast especial, gravado na Biblioteca Nacional de Portugal, damos a ouvir um ciclo de debates que explora a vida, a obra e os mistérios que ainda envolvem o autor de Os Lusíadas. Uma viagem sonora pela história e lenda de uma das figuras mais fascinantes da lusofonia.
Disponível a partir de 10 de junho no Expresso e nas principais plataformas de podcasts.
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Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre a complexa diplomacia europeia da segunda metade do século XIX, sobretudo sobre a evolução política da região balcânica. Esta teve a crise do império Otomano como pano de fundo, e refletiu a rivalidade entre Rússia e Áustria-Hungria pela influência sobre os territórios balcânicos, e entre a Rússia e o Reino Unido pelo controlo do Mediterrâneo oriental. No início de 1878, os russos derrotaram os otomanos, impondo-lhes a formação da “grande Bulgária”, que se estendia do mar Egeu ao Mar Negro. A perspectiva da formação de um grande estado pro russo na região alarmou o Reino Unido e motivou a realização de um congresso em Berlim, com a participação, entre outros, de Reino Unido, Rússia e Austria-Hungria, e moderado pelo chanceler alemão Otto von Bismarck. O congresso de Berlim de 1878 realizou-se entre 13 de junho e 13 de julho de 1878 e determinou a nova configuração política dos balcãs, que ficaram divididos em estados de média dimensão e rivais entre si, situação que se mantinha nas vésperas da I guerra mundial. Quais as consequências do congresso de Berlim de 1878? Será que foi uma das causas remotas do início da I guerra Mundial?
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Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre a conquista otomana da cidade de Constantinopla e a consequente queda do milenar império Bizantino, ocorrida a 29 de maio de 1453, passam por estes dias 572 anos. Fundada em 330 dc pelo imperador romano Constantino com o nome de “Nova Roma”, Constantinopla, a atual Istambul, foi alvo de 22 cercos ao longo da sua História milenar. Em 1204, a cidade foi ocupada pelos cristãos ocidentais no enquadramento da quarta cruzada para, em 1262, ser novamente recuperada pelos bizantinos (os “romanos do oriente”). Contudo, a reconquista de Constantinopla não devolveu o império bizantino aos seus tempos áureos. Até 1453, os bizantinos viveram sob quase permanente ameaça dos seus inimigos, sobretudo dos turcos otomanos. A 6 de abril de 1453, o sultão otomano Maomé II montou cerco terrestre e naval a Constantinopla com um exército de cerca de 100 mil homens e uma nova arma de guerra: um canhão com quase 9 metros de comprimento, que disparava balas com cerca de 500 quilos. Como decorreu a conquista de Constantinopla? O que aconteceu a Constantino XI, o último imperador, e aos bizantinos? E qual o papel dos ocidentais neste conflito entre otomanos e bizantinos? Por fim, qual a importância do legado bizantino?
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Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre a época e o pontificado de Leão XIII, o Papa que inspirou a escolha do nome do cardeal Robert Francis Prevost, Papa Leão XIV, eleito a 8 de maio de 2025. Leão XIII, de seu nome Gioacchino Vincenzo Pecci, foi eleito Papa em 1878, também na sequência de um conclave breve. A Santa Sé enfrentava então desafios complexos, como o fim do seu poder temporal (1870), e muitos esperavam uma resposta à então chamada “questão social”. Leão XIII foi um Papa bem preparado e com experiência diplomática, capaz de construir pontes e empenhado na conciliação entre fé e razão. A 15 de maio de 1891, passam por estes dias 134 anos, foi publicada a sua encíclica “Rerum Novarum” (Das coisas novas), que constitui a base da doutrina social da Igreja. Leão XIII foi também o primeiro Papa a ser filmado, isto em 1896, e a ter a sua voz gravada. Morreu em 1903, aos 93 anos, depois de um longo e decisivo pontificado de 25 anos.
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Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho convidaram o historiador André Canhoto Costa para uma conversa em torno do seu mais recente livro, “A Corte das Mulheres”. Tal como referido na sua contracapa, esta obra narra a “História da ascensão e queda de uma corte iluminada pela presença das mulheres, cuja existência o tempo quis eliminar”. Esta “corte” de humanistas tinha por principal figura a Infanta D. Maria, filha do rei D. Manuel I e de sua terceira mulher, Leonor de Áustria. Quem foi esta princesa erudita e quem frequentava a sua Corte? Qual o contributo das humanistas para o renascimento português? Por fim, quem se opunha a esta Corte e porque se deu o seu ocaso?
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Neste episódio, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho conversam sobre a ditadura do general Miguel Primo de Rivera em Espanha (1923-1930), que influenciou a ditadura portuguesa de 1926-1933. No inicio da década de 1920, Espanha vivia em permanente instabilidade política e social. Os governos sucediam-se, assim como os confrontos sociais e a violência política. A este contexto, acresceu o desastre do exército espanhol no Norte de África, em 1921, que pôs em causa as chefias militares e até o próprio rei, Afonso XIII. Ganhou então força a corrente que apoiava uma ditadura militar como forma de estabilizar o país. A 13 de setembro de 1921, o general Miguel Primo de Rivera, capitão general da Catalunha, liderou um pronunciamento militar que resultou na suspensão da Constituição liberal de 1876 e na formação de um diretório militar. De inicio, a solução contou com o apoio do rei e de parte da sociedade espanhola, inclusive com a benevolência do PSOE e da organização sindical da UGT. Até 1927, Primo de Rivera beneficiou de conjuntura internacional favorável para estruturar um regime ditatorial inspirado pelo corporativismo que anulou a autonomia catalã e que, economicamente, pretendia tornar a Espanha auto suficiente. O governo de Primo de Rivera foi depois abalado pela crise económica de 1929, pelo afastamento do PSOE e UGT, e pelo abandono dos seus antigos aliados: desde os industriais catalães às chefias militares. Por fim, quando Primo de Rivera percebeu que também deixara de ter o apoio de Afonso XIII, decidiu demitir-se e partir para o exílio em Paris (janeiro de 1930). O reinado de Afonso XIII, profundamente comprometido com o ditador, ficara porém com os dias contados. Em abril de 1931, cerca de uma ano e meio depois da demissão de Primo de Rivera,foi proclamada a II República espanhola.
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