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Historicamente, são as religiões de matriz africana as que mais sofrem com a intolerância religiosa, muitas vezes de maneira explícita, como é o caso dos inúmeros ataques à terreiros noticiados nos últimos anos, até as falas preconceituosas de políticos, de líderes religiosos e até de artistas.
Só em 2024, o Disque 100, canal criado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania para atender casos de intolerância religiosa, registrou 2.472 denúncias. Foi um aumento de quase 70% em relação ao ano anterior. "O problema do racismo religioso é que ele é um tipo de intolerância que mata, que destrói, que segrega famílias, comunidades inteiras, que obriga pessoas a deslocamentos geográficos", diz o professor e babalorixá Sidnei Barreto Nogueira, entrevistado deste episódio do Podcast da Semana.
Mestre e doutor em semiótica e linguística pela Universidade de São Paulo (Usp), Nogueira é autor de livros como "Intolerância Religiosa" (Pólen Livros, 2020), que faz parte da coleção Feminismos Plurais, editada por Djamila Ribeiro e finalista do Prêmio Jabuti, em 2021. É ainda coordenador do Instituto ILÈ ARÁ - Instituto Livre de Estudos Avançados em Religiões Afro-brasileiras.
Na conversa com Gama, Nogueira define o racismo religioso, discute por que as mulheres são as mais prejudicadas nesse cenário, trata da Lei nº 10.639, que obriga o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas, traz ensinamentos do terreiro e termina o papo com dois provérbios que ele deixa especialmente para os ouvintes do podcast.
Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic
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Você já pensou em abrir seu próprio negócio? Para muita gente, ser empreendedor não é uma escolha, mas a única opção disponível. Há quem veja no empreendedorismo a chance de ter flexibilidade de horário ou a possibilidade de novos ganhos. Mas o que a entrevistada deste episódio, Natália Rodrigues, mais conhecida como Nath Finanças, sugere, é não romantizar. "Empreender é trabalhar 24 horas por dia. Como CLT, você tem horário de entrada e de saída", diz.
Ela acaba de lançar “Precisa dar Certo: um guia para empreendedores reais” (Instrínseca, 2024), em que traz os fundamentos básicos para a administração de uma empresa, como se organizar financeiramente, preficificar o que você tem a oferecer.
Seu perfil no Instagram, o Nath Finanças, surgiu com a proposta de auxiliar especialmente a população de baixa renda a organizar as finanças, investir, ter uma reserva de emergência. Hoje ela conta com mais de 850 mil seguidores. Aos 26 anos, é especialista em gestão financeira pela Fundação Getúlio Vargas e criadora da edtech Nath Play, uma plataforma de streaming sobre o tema.
Na conversa com Gama, fala da importância de identificar seu público-alvo, das principais dificuldades de abrir uma empresa, traz caminhos possíveis e discute as diferenças entre o emprego informal e o empreendedorismo
Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic
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Eksik bölüm mü var?
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O que o neoliberalismo tem a ver com o jeito com que malhamos? Para o Bruno Gualano, professor do Centro de Medicina do Estilo de Vida da Faculdade de Medicina da USP, tudo a ver.
"Os discursos do mundo fitness são individualizantes, egoístas, focados exclusivamente no eu, na pessoa, que se tem vontade, alcança o objetivo. Se tem disciplina, se tem foco, força e fé, que é um dos lemas mais comuns que a gente ouve por aí, ela consegue prosperar. Eu brinco que o foco, força e fé é a teologia da prosperidade aplicada ao corpo humano", afirma o pesquisador, que é o convidado da edição sobre vaidade no Podcast da Semana.
Membro da Academia Brasileira de Ciências, ele diz que essas noções criadas sobre saúde e bem-estar são enganosas e, na verdade, prejudiciais ao corpo e à mente.
"As cirurgias cosméticas, o uso de esteroides anabolizantes, chip da beleza, lift de bumbum, é tanta bobagem que a gente vê por aí em busca da estética e não tem nada de saúde nisso, não tem nada de saúde física e nem saúde mental", afirma.
Segundo ele, é importante que o corpo ideal seja inalcançável para que continuemos consumindo sempre os produtos desse mercado. "O mundo fitness muda o sabor dos corpos ideais. Já tivemos a magreza extrema como modelo a ser perseguido. Agora temos corpos definidos, anabolizados, hipertrofiados, tanto para homens quanto para mulheres, uma coisa muito curiosa, um símbolo do sucesso. E aí os produtos também giram em torno desses corpos ideais", afirma.
Na entrevista, Gualano, que é coordenador do Laboratório de Avaliação e Condicionamento em Reumatologia (HCFMUSP), fala ainda a respeito dos remédios usados para combater a obesidade e sobre como influenciadores fitness são inimigos da saúde pública. Ele defende que uma rotina de exercício físicos seja estimulada por políticas públicas e diz que práticas de atividades mais moderadas são muito válidas.
Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima
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O verão é sinônimo de mais diversão, aventura, amor e festa para muita gente. É também para o músico e compositor Marcos Valle, que aos 81 anos comemora 60 anos de carreira com a autoria de algumas composições que são a cara da estação.
"O melhor do verão é a possibilidade das pessoas poderem se divertir mais", ele conta ao Podcast da Semana da edição especial sobre o calor do verão. "Eu fico torcendo para que o mar esteja bom, que todo mundo possa entrar. Sem elitismo, sem nada. Ali não adianta ficar fingindo que alguém é melhor que o outro. Está todo mundo curtindo a mesma água. É um momento maravilhoso da vida", afirma.
Um apaixonado pela natureza ("o lugar mais próximo de Deus", segundo ele), pelo surf e por outros esportes praticados ao ar livre, ele sempre fez da estação um tema das suas composições. Uma das primeiras músicas que criou foi batizada justamente de "Samba de Verão" (1964), sucesso mundial que marcou a bossa nova. É dele também a música "Estrelar" (1983), uma mistura de funk com baião, que fala que o verão tá chegando e tem que malhar, tem que suar.
Nesse episódio, Valle fala sobre a sua relação com a estação, sobre a história de seus hits e como faz para, do alto de oito décadas de vida, levar a juventude a dançar loucamente em seus shows no Brasil e fora dele. O músico diz ainda o que espera do verão de 2025: "As pessoas têm que celebrar a vida, têm que entender que não podem deixar de valorizar, comemorar os momentos juntos, todo mundo igual".
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No topo da lista de resoluções de ano novo é comum que esteja a frase "começar a fazer exercício". Ter um corpo mais em forma, ser mais saudável. Mudar o estilo de vida é algo que muita gente planeja mas tem dificuldade de colocar em prática. Como escolher então por onde começar? "O exercício bom é aquele exercício que você faz. É muito mais fácil fazer alguma coisa que você gosta do que o que não gosta", afirma Fernanda Queiroz, personal trainer há quase 20 anos e entrevistada do Podcast da Semana.
Para ela, o começo de um ano pode ser um marco eficiente para começar a fazer exercícios. Já para manter a rotina, um dos segredos é ter um amigo que nos incentive a seguir nos treinos, mesmo que essa pessoa interaja apenas à distância. O que não pode é se iludir pelo o que está nas redes sociais. "As pessoas estão ficando meio doidas de ficar se comparando, de querer um corpo que não é atingível, que não dá para ser construído naturalmente", afirma Queiroz.
Conhecida por seu trabalho nas redes sociais e com formação em educação física pelas Faculdades Integradas de Santo André (Fefisa), Queiroz, que também é empreendedora do meio fitness (já criou vários aplicativos e treinos online), hoje tem atendido mais mulheres e especialmente gestantes e as que estão no puerpério. Ela faz um alerta sobre a volta da busca feroz pela magreza: "As pessoas que já eram magras estão muito mais magras", alerta.
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Uma boa festa tem que ter música, tem que ter diversidade, tem que ser em um lugar interessante e acessível e tem que ter algum motivo a ser celebrado.
Essas são algumas das premissas para um festão segundo o relações públicas Léo Galvão, um piauiense de 35 anos que chegou em São Paulo há uma década e se tornou o RP mais requisitado por diferentes marcas, festivais e eventos. "Eu gosto de fazer gente feliz, tem uma hora que eu chego no canto, olho e está todo mundo dançando, todo mundo se jogando, todo mundo aproveitando. Fico tão realizado", diz em entrevista ao Podcast da Semana.
Seu trabalho consiste, entre outras coisas, em fazer um evento acontecer -- na grande maioria das vezes pra uma marcas. Pra isso, ele precisa ter repertório pra saber quem são as pessoas que tem tudo a ver com essa festa, quem é o DJ ou a banda que vai fazer um clima legal acontecer. Como RP, precisa criar conexões, desejo, mapear tendências conhecer gente. Muita gente.
Galvão se formou em publicidade e jornalismo em Teresina, onde nasceu e cresceu. É sócio da agência PBPR onde atende clientes de marcas de luxo, de bebida, eventos de de arte, de esporte como a Fórmula 1, os principais festivais de música do país, camarotes do Carnaval do Rio de Janeiro e São Paulo. E até eventos infantis.
Na conversa com Gama, compartilha um pouco da sua rotina -- recheada de mais de 250 eventos por ano -- de como ele lida com a ansiedade e a pressão dos clientes. E a partir dessa experiência, dá a receita para fazer um festão, para conectar pessoas. Ele também analisa o momento dos influenciadores e dá um panorama do mercado de relações públicas nos dias de hoje.
Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic
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A velejadora e escritora Tamara Klink, 27, passou oito meses em uma invernagem na Groenlândia, a bordo de seu veleiro. Ela chegou na região, ancorou o seu barco e esperou o mar ao seu redor congelar totalmente. Suportou temperaturas de -40oC e três meses sem luz solar. Com esse feito, se tornou a primeira mulher do mundo a passar um inverno sozinha, dentro de um barco (mas fora também), no Ártico.
Antes, ela cruzou o Atlântico Norte, navegando de Paris, na França, até Recife, no Brasil. E, ainda na infância, viajou com sua família para a Antártica, em uma das expedições lideradas por seu pai, Amyr Klink, e na companhia de suas irmãs e a mãe, a fotógrafa, Marina Bandeira Klink.
Viver isolada, trabalhando diariamente para sobreviver, transformou o jeito da Klink ver e estar no mundo. A leitura, a escrita e também os podcast sempre fizeram parte do seu cotidiano. Durante suas viagens, ela registrava seus sonhos e experiências. Esse material resultou em seus livros: "Mil Milhas" (2021) e "Um Mundo em Poucas Linhas" (2021) e também o infantil "Férias na Antártica" (2014), todos lançados pela Editora Peirópolis. Em 2024, lançou "Nós: o Atlântico em Solitário" (Companhia das Letras).
Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic
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Quem segue a psicóloga, ativista indígena Guarani e escritora Geni Nuñez no Instagram reconhece que ela é uma voz importante na defesa da não monogamia. Geni escreve de maneira simples e direta sobre o tema, apresentando a filosofia dessa forma de se relacionar. O que ela também fez em livros. Em “Descolonizando Afetos — Experimentações sobre outras formas de amar” (Paidos, 2023), faz uma vasta pesquisa histórica e política da monogamia e apresenta a não monogamia como alternativa.
Num passado pré-colonização, no Brasil, o comum era ser não monogâmico. Até que os portugueses chegaram e, com a catequização, instauraram a monogamia. A psicóloga, que tem doutorado no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas pela Universidade Federal de Santa Catarina, escreve que “ser monogâmico era parte de um projeto de civilização. Outras práticas que fugissem desse modelo eram vistas como atrasadas, selvagens, como animalescas, como algo da ordem de uma heresia”.
Trazendo a discussão pro século 21, Nuñez acha que a não monogamia entrou em debate mais acalorado por “uma certa crise dos paradigmas hegemônicos”. “A gente vê, por exemplo, debates sobre a questão ambiental, sobre as questões de gênero, sexualidade, a luta antirracista, a luta pelos direitos ao território. Tudo isso faz parte de um contexto político que, de alguma maneira, possibilita que alguns debates, que antes eram mais silenciados do que hoje, possam ter alguma reverberação.”
Para a pesquisadora, a monogamia tem relação direta com uma moral cristã herdada da colonização. “O que a monogamia traz, junto de todo esse moralismo cristão que permanece no nosso território, é uma obsessão com a sexualidade”, afirma. “É difícil pensar que é uma escolha pessoal você decidir o que outra pessoa vai fazer da sexualidade dela. (…) A ideia de traição é referendada por aquilo que o outro fez do próprio corpo.”
Em seu último lançamento, "Felizes por Enquanto: Escritos sobre outros mundos possíveis" (Planeta, 2024), Nuñez aborda o tema de forma ainda mais fácil, por meio de poemas.
Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima
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Como criar conexão com os filhos, lidar da melhor maneira possível com as diferentes fases da infância quando estão todos sobrecarregados? Como manter a calma diante dos desafios da criação? “É preciso saber reparar as coisas, sem se afundar na culpa”, diz a Gama a psicanalista e especialista em psicopedagogia, Thais Basile.
Basile acredita que é possível criar filhos fora da ideia de uma educação “tradicional”, muitas vezes baseada em gritos, ameaças, críticas e medo. É sobre esse tema que ela escreve em “Atravessando o deserto emocional: Os impactos de fazer parte de uma família” (Paidós, 2024), em que mostra como o que somos é causa e efeito dos cuidados que recebemos.
Na conversa com o Podcast da Semana, da Gama, ela discute como fazer escolhas que melhorem o tempo que estamos com os filhos, trata da importância de lembrar da nossa infância e nomear o que vivemos — “É bom que a gente investigue também quais as transferências e projeções que a gente tá fazendo com essa criança”, diz — e, entre outros temas, trata da criação de vínculos na formação das crianças.
Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic
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Tentar ficar focado o tempo todo pode ser contraproducente. Isso porque a atenção total é algo que nos exige muito fisicamente. O melhor é saber alternar períodos de foco e de descanso. A opinião é da psicóloga clínica do esporte Aline Wolff, que é coordenadora de preparação mental do Comitê Olímpico Brasileiro, o COB, e responsável pelo atendimento da ginasta medalhista Rebeca Andrade. Wolff é a entrevistada da edição sobre foco e atenção do Podcast da Semana
“A nossa capacidade de atenção é limitada. As pessoas acham que a gente consegue ficar atento por horas e horas. Isso não é verdade. Gasta energia física. Quando a gente precisa fazer uma tarefa que nos exige muita atenção, a gente fica exausto depois. O cansaço é real. Parece que alguma coisa passou por cima da gente”, afirma Wolff.
Ao comentar a declaração de Andrade sobre pensar em receitas minutos antes de se apresentar nas Olimpíadas de Paris, Wolff afirma que ela estava “economizando foco" e que desse jeito ficava com o “foco muito mais limpo na hora que realmente importa”, diz.
Wolff disse que o fato da ginasta brasileira não ter colocado a atenção de seu treinamento e apresentação na norte-americana Simone Biles foi fundamental para seu sucesso e que isso vem do seu autoconhecimento. “Ela está focada no que ela pode controlar. Ela está focada nela mesma. Ela sabe o que ela pode”, afirma.
Autora de “Pensamento Campeão: Melhorando o desempenho esportivo por meio da preparação mental” (Editora Cognitiva, 2015), Wolff fala sobre a importância do descanso para ter foco e atenção de qualidade. “Se há uma demanda e não há um terreno fértil, que é um corpo descansado, uma mente mais fresca, com boas noites de sono, esse foco não vai fluir. E aí o que gera isso? Frustração. A pessoa começa a se sentir incompetente."
Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima
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Será que você respira bem enquanto dorme? Ronca? Tem apneia? Essas e outras questões atrapalham um sono de qualidade, aquele que nos restaura para o dia seguinte. "É preciso ter uma quantidade adequada de sono profundo. Se você tem uma respiração inadequada, ruidosa, nariz entupido, isso atrapalha, faz com que a respiração não seja normal", diz a convidada do Podcast da Semana, a otorrinolaringologista Sandra Doria Xavier.
Sendo uma função vital, ao não respirarmos adequadamente o corpo entende que algo está errado, o que interfere no sono de quem dorme -- e no do companheiro ou companheira ao lado, caso haja ronco. Daí a importância de procurar um especialista. "Ronco tem cura e o médico otorrinolaringologista poderá avaliar as vias aéreas e entender se existe alguma obstrução", diz Xavier a Gama.
A especialista é certificada em medicina do sono pela Associação Médica Brasileira, com doutorado em otorrinolaringologia. É professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e pesquisadora do Instituto do Sono.
Na nossa conversa com Gama, alerta que o ronco não é normal em nenhuma idade, explica como uma respiração inadequada atrapalha a qualidade do sono e a nossa saúde e propõe caminhos e razões para convencer os roncadores a procurarem ajuda médica. "O ronco superficializa o sono", diz.
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É possível identificar o que apenas você consegue fazer profissionalmente, algo que seja seu diferencial? Para a consultora, empresária e comunicadora Vivi Duarte, entrevistada deste episódio, saber quem você é ajuda a fazer as escolhas certas, a mudar de trabalho e de área quando sentir que é a hora. "Quando a gente consegue agarrar os nossos pontos fortes, consegue encerrar ciclos sem sofrimento", diz a Gama.
Viviane Duarte é fundadora e CEO da Plano Feminino - consultoria que há 14 anos trabalha com diferentes marcas na construção de narrativas e projetos que promovam equidade de gênero e a diversidade. Ela é presidente do Instituto Plano de Menina, projeto social com foco em capacitar e conectar meninas a oportunidades de trabalho e bolsas de estudo. É autora do livro "Quem é você na fila do pão?" (Planeta, 2021), um manual para quem quer tirar os planos do papel.
Na conversa com Gama, Duarte traz técnicas e caminhos para quem quer avançar na carreira, fazer diferente, criar novos projetos e fortalecer sua marca pessoal. "Quando você é líder da sua própria vida e sabe quem você é no mundo, não é uma cadeira, um crachá, não são esses títulos que vão te segurar nesses lugares, mas o teu propósito", diz ao Podcast da Semana, da Gama.
Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic
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“Achar que dá para viver sem culpa é uma fantasia. A culpa é um sinal fundamental de que existem regras e a gente não vive sem regras.” A afirmação é do filósofo, escritor e psicoterapeuta Emanuel Aragão, convidado do Podcast da Semana da edição sobre culpa. Segundo ele, esse sentimento é "estruturante". "Dizer que você vai viver sem culpa é a mesma coisa que dizer que você vai viver sem lei."
Autor do livro “Dez Princípios Antes do Fim: Enunciado para uma vida possível” (Maquinaria Editorial, 2024), em que parte da experiência do luto para falar de sentimentos comuns a todos nós. "A culpa é um processo muito importante no luto porque mostra que você está tentando se defender daquilo que é inexorável, que é o fim."Aragão, que mantém um canal no YouTube em que debate a neuropsicanálise, interseção da neurociência com a psicanálise a que dedica seus estudos e trabalho, já havia se dedicado ao tema da culpa em vídeos também. No Podcast da Semana, ele fala sobre a culpa pode aparecer nas relações amorosas e que é algo que experimentamos desde a infância.
“Qualquer coisa que ameaça o seu sistema de vínculo vai surgir para você como um sinal de culpa. A culpa também é, como eu digo sempre, uma ferramenta de pesquisa. Então, não é algo que a gente tenha que se livrar ou a que se submeter, mas indica algum desejo”, afirma na entrevista que você ouve no player abaixo.
Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima
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Sonia Guimarães é uma pioneira. É a primeira mulher negra doutora em física do Brasil e a primeira também a lecionar no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), antes mesmo que fosse permitido que alunas mulheres estudassem na instituição. Apesar de dar aulas há décadas, ela não perde o entusiasmo quando fala sobre a prática: “É o ensino que me dá forças”, disse ao Podcast da Semana especial do Dia dos Professores.
Guimarães diz que sua “missão de vida” é levar mais alunos para as ciências. Ela também não se intimida com inovações tecnológicas e vem atualizando sua forma de ensinar. A inteligência artificial, por exemplo, fez com que ela passasse a pedir que em vez de textos os alunos entregassem vídeos ou fizessem experimentos.
“Agora eu quero opiniões, as minhas respostas têm que ser uma coisa da pessoa, não aquela coisa que já está nas enciclopédias, que já está no chat GPT”, afirma a professora doutora em física pela Universidade de Manchester, no Reino Unido.
Expansiva e apaixonada, a docente conta casos de pessoas mais jovens que dizem que ela abriu caminho para elas. Mas conta também que paga um preço alto por ser a primeira e como sente o racismo. “Esse pioneirismo foi a pior coisa que me aconteceu. Eles não me querem… Até hoje, eu tenho colega de trabalho que entra correndo na sala pra não me dizer bom dia. Tem a ver com que eu não deveria estar aqui. Eu não sou o tipo, né? Eu não sou homem, branco, eu não deveria estar dando aula nesse instituto”, afirma.Na entrevista, Guimarães fala sobre sua trajetória, sobre a paixão pelas ciências e sobre o que faz de alguém um bom professor.
Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima
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A mineira Carla Madeira é a escritora mais vendida no Brasil. Ainda assim, ela conta que não sente a pressão do pódio ao escrever, nem tem o leitor na cabeça quando põe no papel uma nova história. Seu quarto livro, ainda sem nome, está em processo de escrita desde que Madeira viveu uma combinação de muitos lutos: da mãe, do psicanalista, de uma amiga-irmã. Ao visitá-la em fase terminal de um câncer no pâncreas, disse ter sentido um ímpeto de começar uma nova história.
“É muito nítido esse lugar da literatura para lidar com o real”, ela afirma ao Podcast da Semana sobre literatura, da qual é a convidada. “A ficção vaza. Imaginar é sempre revelar um pouco de si mesmo, não tem jeito. Vai uma dose enorme de inconsciente.”
Madeira é autora de "Tudo É Rio" (Record, 2021), seu primeiro romance e um best-seller. Ele conta uma história de amor que se desfaz num ato brutal de violência e dá espaço para um triângulo amoroso com muito sexo. Depois dele, a escritora e publicitária lançou outros dois títulos, “Véspera” (2021) e "A Natureza da Mordida" (Record, 2022), todos publicados pela editora Record. Agora, ela se prepara para encerrar a Festa Literária Internacional de Paraty de 2024, em uma mesa sobre a invenção e a linguagem do romance, ao lado de Mariana Salomão Carrara e de Silvana Tavano.
Ao Podcast da Semana, Madeira afirma que é uma escritora muito focada em acontecimentos e não gosta de usar seus personagens para assumir suas inquietações. “Não dá para entrar numa lógica dos personagens começarem a ocupar um lugar de recado porque você pode entrar num caminho meio moralista, ou meio “sabidão”, na vibe quase que do conselho, da moral”, afirma.
Na conversa, Madeira fala sobre seu processo criativo, sobre a importância do ritmo no texto, de suas ideias para o futuro do romance e dá ainda três dicas dos livros de que mais gostou em 2024.
Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima
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Estamos atentos aos sinais que nossos filhos ou alunos nos trazem? Para que a saúde mental dos mais jovens esteja em dia, é importante que pais, cuidadores e a comunidade escolar como um todo observe não apenas o que a criança diz, mas os diferentes sinais que ela nos traz. "A atenção vai mostrar que tem algo diferente", diz a psicanalista Elisama Santos ao Podcast da Semana, da Gama. "Do contrário, na pressa que a gente tem vivido, eles viram mais um item na lista de obrigações."
Comunicadora com mais de 350 mil seguidores no Instagram, Elisama Santos é psicanalista, escritora e autora de best sellers como "Educação não Violenta" (2019), "Por que Gritamos" (2020) e "Vamos Conversar" (2023), publicados pela editora Paz e Terra. Ela é também apresentadora do programa SAC das Emoções, no canal GNT e do podcast Vai Passar, do Spotify. Pós-graduada em saúde mental pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, é especialista em comunicação não-violenta e educação não-violenta.
Na conversa com Gama, Santos fala das mudanças pelas quais as escolas vem passando e qual o seu papel na formação de futuros cidadãos. Traz ainda caminhos para ampliarmos o diálogo e a escuta das novas gerações.
Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic
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“A tragédia climática vai acontecer com todo mundo; não tem o que nos salve disso.” A frase, que pode soar pessimista e catastrófica, é de alguém que viu a própria casa inundada, a escritora gaúcha Julia Dantas. Durante as enchentes de maio de 2024, Dantas teve o apartamento tomado pela água, apesar de seus esforços para contê-lo. “Tenho agora uma maior preocupação no sentido da urgência. Tudo o que já se previa que ia acontecer, está acontecendo muito antes do que se imaginava. O que se pensava para 2050, 2080, está acontecendo agora em 2024”, disse em entrevista ao Podcast da Semana sobre as cidades e a mudança climática.
Autora de ficção com três livros publicados, entre eles o mais recente “A Mulher de Dois Esqueletos” (Dublinense, 2024), Dantas escreveu três relatos sobre o que viveu nas enchentes. A experiência também será debatida na Festa Literária Internacional de Paraty, em outubro, na mesa Não Existe Mais Lá, junto ao palestino Abu Atef Saif.
Ao Podcast da Semana, ela revela que segue descobrindo o que perdeu no alagamento. Conta também como a experiência mudou o seu jeito de escrever, de olhar pra literatura, e até a relação com a cidade. “Para nós não acabou, a enchente ainda perdura até hoje, tanto no que a gente está esperando reconstruir, quanto no que a cidade ainda tem por fazer. E, evidentemente, ainda há o medo do que vai acontecer neste mês de setembro, em novembro, que são épocas de chuva. Tenho vontade de continuar escrevendo também por isso, para marcar que essa história não ficou restrita a maio; ela continua.” -
Uma casa organizada é um espaço em que as coisas estão dispostas em lugares que fazem sentido, agrupadas em categorias que nos ajudam a achar mais fácil e a manter tudo no lugar. Pra isso existe técnica, algo que a entrevistada deste episódio, a profissional da organização Cora Fernandes, conhece bem. "O processo de organização consiste em trazer sentido à vida", diz em entrevista ao Podcast da Semana. E é por isso que, pra ela, um quartinho da bagunça deve ser repensado, porque ali não há qualquer categorização.
Cora é autora do livro "Lições de uma Personal Organizer" (Latitude, 2021), colunista da revista Casa Vogue Brasil e coapresentadora do "Menos é Demais", da Discovery, que acaba de ganhar uma nova temporada. Na conversa com Gama, ela fala da necessidade de personalizar cada espaço da casa para quem o ocupa, da organização como um processo contínuo, traz dicas para encontrar o seu jeito de organizar a casa e ressalta a necessidade de identificar quando estamos com coisas demais. "É muito importante você ter apenas o que cabe no seu espaço", diz.
Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic
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Estamos vivendo uma transformação no jeito de encarar as relações sexuais, de acordo com o antropólogo Michel Alcoforado. E essa é uma questão geracional: são os jovens que dão uma importância diferente ao sexo. “Os mais jovens estão dizendo que sexo é igual tomar banho e escovar dente. Você faz se tiver com vontade”, afirma ao Podcast da Semana sobre sexo e relacionamento. O antropólogo acredita que o resultado dessa mudança de perspectiva é que as pessoas vão ficar mais à vontade para afirmar que têm pouco desejo sexual.
Alcoforado, que acaba de lançar o livro “De Tédio Ninguém Morre: Pistas para entender os nossos tempos” (Ed. Telha) e é comentarista da rádio CBN, tem se dedicado ao tema na atual temporada de seu podcast, o “É Tudo Culpa da Cultura”. Lá, ele entrevista outros antropólogos sobre diversos aspectos do sexo, desde sex shops em comunidades evangélicas até as festas de orgia em saunas gays.
Ao Podcast da Semana, Alcoforado fala sobre as transformações que vivemos desde o aparecimento dos apps de namoro. Ele aposta que até 2030, 3% da população vai se declarar assexuada. Acredita também que o sexo ficou mais difícil porque “vamos para a cama com muitas bandeiras”. “É muita satisfação que temos que dar conta: do teu prazer, do meu prazer. Eu tenho que dar conta do prazer dos homens e das feministas. Eu tenho que dar conta da igualdade de gênero. Eu tenho que dar conta de tanta pauta para além da minha vontade de gozar, que transforma uma relação sexual em algo infinitamente penoso”, afirma.
O antropólogo comenta ainda fenômenos como o detox de homem e essa mania que o brasileiro tem que dizer que transa demais.
Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima
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Jornalista que dirigiu documentário sobre os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips na Amazônia fala da dificuldade de cobrir a catástrofe pela qual passa a floresta
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