Episoder
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Você conhece a história de KAMEHAMEHA? 💥
Além de nomear golpes de animes, ele foi o responsável por unificar todas as 137 ilhas do Havaí 🏝️
Desde seu nascimento, fenômenos naturais, estranhas doenças e uma sorte inexplicável favoreceram sua ascensão ao trono.
Parecia que os deuses havaianos estavam ao seu lado, tal como uma antiga profecia polinésia dizia.
Ao longo de 13 anos, Kamehameha travou lendárias batalhas contra seus rivais nos mares, montanhas, vulcões e praias de todo Havaí 🌋
Entretanto, sua trajetória foi tumultuada por estranhos visitantes 👀
Em 1778, o britânico James Cook chegou no Havaí, iniciando um fluxo constante de europeus a desembarcar pelas ilhas.
Rapidamente, Kamehameha percebeu que ele não era o único que queria o controle do Havaí 😶
Inglaterra, França, Estados Unidos e até a Rússia queriam transformar aquele arquipélago na sua base comercial e marítima.
Será que Kamehameha conseguiria se opor a eles? 🤔
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Você conhece a história de TEBAS?
Esse era o apelido do Joaquim Pinto de Oliveira, um dos MAIORES artesãos do Brasil colônia.
Alguns diziam que ele era branco, ou que sequer existiu.
Tebas dominava uma técnica revolucionaria: construir e esculpir edifícios utilizando a PEDRA. Na época, a maioria das casas do Brasil eram construídas de barro
Mesmo negro escravizado, isso não o impediu de se tornar um dos maiores mestres de obras de São Paulo.
Seu salário era maior que muitos brancos que trabalhavam na mesma função.
Nascido em Santos em 1721, sendo escravizado de Bento de Oliveira, ele se mudou para São Paulo aos 30 anos de idade.
Logo em seguida, ele foi contratado para construir igrejas, monumentos públicos, calçadas e até sistemas de esgoto utilizando a pedra.
Eventualmente, ele processaria seus próprios mestres para adquirir sua própria liberdade.
Após sua morte seu nome não foi mencionado por quase 100 anos.
Por que será? 🤔
Aparentemente, não era interesse da Coroa Portuguesa, nem do Império ou da República do Brasil, enaltecer os personagens negros da sua história.
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Galeria de personagens e edifícios mencionados nesse episódio: https://geopizza.com.br/um-arquiteto-negro-na-sao-paulo-escravocrata-tebas-123/
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Manglende episoder?
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Em 1990, era possível viajar de São Paulo - Londres em apenas 3 HORAS ✈️
O (grande) detalhe é que você precisava ser rico.
Entretanto, havia projetos para tornar o voo SUPERSÔNICO acessível.
Diversos países fabricavam aviões supersônicos: Estados Unidos, Inglaterra, França e União Soviética, sendo o transporte favorito de vários chefes de estado.
Graças ao avião supersônico CONCORDE, cantores como Paul McCartney, Elton John e Mick Jagger conseguiam fazer 2 shows no mesmo dia: um na Europa outro nos Estados Unidos.
Tal como a maioria das tecnologias implementadas em aviões, era de se esperar que um dia viajar no CONCORDE se tornasse acessível para a classe média.
Entretanto, o futuro da aviação supersônica foi subitamente SUSPENSO para TODOS❌
Por que?
Uma das principais justificativas foi a falta de segurança dos aviões. Será? Alguns engenheiros envolvidos no projeto não acreditam nisso.
Guerra Fria, espionagem e LOBBY de outras empresas de aviação podem ter sido algumas das justificativas mais plausíveis.
Nesse episódio, embarque conosco em uma viagem supersônica para compreender a história da aviação e o seu futuro supersônico que foi CANCELADO.
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Qual foi o PIOR ano para se viver?
Provavelmente foi o ano de 536.
Por que?
Durante 18 meses uma densa camada de cinzas ofuscou o sol, prejudicando as colheitas, gerando fome, causando epidemias, migrações em massa e levando ao fim de diversos reinos pelo mundo todo.
O historiador Procópio escreveu:
“O sol ficou escuro o ano inteiro, emitindo uma luz sem calor algum. Todos declararam que ele nunca mais recuperaria a sua plena luz.”
Não importa em que continente você vivesse no ano de 536, você passaria por uma crise alimentar, climática e política. Se você morasse em Roma, China, Pérsia ou em Teotihuacan no atual México, você passaria por 18 meses de agonia e dificuldades.
Na China, os camponeses precisavam toda manhã varrer suas plantações de tanta cinza que se acumulava em suas colheitas.
No Japão, o imperador escreveu que “nem mesmo dez mil moedas de ouro podem curar a atual fome”
Na América do Sul, foi registrada a menor temperatura da região nos últimos 1.600 anos, levando ao colapso de diversas civilizações andinas.
Esse é um episódio sobre mudanças climáticas: basta apenas uma pequena alteração no clima, para que a vida humana seja inviabilizada. Sejam aquelas mudanças climáticas causadas ou não pelo ser humano.
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Em maio de 2024, o Rio Grande do Sul viveu o maior desastre climático de sua história.
O pior: nada impede que um algo semelhante se repita nos próximos meses.
Das 8 maiores enchentes da história de Porto Alegre, 3 aconteceram nos últimos 9 meses.
Antigamente era necessário mais de meio mês de chuva para que Porto Alegre fosse inundada, mas hoje, é preciso poucos dias.No geral, a frequência e o volume das chuvas aumentaram
Por exemplo, na grande enchente de maio de 1941, foram necessários 22 dias de chuva para que o nível do Guaíba elevasse 4,76m.
Já em 2024, foram necessários apenas 4 dias de chuva para que ultrapassasse 5,35m.
Embora os institutos de meteorologia estejam mais aprimorados em suas previsões atualmente do que em 1941, o despreparo do poder público em lidar com as enchentes resultou na maior tragédia climática do estado.Nesse episódio, contamos a história das principais enchentes de Porto Alegre, incluindo a de 2024.
Infelizmente, a tragédia foi e está sendo anunciada.
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Herdeiro multimilionário e dono de 24 feudos, Gill de Rais tornou-se herói nacional da França durante a Guerra dos 100 anos após apoiar financeiramente e militarmente Joana D'Arc.
Após a guerra, o barão financiou dezenas de peças de teatro por toda a França, muitas com mais de 3 horas de duração.
Gilles possuía dezenas de castelos, igrejas, casas de teatro e um fascínio mórbido por crianças.
Ao longo de sua vida, Gilles assassinou no mínimo 140 crianças, atraídas por ofertas de emprego em seus castelos e igrejas.
Outras estimativas sugerem que entre 500 - 800 crianças foram mortas em castelos de Gilles no interior da França.
Suas ações foram tão brutais que Gilles acabou sendo preso e julgado por assassinato, pedofilia e heresia.
Gilles de Rais é considerado por muitos como o maior serial killer da época medieval.
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Camponesa, guerreira e santa, Joana D'Arc foi uma das principais líderes na Guerra dos 100 anos.
Embora apoiada pelo povo francês, era desprezada pela nobreza, que considerava uma mulher no campo de batalha uma "blasfêmia" diante de Deus, principalmente utilizando "roupas masculinas".
Um dos poucos nobres que pensava diferente era o barão Gilles de Rais, que apoiou várias campanhas militares da adolescente com dinheiro, soldados e muitas vezes, a socorreu.
Embora unidos no campo de batalha, Joana e Gilles não podiam ser mais diferentes: um enorme abismo social os separava e consequentemente, seus objetivos para a França também.
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Em 1991, Medellín se tornou a cidade mais violenta do mundo devido às ações de Pablo Escobar.
O chefe do Cartel de Medellín vitimou mais de 46 mil colombianos ao longo de 10 anos, através de seus atentados a bomba feito em locais públicos.
Cerca de 30 anos depois, o mesmo Pablo Escobar retornou para a Colômbia, mas dessa vez como um "ícone pop".
Influenciado por séries como "Narcos", o passado traumático do país foi transformado em um "produto" para ser consumido principalmente pelos estrangeiros.
Diversos turistas tornaram-se adeptos das "narco-tours" visitando locais onde Escobar morou, frequentando festas com temáticas de cartéis, buscando drogas e prostituição.
Em 2019, o prefeito de Medellín discursou:
"Por que o mundo inteiro se solidariza com os EUA, com a França, a Espanha, Inglaterra, mas não com Medellín e com os colombianos, que virou uma fonte de entretenimento? "
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🇯🇵 Na nova série XÓGUM: A Gloriosa Saga do Japão, disponível no Star+ e Disney+ com episódios semanais, o britânico John Blackthorne aporta no Japão em 1600 e forma uma parceria com o poderoso Lorde Yoshii Toranaga.
Baseado em personagens reais, John Blackthorne foi o mercador inglês William Adams, enquanto Yoshii Toranaga é o senhor feudal Tokugawa Ieyasu
👉 No icônico ano de 1600, o Japão era uma nação dividida, controlada por diversos senhores feudais.
Depois de mais de um século de conflito, o único sobrevivente dos 3 senhores feudais que lutaram para unificar o Japão, o Tokugawa Ieyasu, iria estabelecer uma burocracia estatal, tornando-se o 1º Shogun da dinastia Tokugawa, que governaria a nação até 1868.
Esse é o período da "Sengoku Jidai", em que o Japão entrou em uma verdadeira guerra civil por 143 anos.
Esse episódio tá repleto de samurais, ninjas, castelos e figuras históricas como Oda Nobunaga, Toyotomi Hideyoshi e Tokugawa Ieyasu!
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Em 1970, cerca de 89 guerrilheiros foram perseguidos na Amazônia pelo exército brasileiro em um processo que levou 4 anos e envolveu mais de 10 mil soldados.
Mais da metade das vítimas da Ditadura no Brasil estiveram envolvidos nesse episódio: a Guerrilha do Araguaia.
Entretanto, a maioria das vítimas foram camponeses e agricultores vitimados pelas torturas dos militares, sob a simples suspeita de ajudar os guerrilheiros.
Suas propriedades foram confiscadas e destruídas, para tornarem-se bases de operações do exército.
Nesse ano de 2024, completa-se 50 anos desde que a Guerrilha do Araguaia acabou, mas as suas cicatrizes são visíveis:
hoje, muitos moradores das cidades de São Geraldo, São Domingos, Marabá no Pará e Xambioá no Tocantins têm receio em falar sobre a Guerrilha.
Esse medo tem fundamento: em 2001, foi confirmado que o exército, junto com a ABIN, agência brasileira de inteligência, estava espionando a população clandestinamente, intimidando muitos a darem testemunhos falsos para pesquisadores quando lhes perguntavam sobre a guerrilha.
Até hoje, diversos familiares não receberam nenhuma pista do governo do que aconteceu com seus filhos, filhas, maridos e esposas assassinados pelo exército, muito menos indenizações de suas propriedades destruídas.
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Conhece o "Vietnã brasileiro?" 🇻🇳 Durante a década de 1970, o sul do Pará e o norte de Goiás virou uma zona de guerra entre guerrilheiros do PCdoB e o Exército.
Aqui, o exército brasileiro organizou a sua maior movimentação de tropas desde a 2º Guerra Mundial.
Mais de 10 mil homens do exército, incluindo da Marinha, Força Aérea e Polícias Militares foram enviados para combater 89 guerrilheiros da Guerrilha do Araguaia, criada pelo PCdoB.
Por isso, o Araguaia foi chamado de "O Vietnã Brasileiro" por alguns.
Inspirada nas revoluções de Cuba, China e Vietnã, integrantes do PCdoB chegaram a conclusão que a "revolução brasileira" deveria começar pelo campo, mais especificamente no Araguaia.
Com sua mata fechada, rios abundantes e numerosas serras, a região do Araguaia serviria como abrigos geográficos dos tanques, helicópteros e aviões do exército.
De lá, a ideia era que o movimento se espalhasse para outras regiões do país, convocando a população camponesa brasileira a integrar a guerrilha e derrubar a ditadura militar.
Assim, nasceu a Guerrilha do Araguaia. Durante quase 8 anos, homens e mulheres das mais variadas idades e classes sociais, caçaram, treinaram e sobreviveram em meio à Amazônia, gestando no Araguaia um movimento auto suficiente que tinha como objetivo deflagrar uma guerra popular prolongada.
Campeões de boxe, garimpeiros, professoras, enfermeiras e até dirigentes que trocavam cartas com Mao Tsé-Tung participavam da guerrilha.
Mas antes que os comunistas estivessem prontos para exportar a revolução para os camponeses, os militares já tinham sido alertados da existência do grupo.
Tal como aconteceu com Canudos, a guerrilha resistiu até o fim, repelindo diversas excursões e campanhas do exército ao longo de alguns anos.
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O pirata mais bem-sucedido da história não foi um homem: foi uma mulher chinesa.
Ao contrário da maioria dos piratas que saqueavam navios durante 1 ou 2 anos e geralmente morriam em batalha, Zheng Yi Sao esteve na ativa por 9 anos.
Dona de uma frota pessoal de mais de 1400 piratas e 24 navios, ela construiu uma fortuna baseado em saques, contrabandos e extorsão.
A pirata ainda comandou uma Confederação de Piratas composta por 5 diferentes frotas que navegava pelo Mar do Sul da China.
Com 400 navios e 70 mil homens ao seu dispor, Zheng Yi Sao planejou, coordenou e realizou saques à navios chineses, britânicos e portugueses nos primeiros anos do século 19.
Através de uma rede de inteligência e monitoramento, Zheng Yi Sao conseguiu até mesmo monopolizar o comércio marítimo de sal na China.
Considerada como uma ameaça nacional, a Marinha Chinesa teve que aliar-se a Marinha Britânica e Portuguesa para tentar captura-la.
Em todo caso, os resultados não foram satisfatórios: aos montes, almirantes britânicos e portugueses tornaram-se reféns nos porões da pirata.
Escondendo seus navios em baias e cavernas, os piratas tornavam inútil qualquer ajuda estrangeira que desconhecia da geografia local.
Além da pirataria, Zheng Yi Sao ainda diversificou sua carreira e construiu diversas casas de jogos em Guangzhou e Macau.
Parecia que ninguém conseguia impedi-la. Será?
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Pequim, China, 1420
A Cidade Proibida de Pequim foi construída por mais de 1 milhão de trabalhadores ao longo de 14 anos.
Seguindo uma série de princípios estéticos, todo detalhe arquitetônico e artístico dos palácios reafirmavam que o imperador era o filho do céu na terra.
Esse complexo, conhecida como Cidade Púrpura, foi mais tarde chamada pelos chineses de “Cidade Proíbida” por um motivo muito claro: os seus 980 palácios eram todos restritos aos chineses comuns.
Tudo que o imperador da China Zhu Di fez ao longo de seu reinado de 24 anos foi em uma escala monumental, que buscava transmitir grandeza e glória.
A Cidade Proibida de Pequim era apenas um desses exemplos: junto dela, o imperador ordenou a construção de navios com 100 m de extensão, para compor a maior marinha do mundo.
A Frota do Tesouro, comandada pelo eunuco Zheng He, viajou até lugares tão distantes como o atual Iêmen e o Quênia. Graças às riquezas desse comércio marítimo que foi possível construir a Cidade Proibida de Pequim.
Parecia que a China tinha uma prosperidade sem limites diante de si. Mas só parecia mesmo. Pois a magnitude das obras do imperador era equivalente ao tamanho do seu ego e dos erros que ele cometeria.
O período de maior expansão externa da China foi seguida pelo período de seu maior isolamento.
Ironicamente, a China retirou-se dos mares justamente quando os europeus tentaram encontrar uma rota marítima para a Índia.
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Nanjing, China, 1403.
A Frota do Tesouro da China foi a maior Frota Marítima já reunida da história 🇨🇳
Com 317 navios e 27 mil pessoas, uma marinha maior que a chinesa só seria reunida 500 anos depois, durante a 1º Guerra Mundial.
Com embarcações com mais de 130 metros de comprimento, o mundo só veria barcos maiores no século 19, com a invenção dos barcos à vapor.
Comandada pelo eunuco Zheng He, milhares de navios chineses navegaram em conjunto até a Tailândia, Vietnã, Malásia, Indonésia, Sri Lanka, Índia, Somália e Quênia.
Essas viagens, com finalidades diplomáticas e econômicas, estenderam o poder político e a influência da China em todo o Oceano Índico, impactando até mesmo a Austrália.
Entre os anos de 1405 a 1433, graças aos seus investimento na tecnologia naval, a China tornou-se a maior potência ultramarina no mundo.
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Bagdá, Iraque, 1993
O filho de Saddam Hussein tornou-se a pessoa mais odiada do Iraque, mais que seu próprio pai.
Por que?
Sádico, mimado, violento e explosivo, Uday Hussein tinha acesso a uma riqueza interminável, tornando-o possível de fazer qualquer coisa, em qualquer lugar.
Uday Hussein já tinha executado pessoas em festas em Bagdá, abusado sexualmente de meninas menores de 18 anos, torturado atletas olímpicos por perderem partidas e muito mais.
Qualquer brincadeira ou desrespeito com Uday poderia significar meses de tortura ou morte.
Com dezenas de palácios, milhares de carros de luxo, roupas de marca, animais exóticos contrabandeados e armas folheadas a ouro, Uday Hussein exibia sua riqueza tal como sua violência.
Sem amigos e constantemente movido à álcool e cocaína, Uday Hussein tinha até mesmo um dublê com sua aparência e altura, para confundir mercenários que tentassem assassina-lo.
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Iraque, 2003.
Governado por Saddam Hussein durante 24 anos, o Iraque foi considerado parte de um “eixo do mal” de acordo com o ex-Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush.
Chamado de o “louco do Oriente Médio” Saddam era acusado de financiar organizações terroristas, invadir países como o Irã e Kuwait, utilizar armas químicas em civis e de perpetuar sua família em posições de poder.
Saddam tinha, de fato, feito tudo aquilo que lhes acusavam. De tudo isso, ele só não só não era um louco. Saddam não era impulsivo, agia com critério e era bajulado por vários líderes internacionais.
Com um complexo messiânico de poder ilimitado, agressão desenfreada, uma perspectiva paranóica e aspirante à monarca, Hussein se considerava destinado a liderar todos os povos árabes a viver sob uma mesma nação, em uma ideologia conhecida como pan-arabismo.
Considerando-se um descendente do rei babilônico Nabucodonosor, do profeta Maomé e do sultão Saladino, Saddam queria ser lembrado como um grande conquistador do mundo árabe.
Constantemente rodeado de conselheiros, guarda-costas e dublês, todos tinham medo de contradizê-lo.
Junto com seus dois filhos, Udey e Qusay, a família Hussein controlava quase todos os assuntos nacionais do Iraque: política, esporte e a cultura.
Em 1991, Saddam Hussein teve em suas mãos o 6º exército mais poderoso do mundo, financiado pelo seu maior parceiro comercial, os Estados Unidos.
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No Brasil do século 19, os africanos que conseguiam comprar sua liberdade tinham a opção de "retornar" à África.
Para as autoridades brasileiras, os ex-escravizados libertos, sejam africanos ou não, eram um empecilho à modernização do país que visava estimular a migração européia e branca.
Assim, sucessivas leis discriminatórias foram postas em prática, que não reconheciam de nenhuma forma ex-escravizados libertos como cidadãos brasileiros, nem mesmo aqueles libertos que tinham nascido no Brasil.
Tudo isso tinha uma premissa clara: expulsar os libertos do Brasil. Para onde eles iriam? Nos olhos das autoridades, de onde eles tinham vindo: da África
Um liberto que topava fazer essa viagem, levava um sonho de viver seus últimos dias na terra em que nascera, na terra em que seus ancestrais foram enterrados.
Assim, de 1835 - 1866, uma média de 400 libertos por ano estavam indo para a África. Ao longo do tempo, a comunidade desses retornados expandiu ao ponto que chegou a 7 - 8 mil pessoas no final do século 19.
Entretanto, ao chegar ao continente africano, muitos deles lidaram com desafios que jamais imaginariam. Seus principais povos de origem e aldeias, tinham sido exterminados ou tinham migrado. Eles foram forçados a morar em locais da costa da África que nunca tinham morado anteriormente.
No Benin, esses retornados brasileiros foram apelidados de Agudás. No Togo, são chamados de amarôs. Em Gana, são chamados de Tabom.
Nos povoados que formaram na costa da África, os libertos construíam suas casas semelhante aos sobrados do Brasil, comiam pratos como feijoada e até dançaram festas como bumba-meu-boi
Até 1920 o português era a principal lingua falada entre eles e até a década de 1970, alguns descendentes lembravam de provérbios, canções e expressões em português.
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Em 1882, o Egito tornou-se um protetorado britânico, embora já estivesse sofrendo uma profunda influência europeia há quase um século.
Desde 1801, o governante egípcio Muhammad Ali havia aplicado moldes europeus nas instituições, escolas, exército e nas cidades egípcias.
Graças a isso, os britânicos garantiram posições de poder no país, liderando cargos científicos e burocráticos.
Acumulando riqueza, eles compravam grandes plantações e construíram suas mansões longo do Nilo.
Tamanha foi sua influência, que um dos projetos comerciais mais ambiciosos do mundo - o Canal de Suez - foi proposto e executado no Egito em 1869 através de firmas europeias.
Curiosamente, o Egito não tinha direito algum de usufruir dos lucros do canal: eles pertenciam apenas aos britânicos e franceses.
Em uma tentativa de se adequar aos moldes europeus e transformar Cairo em uma "Paris no Nilo" o Egito afundou-se em dívidas que obrigaram-lhe a ceder sua autonomia a Grã-Bretanha.
Com a oficialização da ocupação britânica em 1882, um regime praticamente colonial foi instaurado, segregando a capital em bairros para europeus e bairros para egípcios.
Em uma passagem do livro "Os Condenados da Terra” o autor Frantz Fanon escreve sobre Cairo, que:
“ O mundo colonial é um mundo cortado em dois.
Embora opostos, a cidade colonial depende de seu oposto oriental. A cidade do colono é uma cidade fortemente construída de pedra e aço. É uma cidade bem iluminada; as ruas são de asfalto e as latas de lixo engolem os restos, invisíveis, desconhecidos e mal pensados. As ruas são limpas, planas e sem buracos. A cidade do colono é uma cidade bem alimentada; sua barriga está sempre cheia de coisas boas. A cidade do colono é uma cidade de brancos, de estrangeiros, de europeus.
Já a vila dos colonizados, a vila nativa, a aldeia, a medina, é um lugar de má fama, povoado por homens de má reputação. Eles nascem lá, pouco importa onde e como se alimentam; eles morrem lá, não importa onde, nem como. É um mundo sem espaço; onde as cabanas são construídas umas em cima das outras. A cidade nativa é uma cidade faminta, faminta de pão, de carne, de sapatos, de carvão e de luz. A cidade nativa é uma aldeia agachada, uma cidade de joelhos, uma cidade chafurdando na lama. É uma cidade de estômagos vazios e de pés descalços. A vila nativa é uma cidade de negros e árabes.“
No início do século 20, diversas guerrilhas rurais e urbanas surgiram por todo o Egito, clamando por independência.
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Em 1922, arqueólogos britânicos encontraram a primeira tumba intacta de um faraó no mundo: a tumba do Rei Tutancamon.
Rapidamente o “Rei Tut” tornou-se um fenômeno midiático na Europa e nos Estados Unidos.
Músicas, livros e filmes foram produzidos em sua homenagem: era uma verdadeira Egitomania.
Na sociedade britânica, os homens passaram a vesitr casacos com botões com a forma de cabeça de Tutancamon, enquanto as mulheres usavam broches no cabelo com forma de escaravelhos.
Os pertences encontrados na tumba do faraó, como cadeiras, jóias e estátuas, revolucionaram a arquitetura e a moda europeia.
Edifícios britânicos foram construídos com colunas egípcias em suas fachadas, com seus interiores com móveis inspirados nos pertences Tutancamon.
O fascínio com o Egito chegou a tal ponto que um escocês, chamado de James Alexander, iniciou uma campanha de arrecadamento público para construir um navio e transportar um obelisco de mais de 200 toneladas do Egito até Londres.
Sua mobilização foi um sucesso, sendo o motivo pelo qual existe um obelisco egípcio no meio de Londres.
O fascínio dos britânicos com o Egito também revelava uma profunda preocupação da sociedade vitoriana: o Egito, uma das civilizações mais poderosas do mundo, agora era uma nação de ruínas.
Os ingleses, queriam evitar que o Império Britânico colapsasse de forma semelhante.
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Em 1798, o general francês Napoleão Bonaparte, com 29 anos, escreveu:
“Minha glória já desapareceu. Devo procurá-la no Oriente. Esta pequena Europa não é o suficiente."
Para Napoleão, o Egito era uma terra faraônica e bíblica, de imperadores como Alexandre o Grande e Cleópatra.
Era o espaço de uma civilização "perdida" que havia construído os monumentos mais impressionantes da Antiguidade.
Embora o Egito fosse tudo isso, a realidade mostraria para Napoleão que seus conhecimentos sobre o país estavam desatualizados e envoltos em romance.
Em pouco tempo, a conquista militar do Egito por Napoleão se mostrou um fracasso completo.
Durante a campanha, os franceses assassinaram milhares habitantes egípcios, assim como turcos e sírios. Os próprios soldados de Napoleão sucumbiram em números ainda maiores pela peste.
A derrota militar de Napoleão no Oriente Médio foi explícita para todos, mas o mesmo não pôde ser dito sobre a sua "conquista científica".
Além do seu exército, Napoleão trouxe 167 cientistas para estudar o Egito.
A cada novo templo e tumba que era escavado pela expedição científica de Napoleão, o público europeu ficava cada vez mais eufórico pelas últimas revelações no país.
Aos poucos, uma verdadeira euforia começou a apossar-se das mentes e dos corações dos europeus em relação ao Egito.
Todos queriam saber quem foi Ramsés II, Nefertiti ou que segredos estavam escondidos no templo de Luxor.
Enciclopédias, romances e guias ilustrados sobre o Egito começaram a ser comercializados nas principais metrópoles franceses, britânicas e austríacas.
Aproveitando-se daquele fenômeno, Napoleão ordenou a confecção de diversos manuais descritivos do país, aumentando ainda mais o interesse popular pelo país.
Graças a essa euforia, Napoleão não foi visto como um general inexperiente e fracassado, mas sim como um conquistador "científico" que trouxe "luz" ao decrépito país.
Para os europeus, o Egito se tornou um fenômeno cultural.
Entretanto, para os egípcios, a Europa tornou-se o sinônimo de colonização e brutalidade.
Enquanto os europeus idealizavam o Egito em Londres ou Paris, na vida real, os soldados franceses em Cairo desprezavam o islã, entravam com suas botas sujas nas mesquitas e eram truculentos com os vendedores nos bazares.
Era um paradoxo: enquanto os europeus desprezavam o Egito e a civilização árabe, eram fascinados por aquele Egito romantizado.
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