Episódios

  • Foram meses de expectativa para que o governo federal apresentasse seu programa para fazer caber no arcabouço fiscal o Orçamento dos próximos anos. Nesta quinta-feira (28), o pacote veio a público, e parte das reações demonstra que as medidas não convenceram o mercado de que a dívida pública brasileira ficará sob controle: a bolsa despencou, os juros futuros dispararam e o dólar chegou a R$ 6 pela primeira vez na história. O aspecto mais crítico do anúncio feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi a proposta para isentar salários de até R$ 5 mil do Imposto de Renda sem fonte de receita compensatória crível. Do lado da contenção dos gastos públicos, Haddad prometeu cortes importantes: a meta é entregar uma economia de R$ 70 bilhões entre 2025 e 2026 e de R$ 327 bilhões até 2030. De acordo com a equipe econômica, o esforço fiscal tem como principais fontes uma nova regra para o reajuste do salário-mínimo e do abono salarial, critérios mais rígidos para benefícios sociais, limitações para o crescimento das emendas parlamentares e cortes na previdência dos militares. Todas essas propostas serão submetidas ao Congresso. Para explicar o mau humor do mercado com o pacote fiscal e analisar ponto a ponto o que tem de positivo e negativo nas medidas apresentadas, Natuza Nery entrevista Bráulio Borges, economista sênior da LCA Consultores e pesquisador da FGV-IBRE.

  • Mais da metade dos 37 nomes indiciados pela Polícia Federal no inquérito do golpe é de militares. Durante a investigação sobre a trama golpista envolvendo Jair Bolsonaro e o alto escalão das Forças Armadas, a PF obteve áudios que expõem em detalhes o plano para manter o ex-presidente no poder e romper com o Estado Democrático após a eleição de 2022. Conversas que deixam claro como, mais de 30 anos depois do fim do regime militar, o espírito autoritário ainda está presente em parte dos integrantes das Forças Armadas. Para esmiuçar os motivos pelos quais as ideias de ruptura e autoritarismo ainda sobrevivem na caserna, Natuza Nery entrevista Carlos Fico, professor de história do Brasil da UFRJ. E para contextualizar o quanto os áudios obtidos pela PF remetem ao golpe de 1964, Natuza conversa com o advogado José Carlos Dias, fundador da Comissão Arns e ministro da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso. Ele, que durante a ditadura militar foi defensor de presos políticos e atuou diretamente na Justiça Militar, reforça o quanto é preciso ficar vigilante na defesa do Estado Democrático.

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  • A Polícia Federal apontou detalhes da trama golpista que envolveu Jair Bolsonaro, militares e aliados do ex-presidente. A investigação coloca o ex-presidente no centro do plano para abolir a democracia, diz que Bolsonaro tinha “plena consciência” e “domínio dos atos”, e explicita o papel de cada um dos 37 indiciados. Nesta terça-feira (26), o ministro do STF Alexandre de Moraes retirou o sigilo do documento de quase 900 páginas, e que agora está nas mãos da Procuradoria-Geral da República. Os detalhes da investigação revelam a existência da “Operação 142”, um plano que terminava com a frase “Lula não sobe a rampa”. Para explicar os novos detalhes descobertos a partir do fim do sigilo do inquérito, Natuza Nery conversa com César Tralli. Apresentador da TV Globo e da GloboNews, Tralli esmiuça o conteúdo do relatório da PF e explica as provas que revelam como o plano golpista nasceu em 2019, ainda no primeiro ano do governo Bolsonaro. Ele analisa ainda como a situação do ex-presidente se complica a partir das novas revelações.

  • Assim que a conclusão do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia voltou à pauta, produtores rurais tomaram ruas e estradas na França – chegaram até a jogar estrume na fachada de prédios oficiais. Eles protestam contra a entrada de mais produtos agrícolas sul-americanos nos mercados europeus. Quem fez coro à reclamação foi o CEO global da rede francesa Carrefour: em nota, o executivo disse que a carne do Mercosul não atende às exigências e normas francesas e afirmou que o Carrefour não irá mais comercializar as carnes provenientes desses países. A reação veio forte: seis entidades do setor assinaram uma nota de repúdio contra o grupo francês; o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e o presidente da Câmara, Arthur Lira, também criticaram o Carrefour; e a embaixada brasileira na França emitiu nota pedindo retratação. Para explicar o estresse entre frigoríficos brasileiros e a rede francesa, Natuza Nery entrevista Paula Salati, repórter do g1 Agro. E para contextualizar esta crise diante da busca pelo acordo entre Mercosul e UE, quem fala é Leonardo Munhoz, pesquisador do FGV Agro e do Centro de Bioeconomia da FGV.

  • Pela primeira vez, o número de brasileiros que não leu nenhum trecho de um livro, dentro do espaço de três meses, supera o número de leitores no país. Quase 7 milhões de brasileiros deixaram de lado a prática nos últimos 4 anos, de acordo com dados da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, feita pelo Instituto Pró-Livro. O levantamento – que considera tanto livros impressos quanto digitais – revela outro dado preocupante: a escola deixou de ser vista como local de referência para a leitura. Para entender os fatores que levaram o Brasil a ter menos leitores e os efeitos desse resultado, Natuza Nery conversa com a socióloga Zoara Failla, coordenadora da pesquisa, e com Caetano Galindo, professor, escritor e tradutor. Zoara explica os fatores que levaram o país a perder leitores: a pandemia e o aumento do uso de redes sociais nos tempos livres. Ela fala também sobre como, ao adotar versões impressas, as pessoas leem mais. Escritor de ‘Lia’ e ‘Latim em Pó’ e tradutor do romance ‘Ulysses’, de James Joyce, Galindo relembra como construiu sua relação com os livros e com o hábito de ler. Ele avalia ainda as consequências para a cultura em um país que lê menos: “Se perde muito, tudo. A leitura permite ir mais longe e possibilita discussões mais aprofundadas, alongadas e complexas”.

  • A Polícia Federal concluiu e mandou para o STF o inquérito da tentativa de golpe de Estado. No documento, 37 pessoas foram indiciadas pelos crimes de golpe de Estado, de abolição violenta do Estado democrático de direito e de organização criminosa – com penas que, somadas, podem chegar a quase 30 anos de prisão. É uma lista que tem mais de 20 militares e cujos nomes mais proeminentes são do ex-presidente Jair Bolsonaro, de Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil e da Defesa e candidato a vice em 2022), Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa e ex-comandante do Exército), Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro), Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin), e Valdemar Costa Neto (presidente do PL, partido do ex-presidente). Para destrinchar o inquérito da PF e apontar os próximos passos, Natuza Nery conversa com César Tralli, apresentador da TV Globo e da GloboNews. Também neste episódio, Natuza fala com Malu Gaspar, colunista do jornal O Globo e da rádio CBN, sobre o novo depoimento de Mauro Cid. Nesta quinta-feira (22), Cid teve que apresentar novas provas ao Supremo para manter de pé seu acordo de delação premiada.

  • “Você tem medo de ser desqualificado e agredido. Você está sempre apreensivo. Está sempre em um lugar perigoso”, diz Cida Bento, doutora em psicologia pela USP e uma das maiores autoridades do Brasil na atuação contra desigualdades raciais. Para ela, uma sociedade que toma a cor de pele como atributo negativo sustenta os números relativos à saúde mental de pessoas negras: o risco de suicídio é 45% maior entre jovens pretos e pardos, na comparação com brancos. Em conversa com Natuza Nery, a autora do livro “Pacto da Branquitude” analisa os fatores raciais e sociais que afetam a saúde mental da população negra. Natuza conversa também com o historiador Thiago André, criador do podcast História Preta. Ele relembra quem é Juliano Moreira, médico negro fundador da disciplina psiquiátrica no Brasil, e como ele influenciou Lima Barreto, um de nossos maiores escritores e autor de ‘Diário do hospício’.

  • A Polícia Federal prendeu 4 militares do Exército e 1 policial federal investigados por envolvimento em um plano para assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes, ministro do STF, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral – crimes previstos para serem executados no fim de 2022, depois da eleição e antes do presidente eleito tomar posse. De acordo com a PF, os suspeitos tinham posse de armamento pesado, cogitaram envenenar Lula e chegaram a iniciar uma missão contra Alexandre de Moraes, que foi abortada de última hora. Para entender o que diz a investigação da Polícia Federal, quem são os militares presos e os detalhes da arquitetura do plano, Natuza Nery conversa com Reynaldo Turollo Jr., repórter do g1 em Brasília. Ele explica também como o general Braga Netto – que foi ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa derrotada de Jair Bolsonaro – está no centro dessa investigação e como uma reunião misteriosa na casa dele está inserida na trama golpista.

  • Um dia antes do encerramento da reunião de cúpula no Rio de Janeiro, o G20 publicou o texto aprovado pelos líderes do grupo. A declaração conjunta, aprovada sem ressalvas, cria uma aliança global contra a fome, propõe taxar ultrarricos e cita guerras. Um raro consenso em reuniões multilaterais marcadas por divergências em temas sensíveis. E uma vitória da diplomacia brasileira, como explica o jornalista Marcelo Lins em conversa com Natuza Nery. Comentarista e apresentador da GloboNews, Lins analisa a declaração final: “chegar a um consenso, hoje em dia, é das coisas mais difíceis do mundo”. O jornalista avalia como o presidente da Argentina, Javier Milei, recuou e cedeu após tentar travar o debate em torno de temas discutidos pelo grupo. Participa também Vinícius Rodrigues Vieira, professor de Relações Internacionais da FGV e da FAAP. Ele avalia a declaração final do G20 à luz da liderança brasileira. “O fato de o Brasil ter construído um consenso sem ressalvas é uma vitória”, conclui.

  • Donald Trump deixou claro qual será uma de suas primeiras medidas ao voltar à Casa Branca: deportação em massa de imigrantes ilegais. Endurecer as fronteiras não é uma exclusividade do presidente eleito dos EUA. Na semana passada, a Holanda anunciou o fechamento da fronteira de pessoas que entram no país vindo da União Europeia, numa tentativa de controlar o fluxo de imigrantes. Enquanto isso, o número de deslocamentos provocados por guerras, fome e mudanças climáticas bate recordes. Segundo a agência para refugiados da ONU, 120 milhões de pessoas foram forçadas a fugir de onde moram por causa de conflitos. Para entender por que o discurso que coloca estrangeiros como inimigos tem ganhado força ao redor do mundo e quais as consequências do cerco aos imigrantes, Natuza Nery conversa com João Paulo Charleaux. Autor do livro “Ser Estrangeiro - migração, asilo e refúgio ao longo da História”, o jornalista e analista político, Charleaux explica como a ideia de barrar estrangeiros está inclusa em um cenário antiglobalização e as consequências sociais e econômicas de medidas restritivas a pessoas vindas de outros países.

  • Duas explosões na Praça dos Três Poderes na noite da quarta-feira (13) fizeram Brasília reviver horas de tensão. Um homem parou em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal, arremessou um artefato e, em seguida, explodiu um segundo objeto próximo de seu corpo – Francisco Wanderley Luiz morreu na hora. Ele era filiado ao PL, partido pelo qual se candidatou a vereador em Rio do Sul (SC) em 2020, e alimentava suas redes sociais com discurso de ódio e ameaças a figuras públicas – como o ministro Alexandre de Moraes. O atentado colocou um novo ingrediente na disputa política e jurídica em torno da proposta de anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023. Para explicar o que pensam o STF e o Congresso sobre a pauta da anistia e analisar o que muda para o futuro jurídico de Jair Bolsonaro (PL) e demais agentes da ameaça golpista, Natuza Nery entrevista Rafael Mafei, advogado e professor da Faculdade de Direito da USP e da ESPM.

  • Em plena luz do dia, no maior aeroporto do país, dois homens encapuzados desceram do carro fortemente armados e dispararam contra Antônio Vinícius Gritzbach, que morreu na hora. Ele estava na mira do PCC: réu pelos crimes de lavagem de dinheiro para o tráfico e de duplo homicídio, Vinícius havia fechado acordo de delação com a Justiça e já tinha relatado esquemas da facção e de policiais criminosos. Agora, as investigações tentam ligar os pontos para refazer a trilha de crimes na qual o delator estava envolvido para esclarecer o assassinato. É isso que o repórter da TV Globo Bruno Tavares explica neste episódio. Além dele, Julia Duailibi conversa também com o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de Presidente Prudente, do MP-SP. Gakiya fala ao Assunto sobre as repercussões da delação de Gritzbach e revela o que disse à vítima ao oferecer a ele o serviço de proteção à testemunha. Integrante do Ministério Público há mais de 30 anos e um dos nomes no topo da lista de inimigos do PCC, ele conta como é a vida de alguém que está marcado para morrer.

  • Durante a corrida eleitoral, o bilionário foi um dos mais dedicados entusiastas do republicano. Além de subir no palco de vários comícios de Trump, Musk entrou com muito dinheiro na eleição: doou cerca de US$ 200 milhões para a campanha republicana. Após a vitória nas urnas, Trump lembrou de citar o aliado logo em seu primeiro discurso como presidente eleito. E uma semana depois, entregou ao empresário a chefia de uma comissão que será criada para promover corte de gastos em agências federais – como é o caso da Nasa, que tem contrato bilionário com a SpaceX, empresa do próprio Musk. Para explicar o que o bilionário ganha agora que Trump volta a Casa Branca, Julia Duailibi entrevista Carlos Affonso Souza, professor da UERJ e diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS).

  • A ideia ganhou corpo nas redes sociais. Surgida do desabafo de um balconista de farmácia, o movimento pela mudança na escala de trabalho conseguiu o apoio na internet. A pauta virou texto de uma PEC, que foi apresentada pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) ao Congresso e conseguiu a assinatura de 108 parlamentares – precisa de 171 para ir adiante. A proposta quer reduzir a carga de trabalho semanal de 44 horas para 36 horas e limitar a escala de 6 dias de expediente por 1 dia de descanso para 4 por 3 dias. Para analisar a viabilidade do texto e as perspectivas positivas e negativas da proposta na economia, Natuza Nery conversa com Pedro Fernando Nery, consultor de economia no Congresso e autor do livro “Extremos: um mapa para entender as desigualdades no Brasil”.

  • No primeiro ano em que o planeta ficou 1,5 °C mais quente do que na média pré-industrial, de 1850 a 1900 – um recorde de temperatura já registrado –, o presidente que tirou os Estados Unidos do Acordo de Paris foi eleito novamente. No acordo assinado em 2015, 195 países se comprometeram com esforços coletivos para reduzir o ritmo do aquecimento global. Não foi o suficiente. Agora, que os EUA devem novamente se retirar, a meta fica ainda mais distante. A vitória do republicano coloca mais dúvidas para a pauta ambiental global, tema central da COP-29, que se inicia nesta segunda-feira (11) no Azerbaijão – evento já esvaziado pela ausência dos líderes americano, chinês, brasileiro e da União Europeia. Para analisar o impacto da eleição de Trump na agenda climática, Natuza Nery entrevista André Guimarães, diretor-executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e membro da Coalização Brasil Clima, Florestas e Agricultura. E para alertar sobre os riscos que o afrouxamento na regulamentação ambiental pode impor sobre a Amazônia, participa também Marcos Colón, professor da Universidade Estadual do Arizona (EUA) e autor do livro “A Amazônia em tempos de guerra”.

  • Durante a apuração dos votos, o QG da campanha do republicano, em Mar-a-Lago, na Flórida, abrigava familiares e aliados mais próximos do agora presidente-eleito dos EUA. Entre os convidados, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), que comemorou o resultado e tentou capitalizar para seu pai a vitória inconteste de Trump. No tabuleiro da política nacional, apoiadores do ex-presidente brasileiro buscam aproveitar a eleição americana para pressionar o Supremo na saga pela anistia dos presos pela tentativa de golpe de 8 de janeiro e pela reversão da inelegibilidade de Bolsonaro. Para o governo Lula, a preocupação maior se dá na economia: o pacote de medidas prometido por Trump pode mexer com o câmbio e com a inflação em todo o planeta – e o impacto aqui pode ser grande. Para analisar as consequências da vitória de Trump para o Brasil e explicar o que isso representa para a direita na geopolítica global, Natuza Nery entrevista Maria Cristina Fernandes, colunista do jornal Valor Econômico e comentarista da GloboNews e da rádio CBN, e Guilherme Casarões, cientista político, professor da FGV e pesquisador do Observatório da Extrema Direita.

  • Um dia depois de Donald Trump conquistar seu retorno à Casa Branca, Natuza Nery recebe dois convidados para analisar todos os sinais que o mapa eleitoral americano apresenta e projetar o que será o segundo mandato do republicano à frente do país mais influente na economia e na geopolítica global. São eles: Guga Chacra, comentarista da TV Globo, GloboNews e rádio CBN e colunista do jornal O Globo, e Oliver Stuenkel, professor de relações internacionais da FGV e pesquisador da Universidade Harvard e da organização Carnegie Endowment. Juntos, os três debatem os erros do partido Democrata e os temas que mais mobilizaram os eleitores – e como o ex-presidente foi muito mais eficaz em abordar essas pautas e convertê-las em voto, inclusive em setores tradicionalmente democratas, como os eleitorados feminino, negro e latino. Guga e Oliver também avaliam o discurso da vitória de Trump, que apresenta uma versão mais light de seu slogan (Make America Great Again) e indica seus primeiros movimentos para a transição de governo e para as relações internacionais, que passam pelas guerras na Ucrânia e no Oriente Médio. Por fim, eles explicam qual deve ser o tom da relação entre Brasil e EUA a partir de 2025.

  • Assim que as urnas foram fechadas, todas as atenções se voltaram para sete estados americanos. Em cada um dos chamados estados-pêndulo (Carolina do Norte, Geórgia, Pensilvânia, Michigan, Wisconsin, Arizona e Nevada), tanto Kamala, quanto Trump poderiam vencer e somar delegados para completar o “número mágico” de 270 no Colégio Eleitoral. Mas o que se viu foi uma lavada do candidato republicano. Em algumas horas de apuração dos votos, o ex-presidente cravou vitória na Carolina do Norte, na Geórgia e na Pensilvânia; nos demais estados, ele lidera de forma praticamente definitiva. E mais que isso: a vantagem de Trump é tanta que, pela primeira vez, ele avança para vencer no voto popular – com 51% da preferência, ele tem cerca de 5 milhões de votos à frente de Kamala. No Senado, os republicanos fizeram 51 cadeiras e garantiram maioria; na Câmara, o cenário segue indefinido, mas os democratas podem sonhar com o comando da Casa. Para analisar o resultado que deixa Donald Trump a um passo da Casa Branca e todo o mapa eleitoral dos EUA na noite da eleição, Natuza Nery recebe Maurício Moura, doutor em economia e gestão política e professor na Universidade George Washington, que fala diretamente de Nova York.

  • Nesta terça-feira (5), os 50 estados americanos fecham suas urnas para definir quem será o próximo presidente a ocupar a Casa Branca. Numa eleição que bate recorde de votos antecipados, o clima é de total indefinição: nos sete estados-pêndulo, a média das pesquisas aponta menos de 2 pontos percentuais de diferença entre os dois candidatos. Para o cientista político Christopher Garman, diretor executivo da consultoria Eurasia, há uma leve vantagem para Trump, mas os resultados mais recentes dessas pesquisas demonstram que Kamala está crescendo entre grupos importantes de eleitores. Ele, que é o convidado de Natuza Nery neste episódio, explica no detalhe o que esperar do mapa eleitoral americano e aponta as vantagens e desvantagens dos candidatos democrata e republicano diante do eleitorado – e desenha os cenários possíveis a partir da vitória de cada um deles.

  • Desde 1º de novembro, a Caixa Econômica Federal tem novas regras para o financiamento imobiliário. Com a decisão do banco estatal, que concede 7 em cada 10 financiamentos habitacionais no país, os compradores precisam dar mais dinheiro no ato da entrada e os critérios de aprovação ficaram mais duros. Uma dificuldade a mais em um contexto de juros altos – combo que afeta, sobretudo, a classe média. Para dissecar todos os detalhes das novas regras da Caixa, Natuza Nery entrevista Isabela Bolzani, repórter de economia do g1. Também neste episódio, Danilo Igliori, professor do Departamento de Economia da USP, recupera a história do sonho da casa própria no Brasil desde a década de 1960 e explica a atual fase do desenvolvimento imobiliário do país, onde 20% da população vive de aluguel.