Episodi
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“Aos vinte anos” (1865) é um dos contos de Aluísio Azevedo (1857-1913), com a pegada “comédia da vida privada”. Narrado pelo personagem que conhecemos pela idade 20 anos e a paixão de juventude, vai explanar seu envolvimento com a vizinha Ester, que tem 16 anos e os cabelos mais lindos do que aqueles com que Eva escondeu o seu primeiro pudor no paraíso. Podemos dizer que é um conto “aquecimento" para todas as produções importantes e famosas que o autor faria depois, como Casa de Pensão (1890), O Cortiço (1890) e Girândola de amôres (1900). Neste ínterim, houve ainda o emblemático conto em 12 capítulos “Demônios" (1891), que foi o episódio 189 do Leitura de Ouvido. Mas se “Aos vinte anos” é um conto simples, congrega a qualidade de ser picaresco e divertido. Caricaturista que era, nota-se que Azevedo pincelou no personagem do comendador José Bento Furtado estas tintas: velhote, de rodaque branco, chinelas, sem colete, palitando os dentes”. (AZEVEDO, 2016, posição 766) Nosso jovem narrador passa das perguntas retóricas aos seus planos de ação truncados e apaixonados. Ao final, Azevedo arranca uma bela gargalhada de seu leitor. Esperamos que goste. Boa leitura!
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“A boa vista” (1867) é uma das poesias saudosistas mais famosas de Castro Alves (1847-1871) e remete à propriedade da família em Salvador, a qual o poeta passou boa parte de sua infância; e, na ocasião da inspiração poética, havia voltado a morar no casarão da Quinta da Boa Vista com a mulher que mais amou na vida: Eugênia Câmara. Nesse retorno ao solar semiabandonado pela família, houve o momento em que bateu forte a falta de seus entes queridos e a solidão. Por isso, a poesia é uma elegia comovente, na qual flui livremente o vocabulário saudosista. Versos citam a alta torre da quinta, que por sua origem, fora construída para servir de mirante e vigiar o mar e a chegada de Navios Negreiros. Comovido, o poeta em seus versos quer chorar e espanta-se com as mudanças que denotam o abandono da propriedade, com o jardim descuidado, ervas daninhas, teia de aranha na estátua caída. Um jardim de onde as borboletas fogem e os grilos se calaram. Dentro da casa, por sua vez, há ecos, o que relaciona-se ao vazio que o poeta sentia. Aos 20 anos, quando escreveu, ele já havia perdido a mãe, o irmão, o pai e a própria meninice, que o casarão o faz lembrar. Ele fecha de forma metafórica, com as saudades como aves, um bando alado que roça nele suas asas, voando para o passado. Trazendo para os dias atuais, Boa Vista tornou-se uma péssima vista. Em 4 de janeiro deste ano, moradores realizaram protesto em frente ao Parque Solar Boa Vista, que pertence ao governo de Estado desde 1896, exigindo a revitalização do espaço. Eles denunciaram a degradação total do ambiente, com portas e janelas destruídas e escancaradas, a pixação em paredes, a demolição de muitas estruturas, o mato tomando conta, a história jogada ao chão. Lamentável! Cremos que esse episódio possa somar-se ao protesto. Imagine o que Castro Alves escreveria, diante desse cenário apocalíptico? Boa leitura!
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Episodi mancanti?
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“A queda da casa de Usher” é um dos contos mais famosos de Edgar Allan Poe (1809-1849), auge do gênero gótico, conjurando temas profundos: o duplo na literatura, loucura, família, isolamento e identidades metafísicas. Narrado pelo inominado amigo de infância de Roderick Usher com seus fluxos de consciência e perguntas retóricas, desperta sentimentos antagônicos, em especial quando os personagens estão frente a frente com o silêncio. Ao descrever o amigo, o leitor percebe que Usher tem seus cinco sentidos alterados, um homem com radiação de tristeza e que derrama lágrimas passionais por Lady Madeline, sua irmã. São gêmeos intrinsicamente ligados, de corpo e alma. Morando por todas as gerações numa casa imensa e macabra, que guarda em suas pedras as energias de todos os antepassados, sempre em linha direta de descendência, uma hereditariedade invariável. Justamente essa descendência colateral é o que pode ter causado o comportamento e a vivência patológicos. Assim, as ruínas anunciadas no título do conto não se referem apenas à residência dos Usher, mas também a esta própria relação estranha e condenada entre os irmãos. "A Queda da Casa de Usher" foi publicado pela primeira vez em setembro de 1839 na Burton's Gentleman's Magazine. Hoje, publicamos a nova produção de nosso conto piloto do LdO, agora com a tradução do carioca Romildo Muniz. Boa leitura!
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Retrospectiva: era 26 de janeiro de 2024 quando decidimos fazer um projeto de sete semanas e um livro inteiro. Assim, em fevereiro concluímos Noite na Taverna (1855), publicando, semana a semana, cada um dos seus sete capítulos. Agora, pensamos que, ao invés de pular uma semana sem publicação de episódio aqui no Leitura de Ouvido, ao final desta quinta temporada vamos agir diferente. Renderizamos o livro inteiro e publicamos hoje, pelo garbo desta obra na literatura brasileira e dos frutos e depoimentos que tivemos sobre ela, ao longo do ano.
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“O carbúnculo azul” é um dos doze contos de As Aventuras de Sherlock Holmes, de Sir Arthur Conan Doyle (1859-1930) e acontece exatamente num Natal do século XIX. O sinistro começa dia 22, com o sumiço de uma pedra preciosa diferenciada, da condessa de Morcar, roubada no Hotel Cosmopolitan, em Londres. Eis que o chamado carbúnculo azul vai parar justamente na goela de uma ave de Natal, que na história é chamada de ganso. E um jovem encanador vai preso. Um chapéu é perdido. Diante de todas essas pontas soltas, o conto inicia com a clássica conversa entre os dois amigos, Watson e Sherlock, no apartamento 221B, de Baker Street, apresentando os fatos concretos que temos e as valorosas deduções deste que é um dos detetives mais famosos da literatura mundial. Os jornais são pauta de pesquisa e investigação, acompanhados da infalível técnica dedutiva e da a incisiva postura: “Meu nome é Sherlock Holmes e meu trabalho consiste em saber o que os outros não sabem”. Nesta história, em suas próprias palavras, o acaso trouxe à dupla um problema dos mais curiosos e caprichosos. “Só o fato de o ter resolvido é satisfação”. A revelação, ao desvendar o sinistro, é um dos pontos altos para o leitor. Boa leitura!
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“O abeto de Natal” é um conto “exame de consciência”, do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen (1805- 1875). Partindo do hábito de escolher uma nova árvore de Natal a cada fim de ano, o conto desenrola diversas metáforas, a partir da ansiedade e dos desejos desmesurados de uma árvore de abeto. "Oh, como eu desejo! Eu não sei o que se passa comigo!?” Os mais experientes lhe diziam: “Alegra-te em sua juventude”. Mas o abeto era jovem e sem entendimento. Enfim, chega o dia do esplendor do abeto, escolhido para ser árvore de Natal. Mas após a noite brilhosa, ele vive seus exames de consciência: “ele teve muito tempo para sonhar, à medida que os dias e as noites se passavam”. Com esse cenário, esse conto pode nos ajudar a pensar em ansiedades: o que fiz com meu ano? O que estou fazendo da minha vida? Digamos que é um conto: “cuidado com o que deseja” que pode ajudar a tirar viseiras e também a perceber um bocado da lei de Murphy de que “tudo sempre pode piorar”. As metáforas perpassam a lebre, as andorinhas, a cegonha, os raios de sol, os pardais e o ar, a luz do dia e até os ratos; bem como as estações do ano, dando conta de três invernos, além do outono e da primavera.
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“O sobrenatural” é um conto de Florbela Espanca (1894-1930) que versa sobre aventuras da juventude e mistério. Três rapazes, Castro Franco, Paulo Freitas e Mário de Menezes, estavam em uma comemoração, junto com três raparigas “de vida fácil”. Uma delas, era a distinta Gatita Blanca, com seus olhos verdes oblíquos e semi-cerrados. O texto evoca grande fluxo de consciência, enquanto a chuva castigava as vidraças, em especial quando Mário de Menezes retorna a uma história de seus 24 anos, como forma de responder a uma pergunta insistente no gabinete: “o que é um burguês?” Deste território de burguesia aparentemente leviano, o conto florbeliano galga profundezas, para focar em sensações e na apreensão que o desconhecido causa a qualquer pessoa, até o passo do sinistro, para concluir que “o tempo não é de todos os mundos. O sobrenatural não tem lógica nem limites”. O passado contado por Mário de Menezes retorna a um 22 de dezembro e rememora o madeiro de azinho que ardia no fogo, dando o clima para reuniões familiares, em remotos Natais. Até que chega o medo, diante do sobrenatural, em uma noite de Natal. Boa leitura!
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"O elixir da longa vida" é do fundador do Realismo francês e criador de A Comédia Humana, Honoré de Balzac (1799-1850). Sete mulheres abrem a cena no palácio de Ferrara, ao lado do príncipe Belvidero, o que nos indica uma das construções históricas de Don Juan. A luxuosa história que põe a mão numa das características da alma humana, trabalhando os liames do bem e do mal, tem aqui um toque de Fantástico. Aliás, para Balzac, nenhum homem ou mulher é totalmente bom ou ruim. É sempre uma mescla desses dois poderes que formam a humanidade. E assim, Bartolomeu Belvidero já era nonagenário quando o filho foi chamado ao seu leito de morte. É nesta cena que ele apresenta a Don Juan o elixir da longa vida, pedindo ao seu herdeiro que seguisse determinados passos e o ressuscitasse, para a vida eterna. Mas ideias suscitam na cabeça desonesta do jovem e uma reviravolta acontece. O conto segue narrando a vida de Don Juan até seus 60 anos, descortinando sua postura com as pessoas e com si mesmo, em especial com as cortesãs que conquistam seu caminho. A Comédia Humana é obra monumental, com 137 livros pensados e 89 executados, contendo mais de 2.500 personagens, dos quais cerca de mil deles passeiam de um livro a outro. Boa leitura!
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“A felicidade” (1884) é um conto de Guy de Maupassant (1850-1893) que explora o realismo psicológico francês. Narrado por um idoso viajante, vamos conhecer a história do casal formado por um soldado hussardo e uma dama francesa chamada Suzzane de Sirmont, que fugiu da Capital juntos, há 50 anos, para viver um grande amor. O casal vai se refugiar na Córsega, a ilha montanhosa ao sul da França, situada como a 4ª maior do Mar Mediterrâneo. O texto tem ao menos três camadas, começando com os viajantes que teorizam sobre o amor, tomado no segundo momento pela narrativa do idoso que foi testemunha desse exemplo admirável de amor constante; e culminando na própria história de Mademoseille Suzzane na juventude, quando se apaixonou pelo bonito rapaz, filho de lavradores, que vestia seu dólman azul. Assim, o texto que reflexiona sobre ser possível amar uma única pessoa por tantos anos, a partir da pergunta: “poder-se-á amar muitos anos sem cansaço?” tem a resposta nessa história de amor do século XIX e a transformação que esse sentimento foi capaz de gerenciar, uma vez que, "banal e soberano, é o acordo eterno e misterioso entre dois seres com uma emoção profunda e um interesse ardente”. Boa leitura!
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“A sombra” é um conto misterioso de Coelho Neto (1864-1934) que versa sobre a loucura ao inserir a importância "científica" no nosso cotidiano. Narra a história do médico e cientista Avelar, que matou a esposa “envenenada" por bacilos nocivos à saúde, até que adoecesse e sucumbisse. A motivação, contudo, veio do mundo moral: “o tal micróbio do ciúme. Porque há também micróbios no mundo moral, oh! se os há! São as tais palavras vagas que nos entram n'alma e lá se desenvolvem e proliferam em desconfianças”, justifica-se o personagem. A história é narrada pelo amigo que o visita no Quartel da Brigada e, à medida que se desenrola, mais vai colocando o leitor no papel de detetive. O viés do Naturalismo foi, de fato, o que marcou o início das histórias policiais de Poe, Conan Doyle e Jacques Futrelle. Em 1928, Coelho Neto foi consagrado como “Príncipe dos Prosadores Brasileiros”, escreveu mais de cem livros e aproximadamente 650 contos. Dono de um rico e esplêndido vocabulário deixou-se dominar pela palavra. Sua inclusão entre os pré-modernistas se deve à capacidade imaginadora, à mente intuitiva, que ora se aproxima dos naturalistas, ora se liga aos parnasianos-realistas, ora documenta fatos da República através de uma criação ficcionista vigorosa. Boa leitura!
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“Eros e Psique” é um dos poemas de Fernando Pessoa (1888-1935) que evoca a lenda de uma princesa encantada que dormia, à espera de um infante que tinha que vencer o mal e o bem. É exatamente o desfecho de O Asno de Ouro de Apuleu (século II d.C.) onde são contadas pela primeira vez as aventuras dos dois, num contexto alegórico-romanesco que se manterá, sob diversas formas, nas adaptações que, ao longo dos séculos, se fizeram desses dois personagens. A figura de Eros preexiste à de Psique, embora à força das produções literárias embebidas na mitologia grega, trabalhe a ideia de ambos como interdependentes. Dito isso, nesse episódio vamos abrir informações sobre a mitologia grega que sustenta o encontro entre esses dois personagens. Aos gregos, Eros é a figura alegórica do amor; Psique é a figura alegórica da alma. Em suas camadas mais profundas, podemos interpretar que Pessoa propõe-se a trabalhar com a ideia de alma gêmea, uma vez que, no último verso, quando Eros encontra Psique, vai enxergar a si mesmo. “E vê que ele mesmo era/ A princesa que dormia”. Esse episódio conta ainda com mais duas poesias de Pessoa datadas de 1935, ano de sua morte: “Azul, ou verde, ou roxo, quando o sol”; e “Começa a ir ser dia”. Nessas, ele continua explorando o mesmo território de Eros e Psique: “quem sabe o que é a alma?”
Boa leitura!
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“O cemitério” (1924) é um conto com toques realistas e, porque não dizer, naturalistas, de Lima Barreto (1881-1922). Narra uma visita ao cemitério e a observação dos túmulos, gerando sentimentos, como se a matéria fria fosse capaz disso. Nas lápides, o narrador impressiona-se com o esforço manifestado pela implantação de esculturas e investimentos em pirâmides, para tentar manter a diferença social, deixar saber quais são os túmulos pobres e ricos, mas todos são simplesmente, mortos. É um “mudo laboratório de decomposição”. Até que ele enxerga a lápide de uma moça, “bela mulher!” exclama, como se a contemplasse na Rua do Ouvidor. É a partir desse ponto que vem a descrição naturalista, seguido da composição completa que o narrador faz, a partir do par de olhos que contempla no túmulo. No conto, ele segue a "meditar como um cientista-profético-hebraico”, por isso, emerge na história variadas impressionâncias. O cemitério, aliás, é um ambiente sobre o qual Lima versou bastante. Uma de suas obras mais conhecidas é Cemitério dos Vivos, um romance inacabado escrito entre 1919 e 1920. A obra foi publicada postumamente em 1957. Exatamente hoje, 1º de novembro, completa-se 102 anos da morte do autor. Boa leitura!
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“Poema Negro” é do escritor paraibano Augusto dos Anjos (1884-1914) com versos que remetem à consciência sobre a finitude da vida e sobre a passagem do tempo. Promove um cenário com “sombria análise das cousas”. Faz parte de sua coleção no solitário livro Eu e outras poesias (1912) e, portanto, é um bom exemplar para ser contemplado e analisado no mês do Halloween. O clima da construção poética é a noite, como já evoca o título, mas do breu, Augusto dos Anjos vai elucidando algumas simbologias que remetem ao seu estado de realidade: “Para iludir minha desgraça, estudo./ Intimamente sei que não me iludo”; bem como ao sonho, sequência marcada a partir do verso: “surpreendo-me sozinho numa cova” e que vai culminar numa viagem para Roma em Sexta-feira Santa e num encontro com Jesus, esquelético. Vem uma estrofe com insistentes repetições, que talvez remetam ao ciclo inerente ao ser humano: caindo (2x) e declínio (3x). Sobre os temas de suas poesias, a morte e toda a energia que esse acontecimento de finitude engloba, é um dos mais presentes. Daí a alcunha “O Poeta da Morte”: Boa leitura!
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“O ladrão de cadáveres” (1884) é conto do escritor escocês Robert Louis Stevenson (1850-1894) no qual se tem forte a alegoria do bem e do mal em guerra um contra o outro. É a história do velho bêbado escocês, Fettes, homem de inegável instrução e também de algumas posses, já que vivia na ociosidade. Ao ouvir o nome do médico que viera de Londres, Dr. Wolfe Macfarlane, ele retorna a uma memória da juventude, com quem estudou Medicina em Edimburgo, na posição de monitor da turma. À ocasião, o filtro da ética de Fettes acende-se quando recebe o corpo de uma moça que ele quis namorar no dia anterior e que gozava de perfeita saúde. A isso, Macfarlane avança sobre Fettes com um discurso pesado de profecia, materializada na metáfora de que: de um lado, estão os leões, que têm coragem e sabedoria; e de outro, os cordeiros, que são desrespeitados e assassinados, indo parar na mesa de dissecação. Ao passo que a narrativa revela como ambos foram cúmplices de inúmeros casos ilícitos para obter corpos para os estudos, culminando no clássico caso da “consciência pesada”, emerge a prosa rica e sutil de Stevenson, que dá à história profundo sentido de beleza literária e tensão. A grande conclusão é que “os maus não têm descanso”. Boa leitura!
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“A dança dos ossos” (1871) é um conto em quatro capítulos de Bernardo Guimarães (1825-1884). O escritor brasileiro faz uma narrativa folclórica e bem-humorada, de aventuras contadas ou ouvidas pelo narrador viajante, que achega-se defronte ao fogo com os caboclos, às margens do Rio Parnaíba, entre Minas Gerais e Goiás. O principal interlocutor do viajante é o barqueiro Cirino, a quem cabe narrar a história da Dança dos Ossos. Ele é comparado à Caronte, barqueiro do submundo da Mitologia Grega.
Cirino refere-se à dança dos ossos que ocorre em toda sexta-feira, noite em que não se pode entrar na floresta sem se defrontar com o espetáculo sinistro e horripilante. O causo contado por ele é acompanhado com curiosidade pelo narrador, a que Cirino chama de “Meu Amo” ou de “Vm.". Um dos ensejos é o querer saber "quantos ossos há no corpo humano?" já que os ossos do defunto estão espalhados pela floresta. A resposta, damos nós: são 206 os chamados ossos constantes, em um adulto. O que traz o inverossímil à história é também o fato de que a conversa do barqueiro é regada a “tragos”, o que significa que não estava sóbrio nem quando deparou-se com a caveira, nem no momento em que conta a história. “A dança dos ossos” consta no livro “Lendas e Romances”, publicado em 1871, o menos conhecido de Bernardo Guimarães, no qual faz construções sintáticas e expressões bem brasileiras. Boa leitura!
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“O fabricante de caixões” (1830) é um dos cinco Contos de Belkin, escritor fictício criado pelo gênio russo Alexander Pushkin (1799-1837), no qual vamos conhecer Adrian Prokhoroff, cuja profissão é mesmo essa. Na Rússia do século XIX, além do caixão ele dispunha de outros estoques mortuários aos seus clientes, como chapéus de luto, mantos e tochas. Como qualquer negócio, ele não poderia deixar de pensar na sustentação do seu, o estranho é o ter que desejar que convalescentes, como a esposa do comerciante, uma vez falecendo, ainda fosse ele a ser procurado para encomendar tudo e não o concorrente. Afinal, “os mortos não podem viver sem caixão”. A história começa com o fabricante de caixões saindo de sua zona de conforto, com a mudança de residência do casebre para a casa maior, com as filhas e a criada. Logo, conhece os vizinhos e é convidado para uma festa. Depois disso e muita bebedeira, bem, quem nunca foi dormir contrariado? O texto de Pushkin cheira temperança no irreverente, fazendo seu narrador conversar diretamente com o leitor. Publicados em 1830, como parte de uma coletânea desse narrador fictício, teriam sido encontrados e complicados em livro por um suposto editor. O feito demonstra a maestria de um dos mais importantes e precursores da literatura russa. Boa leitura!
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“A dama branca” é um conto da escritora Grazia Deledda (1871-1936), primeira italiana a ser agraciada com o Nobel de Literatura, em 1926. É um dos seus Contos Sardos, local de nascimento de Grazia, que se dedicou a narrar a beleza, o costume, a cultura e o sobrenatural de sua ilha. O nome “A dama branca” remete, de certa forma, à ideia de uma aparição. E esta manifesta-se em sonho, ao vaqueiro Bellia, contando que haveria uma fortuna escondida em determinado local da floresta e que só caberia a ele, em determinado dia, resgatar. Uma série de adversidades se desenrola na história contada pelo velho Salvatore, para quem trabalham os vaqueiros, sendo a narrativa tomada também pelo pároco nonagenário, de posse do testamento que explicaria todo o mistério. É uma trama repleta de camadas com direito a histórias de amor e de crimes e que remonta à história de tesouros escondidos guardados pelo diabo. Boa leitura!
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“A paixão da leitura” é um ensaio filosófico e bastante didático de Virginia Woolf (1882-1941) sobre a nossa relação com os livros. Logo ao princípio, ela infere o surgimento das bibliotecas e afirma que ler é uma arte muito complexa. Nossa obrigação como leitores são muitas e variadas. Por um lado, devemos nos colocar no banco dos réus e ler sem julgar quem escreveu ou o escrito, mas sim, ler como se estivéssemos escrevendo. Num segundo momento, devemos saber criticar como um juiz, e julgar não apenas os clássicos, mas também os escritores vivos, pois só assim estaremos ajudando a trazer livros bons para o mundo. O ensaio está no livro O Sol e o Peixe, encerrando o capítulo I.A vida e a arte. A relação de Virginia com os livros tem imensas dimensões. Ela escrevia, editava livros à mão, traduzia, debatia e, acima de tudo, ensaiava "Como se deve ler um livro?", em O valor do riso e outros ensaios. Na vertente produção de livros, durante o período entreguerras (1918-1939), o casal Virginia e Leonard Woolf passava o tempo realizando impressão de livros à mão para, alguns anos depois, fundar sua própria editora, a Hogarth Press, que funcionava na sala de estar de casa. Dá para ter uma noção do clima literário a que estavam envolvidos. Boa leitura!
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“Metafísica das Rosas” é um conto com ares de parábola, de Machado de Assis (1839-1908). Começa com “No princípio, era o Jardineiro”, o que imediatamente nos remete às escrituras da Bíblia Cristã. No conto, Machado explora passagens bíblicas que tratam da criação do mundo: [Gênesis 1:1-3] e [João 1:1-5]. O Bruxo recorre novamente à criação do homem e da mulher, criando ele a partir de um tronco de palmeira e um sopro; e ela, de um tronco de laranjeira e um sopro. O homem e a mulher surge nesse jardim de delícias, o Jardim do Éden, justo quando as rosas (que são os pensamentos do jardineiro) estavam insatisfeitas; tiveram uma mudança de comportamento para o triste, porque desejavam a “contemplação de outros olhos”. Esse é um dos “contos abandonados” do Bruxo do Cosme Velho. O que significa que, após sair na Gazeta de Notícias em 1º de dezembro de 1883, ele não o incluiu nas coletâneas posteriores: “Histórias sem Data” (1884) e “Relíquias de Casa Velha” (1906). O conto voltou a sair após a sua morte, em 1908. Mas ao que tudo indica, alguns desses textos abandonados, possivelmente o foram, pelo fato de que Machado estava empregando ainda mais estudos no assunto. Aqui, por exemplo, há a fixação em Metafísica. Neste texto há muitas camadas, diversas pétalas a se conhecer. Boa leitura!
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“Patrióticas” são um conjunto de poesias na Parte Terceira de Dias e Noites (1881), livro do escritor sergipano Tobias Barreto, que recebeu o juízo crítico de Silvio Romero. Neste episódio: "À vista do Recife”, “Pernambuco”, “Os leões do norte”, “Sete de setembro”, “Em nome duma pernambucana”, “Versos escritos num dia nacional”, “Capitulação de Montevidéu”, “A volta dos voluntários”, “Decadência”, “A Polônia”, “A escravidão”, e “A viúva e os filhos do Capitão Pedro Afonso”. Trata-se de uma sequência de cânticos marciais que Tobias Barreto compôs em sua segunda fase poética, a pernambucana, que foi de 1862 a 1881, data da publicação do livro. Era um período guerreiro para o país e a poesia acostumou-se ao retintim das armas. O Recife, onde fora estudar Direito, era a passagem de todos os batalhões do norte e o ardor marcial era geral. À época do segundo império, os poetas compunham parte da aristocracia pensante e Tobias Barreto foi um filósofo, escritor e jurista brasileiro, apesar de sentir-se por vezes discriminado, por ser mestiço. Com Silvio Romero, fundou a Escola do Recife, corrente do pensamento social, filosófico, literária e jurídica que agitou a Faculdade de Direito do Recife nas últimas décadas do século XIX. Hoje a Faculdade é consagrada como "A Casa de Tobias”. Boa leitura!
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