Folgen

  • Capítulo II, em audiolivro, do conto "Singularidades de uma Rapariga Loura" de Eça de Queirós. Apoiem-nos no Patreon (https://www.patreon.com/neolivros) O conto "Singularidades de Uma Rapariga Loira", da autoria de Eça de Queirós, foi escrito em 1873 e publicado em 1901 num volume de contos do autor. O narrador conta-nos a história de Macário, um jovem guarda-livros que conhecera, já “velho de quase sessenta anos”, numa estalagem no Minho, e da sua relação amorosa com a jovem Luísa.

  • Capítulo I, em audiolivro, do conto "Singularidades de uma Rapariga Loura" de Eça de Queirós.
    Apoiem-nos no Patreon (https://www.patreon.com/neolivros)
    O conto "Singularidades de Uma Rapariga Loira", da autoria de Eça de Queirós, foi escrito em 1873 e publicado em 1901 num volume de contos do autor.
    O narrador conta-nos a história de Macário, um jovem guarda-livros que conhecera, já “velho de quase sessenta anos”, numa estalagem no Minho, e da sua relação amorosa com a jovem Luísa.

  • Fehlende Folgen?

    Hier klicken, um den Feed zu aktualisieren.

  • Capítulos XV e XVI (último capítulo), em audiolivro, do romance “A Cidade e as Serras” de Eça de Queirós.
    Apoiem-nos no Patreon (https://www.patreon.com/neolivros)
    “A Cidade e as Serras” é um desenvolvimento do conto “Civilização”, cuja publicação em livro ocorreu em 1901, já depois da morte do autor. No romance é relatada a história de Jacinto, tendo como narrador José Fernandes, um amigo fraternal. Jacinto nasceu e viveu toda a sua vida num palácio dos Campos Elísios, em Paris. Apesar de rodeado de conhecimento, de tecnologia e de luxo, vive aborrecido e decide regressar a Tormes, na região do Douro.

    TRANSCRIÇÃO

    XV
    E agora, entre roseiras que rebentam, e vinhas que se vindimam, já cinco anos passaram sobre Tormes e a Serra. O meu Príncipe já não é o último Jacinto, Jacinto ponto final — porque naquele solar que decaíra, correm agora, com soberba vida, uma gorda e vermelha Teresinha, minha afilhada, e um Jacintinho, senhor muito da minha amizade. É até monótono, pela perfeição da beleza moral, aquele homem tão pitoresco pela desinquietação filosófica e pelos pitorescos tormentos da fantasia insaciada. Quando ele agora, bom sabedor das coisas da lavoura, percorria comigo a quinta, em sólidas palestras agrícolas, prudentes e sem quimeras — eu quase lamentava esse outro Jacinto que colhia uma teoria em cada ramo de árvore e, riscando o ar com a bengala, planeava queijeiras de cristal e porcelana, para fabricar queijinhos que custariam cada um duzentos mil réis!
    Também a paternidade lhe despertara a responsabilidade. Jacinto possuía agora um caderno de contas, ainda pequeno, rabiscado a lápis, com folhas, e papeluchos soltos entremeados, mas onde as suas despesas, as suas rendas se alinhavam, como duas hostes disciplinadas.
    Visitara já as suas propriedades de Montemor, da Beira, a Avelã, e consertava, mobilava as velhas casas dessas propriedades para que os seus filhos, mais tarde, crescidos, encontrassem «ninhos feitos». Mas onde eu reconheci que definitivamente um perfeito e ditoso equilíbrio se estabelecera na alma do meu Príncipe, foi quando ele, já saído daquele primeiro e ardente fanatismo da Simplicidade — entreabriu a porta de Tormes à Civilização. Dois meses antes de nascer a Teresinha, uma tarde, entrou pela avenida de faias uma chiante e longa fila de carros, requisitados por toda a freguesia, e ajoujados de caixotes. Eram os famosos caixotes há um ano encalhados em Alba de Tormes, e que chegavam trazendo, para despejar a Cidade sobre a Serra. Eu pensei: «Mau! o meu pobre Jacinto teve uma recaída!» Mas os confortos mais complicados, que continha aquela caixotaria temerosa, foram, com surpresa minha, desviados para os sótãos imensos, para o pó da inutilidade: e o velho solar apenas se regalou com alguns tapetes sobre os seus soalhos, cortinas pelas janelas desabrigadas, e fundas poltronas, fundos sofás, para que os repousos, que ele imaginara, fossem mais lentos e suaves. Atribuí esta moderação a minha prima Joaninha, que amava Tormes na sua nudez rude. Ela jurou que assim o ordenara o seu Jacinto. Mas, decorridas semanas, tremi. Aparecera, vindo de Lisboa, um contramestre, com operários, e mais caixotes, para instalar um telefone!
    — Um telefone, em Tormes, Jacinto?
    O meu Príncipe explicou, com humildade:
    — Para casa de meu sogro!… Bem vês.
    Era razoável e carinhoso. O telefone porém, subtilmente, mudamente, estendeu outro longo fio, para Valverde. E Jacinto, alargando os braços, quase suplicante:
    — Para casa do médico. Bem. Compreendes…
    Era prudente. Mas, uma manhã, em Guiães, acordei aos berros da tia Vicência! Um homem chegara, misterioso, com outros, trazendo arame, para instalar na nossa casa o telefone. Calmei a tia Vicência, jurando que essa máquina nem fazia barulho, nem trazia doenças, nem atraía as trovoadas. Mas corri a Tormes. Jacinto sorriu, encolhendo os ombros:
    — Que queres? Em Guiães está o boticário, está o carniceiro… E, depois, estás tu!
    Era fraternal. Mas pensei: «Estamos perdidos! Dentro de um mê…

  • Capítulo XIV, em audiolivro, do romance “A Cidade e as Serras” de Eça de Queirós.
    Apoiem-nos no Patreon (https://www.patreon.com/neolivros)
    “A Cidade e as Serras” é um desenvolvimento do conto “Civilização”, cuja publicação em livro ocorreu em 1901, já depois da morte do autor. No romance é relatada a história de Jacinto, tendo como narrador José Fernandes, um amigo fraternal. Jacinto nasceu e viveu toda a sua vida num palácio dos Campos Elísios, em Paris. Apesar de rodeado de conhecimento, de tecnologia e de luxo, vive aborrecido e decide regressar a Tormes, na região do Douro.

    TRANSCRIÇÃO

    XIV
    Ao outro dia, depois do almoço, eu e Jacinto montámos a cavalo para um grande passeio até à Flor da Malva, a saber de meu tio Adrião, e do seu furúnculo. E sentia uma curiosidade interessada, e até inquieta, de testemunhar a impressão que daria ao meu Príncipe aquela nossa prima Joaninha, que era o orgulho da nossa casa. Já nessa manhã, andando todos no jardim a escolher uma bela rosa chá para a botoeira do meu Príncipe, a tia Vicência celebrara com tanto fervor a beleza, a graça, a caridade e a doçura da sua sobrinha toda-amada, que eu protestei:
    — Oh! tia Vicência, olhe que esses elogios todos competem apenas à Virgem Maria! A tia Vicência está a cair em pecado de idolatria! O Jacinto depois vai encontrar uma criatura apenas humana, e tem um desapontamento tremendo!
    E agora, trotando pela fácil estrada de Sandofim, lembrava aquela manhã, no 202, em que Jacinto encontrara o retrato dela, no meu quarto, e lhe chamara uma lavradeirona. Com efeito, era grande e forte a Joaninha. Mas a fotografia datava do seu tempo de viço rústico, quando ela era apenas uma bela, forte e sã planta da serra. Agora entrava nos vinte e cinco, e já pensava, e sentia, — e a alma que nela se formara, afinara, amaciara, e espiritualizava o seu esplendor rubicundo.
    A manhã, com o céu todo purificado pela trovoada da véspera, e as terras reverdecidas e lavadas pelos chuviscos ligeiros, oferecia uma doçura luminosa, fina, fresca, em que era doce, como diz o velho Eurípides ou o velho Sófocles, mover o corpo, e deixar a alma preguiçar, sem pressa ou cuidados. A estrada não tinha sombras, mas o sol descia muito de leve, e roçava com uma carícia quase alada. O vale por baixo parecia a Jacinto (que nunca ali passara) uma pintura da Escola Francesa do século XVIII, tão graciosamente nele ondulavam as terras verdes, e com tanta paz e frescura corria o risonho Serpão, e tão afáveis e prometedores de fartura e contentamento alvejavam os casais nas verduras ligeiras. Os nossos cavalos caminhavam num passo pensativo, gozando também a paz da manhã adorável. E não sei que plantazinhas silvestres e escondidas espalhavam um delicado aroma, que eu tantas vezes sentira, naquele caminho, ao começar o Outono.
    — Que delicioso dia! — murmurou Jacinto. — Este caminho para a Flor da Malva é o caminho do Céu… Oh Zé Fernandes, de que é este cheirinho tão doce, tão bom…
    Eu sorri, com certo pensamento:
    — Não sei… É talvez já o cheiro do Céu!
    Depois, parando o cavalo, apontei com o chicote para o vale:
    — Olha, acolá, onde está aquela fila de olmos, e há o riacho, já são terras do tio Adrião. Tem ali um pomar, que dá os pêssegos mais deliciosos de Portugal… Hei-de pedir à prima Joaninha que te mande um cesto de pêssegos. E o doce que ela faz com esses pêssegos, menino, é alguma coisa de extraceleste. Também lhe hei-de pedir que te mande o doce.
    Ele ria:
    — Será explorar de mais a prima Joaninha.
    E eu (porquê?) recordei e atirei ao meu Príncipe estes dois versos de uma balada cavalheiresca, composta em Coimbra pelo meu pobre amigo Procópio:
    Manda-lhe um servo dizendo:
    «Bem hajas dona formosa!»
    E que lhe entregue um anel
    E com um anel uma rosa.
    Jacinto riu alegremente:
    — Oh! Zé Fernandes, seria excessivo, logo, por causa de meia dúzia de pêssegos, e de um boião de doce.
    Assim ríamos, quando apareceu, à volta da estrada, o longo muro da quinta dos Velosos, e depois a capelinha de S. José de S…

  • Capítulo XIII, em audiolivro, do romance “A Cidade e as Serras” de Eça de Queirós.
    Apoiem-nos no Patreon (https://www.patreon.com/neolivros)
    “A Cidade e as Serras” é um desenvolvimento do conto “Civilização”, cuja publicação em livro ocorreu em 1901, já depois da morte do autor. No romance é relatada a história de Jacinto, tendo como narrador José Fernandes, um amigo fraternal. Jacinto nasceu e viveu toda a sua vida num palácio dos Campos Elísios, em Paris. Apesar de rodeado de conhecimento, de tecnologia e de luxo, vive aborrecido e decide regressar a Tormes, na região do Douro.

    TRANSCRIÇÃO

    XIII
    Ai de mim! Não se passou com brilho, nem com alegria! Quando o meu Príncipe entrou na sala, com uma elegância onde eu senti as malas de Paris (abertas na véspera) — uma rosa branca no jaquetão preto, colete branco lavrado e trespassado, copiosa gravata de seda branca, tufando e presa por uma pérola negra —, já todos os convidados enchiam a sala, — o D. Teotónio, o Ricardo Veloso, o dr. Alípio, o gordo Melo Rebelo, de Sandofim, os dois manos Albergarias, da Quinta da Loja; todos se conservavam de pé, num magote cerrado. Em torno do sofá onde a tia Vicência se instalara, um magotezinho de cadeiras reunira as senhoras, a Beatriz Veloso, com cassa branca sobre seda, que a tornava mais aérea e magra, com uma imensa trunfa de cabelo riçado, e as duas Rojões (com a tia Adelaide Rojão) vermelhinhas como rosinhas, ambas de branco, a mulher do dr. Alípio, de preto, esplêndida como uma Vénus rústica… E foi na sala, como se realmente entrasse um príncipe, desses países do Norte onde os príncipes são magníficos, muito distantes dos homens, e aterram. Um silêncio, como se o tecto de carvalho descesse, nos esmagasse: e todos os olhos se enristaram contra o meu desgraçado Jacinto, como numa caçada hindu, quando à orla da floresta surge o tigre real. Debalde, nas confusas, apressadas apresentações, com que eu o levava através da sala, — os seus apertos de mão, e sorrisos, o vago murmúrio, «da sua honra, do seu prazer», foram repassados de simpatia, de simplicidade. Todos os cavalheiros permaneciam reservados, observando o Príncipe que subira à Serra: e as senhoras mais se conchegavam à sombra da tia Vicência, como ovelhas à volta do pastor, quando na altura surge o lobo. Eu então, já inquieto, lancei o D. Teotónio, o mais ornamental daqueles cavalheiros.
    — O sr. D. Teotónio foi muito amável em vir, Jacinto. Raras vezes sai da sua linda casa da Abrujeira.
    O Digno sorriu, cofiando os espessos bigodes brancos, de velho brigadeiro:
    — Vossa Excelência chegou directamente de Viena?
    Não! Jacinto viera directamente de Paris, com o amigo Zé Fernandes. D. Teotónio insistiu:
    — Mas certamente visita muitas vezes Viena…
    Jacinto sorria surpreendido:
    — Viena, porquê?… Não. Há mais de quinze anos que não vou a Viena.
    O fidalgo murmurou um lento «Ah!» e ficou calado, de pálpebras baixas, como revolvendo análises profundas, com as mãos cruzadas sob as abas da longa sobrecasaca azul.
    Eu então, que vigiava, lancei o dr. Alípio:
    — O nosso doutor, meu caro Jacinto, é o mais poderoso influente de todo o distrito.
    O doutor curvou a cabeça bem feita, com um belo cabelo preto, admiravelmente alisado e lustroso — a tia Vicência, que se erguera do sofá, chamava o meu Príncipe, porque o Manuel anunciara o jantar, mudamente, mostrando apenas, à porta da sala, a sua corpulenta pessoa, muito tesa e muito vermelha.
    À mesa (onde os pudins, as travessas de doces de ovos, os antigos vinhos de Madeira e Porto, nas suas pesadas garrafas de cristal, fundiam com felicidade os seus tons ricos e quentes), Jacinto ficou entre a tia Vicência e uma das Rojões, a Luisinha, sua afilhada, que, por costume velho quando jantava em Guiães, sempre se colocava à sombra da sua boa madrinha; — e a sopa, que era de galinha com macarrão e arroz, foi comida num tão largo, pesado silêncio que eu, na ânsia de o quebrar, exclamei, ao acaso, sem pensar que me achava em Guiães, à minha mesa:
    — Está deliciosa,…

  • Capítulo XII, em audiolivro, do romance “A Cidade e as Serras” de Eça de Queirós.
    Apoiem-nos no Patreon (https://www.patreon.com/neolivros)
    “A Cidade e as Serras” é um desenvolvimento do conto “Civilização”, cuja publicação em livro ocorreu em 1901, já depois da morte do autor. No romance é relatada a história de Jacinto, tendo como narrador José Fernandes, um amigo fraternal. Jacinto nasceu e viveu toda a sua vida num palácio dos Campos Elísios, em Paris. Apesar de rodeado de conhecimento, de tecnologia e de luxo, vive aborrecido e decide regressar a Tormes, na região do Douro.

    TRANSCRIÇÃO

    XII
    Assim chegou Setembro, e com ele o meu natalício, que era a 3 e num domingo. Toda essa semana a passara eu em Guiães, nos preparos da vindima, — e logo cedo, nesse domingo ilustre, me fui debruçar da varanda do quarto do saudoso tio Afonso, vigiando a estrada, por onde devia aparecer o meu Príncipe, que enfim visitava a casa do seu Zé Fernandes. A tia Vicência, essa, desde madrugada, andava atarefada pela cozinha e pela copa, porque, desejando mostrar ao meu Príncipe «o pessoal» da serra, convidara para jantar algumas famílias amigas, dos arredores, as que tinham carruagens ou carroções, e que podiam, pelas estradas mais seguras, recolher tarde, depois de um bailarico campestre, no pátio, já enfeitado para esse efeito de lanternas chinesas. Mas logo às dez horas me desesperei, ao receber, por um moço da Flor da Malva, uma carta da prima Joaninha, em que dizia «a pena de não poder vir porque o Papá estava desde a véspera com um leicenço, e ela não o queria abandonar». Corri indignado à cozinha, onde a tia Vicência presidia a um violento bater de gemas de ovos dentro de uma imensa terrina.
    — A Joaninha não vem! Sempre assim! Diz que o pai tem um leicenço… Aquele tio Adrião escolhe sempre os grandes dias para ter leicenços, ou para ter a pontada…
    A boa face redondinha e corada da tia Vicência enterneceu-se.
    — Coitado! Será em sítio que não se pudesse sentar na carruagem! Coitado! Olha, se lhe escreveres, dize-lhe que ponha um emplastrozinho de folhas de alecrim. É com que teu tio se dava bem.
    Eu gritei simplesmente da janela para o moço, que dava de beber ao burro no pátio:
    — Diz à sr.ª D. Joaninha que sentimos muito… Que talvez eu lá apareça amanhã.
    E voltei à janela, impaciente, porque o relógio do corredor, muito atrasado, já cantara a meia hora depois das dez e o Príncipe tardava para o almoço. Mas, mal eu me chegara à varanda, apareceu justamente na volta da estrada Jacinto, de grande chapéu de palha, na sua égua, seguido do Grilo, que se escarranchava, sobre o albardão da velha égua do Melchior, também de chapéu de palha, e abrigado sob um imenso guarda-sol verde. Atrás, um moço com uma maleta à cabeça. E eu, na alegria de avistar enfim o meu Príncipe trotando para a minha casa de aldeia, no dia dos meus trinta e seis anos, pensava noutro natalício, no dele, em Paris, no 202, quando, entre todos os esplendores da Civilização, nós bebemos tristemente ad manes, aos nossos mortos!
    — Salve! — gritei da varanda. — Salve, domine Jacinthe!
    E entoei, para o acolher, num alegre tarantantan, o «Hino da Carta»!
    — Isto por aqui também é lindo! — gritou ele de baixo. — E o teu palácio tem um soberbo ar… Por onde é a porta?
    Mas eu já me precipitava para o pátio — onde Jacinto, apeando, contou alegremente os tormentos do Grilo, que nunca montara a cavalo, e não cessara de berrar ante os perigos daquela aventura.
    E o digno preto, ofegante, lustroso de suor, e lívido sob o esplendor da sua negrura, exclamava, apontando com a mão trémula para a pobre égua, que solta, de cabeça pensativa, parecia de pedra, sobre as patas mais imóveis que marcos:
    — Pois se o siô Fernandes visse! Uma fera, que nunca veio quieta. Sempre para a esquerda, sempre para a direita, pé aqui, pé além! Só para me sacudir! Só para me sacudir!
    E não resistiu. Com a ponta do guarda-sol atirou uma pontoada vingativa contra a égua, sobre o albardão.
    Subindo a escadaria ligeira, pen…

  • Capítulo XI, em audiolivro, do romance “A Cidade e as Serras” de Eça de Queirós.
    Apoiem-nos no Patreon (https://www.patreon.com/neolivros)
    “A Cidade e as Serras” é um desenvolvimento do conto “Civilização”, cuja publicação em livro ocorreu em 1901, já depois da morte do autor. No romance é relatada a história de Jacinto, tendo como narrador José Fernandes, um amigo fraternal. Jacinto nasceu e viveu toda a sua vida num palácio dos Campos Elísios, em Paris. Apesar de rodeado de conhecimento, de tecnologia e de luxo, vive aborrecido e decide regressar a Tormes, na região do Douro.

    TRANSCRIÇÃO

    XI

    No dia que seguiu estas largas caridades recolhi a Guiães. E, desde então, tantas vezes trotei por aquelas três léguas entre a nossa e a velha alameda dos Jacintos, que a minha égua, quando a desviava dessa estrada familiar, conduzindo-a a uma cavalariça familiar (onde ela privava com o garrano do Melchior), relinchava de pura saudade. Até a tia Vicência se mostrava vagamente ciumenta daquela Tormes, para onde eu sempre corria, daquele Príncipe de quem incessantemente celebrava o rejuvenescimento, a caridade, os pitéus, e as quimeras agrícolas. Já um dia com um grão de sal e de ironia, o único que cabia num coração todo cheio de inocência, ela me dissera, movendo com mais vivacidade as agulhas da sua meia:

    — Olha que te podes gabar! Até me tens feito curiosidade de conhecer esse Jacinto… Traze cá essa maravilha, menino!

    Eu rira:

    — Sossegue, tia Vicência, que o trago agora, para o dia dos meus anos, a jantar… Damos uma festa, haverá um bailarico no pátio, e vem aí toda essa senhorama dos arredores e até talvez se arranje uma noiva para o Jacinto.

    E eu, com efeito, já convidara o meu Príncipe para este «natalício». E de resto, convinha que o senhor de Tormes conhecesse todos aqueles senhores das boas casas da serra… Sobretudo, como eu lhe dizia rindo, convinha que ele conhecesse algumas mulheres, algumas daquelas fortes raparigas dos solares da serra, porque Tormes tinha uma solidão muito monástica, e o homem, sem um pouco do Eterno Feminino, facilmente se enrudece e ganha uma casca áspera como a das árvores, na solidão.

    — E esta Tormes, Jacinto, esta tua reconciliação com a Natureza, e o renunciamento às mentiras da Civilização é uma linda história… Mas, caramba, há aqui falta de mulheres!

    Ele concordava, rindo, languidamente estendido na cadeira de vime:

    — Com efeito, há aqui falta de mulher, com M grande. Mas essas senhoras aí das casas dos arredores… Não sei, mas estou pensando que se devem parecer com legumes. Sãs, nutritivas, excelentes para a panela — mas, enfim, legumes. As mulheres que os poetas comparam às flores são sempre as mulheres das cortes, das capitais, onde invariavelmente, desde Hesíodo e desde Horácio, se rendem os poetas… E evidentemente não há perfume, nem graça, nem elegância, nem requinte, numa cenoura ou numa couve… Não devem ser interessantes as senhoras da minha serra.

    — Eu te digo… A tua vizinha mais chegada, a filha do D. Teotónio, com efeito, salvo o respeito que se deve à casa ilustre dos Barbedos, é um mostrengo! A irmã dos Albergarias, da Quinta da Loja, também não tentaria nem mesmo o precisado Santo Antão. Sobretudo se se despisse, porque é um espinafre infernal! Essa realmente é legume, e nem é nutritivo.

    — Não! O espinafre, legume purgativo.

    — Temos também a D. Beatriz Veloso… Essa é bonita… Mas, menino, que horrivelmente bem-falante! Fala como as heroínas do Camilo. Tu nunca leste o Camilo. E depois, um tom de voz que te não sei descrever, o tom com que se fala em D. Maria, em peças de sentimento. Tu nunca viste o Teatro de D. Maria. Enfim, um horror! E perguntas pavorosas. «Vossa Excelência, Senhor Doutor, não se delicia com Lamartine?» Já me disse esta, a desavergonhada!

    — E tu?

    — Eu! Arregalei os olhos… «Oh, Lamartine!» Mas, coitada, é uma excelente rapariga! Agora, por outro lado, temos as Rojões, as filhas do João Rojão, duas flores, muito frescas, muito alegres, com um cheiro e u…

  • Décimo capítulo, em audiolivro, do romance “A Cidade e as Serras” de Eça de Queirós.
    Apoiem-nos no Patreon (https://www.patreon.com/neolivros)
    “A Cidade e as Serras” é um desenvolvimento do conto “Civilização”, cuja publicação em livro ocorreu em 1901, já depois da morte do autor. No romance é relatada a história de Jacinto, tendo como narrador José Fernandes, um amigo fraternal. Jacinto nasceu e viveu toda a sua vida num palácio dos Campos Elísios, em Paris. Apesar de rodeado de conhecimento, de tecnologia e de luxo, vive aborrecido e decide regressar a Tormes, na região do Douro.

    TRANSCRIÇÃO

    Numa dessas manhãs — justamente na véspera do meu regresso a Guiães —, o tempo, que andara pela serra tão alegre, num inalterado riso de luz rutilante, todo vestido de azul e ouro, fazendo poeira pelos caminhos, e alegrando toda a Natureza, desde os pássaros aos regatos, subitamente, com uma daquelas mudanças que tornam o seu temperamento tão semelhante ao do homem, apareceu triste, carrancudo, todo embrulhado no seu manto cinzento, com uma tristeza tão pesada e contagiosa que toda a serra entristeceu. E não houve mais pássaro que cantasse, e os arroios fugiram para debaixo das ervas, com um lento murmúrio de choro.
    Quando Jacinto entrou no meu quarto, não resisti à malícia de o aterrar:
    — Sudoeste! Gralhas a grasnar por todos esses soutos… Temos muita água, sr. D. Jacinto! Talvez duas semanas de água! E agora é que se vai saber quem é aqui o fino amador da Natureza, com esta chuva pegada, com vendaval, com a serra toda a escorrer!
    O meu Príncipe caminhou para a janela com as mãos nas algibeiras:
    — Com efeito! Está carregado. Já mandei abrir uma das malas de Paris e tirar um casacão impermeável… Não importa! Fica o arvoredo mais verde. E é bom que eu conheça Tormes nos seus hábitos de Inverno.
    Mas como o Melchior lhe afiançara que «a chuvinha só viria para a tarde», Jacinto decidiu ir antes de almoço à Corujeira, onde o Silvério o esperava para decidirem da sorte de uns castanheiros, muito velhos, muito pitorescos, inteiramente interessantes, mas já roídos, e ameaçando desabar. E, confiando nas previsões do Melchior, partimos sem que Jacinto se vestisse à prova de água. Não andáramos porém meio caminho, quando, depois de um arrepio nas árvores, um negrume carregou, e, bruscamente, desabou sobre nós uma grossa chuva oblíqua, vergastada pelo vento, que nos deixou estonteados, agarrando os chapéus, enrodilhados na borrasca. Chamados por uma grande voz, que se esganiçava no vento, avistámos num campo mais alto, à beira de um alpendre, o Silvério, debaixo de um guarda-chuva vermelho, que acenava, nos indicava o trilho mais curto para aquele abrigo. E para lá rompemos, com a chuva a escorrer na cara, patinhando na lama, contorcidos, cambaleantes, atordoados no vendaval, que num instante alagara os campos, inchara os ribeiros, esboroava a terra dos socalcos, lançara num desespero todo o arvoredo, tornara a serra negra, bravamente agreste, hostil, inabitável.
    Quando enfim, debaixo do vasto guarda-chuva com que o Silvério nos esperava à beira do campo, corremos para o alpendre, nos refugiámos naquele abrigo inesperado, a escorrer, a arquejar, o meu Príncipe, enxugando a face, enxugando o pescoço, murmurou, desfalecido:
    — Apre! que ferocidade!
    Parecia espantado daquela brusca, violenta cólera de uma serra tão amável e acolhedora, que em dois meses, inalteradamente, só lhe oferecera doçura e sombra, e suaves céus, e quietas ramagens, e murmúrios discretos de ribeirinhos mansos.
    — Santo Deus! Vêm muitas vezes assim, estas borrascas?
    Imediatamente o Silvério aterrou o meu Príncipe:
    — Isto agora são brincadeiras de Verão, meu senhor! Mas há-de Vossa Excelência ver no Inverno, se Vossa Excelência se aguentar por cá! Então é cada temporal, que até parece que os montes estremecem!
    E contou como fora também apanhado, quando ia para a Corujeira. Felizmente, logo de manhã, quando sentiu o ar carrancudo e as folhinhas dos choupos a tremer, se acautelara …

  • Nono capítulo - terceira parte, em audiolivro, do romance “A Cidade e as Serras” de Eça de Queirós. Apoiem-nos no Patreon (https://www.patreon.com/neolivros) “A Cidade e as Serras” é um desenvolvimento do conto “Civilização”, cuja publicação em livro ocorreu em 1901, já depois da morte do autor. No romance é relatada a história de Jacinto, tendo como narrador José Fernandes, um amigo fraternal. Jacinto nasceu e viveu toda a sua vida num palácio dos Campos Elísios, em Paris. Apesar de rodeado de conhecimento, de tecnologia e de luxo, vive aborrecido e decide regressar a Tormes, na região do Douro.

    TRANSCRIÇÃO

    Durante essas semanas que preguicei em Tormes, eu assisti, com enternecido interesse, a uma considerável evolução de Jacinto nas suas relações com a Natureza. Daquele período sentimental de contemplação, em que colhia teorias nos ramos de qualquer cerejeira, e edificava sistemas sobre o espumar das levadas, o meu Príncipe lentamente passava para o desejo da Acção… E de uma acção directa e material, em que a sua mão, enfim restituída a uma função superior, revolvesse o torrão.

    Depois de tanto comentar, o meu Príncipe, evidentemente, aspirava a criar.

    Uma tardinha, ao anoitecer, sentados no pomar, no rebordo do tanque, enquanto o Manuel Hortelão apanhava laranjas no alto de uma escada arrimada a uma alta laranjeira, Jacinto observou, mais para si do que para mim:

    — É curioso… Nunca plantei uma árvore!

    — Pois é um dos três grandes actos, sem os quais, segundo diz não sei que filósofo, nunca se foi um verdadeiro homem… Fazer um filho, plantar uma árvore, escrever um livro. Tens de te apressar, para ser um homem. É possível que talvez nunca prestasses um serviço a uma árvore, como se presta a um semelhante!

    — Sim… Em Paris, quando era pequeno, regava os lilases. E no Verão é um belo serviço! Mas nunca semeei.

    E como o Manuel descia da escada, o meu Príncipe, que nunca acreditara inteiramente — pobre homem! — no meu saber agrícola, imediatamente reclamou o parecer daquela autoridade:

    — Oh Manuel, ouça lá, o que é que se poderia agora semear?

    Com o cesto das laranjas enfiado no braço, o Manuel exclamou, através de um lento riso, entre respeitoso e divertido:

    — Semear, patrão? Agora é antes colher… Olhe que já se anda a limpar a eirazinha para a debulha, meu patrão.

    — Pois sim… Mas sem ser milho nem cevada… Então ali no pomar, rente do muro velho, não se podia plantar uma fila de pessegueiros?

    O riso do Manuel crescia.

    — Isso sim, meu senhor! Isso é lá para os Santos ou para o Natal. Agora só a couvinha na horta, a beldroega, os espinafres, algum feijãozinho em terra muito fresca…

    O meu Príncipe sacudiu, com brando gesto, estes legumes rasteiros.

    — Bem, boa noite, Manuel. Essas laranjas são da tal laranjeira que diz o Melchior, muito doces, muito finas? Então leve para os seus pequenos. Leve muitas para os pequenos.

    Não! O empenho era criar a árvore. Pela árvore contemplada na serra em sua verdadeira majestade, na beneficência da sua sombra, na frescura embaladora do seu rumorejar, na graça e santidade dos ninhos que a povoam, começara talvez, lentamente, o seu amor novo da terra. E agora sonhava uma Tormes toda coberta de árvores, cujos frutos e verduras, e sombras, e rumorejos suaves, e abrigados ninhos, fossem a obra e o cuidado das suas mãos paternais.

    No silêncio grave do crepúsculo, que descia, murmurou ainda:

    — Oh Zé Fernandes, quais são as árvores que crescem mais depressa?

    — Eh, meu Jacinto… A árvore que cresce mais depressa é o eucalipto, o feiíssimo e ridículo eucalipto. Em seis anos tens aí Tormes coberta de eucaliptos…

    — Tudo tão lento, Zé Fernandes…

    Porque o seu sonho, q…

  • Nono capítulo - segunda parte, em audiolivro, do romance “A Cidade e as Serras” de Eça de Queirós.
    Apoiem-nos no Patreon (https://www.patreon.com/neolivros)
    “A Cidade e as Serras” é um desenvolvimento do conto “Civilização”, cuja publicação em livro ocorreu em 1901, já depois da morte do autor. No romance é relatada a história de Jacinto, tendo como narrador José Fernandes, um amigo fraternal. Jacinto nasceu e viveu toda a sua vida num palácio dos Campos Elísios, em Paris. Apesar de rodeado de conhecimento, de tecnologia e de luxo, vive aborrecido e decide regressar a Tormes, na região do Douro.

  • Nono capítulo - primeira parte, em audiolivro, do romance “A Cidade e as Serras” de Eça de Queirós.
    Apoiem-nos no Patreon (https://www.patreon.com/neolivros)
    “A Cidade e as Serras” é um desenvolvimento do conto “Civilização”, cuja publicação em livro ocorreu em 1901, já depois da morte do autor. No romance é relatada a história de Jacinto, tendo como narrador José Fernandes, um amigo fraternal. Jacinto nasceu e viveu toda a sua vida num palácio dos Campos Elísios, em Paris. Apesar de rodeado de conhecimento, de tecnologia e de luxo, vive aborrecido e decide regressar a Tormes, na região do Douro.

  • Oitavo capítulo - terceira parte, em audiolivro, do romance “A Cidade e as Serras” de Eça de Queirós.
    Apoiem-nos no Patreon (https://www.patreon.com/neolivros)
    “A Cidade e as Serras” é um desenvolvimento do conto “Civilização”, cuja publicação em livro ocorreu em 1901, já depois da morte do autor. No romance é relatada a história de Jacinto, tendo como narrador José Fernandes, um amigo fraternal. Jacinto nasceu e viveu toda a sua vida num palácio dos Campos Elísios, em Paris. Apesar de rodeado de conhecimento, de tecnologia e de luxo, vive aborrecido e decide regressar a Tormes, na região do Douro.

  • Oitavo capítulo - segunda parte, em audiolivro, do romance “A Cidade e as Serras” de Eça de Queirós.

    Apoiem-nos no Patreon (https://www.patreon.com/neolivros)

    “A Cidade e as Serras” é um desenvolvimento do conto “Civilização”, cuja publicação em livro ocorreu em 1901, já depois da morte do autor. No romance é relatada a história de Jacinto, tendo como narrador José Fernandes, um amigo fraternal. Jacinto nasceu e viveu toda a sua vida num palácio dos Campos Elísios, em Paris. Apesar de rodeado de conhecimento, de tecnologia e de luxo, vive aborrecido e decide regressar a Tormes, na região do Douro.

  • Oitavo capítulo - primeira parte, em audiolivro, do romance “A Cidade e as Serras” de Eça de Queirós.

    Apoiem-nos no Patreon (https://www.patreon.com/neolivros)

    “A Cidade e as Serras” é um desenvolvimento do conto “Civilização”, cuja publicação em livro ocorreu em 1901, já depois da morte do autor. No romance é relatada a história de Jacinto, tendo como narrador José Fernandes, um amigo fraternal. Jacinto nasceu e viveu toda a sua vida num palácio dos Campos Elísios, em Paris. Apesar de rodeado de conhecimento, de tecnologia e de luxo, vive aborrecido e decide regressar a Tormes, na região do Douro.

  • Sétimo capítulo, em audiolivro, do romance “A Cidade e as Serras” de Eça de Queirós.

    Apoiem-nos no Patreon (https://www.patreon.com/neolivros)

    “A Cidade e as Serras” é um desenvolvimento do conto “Civilização”, cuja publicação em livro ocorreu em 1901, já depois da morte do autor. No romance é relatada a história de Jacinto, tendo como narrador José Fernandes, um amigo fraternal. Jacinto nasceu e viveu toda a sua vida num palácio dos Campos Elísios, em Paris. Apesar de rodeado de conhecimento, de tecnologia e de luxo, vive aborrecido e decide regressar a Tormes, na região do Douro.

  • Sexto capítulo, em audiolivro, do romance “A Cidade e as Serras” de Eça de Queirós.

    Apoiem-nos no Patreon (https://www.patreon.com/neolivros)

    “A Cidade e as Serras” é um desenvolvimento do conto “Civilização”, cuja publicação em livro ocorreu em 1901, já depois da morte do autor. No romance é relatada a história de Jacinto, tendo como narrador José Fernandes, um amigo fraternal. Jacinto nasceu e viveu toda a sua vida num palácio dos Campos Elísios, em Paris. Apesar de rodeado de conhecimento, de tecnologia e de luxo, vive aborrecido e decide regressar a Tormes, na região do Douro.

  • Quinto capítulo, em audiolivro, do romance “A Cidade e as Serras” de Eça de Queirós.

    Apoiem-nos no Patreon (https://www.patreon.com/neolivros)

    “A Cidade e as Serras” é um desenvolvimento do conto “Civilização”, cuja publicação em livro ocorreu em 1901, já depois da morte do autor. No romance é relatada a história de Jacinto, tendo como narrador José Fernandes, um amigo fraternal. Jacinto nasceu e viveu toda a sua vida num palácio dos Campos Elísios, em Paris. Apesar de rodeado de conhecimento, de tecnologia e de luxo, vive aborrecido e decide regressar a Tormes, na região do Douro.

  • Quarto capítulo (parte II), em audiolivro, do romance “A Cidade e as Serras” de Eça de Queirós.

    Apoiem-nos no Patreon (https://www.patreon.com/neolivros)

    “A Cidade e as Serras” é um desenvolvimento do conto “Civilização”, cuja publicação em livro ocorreu em 1901, já depois da morte do autor. No romance é relatada a história de Jacinto, tendo como narrador José Fernandes, um amigo fraternal. Jacinto nasceu e viveu toda a sua vida num palácio dos Campos Elísios, em Paris. Apesar de rodeado de conhecimento, de tecnologia e de luxo, vive aborrecido e decide regressar a Tormes, na região do Douro.

  • Quarto capítulo (parte I), em audiolivro, do romance “A Cidade e as Serras” de Eça de Queirós. “A Cidade e as Serras” é um desenvolvimento do conto “Civilização”, cuja publicação em livro ocorreu em 1901, já depois da morte do autor. No romance é relatada a história de Jacinto, tendo como narrador José Fernandes, um amigo fraternal. Jacinto nasceu e viveu toda a sua vida num palácio dos Campos Elísios, em Paris. Apesar de rodeado de conhecimento, de tecnologia e de luxo, vive aborrecido e decide regressar a Tormes, na região do Douro. Apoiem-nos no Patreon (https://www.patreon.com/neolivros)

  • Terceiro capítulo, em audiolivro, do romance “A Cidade e as Serras” de Eça de Queirós. “A Cidade e as Serras” é um desenvolvimento do conto “Civilização”, cuja publicação em livro ocorreu em 1901, já depois da morte do autor. No romance é relatada a história de Jacinto, tendo como narrador José Fernandes, um amigo fraternal. Jacinto nasceu e viveu toda a sua vida num palácio dos Campos Elísios, em Paris. Apesar de rodeado de conhecimento, de tecnologia e de luxo, vive aborrecido e decide regressar a Tormes, na região do Douro. Apoiem-nos no Patreon (https://www.patreon.com/neolivros)